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MARINHA DO BRASIL
2022
OSTENSIVO EMN-011
MARINHA DO BRASIL
2022
FINALIDADE: DIDÁTICA
ATO DE APROVAÇÃO
Florianópolis, SC.
Em 10 de novembro de 2022.
Esta publicação foi elaborada cumprindo as normas do EMA-411 (Manual de Publicações da Marinha).
OSTENSIVO - II - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
ÍNDICE
PÁGINAS
Folha de Rosto I
Ato de Aprovação II
Folha de Registro de Alterações III
Índice IV
Introdução VI
OSTENSIVO - IV - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
INTRODUÇÃO
1 – PROPÓSITO
Esta publicação tem o propósito de apresentar aos alunos do Curso de Formação de Marinheiros
para a Ativa (C-FMN), as informações básicas necessárias para manter o poder combatente do navio,
qualificando-os a participarem de grupos de reparos, nas diversas fainas de controle de avarias, que
encontrarão a bordo de Navios e nas OM de terra da Marinha do Brasil.
2 - DESCRIÇÃO
Esta publicação está dividida em dois capítulos, assim distribuídos:
No capítulo 1 – Controle de Avarias; e
No capítulo 2 – Combate a Incêndio.
3 - EDIÇÃO
Esta publicação foi revisada em 25/10/2022 pelo SO-CA CARMEZILDO JOSÉ PINHEIRO DA COSTA,
coordenador da disciplina na EAMSC. A revisão Pedagógica foi realizada pelo CT (T) MAIKEL OLIVEIRA DA
SILVA e pela 1ºTen (RM2-T) RENATA THAIS SEGALA DOLZAN, pedagogos da EAMSC.
Esta publicação foi editada na ESCOLA DE APRENDIZES-MARINHEIROS DE SANTA CATARINA.
4 - DIREITOS DE EDIÇÃO
Reservados para as ESCOLAS DE APRENDIZES-MARINHEIROS. Proibida a reprodução total ou
parcial, sob qualquer forma ou meio.
5 - CLASSIFICAÇÃO
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 (Manual de Publicações da Marinha) em:
Publicação da Marinha do Brasil, não controlada, ostensiva, didática e manual.
OSTENSIVO - VI - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
CAPÍTULO 1
CONTROLE DE AVARIAS
1.1 - HISTÓRICO
A atividade de Controle de Avarias (CAv) é atende a uma necessidade que sempre existiu a
bordo dos navios de guerra: apagar incêndios e reparar prontamente as avarias produzidas
pelo inimigo. Na Marinha à vela, já havia brigadas de calafates, carpinteiros e outros artífices.
Com o advento dos navios de aço, a resistência estrutural e as defesas intrínsecas dos navios
ficaram consideravelmente aumentadas, ao mesmo tempo que se reduziram os riscos de
incêndio. Pressupôs-se então que, nestas condições, os danos produzidos pelo inimigo seriam
de menor monta, o que levou a uma redução de pessoal de controle de avarias em combate.
Estudos estatísticos, realizados por ingleses e americanos após a Primeira Guerra Mundial,
revelaram que grande número de navios foi abandonado sem que suas guarnições houvessem
tentado qualquer providência no sentido de controlar ou reduzir as avarias impostas pelo
inimigo. Já na Marinha Alemã, que tinha os seus navios construídos de acordo com
especificações técnicas mais rígidas, principalmente na parte de compartimentagem estanque,
e onde funcionava um serviço organizado de controle de avarias, observou-se uma enorme
capacidade de sobrevivência em combate. Podem-se constatar esses fatos pelos relatórios de
combate da Batalha da Jutlândia, como os casos do "Moltke".
Os navios construídos para a Segunda Guerra Mundial passaram, então, a observar uma
série de requisitos, com o propósito de aumentar ao máximo sua capacidade para resistir às
avarias. Paralelamente, foi organizado o efetivo serviço de controle de avarias, em moldes
semelhantes ao atual. Entre alguns dos muitos exemplos que corroboram na demonstração da
real eficiência de controle de avarias, temos os do Navio-Aeródromo "USS Franklin" e do
Encouraçado "Bismarck"(alemão).
O "Franklin" foi atingido no Pacífico, em março de 1944, por duas bombas lançadas por
avião e que, atravessando o convés de voo, foram explodir dentro do hangar. No convés de
voo, encontravam-se 31 aviões abastecidos e municiados com um total de 66 bombas de 250
Kg, 1000 Kg de bombas de emprego geral, foguetes, munição de metralhadora e 17000 galões
de gasolina. No hangar encontravam-se 22 aviões, em sua maioria abastecidos e alguns,
municiados.
Para cumprir essa missão, possui uma série de atribuições, como: planejar, preparar,
supervisionar e executar as fainas específicas do CAv antes e após a ocorrência do sinistro.
As atribuições são classificadas em medidas preliminares e medidas pós-avarias.
a) Medidas preliminares
Medidas preliminares são adotadas no porto, antes de suspender, antes de entrar em
zona de mau tempo e, principalmente, antes do combate.
Essas medidas são:
• fiscalizar o cumprimento da condição de fechamento do material em todo o navio, bem
como zelar pela sua manutenção;
• manter os recursos de CAv nas melhores condições possíveis;
• manter a estabilidade e a reserva de flutuabilidade do navio;
• manter o adestramento das equipes, bem como fazer cumprir a manutenção planejada
do material de CAv;
• reduzir os riscos de incêndio;
• conservar e distribuir os equipamentos de emergência.
Obs.: Costuma–se afirmar que 90% dos serviços de CAv são executados antes de o
navio entrar em ação.
b) Medidas pós-avarias.
São as medidas adotadas para localizar avarias sofridas, bem como para corrigi-las ou
reduzir os efeitos indesejáveis, delas decorrentes. Esses cuidados são:
• combater incêndios;
• controlar alagamentos
• recuperar a estanqueidade e a flutuabilidade, por meio de reparos de emergência na
estrutura e/ou nos sistemas avariados;
Da mesma forma que para haver combustão são necessários quatro elementos bem
definidos (TETRAEDRO DO FOGO - combustível, comburente, temperatura de ignição e reação
em cadeia), para se controlar qualquer avaria de maneira eficiente e segura são necessários
quatro requisitos.
Os ditos Requisitos Mínimos para o Controle de Avarias são: Organização, Instrução,
Adestramento e Preparação do Material.
1.3.1 – Organização - Para se controlar qualquer avaria é imprescindível que cada militar
conheça seu papel dentro de uma estrutura de Comando e Controle. A organização dentro do
Controle de Avarias compreende atribuir responsabilidades previamente aos militares
envolvidos e combinar essas responsabilidades em prol de um objetivo comum - Prioridade do
Comando. Para que o processo funcione, essas responsabilidades precisam estar bem
definidas por meio de normas, regras ou ordens. A distribuição prévia das tarefas atribuídas a
cada membro dentro de uma estrutura de comando e controle é definida na Tabela Mestra do
navio.
1.3.2 – Instrução - Uma vez que as funções estão definidas, ou seja, o navio está organizado,
os militares precisam ser instruídos de como desempenhar as tarefas inerentes a cada função.
Isso normalmente acontece em Centros de Instrução e Adestramento por meio de cursos
específicos, e também por meio de aulas dadas a bordo por militares mais experientes e até
mesmo especialistas em determinados assuntos.
1.3.3 – Adestramento - A publicação COMOPNAV-300 (Manual de Adestramento) define
adestramento como “toda atividade destinada a exercitar o homem, quer individualmente,
quer em equipe, quer em conjunto, desenvolvendo-lhe, por meio de exercícios progressivos e
continuados, a habilidade para o desempenho eficiente e eficaz de tarefas, para as quais já
Cada equipamento de bordo tem um “dono”, responsável pela sua manutenção. Este
papel é desempenhado pelo Encarregado da Divisão a que o material está alocado.
Normalmente é no Livro de CAv dos navios que esse detalhamento é feito.
Todo pessoal que for exposto à radiação deverá ser descontaminado, antes de entrar
nas cidadelas, pois suas roupas, cabelos e pele podem ter sido contaminados. Aqueles que
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tiverem sido contaminados internamente, por terem inalado, ingerido ou recebido em seu
corpo, de qualquer outra forma, material radioativo, devem, imediatamente, receber
cuidados médicos. A descontaminação adequada do pessoal pode ser efetuada pelo uso de
compartimentos designados para lavagem ou os próprios chuveiros. Os equipamentos
utilizados pela turma de descontaminação permanecerão fora da cidadela.
Fig. 1.4 - Organograma do Controle de Avarias em Postos de Combate nas Fragatas Classe “Greenhalgh
d) Encarregado de Divisão
É atribuição dos Encarregados de Divisão a adoção de medidas preventivas, em suas
áreas de responsabilidade, tais como a manutenção da estanqueidade à água e aos gases, a
prevenção de incêndios, a peação do material e a manutenção dos equipamentos de
emergência. Para alcançar esses propósitos, os Encarregados de Divisão deverão assegurar-se
I) manter uma patrulha contínua e irregular em todo o navio de acordo com uma lista
de verificação;
1.5 - FLUTUABILIDADE
Dentre as diversas tarefas atribuídas ao CAv, uma das mais importantes é a
manutenção da estabilidade e da flutuabilidade do navio. Navios que, por qualquer motivo,
venham a perder umas destas duas características (estabilidade e flutuabilidade),
fatalmente, afundarão ou emborcarão.
1.5.1 - Princípio da Flutuabilidade
As duas condições básicas para que um navio se mantenha na superfície, em equilíbrio
estável, são a flutuabilidade positiva e a estabilidade.
1.6 – ESTABILIDADE
É a tendência que tem um navio de resistir às causas perturbadoras que tendem a
modificar sua posição normal de equilíbrio.
Para o estudo da estabilidade, as seguintes definições fazem-se necessárias:
- Calado - É a distância vertical entre o plano de flutuação e a linha de fundo da quilha.
- Borda livre - É a distância vertical entre o plano de flutuação e o plano do convés
principal.
- Pontal - É a distância vertical, medida sobre o plano diametral e a meia-nau, entre o
convés principal e a linha de fundo da quilha.
- Reserva de flutuabilidade - É o volume da parte estanque do casco, acima do plano da
linha d'água.
- Centro de carena - O centro de carena (B) é o centro geométrico das obras vivas do
navio. Como tal, tem sua posição alterada em relação à geometria do casco, conforme haja
variação da posição desse casco em relação à água. Com o navio jogando, o ponto B está em
constante movimento.
- Deslocamento - O deslocamento (W) é o peso do volume d'água deslocada pelas obras
vivas (igual ao peso do navio).
1.6.2 Estabilidade Transversal – é a tendência que tem o navio em manter sua posição direita,
quando afastado da mesma no sentido transversal, pela ação de uma força externa. É aquela
que se verifica de bordo a bordo (BB, BE).
Quando o calado AV é maior que o calado de RE, diz-se que o navio está ABICADO.
Os líquidos que o navio normalmente transporta, bem como a água que invade seus
compartimentos, quando de um eventual alagamento, podem causar dois efeitos que sempre
reduzem a estabilidade.
- Efeito de Superfície Livre -É o efeito causado pelo líquido, que corre de um bordo
para outro, acompanhando o balanço do navio, toda vez que o tanque ou compartimento que
o contém não esteja completamente cheio;
- Efeito de Água Aberta - É devido à entrada e saída de água, por força do balanço do
navio, através de rombo nas obras vivas.
1.6.5- Manutenção da Estabilidade e da Flutuabilidade
Após o navio ter sofrido avarias, que afetam sua estabilidade e flutuabilidade, algumas
medidas corretivas só poderão ser tomadas mediante avaliação mais detalhada da situação; o
pleno funcionamento da navio dependerá da rapidez com que se iniciarem as ações corretivas.
O Oficial de CAv deverá conhecer perfeitamente os efeitos das diversas medidas corretivas
aplicáveis à manutenção da estabilidade, em geral, e recuperação da reserva de flutuabilidade.
As medidas corretivas, que terão por finalidade levar o navio, tanto quanto possível, às
suas condições normais, podem ser assim resumidas:
- determinação e limitação do alagamento;
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- eliminação da superfície livre (incluindo-se a remoção da água embarcada em
consequência do alagamento);
- remoção de pesos (incluindo-se a remoção de água embarcada em
consequência do alagamento);
- transferência de pesos (normalmente transferência de líquidos);
- adição de pesos.
1.7 - ESTANQUEIDADE
Todo navio de guerra é subdividido pelos conveses e anteparas, tanto acima, como
abaixo da linha d'água, com um grande número de compartimentos estanques. Quanto maior
for esta subdivisão, tanto mais resistência oferecerá o navio à progressão de alagamentos e,
consequentemente, ao afundamento.
Chamamos de estanqueidade a capacidade da embarcação de manter o mar no seu
exterior (que ele não possa entrar pelo casco, pelo convés ou pelos aparelhos de fechamento)
e de manter os líquidos em seus locais adequados, no interior do navio.
e) Estanqueidade às Chamas
É a que não permite nenhuma passagem de chamas. As aberturas existentes recebem
telas com malha de dimensão máxima igual a 1/100 da polegada. É exigida onde se deseja
impedir a propagação das chamas que possam normalmente existir nesses compartimentos,
em virtude dos trabalhos ali realizados, e onde é guardado material inflamável, como pólvora
em paióis de munições.
Em geral, os compartimentos relacionados para esse tipo de teste são os que não
podem ser submetidos à prova de pressão de ar, em virtude de aberturas permanentes
existentes na parte superior, como em algumas praças de máquinas, paiol da amarra, praças
de manobra de munição, etc.
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III) Teste de Ar: Quando um compartimento não se destina a receber água ou óleo, e
não possui aberturas permanentes para a atmosfera, o Teste de Ar passa a ser o único
processo praticável para determinar seu grau de estanqueidade à água. Para isto, o
compartimento deve ser fechado completamente, e submetido à pressão de ar. A queda de
pressão, verificada em um determinado intervalo de tempo (normalmente, dez minutos),
fornece um elemento de comparação com o grau de estanqueidade à água.
Cada compartimento que consta da lista do plano de teste deverá ser testado pelo
menos uma vez a cada dezoito meses, dividindo-se normalmente os compartimentos do navio
em seis grupos e testando um a cada três meses.
1.7.3 - Manutenção da Estanqueidade
Toda a tripulação deverá ter uma doutrina consciente quanto à importância da
manutenção da estanqueidade. O trabalho é essencialmente contínuo e encerra fatores
invisíveis que só aparecerão quando o navio for avariado. Constitui boa norma que,
semestralmente, uma comissão designada pelo próprio Comandante realize uma inspeção
geral. Os seguintes pontos deverão ser atentamente observados:
- duplos fundos;
- anteparas das praças de máquinas e caldeiras;
- linha d’água; e
- anteparas de tanques.
b) Escotilhas
c) Escotilhões
São aberturas circulares ou elípticas, destinadas aos serviços de paióis ou praças de
máquinas. Aberturas feitas no mesmo piso.
As avarias mais frequentes nas vias de acesso são fontes potenciais para a perda da
estanqueidade. Citaremos algumas dessas avarias e a seguir serão detalhados alguns cuidados
especiais para conservação dessas partes.
1.8.4.1 - Juntas de borracha de acessórios estanques
A fim de estabelecer a vedação em portas, escotilhas, escotilhões, tampas e vigias,
são instaladas juntas de borracha cujo aperto é dado por grampos.
As principais causas de avaria das juntas de borracha são: a exposição ao óleo, graxa,
calor ou o recebimento de camada de tinta.
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Essas juntas deverão ser prontamente substituídas quando apresentarem falhas ou
ficarem ressecadas pela ação do tempo. Especial atenção deverá ser dada às juntas dos
compartimentos de máquinas.
1.8.4.2 - Diamantes e superfície de vedação
Essas partes poderão ser avariadas pela pancada de objetos pesados quando
descuidadamente transportados através de portas, escotilhas, etc., devendo a guarnição ser
treinada para executar essas fainas sem prejudicar a estanqueidade do navio.
1.8.4.3 - Eixos dos grampos de acessórios estanques
Um ponto comum de vazamento é através da passagem do grampo pelas antepara ou
acessórios estanques. Há um engaxetamento para cada grampo, o qual está sujeito a se
avariar, afrouxar ou mesmo sair da caixa de gaxetas. Deve-se inspecionar frequentemente
esses pontos, substituindo o engaxetamento quando necessário.
1.8.4.4 - Portas e escotilhas
Para que uma porta ou escotilha fique estanque ao ser fechada, seu diamante deverá
ficar bem centrado na junta e exercer pressão em toda a volta. Para que isso se verifique é
necessário que a porta ou escotilha esteja corretamente assentada em seus gonzos.
O diamante deverá estar perfeitamente desempenado, a guarnição da junta bem
aparafusada e os grampos ajustados de maneira a exercerem pressão igual em todas as
cunhas, quando fechados.
Os grampos, parafusos, porcas, gonzos, contrapinos e outras partes das portas, escoti-
lhões, vigias, portas de visita, dos quais depende a estanqueidade do navio, não deverão ser
nunca removidos, a não ser para reparo ou ajustagem, e mesmo assim, um de cada vez.
IV) Convés superior - é o convés interrompido, logo acima do principal, a meio navio,
que se estende de borda a borda e recebe o chapeamento dos bordos.
b) Numeração Sequencial
A numeração de compartimentos começa na sua parte de vante, continuando
ininterruptamente para ré.
Quando se trata de um compartimento lateral, que não vai de borda a borda, os de BE
recebem número ímpar e, os de BB, par.
O número de vias de acesso é dividido em duas ou três partes, separadas por traços
de união. A primeira parte corresponde ao pavimento, no qual está situada a via de acesso.
A segunda parte corresponde ao número da caverna, na altura da qual se encontra a
dobradiça da porta, escotilha, porta de visita ou agulheiro de escape.
No caso de não corresponder a nenhuma caverna, recebe o número da que fica
imediatamente AV. A última parte do número da via de acesso indica o bordo em que esta
se localiza a BB pares e a BE ímpares. Se não houver outra via de acesso no pavimento e
Caverna definidos pelas duas primeiras partes, essa indicação do bordo poderá ser omitida.
b) Numeração de Válvulas
Visando a facilitar os serviços de controle de avarias e suprir outras quaisquer
necessidades de referência usa-se identificações numéricas nas válvulas e nos sistemas de
manobra a distância dos sistemas de redes de bordo.
As inscrições, para identificação das válvulas e acessórios seguem, geralmente, as
seguintes disposições:
1º - Função do acessório;
2º - O compartimento servido;
3º - O número do acessório.
O número de acessório obedece a critério semelhante ao que já foi visto para
numeração das portas, ou seja, compõe-se de números separados por um traço de união,
em que o primeiro deles indica o pavimento; o segundo, a Caverna, na altura da qual se
encontra a válvula, e o terceiro, se necessário, estabelece o bordo, em que a válvula se
situa.
Exemplo: 1
Esta placa indica uma válvula de aspiração do tanque de óleo combustível 5-60-0-F
(local de difícil acesso), cuja válvula é normalmente manobrada de uma estação situada no 3º
piso, próxima à Caverna 76 é a segunda válvula nesta caverna à BE.
Esta placa indica um local de manobra para alagamento do paiol de munição 4-35-2- M,
cuja válvula está localizada no quarto piso na altura da caverna 37, à BB.
Esta chapa indica a tomada de incêndio, situada no terceiro piso, na altura da caverna
40, à BE. A chapa indica, também, que a tomada de incêndio é isolada por uma válvula de
interceptação, situada no quinto piso na altura da caverna 46.
1.9.2.3 - Numeração inglesa
Método inglês de numeração usado nas fragatas da classe Greenhalgh refere-se a
todos os compartimentos estanques à água e aos gases, vias de acesso, passagens verticais
etc.
a) Base do Sistema de Numeração
Os conveses dividem o navio horizontalmente, do convés principal para baixo e nas
superestruturas. Anteparas transversais principais, estanques, dividem o navio em seções
principais. Outras anteparas, inclusive as longitudinais, podem ainda subdividir estas seções
principais. Por conveniência, uma antepara transversal principal é considerada contínua até a
parte mais alta do navio, mesmo que ela termine num convés mais abaixo. Da mesma forma,
os conveses são considerados como contínuos em todo o navio, mesmo sendo parciais.
b) Compartimentos e Acessórios
A unidade básica desse sistema de numeração é o compartimento. Portas,
escotilhões, agulheiros e outros acessórios são identificados pela localização do
compartimento em que estão localizados ou a que dão acesso. A marcação do
compartimento é definida pela combinação de letras e números:
c) Componente vertical: um número que identifica o convés onde o compartimento
está situado;
e) Conveses
Os conveses são numerados, consecutivamente, do convés principal para baixo,
começando com o convés principal, que é o convés 1. Conveses acima do convés principal
são numerados 01, 02 e assim por diante, consecutivamente, para cima.
f) Seções Transversais
As seções transversais principais, formadas pelas anteparas estanques principais são
designadas pelas letras A, B, C e assim por diante, de vante para ré. As letras I e O foram
omitidas para não causarem confusões com os números de conveses.
g) Subdivisões de Vante para Ré
Aos compartimentos estanques, formados por anteparas transversais dentro de cada
seção, são acrescentados os sufixos A, B ou C começando-se por vante, ou Z, Y ou X
começando-se por ré. No caso de existir um número ímpar de compartimentos estanques
dentro de uma seção, é dada preferência à utilização das letras das duas extremidades do
alfabeto: ABC YZ, ABZ, ABCD e XYZ .
Exemplo:
Compartimento – A 0123
A - seção do navio
01 - numeração do convés
2 - posição do compartimento (segundo compartimento da seção contado da proa para
popa)
3 - posição do compartimento em relação
Para tal fim, são adotadas três condições básicas de fechamento do material (XRAY,
YANKEE e ZULU), acrescidas de três variantes (YANKEE MODIFICADA, ZULU MODIFICADA e
ZULU NBQR).
As diversas condições de prontidão para a ação são determinadas pela Organização de
Combate e pela Organização Interna Administrativa para cada classe de navio.
Não há correspondência rígida entre as condições de fechamento do material e as de
prontidão, exceto em alguns casos. Não seria lógico, por exemplo, um elevado grau de
prontidão, sem que a máxima estanqueidade à água fosse estabelecida.
A condição de fechamento do material refere-se ao grau de acesso e ao sistema de
fechamento utilizado, para limitar a extensão da avaria no navio. O fechamento será
determinado pelo Comandante, baseado no conhecimento da situação existente e
antecipando-se aos próprios eventos. A fim de facilitar o estabelecimento da condição de
fechamento do material determinada, a bordo, todos os acessórios estanques são
classificados com as letras X, Y, Z, ou W, sozinhas ou com um sinal envolvente.
d) Condição ZULU
Provê o mais alto grau de estanqueidade e segregação no navio. É estabelecida,
quando se deseja obter a máxima prontidão para os sistemas de sobrevivência do navio.
A condição ZULU é estabelecida nos seguintes casos:
- quando é tocado postos de combate, imediata e automaticamente;
- quando entrando e saindo do porto em tempo de guerra;
- para localizar avarias, controlar incêndios e alagamento, quando a tripulação
não está em postos de combate;
- quando o Comandante desejar a capacidade máxima de sobrevivência do navio.
Quando a condição ZULU é estabelecida, todos os acessórios marcados com X, Y e Z são
fechados.
e) Condição ZULU Modificada
É uma variante da condição ZULU, que possibilita um maior grau de sobrevivência do
que a condição YANKEE. Essa condição é menos restrita que a condição ZULU e permite um
melhor acompanhamento dos requisitos operacionais dos equipamentos.
A condição ZULU modificada pode ser empregada nas seguintes situações:
- reabastecimento no mar;
- entrada e saída de porto em tempo de paz;
- reabastecimento vertical;
- operações aéreas;
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- operações anfíbias;
- trânsito em área de perigo à navegação.
A condição ZULU admite ainda, como variante a Condição ZULU-NBQR, prover o mais
alto grau de estanqueidade e segregação no navio. É estabelecida quando se deseja obter a
máxima prontidão para os sistemas de sobrevivência do navio. Destina-se a prover maior grau
de proteção contra contaminação nuclear, biológica ou química. Nessa situação, serão
fechados os acessórios classificados com R e W envolvidos por um círculo.
1.11.2.2– Classificação do material estanque
a) X (marcada com X preto)
É aplicada aos acessórios estanques, que devem estar sempre fechados, em qualquer
condição. Esses acessórios somente poderão ser abertos em ocasiões de reparo, saída ou
entrada de material, limpeza etc., isto é, quando a sua abertura se tornar necessária, durante
pequenos espaços de tempo. Caso possível, em compartimentos limitados por portas ou
escotilhas classificadas com X, não devem existir acessórios com outra classificação. Se esse
procedimento se tornar inevitável, o fato deverá ser claramente indicado por uma informação
na própria porta ou na antepara vizinha: acessório “Y” ou “Z”, no interior, conforme o caso.
b) Cores:
- Cor encarnada – O acessório estanque deverá ser mantido fechado, só sendo
permitida a sua abertura mediante autorização da ECCAv.
- Cor amarela – O acessório estanque deverá estar fechado, sendo autorizada a
passagem sem permissão da ECCAv; porém, o mesmo deverá ser fechado logo após a
passagem do militar.
- Cor verde – O acessório poderá estar aberto ou fechado.
Exemplo: o quadro abaixo está fixado no acesso a uma porta estanque. O militar olhando para
o quadro, ciente da condição de fechamento do material em vigor no navio, adotará o
seguinte procedimento após passar pelo acessório.
- Postos de Combate – Nº1 em um campo vermelho indica que o acessório
deverá permanecer fechado só sendo permitida a abertura com autorização da ECCAV.
1.12 - BUJONAMENTO
O modo mais simples de tamponar um pequeno rombo consiste na introdução de um
único bujão de madeira macia. Esse sistema é satisfatório para rombos de até oito
centímetros de diâmetro.
Os bujões são de forma cônica ou piramidal e podem ser utilizados também em
combinação de dois ou mais juntamente com cunhas, de modo que se obtenha melhor
adaptação aos rombos de formato irregular. Os bujões não devem ser pintados para que
melhor absorva água, o que facilita a fixação.
1.13 – TAMPONAMENTO
Consiste nas obstruções provisórias, parciais ou totais de furos, rombos ou frestas,
resultantes de avarias no costado do navio ou em suas anteparas, por onde se verifique
passagem d’água.
Dificilmente um tamponamento será perfeitamente estanque, porém ele será
satisfatório, se limitar a passagem d’água, ao menos, a uma quantidade compatível com a
capacidade de esgoto disponível a bordo. Atingindo este propósito inicial, poderá o
tamponamento ser aprimorado, visando à maior vedação. Os dois exemplos mostrados, na
figura, a seguir, permitem visualizar o efeito do bujonamento para redução do volume d’água
embarcado por furos no costado
Os rombos produzidos nas chapas do navio podem ter todos os tamanhos e formas.
São várias vezes maiores que os projéteis que os produziram e dificilmente são
circulares.
O tamponamento é mais facilmente realizado de dentro para fora do navio, porém
apresenta dificuldade para boa vedação, quando o furo tem as bordas reviradas para dentro,
É conveniente utilizar uma lona ou cobertor, por fora do colchão, para proteção contra
as bordas afiadas da chapa.
Fig. 1.49 - Tamponamento aplicado externamente e fixado por grampos tipo “J”
Pode ser fixado por escoramento e posteriormente por cantoneiras soldadas. Seu
emprego é útil, quando as bordas do rombo são muito irregulares, porém a área onde o
caixote assenta deve ser plana. Como material de vedação, pode receber uma junta de
borracha, lona ou papelão nas bordas ou mesmo um travesseiro. Cóferdãs são caixas
construídas de chapas metálicas ou tábuas, previamente preparadas, que têm por finalidade
tamponar grandes rombos ou permitir o acesso a compartimentos alagados evitando a
propagação do alagamento. Os cóferdãs para tamponamento são, na verdade, versões, em
maior porte, das caixas para tamponamento.
1.14– ESCORAMENTO
São processos pelos quais anteparas e pisos recebem reforços que permitem suportar
cargas superiores à sua capacidade, pela distribuição desses esforços por outras partes da
estrutura. São especialmente empregados em casos de avaria, quando esses pisos e
anteparas podem ficar sujeitos a cargas anormais ou enfraquecidos, em função da própria
avaria. Podem, também, receber escoramento para as portas e escotilhas enfraquecidas. As
principais peças componentes de qualquer escoramento são: escoras, contra escoras, cunhas
e soleiras.
Podem ser metálicas ou de madeira, sendo a madeira o material mais empregado a
bordo.
a) Escoras de Madeira
b) Contra escoras
As especificações são as mesmas das escoras. Na verdade, a diferença de
denominação é função exclusivamente do emprego que a peça de madeira terá na
composição do escoramento.
c) Cunhas
Devem ser de madeira macia, de preferência Pinho-do-paraná ou Cedro Rosa. Devem
ser deixadas ásperas e sem pintura. Uma cunha sem pintura absorverá a água e se fixará
melhor. As cunhas deverão ter aproximadamente a mesma largura das escoras com as quais
serão usadas.
Elas poderão ser feitas com vários ângulos de inclinação, mas as inclinadas demais
não se fixam bem. Admite-se, como regra geral, que uma boa cunha deva ter o comprimento
de cerca de 6 vezes a sua espessura.
Fig. 1.56 - Blocos de madeira presos à soleira para evitar que as cunhas desandem
e) Escoras metálicas
Escoras metálicas articuladas são usadas para suportar cargas mais pesadas; são
bastante utilizadas em tamponamento. A utilização de perfis de aço em escoramento não é
muito comum, devido à necessidade de utilização de ferramentas e equipamentos especiais
para o trabalho com metais, ferramentas estas nem sempre disponíveis, especialmente após
avarias graves, como aquelas que dependem de energia elétrica ou ar comprimido para
funcionamento.
f) Tipos de Escoramentos
I) Escoramento tipo “K”
Não há uma regra rígida que determine quando se deva ou não proceder o
escoramento de uma antepara. A única regra a seguir será o bom-senso após a observação das
condições em que se encontra o local avariado. A figura (1.59) a seguir, mostra o escoramento
em antepara e porta estanque. O escoramento nesses locais geralmente têm a forma de um K.
A figura (1.60) abaixo mostra escoramentos de piso teto e escotilha. Esses tipos de
escoramento tomam a forma da letra “T”.
1.15– PERCINTAGEM
Compreende o reparo provisório em canalizações perfuradas ou rachadas,
especialmente aquelas que trabalham com fluidos em baixas e médias pressões. Em redes
que operam com pressões acima de 300 Libras/pol 2, a vedação por percintagem não é
aconselhável, podendo ocorrer o rompimento do serviço realizado.
Não devem receber percintas as redes de vapor principal e vapor auxiliar de alta
pressão, em face dos riscos envolvidos. De modo geral, dois métodos de percintagem são
utilizados (mecânica e a plástica).
1.15.1– Percinta Mecânica
O material deve possuir condição de resistir à ação química e mecânica de fluido que
circula na rede, além de ajustar-se bem à superfície externa das canalizações, de forma a
prover boa vedação. Assim, é considerado adequado que cada reparo de CAv possua, para
esse fim, cerca de meio metro quadrado de borracha em lençol, do tipo resistente ao óleo,
nas espessuras de 1/16”, 1/8”, 3/16” e 1/4". Esse material poderá ser empregado em
praticamente todas as redes de bordo, até cerca de 100 ºC de temperatura. Para as redes de
vapor, é mais indicado o papelão de amianto, nas espessuras de 1/16” e 1/8”.
As figuras abaixo apresentam uma percintagem elementar de pequena resistência
aplicável às redes de baixa pressão. Percinta mecânica fraca aplicável às redes de baixa
pressão de até 1 0 0 Libras/pol2”.
Percinta mecânica forte aplicável às redes de até 150libras/pol2 e até cerca de100 ºC
de temperatura.
CAPÍTULO 2
COMBATE A INCÊNDIO
2.0 - PROPÓSITOS
Os propósitos do combate a incêndio (CBINC) são:
– proteção do pessoal contra os efeitos do fogo e da fumaça; e
– limitação, controle e redução de danos materiais causados por incêndios a bordo, em
tempo de paz ou de guerra, utilizando os recursos disponíveis pelo navio.
Para que esses propósitos sejam alcançados é necessário que cada membro da tripulação
tenha conhecimento suficiente sobre os assuntos a seguir:
2.1 - A COMBUSTÃO
Há fogo quando há combustão, que é definida como uma reação química de oxidação, na
qual uma substância combustível reage com o comburente, ativada pelo calor (elevação de
temperatura), com desprendimento de energia luminosa, calor e gases combustíveis.
2.1.1 - Elementos da combustão
a) Combustível – É toda a substância capaz de queimar e alimentar a combustão
(madeira, papel, pano, estopa, tinta, alguns metais etc). É o elemento que serve de campo de
propagação ao fogo.
Dentre as diversas classificações que podemos atribuir aos combustíveis, interessam ao
nosso estudo as seguintes:
I) Quanto ao estado físico:
- Sólidos (carvão, madeira, pólvora etc.);
- Líquidos (gasolina, álcool, éter, óleo de linhaça etc.); e
- Gasosos (metano, etano, etileno, butano etc.).
II) Quanto à volatilidade:
- Voláteis - são os combustíveis que, nas condições normais de temperatura e
pressão, desprendem vapores capazes de se inflamarem (álcool, éter, benzina etc.) e
- Não voláteis - são os combustíveis que desprendem vapores inflamáveis após
aquecimento acima da temperatura ambiente (óleo combustível, óleos lubrificantes, óleo de
linhaça etc.), considerando as condições normais de pressão.
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Como exemplo: uma barra de aço exigirá muito calor para queimar; mas, se transformada
em palha de aço, queimará com facilidade. Assim sendo, quanto maior a fragmentação do
material, maior será a velocidade da combustão.
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inflamáveis é mais leve que a água e, portanto, flutua sobre esta. Os líquidos combustíveis
recebem identificações em seus recipientes.
Para o gás queimar, há necessidade de que esteja em uma mistura ideal com o ar
atmosférico, portanto, se estiver numa concentração fora de determinados limites, não queimará.
OSTENSIVO - 2- 3 - REV.4
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Cada gás, ou vapor, tem seus limites próprios. Por exemplo, se num ambiente há menos de
1,4% ou mais de 7,6% de vapor de gasolina, não haverá combustão, pois a concentração de vapor
de gasolina, nesse local, está fora do que se chama de mistura ideal, ou limites de inflamabilidade,
isto é, ou a concentração desse vapor é inferior ou é superior aos limites de inflamabilidade. A
tabela a seguir, mostra os limites de inflamabilidade de alguns gases.
TABELA DE INFLAMABILIDADE
CONCENTRAÇÃO
COMBUSTÍVEIS
LIMITE INFERIOR LIMITE SUPERIOR
Metano 1,4% 7,6%
Propano 5% 17%
Hidrogênio 4% 75%
Acetileno 2% 85%
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suficiente para manter a combustão. A chama aparece, porém logo se extingue, não mantendo a
combustão.
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2.3.2 - Combustão Incompleta - é aquela em que a queima produz calor e pouca ou nenhuma
chama, e se processa em ambiente pobre em oxigênio.
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2.3.4 -Explosão - é a queima de gases (ou partículas sólidas), em altíssima velocidade, em locais
confinados, com grande liberação de energia e deslocamento de ar. Combustíveis líquidos, acima
da temperatura de fulgor, liberam gases que podem explodir (num ambiente fechado), na
presença de uma fonte de calor.
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2.4.2 - Condução
É a transmissão de calor que se faz de molécula para molécula através de um movimento
vibratório, que as anima e se comunica de uma para outra. As anteparas e pisos, que limitam os
compartimentos incendiados, atingem temperaturas que ultrapassam a de ignição da maioria das
substâncias encontradas a bordo. É por isso que, quando ocorre um incêndio em um
compartimento, devem ser inspecionados imediatamente os compartimentos adjacentes,
principalmente, os que ficam acima. Todo material existente nesses compartimentos deve ser
retirado ou afastado das anteparas, ao mesmo tempo em que estas devem ser resfriadas, visto
que a própria tinta que reveste se inflama com facilidade.
2.4.3 - Convecção
É o método de transmissão de calor característico dos líquidos e gases. Consiste na
formação de correntes ascendentes, no seio da massa fluida, devido ao fenômeno da dilatação e
consequente perda da porção de fluido mais próximo da fonte calorífica. Porções mais frias
ocupam o lugar mais próximo à fonte calorífica, antes ocupada pelas porções que subiram,
formando-se, assim, o regime contínuo das correntes de convecção. Quanto ao aspecto da
propagação de incêndio, a convecção pode ser responsável pelo alastramento de incêndios a
compartimentos bastante distante, do local de origem do fogo. Em edifícios, esse fenômeno se dá
através do poço dos elevadores ou vão de escadas, atingindo muitos andares acima de onde está
ocorrendo o incêndio, especialmente, onde houver portas ou janelas abertas, que permitem o
escapamento da coluna ascendente de gases aquecidos. A legislação, que rege a construção civil,
determina que as escadas internas de acesso a pavimentos de um prédio sejam isoladas por portas
à prova de fogo, de forma a evitar tais efeitos. Nos navios, essas correntes de convecção ocorrem
OSTENSIVO - 2- 9 - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
através dos dutos de ventilação que, por este motivo, devem ter suas válvulas de interceptação
fechadas nas seções que atravessam a área incendiada. Muitas vezes, quando falta essa
providência, incêndios, aparentemente inexplicáveis, longe do fogo principal, poderão se formar e
inutilizar todo o trabalho de extinção realizado no compartimento de origem do fogo.
2.6 - INCÊNDIO
2.6.1 - A dinâmica do Incêndio
Os incêndios podem ser separados em quatro diferentes estágios: fase inicial, fase de
desenvolvimento, incêndio desenvolvido e fase de queda de intensidade.
2.6.1.1 - Fase inicial
A temperatura média do compartimento ainda não está muito elevada e o fogo está
localizado próximo ao foco do incêndio. Caso não ocorra a extinção do incêndio, poderá ocorrer o
“rollover”, que é o fenômeno no qual os gases da combustão não queimados no incêndio
misturam-se ao ar e se inflamam na parte superior do compartimento, devido à alta temperatura
naquela área (são bolas de fogo que se formam na parte superior do compartimento).
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A teoria do “flashover” foi elaborada pelo cientista britânico P.H. Thomas, nos anos 60, e
foi usada para descrever o crescimento do incêndio até o ponto onde se torna um incêndio
totalmente desenvolvido. A partir do aparecimento do “flashover”, entra-se na fase de incêndio
desenvolvido.
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Um incêndio que tenha sido extinto por ausência de oxigênio como, por exemplo, em um
compartimento estanque, que tenha sido completamente isolado, vapores combustíveis podem
estar presentes. Quando ar fresco é admitido nessa atmosfera rica em vapores combustíveis,
gases explosivos e com temperatura próxima à de ignição, os três elementos do triângulo do fogo
estarão novamente presentes e pode ocorrer uma explosão, fenômeno também conhecido por
“backdraft”.
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2.7.1 - Abafamento
É o primeiro método básico de extinção de incêndios é o abafamento, que consiste em
reduzir a quantidade de oxigênio para baixo do limite de 13%. Pode-se abafar o fogo com uso de
materiais diversos, como areia, terra, cobertores, vapor d’água, espumas, pós, gases especiais etc.
Raciocinando com o triângulo do fogo, isto consiste em afastar o lado referente ao comburente.
Com apenas dois lados (combustível e temperatura de ignição) não há fogo.
Como exceções, estão os materiais que têm oxigênio em sua composição e queimam sem
necessidade do oxigênio do ar, como os peróxidos orgânicos e o fósforo branco. A diminuição do
oxigênio em contato com o combustível vai tornando a combustão mais lenta, até a concentração
de oxigênio chegar próximo de 8%, quando não haverá mais combustão.
2.7.2 - Resfriamento
É o método mais antigo de se apagar incêndios, sendo seu agente extintor universal, a
água. Consiste em reduzirmos a temperatura de um combustível, ou da região onde seus gases
estão concentrados, abaixo da temperatura de ignição, extinguindo o fogo. O resfriamento
consiste em reduzirmos a temperatura de um combustível abaixo da temperatura de ignição ou da
região onde seus vapores estão concentrados, extinguindo o fogo. Cabe ressaltar que, somente
por resfriamento, podem ser extintos os incêndios de combustíveis que tenham comburente em
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OSTENSIVO EMN-011
sua estrutura íntima pólvora, celuloide, metais combustíveis. Esses combustíveis não podem ser
extintos por abafamento.
Raciocinando, novamente com o triângulo do fogo, isso consiste em afastar o lado
referente à temperatura de ignição. Com apenas dois lados (combustível e comburente), não há
fogo.
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2.7.4 - Isolamento
Consiste na retirada do combustível, o que geralmente é utilizado quando não dispomos de
equipamentos adequados para combater o incêndio. Como exemplo, podemos citar o fechamento
de uma válvula de gás ou retirada de material inflamável das proximidades de um foco de
incêndio.
Obs.: Alguns manuais consideram a retirada do material como um método de extinção,
porém consideraremos apenas como um processo de extinção de incêndio, haja vista que se
baseia na retirada do material combustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo,
interrompendo a alimentação da combustão.
2.8 - CLASSIFICAÇÕES DOS INCÊNDIOS E OS AGENTES
A Associação Brasileira de Normas Técnica – ABNT, por meio da NBR 12693, classifica os
incêndios de acordo com os materiais neles envolvidos. Essa classificação é feita para determinar
os agentes extintores adequados para cada tipo de incêndio.
2.8.1 - Incêndio classe “A”
São os que se verificam em materiais fibrosos ou sólidos, que formam brasas e deixam
resíduos. São os incêndios em madeira, papel, tecidos, borracha e na maioria dos plásticos.
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- Método de extinção: Para a sua extinção, são necessários agentes extintores especiais
(pós químicos especiais) que se fundem em contato com o metal combustível, formando uma
espécie de capa que o isola do ar atmosférico, interrompendo a combustão pelo princípio de
abafamento.
2.8.5 - Incêndio classe “K”
São incêndios que se verificam em gordura animal, vegetal e têm sido por muito tempo a
principal causa de incêndios em cozinhas. Sua natureza específica é diferente da maior parte dos
outros incêndios, mesmo aqueles que envolvem outros líquidos inflamáveis como gasolina, óleo
combustível e lubrificante.
- Método de extinção: O agente extintor ideal é o Pó Químico Umedecido, que consiste
numa solução de água com Acetato de Potássio, Carbonato de Potássio, Citrato de Potássio ou
uma combinação destes compostos. A água da composição tem a função de resfriamento do
produto, permitindo que a temperatura permaneça abaixo do ponto de autoignição. Enquanto
isso, através de uma reação de saponificação dos agentes extintores (C2H3KO2; NaHCO3;
C6H5K3O7) com o produto, ocorre a formação de uma camada superficial de espuma que impede
o contato do óleo com o oxigênio do ar.
O jato sólido consiste em um jorro de água, lançado em alta pressão por meio de um
esguicho com orifício circular de descarga. Sob esta forma, a água atinge o material incendiado
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OSTENSIVO EMN-011
com violência e penetra em seu interior. É o meio por excelência para a extinção de incêndios
classe “A”, no qual o material tem de ser bem encharcado de água para garantir a extinção total
do fogo e impedir seu surgimento.
A água, aplicada sob a forma de gotículas, tem sua superfície de contato aumentada com o
material incendiado, propiciando um rápido decréscimo da temperatura no ambiente em que
ocorre o fogo (extinção por resfriamento).
A neblina de alta pode ser utilizada para auxiliar a extinção de incêndios classe “A”,
reduzindo as chamas superficiais e permitindo que as equipes se aproximem mais do foco do
incêndio, o que facilitará sua extinção definitiva com jato sólido. Na ausência de espuma, também
é altamente eficiente na extinção de incêndios classe “B”, onde a aplicação de jato sólido
provocaria um turbilhonamento no seio do líquido inflamado, aumentando o vulto do incêndio.
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2.9.2 - Espuma
Aplicação – É um agente extintor aplicado preferencialmente em incêndios classe “B”, podendo
ser também utilizada em incêndios classe “A”. Usa-se a espuma mecânica, que é a espuma
produzida pelo batimento da água, LGE (líquido gerador de espuma) e ar, através do princípio de
Venturi. A espuma mecânica atua flutuando sobre a superfície do líquido inflamado e isolando-o
da atmosfera.
Espuma Mecânica – Empregada para produção de grandes volumes de espuma por meio de
equipamentos que misturam proporcionalmente o líquido gerador com ar e água. A água
representa aproximadamente 85% (em peso) da composição da espuma, tendo um efeito
secundário na extinção do incêndio. Concluímos então que a espuma extingue o incêndio
principalmente por abafamento e, secundariamente, por resfriamento.
Cuidados:
- Sendo condutora de eletricidade, pode causar acidentes se utilizada contra equipamentos
elétricos energizados;
- Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circuitos elétricos e eletrônicos;
- Alguns tipos possuem propriedades corrosivas sobre diversos materiais; e
- Produz irritação na pele e, principalmente, nos olhos.
2.9.3 - VAPOR
Aplicação:
O vapor de água pode ser utilizado como agente extintor, por abafamento. Evidentemente,
por sua temperatura normalmente elevada, não tem nenhuma ação de resfriamento. Usa-se o
vapor para extinguir incêndios classe “B”, principalmente em porões de praças de caldeiras,
tanques de carga e praças de máquinas de navios a vapor, quando esses incêndios se mostram
OSTENSIVO - 2- 21 - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
insensíveis a outros métodos. O uso de vapor obriga ao isolamento do compartimento, que fica
inoperante.
Cuidados:
- Requer a retirada de todo o pessoal do compartimento.
- Submete todos os equipamentos contidos no compartimento a uma temperatura elevada.
2.9.4 - Gás Carbônico (CO2)
Aplicação - Por ser o CO2 um gás inerte, (gás que não alimenta uma combustão), agindo na
redução do comburente (oxigênio), ele é empregado como agente extintor por abafamento,
criando, ao redor do corpo em chamas, uma atmosfera rica em CO 2 e, por conseguinte, pobre em
Oxigênio. O CO2 é também um gás mau condutor de eletricidade e, por isso, é especialmente
indicado para incêndios classe “C”. O CO 2 é amplamente utilizado em extintores portáteis, sendo
empregado em incêndios das classes “B” e “C”. Cuidados:
- Pode causar acidentes por asfixia quando utilizado em ambientes fechados e sem ventilação.
- Pode causar queimaduras na pele e principalmente nos olhos, se dirigido à curta distância sobre
o pessoal.
2.9.5 - Compostos halogenados Aplicação:
Os compostos halogenados são utilizados atualmente apenas em sistemas fixos. O mais
conhecido e utilizado na Marinha do Brasil é o halon. O Protocolo de Montreal (16/09/87)
identificou o halon como uma das numerosas combinações que requerem limitações de uso e
produção, devido a sua implicação na destruição da camada de ozônio. Uma emenda no Protocolo
original (01/01/94), resultou na proibição de sua produção, sendo adquirido atualmente em
bancos de coleta e usado em meios militares dos países signatários do Protocolo.
Quando liberado, o halon forma uma nuvem de gás, com aspecto incolor, inodoro e
densidade cinco vezes maior que a do ar. Ele extingue o fogo através da quebra da reação em
cadeia, atuando a nível molecular. Na Marinha do Brasil são utilizados dois tipos: o halon 1211 e o
1301.
O halon 1211 (BCF) é o agente ideal para a extinção de incêndios em módulos de motores e
turbinas. O BCF é mais tóxico que o halon 1301, não podendo ser usado em um compartimento
ainda guarnecido.
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- 2.9.7 - Pó químico
a) Pó químico seco Aplicação:
Os pós químicos secos são substâncias constituídas de bicarbonato de sódio, bicarbonato de
potássio ou cloreto de potássio, que, pulverizadas, formam uma nuvem de pó sobre o fogo,
extinguindo-o. O pó químico extingue o fogo através do método de extinção química, pois faz a
quebra da reação em cadeia, atuando a nível molecular e também por abafamento. É empregado
para combate a incêndios em líquidos inflamáveis, (classe “B”) podendo ser utilizado também em
incêndios de equipamentos elétricos energizados (classe “C”). O pó deve receber um tratamento
anti-higroscópico para não umedecer, evitando assim a solidificação no interior do extintor.
Cuidados:
- Os produtos empregados na sua composição são não-tóxicos. Entretanto, a descarga de
grandes quantidades pode causar uma dificuldade temporária de respiração, durante e
imediatamente após a descarga, podendo também interferir seriamente com a visibilidade.
- Exigem recomendações para limpeza.
- Podem dar origem a maus contatos e baixas de isolamento em equipamentos elétricos e
eletrônicos.
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Incêndio
Classe Classe Classe Classe Classe
Agente Extintor Método de extinção
“A” “B” “C” “D” “K”
Água - Jato sólido Eficiente Não Não Não Não Resfriamento (Abafamento)
PQS – MET-LX Não Não Não Eficiente Não Extinção Química (abafamento)
Solução Aquosa de
Não Não Não Não Eficiente Extinção Química (abafamento)
Pó Químico
Fig. 2.32 - Quadro ilustrativo da eficiência dos agentes extintores
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LEGENDAS
1) Mantendo-se uma distância de pelo menos 2 m.
2) Seu uso obriga isolamento do compartimento.
3) Deixará resíduos de difícil remoção.
4) Pode ser corrosivo em superfícies que são afetadas por resíduo alcalino.
5) Propriedades corrosivas moderadas e, quando exposto a umidade, também é ácido.
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Os extintores devem conter uma carga mínima de agente extintor em seu interior,
chamada de unidade extintora e que é especificada na norma NBR 12693 e é obtida por meio de
ensaio prático para definir o mínimo do poder de extinção de um extintor em função do risco e da
natureza do fogo.
a) Extintores de água pressurizada
O propelente (ar comprimido) e o agente extintor são armazenados no cilindro e a
descarga é controlada por meio da válvula de fechamento.
I) Funcionamento
A pressão interna expele a água, quando o gatilho é acionado.
II) Operação
Remover o extintor do suporte, suspendendo-o pela alça inferior. Retirar a seguir o pino de
segurança e pressionar o gatilho, dirigindo o jato para a base das chamas. Depois de extinto o
fogo, dirigir o jato sobre o material ainda incandescente até encharcá-lo.
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CARACTERÍSTICAS
10 litros
Capacidade
(Mistura de água e Líquido Gerador de Espuma)
Aplicação Incêndio Classe “A”e “B”
Alcance mínimo do jato Não aplicável*
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CARACTERÍSTICAS
Capacidade 2, 4, e 6 Kg
Aplicação Incêndio Classe “B” e “C”
Alcance mínimo do jato Não aplicável*
1 a 2 kg – 8 segundos*
Tempo de descarga
4 a 6 kg – 13 segundos*
*De acordo com a Portaria nº5/2011 do INMETRO
Fig. 2.37 - Extintor CO2
I) Funcionamento
O gás é armazenado sob pressão e liberado, quando acionado o gatilho.
II) Operação
Remover o extintor do suporte, suspendendo-o pela alça inferior; retirar, em seguida, o
pino de segurança e pressionar o gatilho para realizar um teste. Levar o extintor para o local do
incêndio, pressionar o gatilho de forma intermitente e efetuar lançamento com o difusor em
movimentos laterais. Em quase todos os tipos de incêndio, a descarga deve ser dirigida para a
base das chamas e, após sua extinção, deve ser mantido o jato para permitir um maior
resfriamento e prevenir o possível reavivamento do fogo.
OSTENSIVO - 2- 29 - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
III) Cuidados - Segurar pelo punho do difusor, quando da operação. Os extintores de dióxido de
carbono, com difusor de metal, não devem ser empregados em incêndios da classe “C”, por
apresentarem o risco de choque elétrico. Quando empregados em ambientes confinados, o operador
deverá fazê-lo com cuidado, a fim de não sofrer os efeitos decorrentes da baixa percentagem de
oxigênio que restará para a respiração. Não podem ser usados em incêndios da classe “D”. São
eficientes contra pequenos incêndios da classe “A”, controlando-os até a chegada de agente indicado
para esse tipo de incêndio.
IV) Manutenção:
- Pesagem - Os extintores portáteis de CO 2 devem ser pesados mensalmente e logo após a recarga,
devendo o registro ser feito em etiqueta própria afixada próxima ao extintor.
- Recarga - O agente deve ser recarregado a cada 12 meses ou ao final da garantia dada pelo
fabricante do extintor, em concordância com da Portaria Nº 5/2011do INMETRO, ou ainda,
quando houver perda superior a 10% da carga nominal declarada.
- Teste Hidrostático – Os extintores portáteis de dióxido de carbono devem passar por teste
hidrostático a cada cinco anos; ou quando for inelegível ou não existir a data da fabricação ou
último teste realizado; ou ainda, quando houver corrosão no recipiente ou em partes que possam
ser submetidas à pressão.
II) Cuidados – Os extintores a pó químico não são efetivos em incêndio classe “D” e podem,
inclusive, causar reações químicas violentas. Somente o pó químico seco especial (exemplo: MET-
L-X) deve ser usado em incêndios classe “D”.
OSTENSIVO - 2- 30 - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
III) Operação – Remover o extintor do suporte, suspendendo-o pela alça inferior. Retirar a
seguir o pino de segurança e pressionar o gatilho para realizar um teste, levar o extintor para o
local do incêndio e pressionar o gatilho. O jato deve ser dirigido sobre as chamas, movimentando-
se o esguicho rapidamente de um lado para outro. Alguns extintores têm alta velocidade na saída
do esguicho e, quando usados em líquidos inflamáveis em camada espessa, devem ser aplicados a
uma distância de 2 a 2,5 m.
IV) Manutenção – O agente extintor deve ser substituído no período máximo definido pelo
fabricante.
CARACTERÍSTICAS
Capacidade 2, 4 e 6 Kg
Aplicação Incêndios Classe “B” e “C”
Alcance do jato Não aplicável*
Tempo de descarga 1 a 2 Kg – 8 segundos*
4 a 6 Kg – 13 segundos*
*De acordo com a Portaria nº5/2011 do INMETRO
Fig. 2.39 - Extintor de pó químico pressurizado
sem deixar falhas. Na medida em que as chamas diminuírem de intensidade, reduzir a pressão no
esguicho e manter o jato sobre a área incendiada.
CARACTERÍSTICAS
Capacidade 6 Kg
Aplicação Incêndios Classe “K” e “C”
Tempo de descarga 90 segundos
Fig. 2.41 - Extintor Classe “K”
OSTENSIVO - 2- 32 - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
OSTENSIVO - 2- 33 - REV.4
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b) Manutenção
Entende-se como manutenção o serviço efetuado no extintor de incêndio, com a finalidade
de manter suas condições originais de operação. O SMP de um extintor é baseado no manual do
fabricante. A manutenção é requerida sempre após a utilização do extintor de ncêndio, quando
indicado por uma inspeção, ou de acordo com a frequência prevista em manual, incluindo
qualquer reparo ou substituição que seja necessário, podendo, ainda, envolver a necessidade de
recarga e/ou ensaio hidrostático.
De acordo com a NBR 12962, a inspeção dos extintores sujeitos a intempéries e/ou
OSTENSIVO - 2- 34 - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
Fig. 2.43 – Representação gráfica de um extintor portátil utilizado em incêndios classe “A”
- Extintores utilizados em incêndios classe “B” são identificados por meio de um quadrado
vermelho, contendo a letra B na cor preta.
Fig. 2.44 – Representação gráfica de um extintor portátil utilizado em incêndios classe “B”
OSTENSIVO - 2- 35 - REV.4
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- Extintores utilizados em incêndios classe “C” são identificados por meio de um círculo azul,
contendo a letra C na cor preta.
Fig. 2.45– Representação gráfica de um extintor portátil utilizado em incêndios classe “C”
- Extintores utilizados em incêndios classe “D” são identificados por meio de uma estrela
amarela de cinco pontas, contendo a letra D na cor preta.
Fig. 2.46 – Representação gráfica de um extintor portátil utilizado em incêndios classe “D”
- Extintores utilizados em incêndios classe “K” são identificados por meio de um quadrado
preto contendo a letra K.
Fig. 2.47 – Representação gráfica de um extintor portátil utilizado em incêndios classe “K”
f) Manobra à distância
É um recurso utilizado, visando tornar as ações mais rápidas.
2.12.2 - Identificação das redes
De acordo com o fim a que se destinam, as várias redes são confeccionadas de diferentes
materiais e se apresentam nos mais variados diâmetros. A menos que a identificação seja óbvia,
todas as redes, independente da pintura, devem ser marcadas com o nome da rede e setas
indicando o fluxo normal do fluído. Essa inscrição deve ficar próxima das válvulas de controle e
deve haver pelo menos uma em cada compartimento, mesmo que nele não exista nenhuma
válvula. Redes que atravessem compartimentos muito grandes devem ser marcadas em dois
locais, junto às anteparas, na entrada e na saída do compartimento.
A marcação das redes de vapor deve incluir a pressão de trabalho e pode ser efetuada por
pintura direta em letra de forma, por rótulos adesivos impressos ou por placas metálicas gravadas
a punção. As redes são pintadas, normalmente, na mesma cor das partes estruturais (piso, teto,
antepara) junto das quais se estendam. As inscrições são em cor preta, a menos que a cor da rede
seja muito escura, quando será utilizada a branca. As tomadas de incêndio (inclusive as de
espuma) e as válvulas das redes de gasolina e querosene de aviação são obrigatoriamente
pintadas com suas cores específicas. A pintura das demais válvulas é facultativa e se aplica quando
julgado conveniente para melhor identificação, como nas praças de máquinas.
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- em navios de guerra, as canalizações e bombas da rede de incêndio ficam localizadas nas partes
mais protegidas do navio, a fim de reduzir o risco de avarias em combate. No convés principal,
procura-se reduzir ao mínimo o número de canalizações horizontais.
Em alguns navios, as tomadas de incêndio podem ter um ralo especial que permite sua
limpeza automática (ralo autolimpante).
Tais ralos têm a descarga com diâmetro igual ao da tomada onde são instalados e são
empregados para a retirada de incrustações diversas que, com a trepidação do navio e os choques
provocados pelas explosões e disparos da artilharia, podem se soltar da rede e obstruir os
esguichos e pulverizadores.
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interior. É vulcanizada em uma capa de fibra. A capa do duto flexível é uma lona, confeccionada de
fibras naturais ou sintéticas, que permite à mangueira suportar alta pressão de trabalho, tração e
as difíceis condições do serviço de combate a incêndio. As juntas de união são fixadas nas
extremidades, e são peças metálicas, que servem para unir seções de mangueiras entre si ou ligá-
las a outros equipamentos hidráulicos.
Algumas mangueiras adotadas na MB são as do tipo lona dupla e se apresentam nos
diâmetros de 1½" e 2½". As seções são de 15,25 m (50 pés) de comprimento, com união macho
em uma extremidade e fêmea na outra. Ao ser feita referência a uma seção de mangueira, fica
estabelecido que se trata do comprimento padrão de 50 pés (15,25 metros). Na MB, existem
mangueiras com as extremidades roscadas, com engate rápido (padrão inglês) e com engate
rápido STORZ.
Fig 2.51 - Extremidade roscada macho fêmea Fig 2.52 - Extremidade engate rápido STORZ
2.12.8.1 - Particularidades:
Manutenção: Todas as mangueiras deverão ser inspecionadas semanalmente, a fim de se
verificar a presença de umidade. Devem ser retiradas dos seus suportes pelo menos uma vez por
mês e novamente colhidas, de modo que as dobras não fiquem no mesmo ponto em que se
encontravam. A parte inferior da mangueira, quando no cabide, deve ficar pelo menos a 15 cm do
piso. Trimestralmente, todas as mangueiras devem ser submetidas a testes de pressão de 1,5
vezes a pressão de trabalho.
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I) Forma de Aduchamento:
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OSTENSIVO EMN-011
suportes para mangueiras, cada uma com duas seções, em geral, somente uma das mangueiras
fica ligada.
2.12.8.3 - Transporte
O transporte da mangueira aduchada deverá ser com a parte metálica voltada para trás e
para baixo e para o correto lançamento deve-se segurar a parte metálica interna da aducha,
pisando na parte externa efetuando-se o lançamento para vante junto ao solo.
2.12.8.4 - Conservação
As mangueiras deverão ser conservadas limpas, não sendo, porém, indicado lavá-las, a não
ser no caso de ficarem sujas de óleo ou graxa (estes produtos atacam a borracha). Nesses casos,
deverão ser lavadas com água doce, escova macia e sabão ou detergente neutro. Não utilizar
escova de arame ou qualquer produto abrasivo. Após a lavagem, as mangueiras deverão ser bem
enxaguadas e postas a secar estendidas, preferencialmente à sombra.
2.12.9 - Acessórios
a) Conexões e reduções
No caso da tomada se localizar em uma das cobertas do navio, torna-se sempre necessário
o emprego da redução especial Y, onde ficarão permanentemente ligadas uma ou duas seções de
1½".
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Mesmo em convés aberto, a manipulação das mangueiras de 2½" sob pressão é bastante
difícil. Elas são mais utilizadas para dar maior extensão a linhas de mangueiras, alimentando duas
outras de 1½" com emprego de uma redução em Y. A redução em “Y” é empregada para o
desdobramento de uma mangueira de 2½" em duas de 1½"; ou para permitir que duas
mangueiras de 1½" sejam conectadas a uma tomada de 2½". Apenas próximo à área sinistrada são
colocadas reduções em “Y” para adaptar linhas de mangueira de 1½". A união dupla fêmea é
utilizada especialmente para unir duas mangueiras ligadas à tomada de incêndio para efeito de
contorno da rede.
Esguicho destinado a prover proteção das turmas de combate ao incêndio com vazão de 45
ton/h, sendo por isso, encontrado apenas na tomada de incêndio dos conveses externos, nos
reparos de CAv e nas portas de acesso às praças de máquinas e nas caixas das Câmeras de Imagem
Térmica (TIC).
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OSTENSIVO EMN-011
ser superior à água na extinção de incêndios da classe “B”, por sua característica de abafamento e
resfriamento.
Para produção de espuma mecânica, na MB, são empregados basicamente dois tipos de
líquido gerador: o mais antigo é tradicionalmente conhecido como “Aerofoam”. O outro, de uso
mais recente e que apresenta algumas vantagens quanto ao desempenho, é o AFFF, que não é
tóxico nem corrosivo, possui maior estabilidade do concentrado em estoque e maior fluidez da
espuma na superfície do líquido em chamas.
A espuma pode ser obtida de várias formas, dependendo do material existente nas
diversas classes de navios. Borrifo de porões, borrifo de teto ou lançamento de espuma usando
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esguichos FB 5X / FB 10X / NPU de modo adequado, são algumas formas de utilizar a espuma,
fazendo a selagem dos vapores combustíveis e prevenindo o ressurgimento do incêndio.
Fig. 2.65 - Esguicho de vazão variável Fig. 2.66 – Esguicho com neblina e jato sólido
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OSTENSIVO EMN-011
também, fazer o duplo papel de misturador e introdutor de ar, utilizando-se um tubo de aspiração
a ele conectado. Neste caso, não se usa o misturador entrelinhas.
2.13.3 - Esguicho FB 5X e FB 10X - Esses equipamentos operam com água da rede de incêndio e
são usados para misturar água e AFFF na correta proporção, bem como provocar a reação da
mistura para produzir espuma mecânica.
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OSTENSIVO EMN-011
a) FB 5X
É um esguicho leve que produz, aproximadamente, 60 galões (230 litros) de espuma por
minuto, com a pressão de 80 psi (6 bar) da rede de incêndio. Para aspiração de AFFF dos
recipientes de 20 litros, acopla-se o tubo de aspiração dotado de engate rápido. O fornecimento
contínuo de espuma com a pressão de 80 psi (6 bar) consome 12 litros do agente por minuto, de
modo que recipientes sobressalentes deverão sempre estar posicionados para pronto uso nas
imediações do incêndio.
b) FB 10X
O esguicho FB 10X (Fig. 6.5) é aplicado nos locais onde se necessita alta produção de
espuma. Este equipamento produz cerca de 120 galões (455 litros) de espuma por minuto. Cada
tomada de incêndio prevista para seu uso deve portar um edutor (tipo entrelinhas) afixado antes
do acoplamento da mangueira. Para produzir uma espuma de qualidade aceitável, a pressão
mínima na rede de incêndio deverá ser de 80 psi. Quando em uso contínuo, esse equipamento
consome aproximadamente 25 litros de AFFF por minuto.
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OSTENSIVO EMN-011
b) Manual Automática
c) Manual
A operação manual é feita diretamente na “cabeça de comando elétrico” montada na
válvula do cilindro. Destravando-se o pino existente na cabeça e atuando a válvula do cilindro,
inicia-se a descarga do gás.
Os sistemas fixos de CO2 são instalados a bordo com a finalidade de saturar a atmosfera no
interior dos compartimentos que apresentam maiores riscos de incêndio. As ampolas de CO 2
empregadas nos sistemas fixos são semelhantes às ampolas dos extintores portáteis. Em geral os
sistemas fixos de CO2 são apresentados a bordo em baterias de dois ou mais cilindros, contendo
35 ou 50 libras de CO2 cada. Em todos os cilindros, o CO2 é carregado à pressão de 850 lb/pol2, à
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b) Descarga direta
O tipo de descarga direta consiste em duas ou mais ampolas que descarregam para uma
canalização que leva o CO2 aos compartimentos protegidos pelo equipamento. Um cabo de arame
vai do mecanismo de disparo das válvulas das ampolas até uma caixa para partida a distância, com
tampa de vidro, localizada fora do compartimento onde se encontram as ampolas. Para
descarregar o CO2, é necessário quebrar o vidro e puxar a alavanca.
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Um sistema muito empregado, tanto a bordo como em instalações de terra, é o que utiliza
os chuveiros automáticos. A rede de borrifo, nesse caso, é mantida sob pressão no compartimento
a proteger. Os chuveiros entram em ação independentemente, quando sensibilizados pelo calor
Fig. 2.75 – Chuveiro automático com elemento sensível tipo ampola de vidro
No instante em que qualquer chuveiro é acionado, o fluxo da água na rede faz soar o
alarme do sistema. Tal sistema tem como vantagens a pronta ação de combate ao fogo, logo em
seu início, e o fato de somente serem utilizados os pulverizadores necessários, o que evita
prejuízos adicionais gerados pelo alagamento generalizado do compartimento. A ação do alarme,
na maior parte das vezes, é informar a necessidade do fechamento da água, visto que o incêndio
propriamente dito já deve ter sido debelado
2.14.5 - Estações geradoras de espuma Locais de grande risco de incêndios classe “B” exigem
recursos de maior vulto para geração de espuma.
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Qualquer detector, quando atuado, faz soar no painel um alarme sonoro, acompanhado de um
alarme visual.
Os sensores existentes podem ser para detecção dos gases da combustão, de chama ou de
aumento de temperatura.
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Maior grau de preparação do CAv, compatível com a maior prontidão para o combate do
navio. Não levam em consideração as condições de habitabilidade do navio. Todas as funções do
CAv estarão guarnecidas.
TABELA DE INFLAMÁVEIS
(NOME DO NAVIO)
LOCALIZAÇÃO DESCRIÇÃO
REVESTIMENTO DO TETO
REVESTIMENTO DAS ANTEPARAS
1) CÂMARA DO SR. COMANDANTE
TAPETE
POLTRONA
REVESTIMENTO DO TETO
REVESTIMENTO DAS ANTEPARAS
2) PRAÇA D’ARMAS TAPETE
POLTRONAS
CORTINA
3) PAIOL DO MESTRE PRANCHAS
4) FAXINARIA 1ª DIVISÃO TOLDOS
REVESTIMENTO DO PISO
5) RANCHO GUARNIÇÃO
BANCOS
6) SECRETARIA ARQUIVOS
7) PAIOL C-312-A TRAVESSEIROS
Fig. 2.78 - Exemplo de Tabela de Inflamáveis
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OSTENSIVO EMN-011
Caso a remoção de algum peso requeira ferramenta especial, tal fato poderá constar na
tabela, na coluna procedimento. As seguintes observações são pertinentes:
a) Não fazer o alijamento de pesos baixos, pois isto iria diminuir a estabilidade do navio,
pela elevação do centro de gravidade e, consequentemente, diminuição do valor do GM.
b) Só haverá eficiente aumento da estabilidade, quando for efetuado um alijamento de
razoáveis proporções.
c) Os pesos deverão ser removidos das linhas de centro do navio ou de ambos os bordos,
quando tiverem igual valor, para evitar que o navio tome alguma banda.
Ao terminar um determinado peso de um dos bordos, proceder a imediata retirada de
outro equivalente de bordo oposto, antes de prosseguir a faina.
d) Quando a estabilidade for crítica, os guindastes e os paus de carga deverão ser utilizados
somente para arrastar os pesos até a borda. Quando um peso é içado do convés e fica suspenso
livremente, seu ponto de aplicação é desviado para o extremo superior do guindaste ou do pau de
carga que o içou. Para efeito de alteração do GM, isso equivale à mudança do peso para o alto do
guindaste ou pau de carga.
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O tempo que um navio avariado leva para afundar depende naturalmente do grau de
estanqueidade restante. Uma boa estanqueidade garantirá ao navio um maior tempo para
afundar, o que virá facilitar o salvamento da sua tripulação. Duas situações podem ocorrer,
quando do abandono do navio:
- Há perigo imediato de afundamento ou emborcamento do navio, não havendo
possibilidade deste ser salvo. Nesta situação, o Comandante dará a ordem de “ABANDONAR O
NAVIO”, que deverá ser divulgada por todos os meios de comunicação disponíveis. Toda a
tripulação deve abandonar o navio imediatamente, procurando, se possível, arriar os recursos de
salvamento, tais como lanchas e balsas. Nessa hora, o pânico será o pior inimigo a vencer.
- Não há perigo imediato de afundamento ou emborcamento e existindo alguma
probabilidade de salvamento do navio. Neste caso, o Comandante determinará, por todos os
meios disponíveis de comunicação: “PREPARAR PARA ABANDONAR O NAVIO – GRUPO DE
SALVAMENTO E DESTRUIÇÃO (GSD), ASSUMIR O CONTROLE DO NAVIO”. O pessoal do GSD
assumirá, então, seus postos, que devem ser os da tabela mestra. Os tripulantes guarnecem
postos, após terem sido rendidos. Na eventualidade de não serem rendidos, qualquer que seja o
motivo, permanecerão guarnecendo o posto e incorporar-se-ão, automaticamente, ao GSD. O
restante da tripulação deverá formar imediatamente em seus postos de abandono e o pessoal
destinado começa a arriar n’água os recursos de abandono.
O Comandante, tendo em vista a evolução da situação, dará a ordem “ABANDONAR O
NAVIO”. As lanchas e balsas serão rapidamente arriadas, nelas embarcando todo o pessoal. A
embarcação destinada ao GSD permanecerá com a bossa passada ao navio (exceto pelo GSD). A
situação poderá ainda evoluir para o abandono do navio pelo GSD ou para o salvamento do navio.
Sendo o afundamento ou emborcamento realmente inevitável, o Comandante dará a
ordem: “GRUPO DE SALVAMENTO E DESTRUIÇÃO, DESTRUIR O NAVIO”.
À medida que os componentes do GSD forem cumprindo os procedimentos de destruir o
navio, darão o pronto ao Comandante e se concentrarão nos seus postos de abandono. O
Comandante, terminada a destruição do navio, dará a ordem: “GRUPO DE SALVAMENTO E
DESTRUIÇÃO, ABANDONAR O NAVIO”.
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OSTENSIVO EMN-011
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OSTENSIVO EMN-011
conduzido para a faina deverá ter função do tipo de avaria a combater. Assim, não tem sentido,
por exemplo, que o GSE conduza material de escoramento, bujonamento e percintagem para uma
faina típica de incêndio. Por outro lado, há uma grande probabilidade de prestação de primeiros
socorros, qualquer que seja o tipo de faina de emergência a enfrentar.
O dimensionamento e a organização dos GSE são as funções da classe do navio. Contudo,
alguns aspectos básicos devem estar presentes em todos eles. Assim, deve existir um detalhe fixo
do GSE para a situação de toda a guarnição a bordo, sendo previsto também um detalhe diário
para cada quarto e divisão de serviço. Em qualquer situação, deverá estar prevista a rendição dos
componentes do GSE, será preferencialmente um oficial cursado em controles de avarias ou, em
sua falta, uma praça cursada em fiel de avarias. Os grupos, ao se deslocarem de bordo, devem
procurar ter comunicações com seu navio, por métodos visuais e/ou radioelétricos, conforme o
equipamento disponível para ser conduzido.
2.16.6 – Colisão
As avarias por colisão são quase sempre graves, por normalmente afetarem as obras vivas,
dando origem a alagamentos. Paralelamente, podem ocorrer incêndios e ruptura de redes. De um
modo geral, as avarias por colisão, bem como as originadas por encalhe, assemelham-se àquelas
provocadas por explosões submarinas, requerendo as mesmas ações, por parte do controle de
avarias do navio.
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OSTENSIVO EMN-011
informações recebidas e dirige os esforços para limitar, isolar e reparar as áreas atingidas,
mantendo o Comando informado do andamento das fainas.
Como a ação da ECCAv depende basicamente das comunicações que recebe, as avarias
devem ser investigadas e comunicadas com a maior rapidez e precisão possível.
Os seguintes princípios básicos para a investigação de avarias devem ser obedecidos:
- deve ser realizada por completo;
- deve ser conduzida cuidadosamente;
- as informações devem ser acuradas; e
- as informações devem ser repetidas para evitar que avarias subsequentes ou progressivas
passem despercebidas.
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OSTENSIVO EMN-011
(incêndio, fumaça, explosão, alagamento etc), deverá informar imediatamente o fato ao passadiço
(portaló, se o navio estiver em regime de porto), pelo meio mais rápido ao seu alcance, citando:
- TIPO DE AVARIA (incêndio, alagamento etc);
- LOCALIZAÇÃO (nº do compartimento, caverna, convés, bordo etc);
- EXTENSÃO DA AVARIA (se conhecida); e
- NOME, POSTO OU GRADUAÇÃO E NÚMERO DO TELEFONE (se usado) DO INFORMANTE.
Há certa tendência, errada, em relegar esta providência a um segundo plano
(especialmente, se a avaria for avaliada como de pequena monta), por um impulso natural de
sanar o problema pessoalmente. Em casos de incêndio, principalmente, tal procedimento envolve
acentuado risco. Qualquer pequeno erro de avaliação poderá transformar um início de incêndio
em um sinistro incontrolável. Aquele que decide, erradamente, vencer sozinho o incêndio
detectado, tem contra si hipóteses perigosas, tais como:
a) encontrar o extintor portátil vazio
b) descobrir que a tomada de incêndio está sem água;
c) iniciar o combate ao que imagina ser um início de incêndio, quando na verdade, já
poderá ser o foco secundário de um incêndio maior, lavrado em outro compartimento; e
d) ferir-se e ficar sem condições de solicitar socorro.
De um modo geral, as avarias podem ser classificadas como:
a) grandes furos nas obras vivas;
b) pequenos furos e rachaduras nas obras vivas;
c) furos nas obras mortas;
d) anteparas furadas, enfraquecidas e torcidas;
e) compartimentos alagados;
f) portas estanques e escotilhas deformadas;
g) cavernas, longarinas ou outras partes estruturais enfraquecidas ou rompidas;
h) conveses enfraquecidos ou rompidos; e
i) redes rompidas, perfuradas ou vazando pelas uniões.
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dentro do macacão e fixado junto ao pescoço pela gola do macacão. Para a proteção básica, é
obrigatório o uso da bota de convés.
b) Roupa de aproximação
Os componentes dos reparos devem estar vestidos com uniforme de combate completo,
inclusive capacetes com lanterna, capuz e luva antiexposição ou luvas para trabalhos pesados,
com exceção dos componentes da Turma de Suporte “B”, que devem estar vestidos com roupas
de aproximação tipo “Fearnought” inglesa ou “FFE-Firefighting Coverall” americana.
Fig. 2.81 - Roupa de aproximação tipo “Fearnought” Fig. 2.82 - Roupa de aproximação tipo “Firefighting”
O uso da roupa de aproximação protege o pessoal, permitindo um ataque eficaz, por um
tempo maior. As botas de borracha com proteção de aço e cano alto são de elevada necessidade,
além do uso de luvas resistentes à alta temperatura (luvas de CBINC) e capacetes com lanterna,
tipo mineiro. Relembra-se que o uso da roupa de aproximação não dispensa o uso do macacão
operativo por baixo.
c) Roupas de Penetração
As roupas de penetração são usadas nas fainas de combate a incêndio em situações em
que haja contato direto com as chamas ou altas temperaturas. As roupas aluminizadas devem ser
vestidas sobre o macacão. São compostas por calças, paletós, botas, luvas e capuz com visor.
Modernamente, roupas de lã de vidro e aluminizadas estão substituindo as roupas de amianto. A
superfície aluminizada reduz a absorção do calor radiante.
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OSTENSIVO EMN-011
Porcentagem de O2 no ar
Efeitos Sobre o Corpo Humano
respirado
21% Condição normal
Alguma perda de coordenação motora. Aumento na frequência
17%
respiratória para compensar a baixa concentração de O 2.
12% Vertigem, dor de cabeça e fadiga.
9% Inconsciência.
Morte em poucos minutos por parada respiratória e
6%
concorrência de parada cardíaca.
Observações:
1) Os dados não podem ser considerados absolutos, pois não levam em conta as diferentes
capacidades respiratórias e o tempo de exposição.
2) Os sintomas descritos acima ocorrem considerando-se apenas a redução da
concentração de O2. Quando ocorrer a presença de gases tóxicos, poderão ocorrer outros
sintomas.
Fig. 2.84 - Efeitos Sobre o Corpo Humano
b) Temperaturas elevadas
A exposição ao ar aquecido pode causar danos ao aparelho respiratório. Quando as
temperaturas excedem 60ºC, pode-se considerar que o calor é excessivo; e quando o ar preenche
rapidamente os pulmões, pode causar baixa da pressão sanguínea e danos ao sistema circulatório.
Um dos riscos é o edema pulmonar, que pode causar morte por asfixia. O fato de se respirar ar
puro e fresco, logo depois, não torna o dano reversível de imediato.
OSTENSIVO - 2- 71 - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
c) Fumaça
A fumaça é constituída principalmente por partículas de carbono (C, CO e CO 2) em
suspensão. O tamanho das partículas é que determina a quantidade que, quando inalada, irá
penetrar nos pulmões.
d) Gases tóxicos
O militar deve lembrar-se de que um incêndio significa exposição a substâncias tóxicas e
irritantes. No entanto, ele não pode prever, antecipadamente, quais serão essas substâncias. A
inalação da combinação de substâncias, sejam tóxicas ou irritantes, pode ter efeitos mais graves
do que quando inaladas separadamente. A inalação de gases tóxicos pode determinar vários
efeitos no corpo humano. Alguns dos gases causam danos diretamente aos tecidos dos pulmões e
perda de suas funções.
OSTENSIVO - 2- 72 - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
respiração em atmosfera assim contaminada, desde que essas atmosferas disponham ainda de um
percentual adequado de oxigênio.
c) Drager Lubeca PA 54
O cilindro trabalha à pressão de 200 bar, que é reduzida para pressão média e constante
de 5 bar. O volume é de 1400 litros de ar. Quando o cilindro atinge 50 bar, soa um alarme. É
possível adaptar um dispositivo de comutação para respiração através de mangueira de ar
comprimido, abastecendo por longo tempo o usuário da máscara.
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OSTENSIVO EMN-011
d) Máscara Bascca
O cilindro trabalha com a pressão de 207 bar e possui o volume de 1400 litros de ar, no
modelo padrão e 1210 litros de ar para a versão não magnética. Quando totalmente carregada, no
modelo padrão, dá uma autonomia de 27 minutos até o disparo do apito alarme, ou 25 minutos,
na versão não magnética. Após o alarme, ainda permanecem sete minutos de ar para a utilização.
OSTENSIVO - 2- 74 - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
escape de pessoal de locais tomados por fumaça espessa e, como tal, não podem ser empregadas
em fainas de combate a incêndio ou fainas de CAv.
As máscaras ELSA são recarregáveis. As máscaras EEBD são descartáveis, tendo uma vida
útil de quinze anos, após sua fabricação.
OSTENSIVO - 2- 75 - REV.4
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Fig.2. - Explosímetro
Fig. 2.93 – Modelos de explosímetros
Fig. 2.96 - Câmera de Imagem Térmica K-90 e Talisman ISG E P- 4428 EEV
As fainas de combate a incêndio a bordo de navios têm como fator essencial a rapidez da
ação dos descobridores e da turma de ataque.
Qualquer demora que permita ao fogo ganhar vulto, e em consequência a fumaça se
espalhar nas proximidades do sinistro, se as ventilações não forem paradas rapidamente, vai
mudar a característica de um incêndio em um compartimento para um incêndio em uma área.
As fainas de combate a incêndio podem enquadrar-se em duas situações distintas quanto
ao tipo de ataque:
- Ataque Direto – quando os militares conseguem entrar no compartimento e atacar o foco
do incêndio; e
- Ataque Indireto – os militares podem ter acesso ao compartimento, mas não alcançam a
base do fogo devido à presença de obstáculos, ou as condições do compartimento (fase de
desenvolvimento) não permitem a entrada no recinto, impossibilitando o ataque direto ao fogo.
Água em forma de neblina ou jato sólido é lançada para o interior do compartimento através de
qualquer acessório ou abertura, ou é lançada para sobre a base do fogo, para controlar o incêndio.
Após a melhora das condições, passa-se para o ataque direto. Os procedimentos específicos de
cada tipo de ataque serão descritos a seguir.
2.20.2 - Técnicas de combate a incêndios classe “A”
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b) Ataque indireto
As pessoas podem ter acesso ao compartimento, mas não alcançam a base do fogo, devido
à presença de obstáculos ou as condições do incêndio não permitem às pessoas a entrada no
compartimento, impossibilitando o ataque direto ao fogo.
A água, em forma de neblina ou jato sólido, é lançada, para o interior do compartimento,
através de qualquer acessório ou abertura. Após a melhora das condições, passa-se para o ataque
direto. Força-se o ataque por meio da abertura de acessório ou fazer aberturas no teto e
anteparas. Aplica-se indiretamente a água para a redução da temperatura. Para resfriar o
compartimento, aplica-se água, em neblina, por meio de um acessório ou fazer aberturas em
anteparas ou teto. São estabelecidas as contenções e resfriamento, quando necessário.
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pulverizado ou espalhado numa grande área. Incêndios em paióis de tinta produzem grande
quantidade de gases altamente tóxicos.
Os agentes extintores a serem utilizados são espuma AFFF, Pó Químico e APC (Aqueus
Potassium Carbonate); caso não haja nenhuma das alternativas anteriores, água pode ser
utilizada.
Devido ao grande risco que representa, a maioria dos compartimentos onde existe
quantidade significativa de combustíveis, tintas, graxas etc é servida por sistemas fixos de extinção
de incêndio dos tipos borrifo de espuma, borrifo de água ou alagamento por CO2/HALON.
Os navios devem possuir um Procedimento de Combate a Incêndio em Praça de Máquinas,
visando a disseminar a metodologia específica a ser adotada na ocorrência de um grande
vazamento de óleo combustível (ou lubrificante) ou um incêndio classe “B” em suas praças de
máquinas.
2.20.4 - Técnicas de combate a incêndio classe “C”
Os procedimentos para combate a incêndio dessa Classe visam à segurança do militar e à
preservação da capacidade de combate do navio ou de operação do equipamento.
Incêndios em equipamentos energizados devem ser combatidos com CO2, que é um
agente extintor limpo ou com PQS. Este último deixará resíduos que podem ser de difícil remoção,
ou até mesmo danificar relés ou contatos elétricos delicados.
Fainas de combate a incêndio Classe “C” são mantidas como dessa classe até que se mostre
impossível controlar e extinguir o mesmo sem a utilização de grande quantidade de água. Para o
combate a incêndio da classe “C” deve-se:
- desalimentar o equipamento;
- iniciar o combate ao fogo, verificando a necessidade de abrir ou não portas de gabinetes
ou painéis. É recomendável a utilização de luvas isolantes; e
- empregar preferencialmente CO2, se for necessário utilizar água.
A fim de facilitar a estimativa do volume de água embarcada para furos redondos, foi
elaborada a tabela a seguir, adotando-se as dimensões do sistema métrico: diâmetro do furo em
centímetros e distância à linha d'água em metros. Os valores permanecem tabelados em GPM
(1galão americano = 3,785 litros).
OSTENSIVO - 2- 81 - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
OSTENSIVO - 2- 82 - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
2.21.2 - Edutores
Os edutores são, em síntese, um tipo de bomba que não possui partes móveis. A ação de
bombeamento que nele se verifica ocorre por arrastamento, ou seja, o fluxo d'água que alimenta
o edutor, proveniente da rede de incêndio ou de uma bomba portátil, arrasta consigo um
determinado volume de líquido a ser removido (adotando o mesmo princípio do tubo de Venturi).
O edutor é empregado, especialmente, em fainas de esgoto de água nas quais as bombas portáteis
não podem aspirar diretamente do compartimento devido à presença de óleo ou outras
impurezas.
O edutor periférico apresenta seis ejetores e pode ser dotado com uma válvula de
fechamento rápido na descarga. Não possui ralo nem válvula de retenção própria, pode aspirar
objetos de até 2 polegadas de diâmetro e é 7% mais eficiente que o comum.
A válvula de fechamento rápido, quando acionada por alguns instantes, provoca um fluxo
inverso na água admitida, para limpeza do edutor.
OSTENSIVO - 2- 83 - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
Fig. 2.102 – Esgoto de compartimento usando um edutor comum com a rede de incêndio
Quando alimentado por bombas portáteis (P-250, P-100, etc.) e caso o grau de limpeza da
água assim o permitir, a aspiração da bomba deve ser feita também do compartimento a esgotar.
Desta forma, toda a água que passa pelo sistema estará efetivamente sendo esgotada do
compartimento.
OSTENSIVO - 2- 84 - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
OSTENSIVO - 2- 85 - REV.4
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2.22.1. 2 - Propósito
O Sistema de Manutenção Planejada implantado na Marinha do Brasil tem o propósito de
garantir um alto grau de disponibilidade dos equipamentos por meio do cumprimento de rotinas
de manutenção preestabelecidas.
OSTENSIVO - 2- 86 - REV.4
OSTENSIVO EMN-011
2.22.1.3 - Definição
Manutenção Planejada é o conjunto de atividades técnicas e administrativas que são
executadas, visando a manter o material na melhor condição de uso. Com isso, será empregado
com confiabilidade, segurança e custo adequado e, quando houver avarias, reduzi-las ao mínimo
estado de disponibilidade.
2.22.2 – Necessidade de Pessoal, Material e Documentação.
O Sistema de Manutenção é o conjunto integrado de pessoal, instalações, equipamentos,
instrumentos, sobressalentes e ferramentas, dinamizados segundo métodos e procedimentos
estabelecidos por normas ou documentações, com base em princípios e técnicas. O objetivo é
manter o material pronto para utilização, em local apropriado, no momento oportuno, dentro de
suas características de projeto e da maneira mais econômica.
2.22.3 - Principais técnicas de manutenção e as consequências de sua má utilização
As técnicas de manutenção são fornecidas pelos fabricantes dos equipamentos, por meio
dos manuais de funcionamento e manutenção. Todas as informações técnicas são transcritas para
o Cartão de Manutenção, o qual descreve a ação de manutenção, com todas as informações para
sua realização, informando também a quantidade de pessoas, ferramentas, sobressalentes e
precauções de segurança necessárias para a execução da ação.
2.22.3.1 - Principais técnicas de manutenção
a) ATEMDI – Análise de Tendência de Motores Diesel
Instalado em Fragatas da Classe Niterói, em Corvetas da Classe Inhaúma e no NDCC
Mattoso Maia. O sistema ATEMDI permite a avaliação de estado do equipamento, funcionando
em uma mesma condição de operação e evidência, na medida em que seus componentes
apresentem problemas em seus parâmetros operacionais (pressão, temperaturas, consumo e
outros). A utilização desta técnica favorecerá o aumento da prontidão operacional do motor
diesel.
b) LUBE – Análise de Óleo Lubrificante
Instalado em Fragatas da Classe Niterói, em Corvetas da Classe Inhaúma e no NDCC
Mattoso Maia.
c) SAVMAQ – Sistema de Análise de Vibração de Máquina
Instalado em Fragatas da Classe Niterói e Corvetas da Classe Inhaúma.
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OSTENSIVO EMN-011
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2.22.4.4 - 4º Escalão
Compreende as ações de manutenção cujos recursos necessários, normalmente,
transcendem a capacidade da MB, em função do alto grau de complexidade das condições do
material. Na maioria das situações, são executadas pelo fabricante, ou representante autorizado,
sendo também realizadas em instalações industriais especializadas.
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OSTENSIVO EMN-011
(1) Turma de Ataque é composta por, no mínimo, 04 militares, sendo 01 líder, 01 eletricista e 02
militares.
(2) Caso não haja pessoal disponível para o guarnecimento da função de Mensageiro, a mesma
poderá ser dispensada, desde que sejam estabelecidas comunicações confiáveis entre as estações
por circuitos internos ou transceptores portáteis.
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OSTENSIVO EMN-011
(3) Caso os navios possuam quantitativos acima do mínimo estabelecido para composição dos
Reparos de CAv, deverão distribuí-los, preferencialmente, pela Turma de Primeiros Socorros, Turma
de Serviços Gerais, Turma de Contenção e Mensageiro.
(4) Caso os navios não contem com militares em quantidade suficiente para o guarnecimento de
todas as funções descritas (por exemplo, o Reparo#1 das FCN), deverão priorizar o guarnecimento
das Turmas de Incêndio em detrimento das Turmas de Serviços Gerais e Turmas de Bombas.
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OSTENSIVO EMN-011
e) Turma de Ataque
A Turma de Ataque é composta pelo líder do reparo, um eletricista e mais duas praças. O
Curso do CAAML que capacita os militares a exercerem esta função é o C-EXPCBINC.
Em condição normal de viagem ou no porto, deve chegar à área da avaria, no menor
tempo, vestido de EPI básico (capuz e luva antiexposição), portando extintores, em caso de
incêndio. O eletricista é o encarregado de providenciar o isolamento dos circuitos elétricos, 440V
inicialmente, a parada dos Sistemas de Ventilação da área, em caso de incêndio, e também os
demais circuitos em caso de alagamento.
f) Turma de Incêndio – Turmas de Suporte “A” e “B”
São as turmas que efetivamente dão o combate ao incêndio. O Curso do CAAML que
capacita os militares a exercerem esta função é o C-EXP-CBINC. Na sequência normal das ações,
evoluindo para Condição I ou IA, a Turma de Suporte “A” rende a Turma de Ataque no local do
incêndio, em até três minutos. A Turma de Suporte “B” deve se apresentar ao Líder, logo que
pronta, em um tempo máximo de 8 minutos.
g) Investigador
Cabe ao Investigador:
- coordenar as atividades dos militares das contenções, controlando a situação dos compartimentos
adjacentes ao avariado e estabelecendo os Limites de Incêndio conforme ordenado;
- supervisionar o cumprimento do fechamento do material;
- estabelecer um elo entre o EncRep e o Líder da Cena de Ação, se necessário, para melhor
coordenação das fainas;
- realizar busca a feridos nos compartimentos adjacentes ao sinistro;
- fazer relatos sobre o andamento das ações para o Encarregado do Reparo e Líder da Cena de Ação,
de modo apropriado, usando os meios de comunicação disponíveis ou pessoalmente.
h) Turma de Contenção
A turma de contenção deverá:
- sob as ordens do investigador, controlar a situação dos compartimentos adjacentes ao avariado,
cumprindo os Limites de Incêndio conforme ordenado;
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OSTENSIVO EMN-011
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A TAR será composta pelo pessoal citado na tabela abaixo. Os Comandantes de Força
/Esquadrões, poderão autorizar alterações, de acordo com as necessidades de cada classe de
navio. O Encarregado do CAv é o responsável pela organização da TAR e pela qualificação e
adestramento do pessoal que a compõe. A TAR poderá ser incorporada inteira na organização do
CAv durante a Condição I/IA, em um ou mais Grupos de Reparo.
Nº DE
FUNÇÕES EQUIPAMENTOS
MILITARES
Líder da turma de ataque Máscara, macacão, capuz e luvas antiexposição, botas,
1
(teamleader) capacete e transceptor UHF/VHF.
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pelo Telefonista. Deverá ser efetuada a plotagem através do emprego da simbologia padrão que,
além dos símbolos, utiliza as seguintes abreviaturas:
ABREVIATURAS
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“Apenas o adestramento intensivo de todos, a bordo, pode garantir sucesso nas fainas de combate
a incêndio.”
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ANEXO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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