Você está na página 1de 4

FASEM – Faculdade Serra da Mesa.

Disciplina: Direito Penal

Professor: Paulo

Aluno(a) : Renata Morais de Melo

Fichamento de citação

Referência: SANTOS, Boaventura. Um discurso sobre as ciências na


transição para uma ciência pós-moderna

Estamos a doze anos do final do século xx. Vivemos nem tempo


atônito que ao debruçar-se sobre si próprio descobre que os seus pés
são um cruzamento de sombras, sombras que vem do passado que
hora pensamos não sermos, ora pensamos já sermos, pra pensamos
numa viemos a ser. (Página 46)

Mas se fecharmos os olhos e os voltamos abrir, verificamos com


surpresa que os grandes cientistas que estabeleceram e mapearam o
campo teórico em que ainda hoje nós movemos vivemos ou
trabalharam entre o século XVIII os primeiros vinte anos do século XX,
de Adam Smith e Ricardo a Lavoisier e Darwin, de Marx e Durkheim a
Max Weber e Pareto, de Humboldt e Planck a Poincaré e Einstein.
(Página 46)

Daí a ambigüidade e complexidade do tempo científico presente a que


comecei por aludir. Daí também a ideia, hoje partilhada por muitos, de
estarmos numa fase de transição. Daí finalmente audiência de dar
resposta as perguntas simples, elementares, inteligíveis.(página 47)

Teremos força a mente de ser mais rousseaunianos no perguntar do


que no responder. Começarei por caracterizar sucintamente a ordem
científica hegemônica. Analisarei depois os sinais das crises de
hegemonia, distinguindo entre as condições teóricas e as condições
sociológicas da crise. Finalmente especular ei sobre o perfil de uma
nova ordem científica emergente, distinguindo de novo entre as
condições teórica e as condições sociológicas da emergência. (Página
48)

A natureza é tão-só extensão e movimento; é passiva, eterna e


reversível, mecanismo cujo elemento se perdem demonstrar e depois
relacionar sobre a forma de leis; Não tem qualquer outra qualidade ou
dignidade que nos impeça de desvendar os seus mistérios,
desvendamento que não é contemplativo, mas antes ativo, já que visa
conhecer a natureza para a dominar e controlar. (Página 49)
condições iniciais são o reino da complicação, do acidente e onde é
necessário selecionar as que estabelece as condições relevantes dos
fatos a observar; as leis da natureza são o reino da simplicidade e da
regularidade onde é possível observar e medir com rigor. (Página 50)

Um conhecimento baseado na formulação de leis tem como preso


posto metateórico a ideia de ordem de estabilidade do mundo, a ideia
de que o passado se repete no futuro. (Página 51)

O determinado mecanicista é o horizonte certo de uma forma de que


conhecimento que se pertence o utilitário é funcional, reconhecido
menos pela capacidade de compreender profundamente o real do que
pela capacidade de dominar e transformar.(página 51)

Vico sugere assistência de leis que governam deterministicamente a


evolução da sociedade e tornam possível prever os resultados das
ações coletivas. Com extraordinária premonição, identifica e resolve a
contradição entre a liberdade e a imprevisibilidade da ação humana
individual e a determinação e previsibilidade da ação coletiva. (Página
52)

Na teoria das revoluções científicas de Thomas Kuhn o atraso da


ciência social é dado pelo caráter pré-paradigmático desta ciências, ao
contrário das ciências naturais, essas sim paradigmáticas. Enquanto,
nas ciências naturais, o desenvolvimento do conhecimento tornou
possível a formulação de um conjunto de princípios e de teorias sobre
a estrutura da matéria que são aceites sem discussão por toda a
comunidade científica, conjunto ecid designa por paradigmas, na
ciência social não há consenso paradigmático, pelo que o debate
tende a atravessar verticalmente toda a espessura do conhecimento
adquirido. O esforço e o desperdício que isso acarreta é simulamente
causado o efeito do atraso da ciência social. (Página 53)

são hoje muitos e forte os sinais de que o modelo de racionalidade


científica que acabou de descrever em alguns dos seus traços
principais atravessa uma profunda crise. (Página 54)

O rigor de medição posto em causa pela mecânica quântica Ceará


ainda mais profundamente abalado se questionar o rigor do veículo
formal em que a medição é expressa, ou seja, o rigor da matemática.
(Página 55)

A importância desse teoria está na nova concepção da matéria e da


natureza que propõe, uma concepção dificilmente compaginada da
com a que herdamos da física clássica. Mas a importância maior dessa
teoria está em que ela não é um fenômeno isolado. (Página 56)

As leis tem assim um caráter probabilístico, aproximativo e provisório,


bem expresso no princípio falsificabilidade de Popper. (Página 57)
Hoje, a relativização do conceito de causa parte sobretudo do
reconhecimento de que o lugar central que ele tem ocupado na ciência
moderna se explica menos por razões odontológicas ou metodológicas
do que por razão pragmática. (Página 58)

nas sociedades capitalistas como na sociedade socialista de estado


do leste europeu, a industrialização da ciência acarretou compromisso
desta com os centros de poder econômico, social e político, os quais
passaram a ter um papel decisivo na definição das prioridades
científicas.(página 59)

Os avanços recentes da física e da biologia põe em causa a distinção


entre o orgânico e inorgânico, entre seres vivos e matérias inerte e
mesmo entre humano e ou não mano.(página 60)

Hoje é possível é muito além da mecânica aquática. Enquanto está


introduziu a consciência no ato do conhecimento, nós temos hoje a
introduzir no próprio objetivo do conhecimento, sabendo que, com isso,
a distinção sujeito/objetivo superar numa transformação radical.
(Página 61)

e como se o dito de Durkheim se tivesse invertido e em vez de serem


os fenômenos sociais e ser estudado como se fosse fenômenos
naturais, são os fenômenos naturais estudados como se fosse
fenômenos sociais. (Página 62)

a superação dá dicotomia ciências naturais/Ciências sociais têm diz


assim a revalorização do estudo humanísticos. Mas essa revalorização
não ocorrerá sem que a humanidades sejam, elas também
profundamente transformadas. (Página 63)

Na ciência moderna o conhecimento avança pela especialização. O


conhecimento é tanto mais rigoroso quanto mais restrito e objetivos
sobre que se incide.( Página 64)

No paradigma emergente o conhecimento é total, tem como Horizonte


a totalidade universal de que fala Wigner ou a totalidade indivisa de
que fala Bohm. Mais sendo total, e também local. A fragmentação pós-
moderna não é disciplinar e sim temática. (Página 65)

O conhecimento pós-moderno, sendo total, não é determinístico,


sendo Local, não é descritivista. É um conhecimento sobre as
condições de possibilidade. As condições de possibilidade da ação
humana projetada no mundo a partir de um espaço-tempo e local. Um
conhecimento desse tipo é relativamente e imetódico, constitui-se a
partir ir de uma pluralidade metodológica.(página 66)

no domínio das ciências físicas-naturais, O regresso do sujeito fora já


anunciado pela mecânica aquática ao demonstrar que o ato de
conhecimento é o produto do conhecimento era inseparável. (Página
67)

A consagração da ciência moderna neste último quatrocentos anos


naturalizou a explicação do real, a ponto de não o podemos conceber
senão nos termos por ela proposta. (Página 68)

todo conhecimento científico visa constituir-se num novo senso


comum. (Página 69)

Se faz lista um ignorante especializado faz do cidadão comum um


ignorante generalizado (página 70)

Assim se a pós-moderna ao sensocomunizar-se, não despreza o


conhecimento que produz tecnologia, mas entende que, tal como o
conhecimento se deve traduzir em um autoconhecimento o
desenvolvimento tecnológico deve traduzir-se uma sabedoria de vida.
(Página 70)

Na fase de transição e de revolução científica, está insegura ressaltar


ainda o fato de que nossa reflexão epistemológica ser muito mais
avançada e sofisticada que a nossa prática científica. (Página 71)

Afinal se todo conhecimento é autoconhecimento, também todo o


desconhecimento é autodesconhecimento.(página 71)

Você também pode gostar