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PRIMEIRAS RECORDAÇÕES - CATEGORIAS DE INTERPRETAÇÃO

1 - Contexto:
Idade: o que acontecia naquela época?
Constelação familiar: presenças/ausências.
A investigação do background familiar e das condições nas quais o entrevistado experimentou os
primeiros desafios da vida configura o contexto. É por este motivo que as questões sobre
relacionamentos familiares precedem o inquérito sobre as primeiras recordações.

2 - Conteúdo:
A recordação torna-se relevante se conseguirmos apreender o ponto de vista do entrevistado. Portanto,
o exercício da empatia é fundamental. Todos os conteúdos, por mais comuns que possam parecer,
sempre são vivências muito particulares de um indivíduo. O cuidado para não impor conceitos
preconcebidos é fundamental.
Detalhes: quanto mais "estranho" um detalhe da narrativa, mais importante e revelador.

3 - Gênero:
Alguns entrevistados podem incluir somente pessoas do seu sexo entre os personagens de suas
recordações. Outros podem contar estórias somente com pessoas de outro sexo. Algumas pessoas
relatam estórias de "mulheres boas e homens maus..." ou o inverso.
Qual a posição relativa de homens e mulheres?
Quais os papeis assumidos por homens e mulheres?

4 - Movimento:
Quem se move? Como? Em qual direção? Com qual resultado/efeito?

4a - Efetividade/Inefetividade:
Quais os resultados das minhas ações? São positivos ou negativos? São homens mais efetivos do que
mulheres? Ou são efetivos de diferentes maneiras? Outros são mais efetivos do que o protagonista?

4b - Posição relativa:
Estão algumas pessoas acima das outras? A ação ocorre "de cima para baixo"? A dimensão vertical é
proeminente? Quais as conseqüências?

4c - Nível de atividade e iniciativa:


É o entrevistado fisicamente ativo e capaz de tomar iniciativa? OU é passivo? OU Vítima? OU
beneficiário? ETC.

4d - Nível de participação e cooperação:


Age só ou com outros?
Coopera OU atua contra OU submete-se aos demais?
Abertamente ou em segredo?
Como líder, seguidor, qual papel?

5 – Avaliação afetiva (sentimentos)

Perguntar sobre sentimentos se tornou um clichê no contexto da psicoterapia; tanto que não raro
pergunta-se sobre sentimentos sem um objetivo definido para a questão.
Por outro lado, perguntar sobre os sentimentos do entrevistado em um momento específico (o mais
vívido/nítido) pode ser muito útil.
Na análise das primeiras recordações, os sentimentos informam sobre a disposição afetiva do
protagonista em relação aos diversos aspectos e personagens do episódio narrado.
A dificuldade do entrevistado para revelar sentimentos resulta com freqüência na descrição de
pensamentos associados à recordação e seus momentos específicos. É importante tentar ir além destas
racionalizações.

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