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Disciplina: Farmácia Hospitalar

Prof. Dr. Renan Gomes Bastos


6º período de Farmácia – FEPI

FARMÁCIA HOSPITALAR ONCOLÓGICA


ONCOLOGIA
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É o ramo das Ciências Médicas que estuda


os diferentes tipos de câncer, suas
patologias e formas de tratamento e
diagnóstico

 Câncer
 Conjunto de doenças caracterizadas pelo
crescimento desordenado e anormal
(maligno) de células
Estas células podem invadir tecidos e
órgãos, podendo se espalhar para
diversas áreas do corpo – metástase
PRINCIPAIS TIPOS DE CÂNCER MAIS COMUNS EM
3 PACIENTES HOSPITALIZADOS

1) Próstata
2) Traqueia e pulmões
3) Esôfago e estômago
4) Cólon e reto
5) Cavidade oral
6) Mama e colo uterino
7) Leucemias e linfomas
8) Pele (melanomas)
9) Rins
10) Órgãos cranianos
INCIDÊNCIA DE CÂNCER EM MG, SEGUNDO INCA (2022)
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QUIMIOTERÁPICOS
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 São medicamentos usados no tratamento dos


mais diversos tipos de câncer
 Gerais ou específicos

 Atuam destruindo as células malignas do corpo


em maior proporção
 Porém, não apresentam seletividade – podem
destruir também células normais (principal
efeito adverso)
 Podem ser utilizados por EV, IM, IA ou VO,
dependendo do tipo de fármaco
 Uso direcionado – injetados diretamente no
órgão afetado
QUIMIOTERÁPICOS – BREVE HISTÓRICO
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 Século X
 Pérsia – introduziu o uso de substâncias químicas como ácido
sulfúrico, cobre, mercúrio e sais de arsênico para propósitos
médicos
 Século XX (Anos 1940)
 Gás mostarda – militares na Segunda Guerra Mundial foram
expostos acidentalmente – posteriormente, descobriu-se uma
diminuição na contagem de leucócitos do sangue nestes
pacientes – uso no tratamento de linfomas
 Década de 1960 até dias atuais
 Pesquisas com outras substâncias com efeito similar contra o
câncer – muitas outras drogas foram sendo testadas e
desenvolvidas
CLASSES DE QUIMIOTERÁPICOS
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 Agentes alquilantes – ligam-se ao DNA da célula


tumoral, impedindo a replicação do material
genético
 Ex: cisplatina, ciclofosfamida, bussulfano,
clorambucil, etc.

 Antimetabólitos – competem com os metabólitos


essenciais nos receptores, que são responsáveis
pelo funcionamento normal da célula, alterando
o seu desenvolvimento e metabolismo
 Ex: metotrexato, pirimetamina, azatioprina,
fludarabina, fluoruracil, gencitabina,
citarabina, etc.
CLASSES DE QUIMIOTERÁPICOS
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 Inibidores mitóticos – agem destruindo os


microtúbulos, organelas responsáveis pela
coordenação das etapas da mitose celular
 Ex: vimblastina, vincristina, taxol,
paclitaxel, docetaxel, etc.

 Antiproliferativos– impedem a
proliferação celular das células malignas
 Ex: doxorrubicina, daunorrubicina,
mitoxantrona, etc.
CLASSES DE QUIMIOTERÁPICOS
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 Inibidores da topoisomerase – interferem tanto na


transcrição quanto na replicação do DNA, impedindo o
super-enrolamento do DNA
 Ex: irinotecano, topotecano, etoposídeo, ansacrina,
podofilotoxina, etc.

 Hormônios antineoplásicos – acarretam mudanças


apropriadas no balanço hormonal de órgãos
cancerosos, destruindo as células tumorais
 Ex: finasterida, tamoxifeno, etc.

 Anticorpos monoclonais – modulam o sistema imune


do paciente para destruir as células do tumor maligno
e prevenir seu crescimento
 Ex: trastuzumabe, cetuximabe, rituximabe, etc.
EFEITOS ADVERSOS DOS QUIMIOTERÁPICOS
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 Dependem do agente quimioterápico

 Os principais são:
 Alopecia
 Náuseas e vômitos
 Diarreia
 Candidíase oral
 Constipação intestinal
 Anemia e hemorragias
 Cardiotoxicidade
 Hepatotoxicidade
 Nefrotoxicidade
 Tumores secundários
PREPARAÇÃO DO QUIMIOTERÁPICO EM AMBIENTE
11 HOSPITALAR

 Portaria nº 272, de 08/04/1998:


Estabelece os critérios para preparação de quimioterápicos em
âmbito hospitalar

O farmacêutico é o responsável pela preparação

Imediatamente após o preparo e durante o transporte – cadeia de


refrigeração (geladeiras, freezers ou maletas isotérmicas)

De cada quimioterápico preparado, devem ser reservadas


alíquotas das amostras para avaliação microbiológica
PREPARAÇÃO DO QUIMIOTERÁPICO EM AMBIENTE
12 HOSPITALAR

 Técnicas
de preparo – devem
sempre seguir a prescrição
médica

 Misturadoresautomáticos
(técnica automatizada)
Apenas em hospitais de
grande porte

 Misturasmanuais de soluções
já prontas (técnica magistral)
Hospitais de pequeno porte
PREPARAÇÃO DO QUIMIOTERÁPICO EM AMBIENTE
13 HOSPITALAR

A Farmácia Hospitalar deverá ter um setor próprio para a


preparação e dispensação destes produtos
 Em caso de não-condições – o serviço deverá ser
terceirizado por outra empresa filiada, que fornecerá o
produto pronto diretamente ao setor do hospital ao qual
necessita
 Condições mínimas:
 Sala de limpeza e higienização
 Sala de paramentação e vestiários
 Sala de manipulação
 Área de armazenamento
 Área de dispensação
SALA DE PARAMENTAÇÃO E VESTIÁRIOS
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 Vestiários bem ventilados, com ar filtrado e de


pressão baixa
 As portas das câmaras devem possuir um
sistema de travas e de alerta visual e/ou
auditivo
 Vestimentas:
 Capa protetora estéril com ou sem viseira
 Luvas, máscaras, toucas, propés e óculos de
proteção
 O manipulador deverá, antes de colocar as
vestimentas, se submeter a uma ducha prévia
de, no mínimo, 10 min e usando produtos
antissépticos, no próprio setor
 Eliminar qualquer contaminante externo
SALA DE MANIPULAÇÃO
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 Local equipado com câmaras de fluxo laminar,


onde as preparações são produzidas
 Filtros de alta performance (filtros HEPA) –
retenção de partículas grandes e pequenas,
sendo testados a cada 6 meses
 Velocidade de ar que entra na sala não deve ser
alta
 A injeção de ar deve ser inspecionada a cada 20
horas – se necessário, deve ser trocada
 Tem o acesso mediante à sala de paramentação,
sem entradas alternativas – impedir
contaminação externa
SALA DE MANIPULAÇÃO

• Regras de conduta:
• A capela de fluxo laminar deve ser ligada 30
minutos antes de iniciar a manipulação do
quimioterápico, e limpada antes e após os
procedimentos com álcool 70%

• O local deve ser longe do trânsito de pessoas e


correntes fortes de ar

• Não é permitido a entrada de alimentos e


bebidas – apenas materiais necessários ao
trabalho

• Entrada proibida de pessoas com problemas


respiratórios – pressão baixa do ar
SALA DE MANIPULAÇÃO

• Regras de conduta:
• Lavagem correta das mãos

• Verificar a integridade de todas as embalagens (produtos,


seringas, agulhas, etc.)

• Acrescentar todos os itens no rótulo da embalagem


• Nome do paciente, leito e número de registro
• Volume total
• Velocidade de infusão
• Via de administração
• Data e hora da manipulação
• Prazo de validade
ASPECTOS LEGAIS LIGADOS À ONCOLOGIA
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 Hospitais devem ter o Regulamento Técnico de


funcionamento dos Serviços de Terapia Oncológica
 Deve obedecer os requisitos mínimos exigidos
 Estabelece o perfil da equipe multiprofissional (deve
ter especialização na área – Pós-Graduação):
 Farmacêutico
 Enfermeiros
 Médicos – oncologista, hematologista, cirurgião
oncológico
 Nutricionistas
 Fisioterapeutas
 Assistentes sociais
 Psicólogos
ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO HOSPITALAR NA ONCOLOGIA
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 AssistênciaFarmacêutica especializada
e integral ao paciente atendido por
centros de alta complexidade
Hospitais do Câncer (Barretos-SP,
Passos-MG, Alfenas-MG, Poços de
Caldas-MG, etc.)
ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO HOSPITALAR NA ONCOLOGIA

• Funções:

Seleção e padronização Auditorias internas – Informação sobre


Comissão de Assistência de
de medicamentos e Alta Complexidade em medicamentos
materiais Oncologia (CACON) quimioterápicos

Manipulação dos
Farmacovigilância e Atuação em
medicamentos
Farmácia Clínica pesquisa
quimioterápicos

Normatização dos Revisão e Estabelecimento das


processos de compra dos conferência das regras de biossegurança e
medicamentos prescrições médicas treinamento de equipe
MISSÃO SOCIAL

“O farmacêutico, em
especial o oncológico, é
o profissional que, ano
após ano, supera
inúmeros desafios, mas
que não perde, nunca, a
esperança, a sua
capacidade de cuidar do
próximo e de servir à
comunidade, sempre em
busca do bem-estar
coletivo” (CRF-MG)
REFERÊNCIAS
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 BENICHOU, C. Guia Prático de Farmacovigilância. 2ª ed. São Paulo: Andrei, 1999.


 GOMES, M. J. V. M.; REIS, A. M. M. Ciências Farmacêuticas: Uma abordagem em Farmácia
Hospitalar. 1ª ed. São Paulo: Atheneu, 2001.
 FERRACINI, F. T.; FILHO, W. M. B. Prática Farmacêutica no ambiente hospitalar. 1ª ed. São Paulo:
Atheneu, 2005.
 BARBIERI, J. C; MACHLINE, C. Logística hospitalar: teoria e prática. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
 JULIANI, R. G. M. Organização e funcionamento de farmácia hospitalar. 1ª ed. São Paulo: Érica,
2014.
 BURMESTER, H; HERMINI, A. H; FERNANDES, J. A. L. Gestão de materiais e equipamentos
hospitalares. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
 CARVALHO, F. D; CAPUCHO, H. C; BISSON, M. P. Farmacêutico hospitalar: conhecimentos,
habilidades e atitudes. São Paulo: Manole, 2014.
 GONÇALVES, E. L. et.al. Gestão hospitalar: administrando o hospital moderno. São Paulo: Saraiva,
2016.

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