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Design Editorial, professora Paula Esteves Pericão
1. Prólogo, 7
2. Introdução, 9
3. 1958 Ipanema, 11
5. Born to rock, 15
7. Mulheres de Cazuza, 19
11. Epílogo, 27
12. Bibliografia
PRÓLOGO
“Nada nesse mundo é nunca mais...”
E
ra uma noite de verão no Rio de Janeiro, em meio aos anos
80, quando uma estrela começou a brilhar com intensida-
de nas profundezas da cena musical brasileira. Era ali, nos
bairros boêmios da cidade maravilhosa, que um jovem talentoso
começava a deixar sua marca indelével no cenário artístico do país.
Seu nome era Cazuza, e sua vida, uma jornada de paixão, rebeldia
e autenticidade, seria uma fonte inesgotável de inspiração para
gerações futuras. Nascido Agenor de Miranda Araújo Neto, Cazu-
za cresceu imerso no caldeirão cultural da cidade que o viu nascer.
Desde cedo, sua sensibilidade artística e seu dom para as palavras
se destacaram, revelando um poeta nato em meio à efervescên-
cia da juventude. Influenciado por ícones do rock internacional e
pelas riquezas da música popular brasileira, Cazuza encontrou sua
voz singular, capaz de traduzir as complexidades do amor, da dor e
da vida em suas letras profundas e melodias arrebatadoras.
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INTRODUÇÃO
N
o universo dinâmico da música brasileira, poucas figuras
são tão icônicas e impactantes quanto Cazuza. Sua vida foi
uma sinfonia de paixão, rebeldia e autenticidade, tecida
em versos profundos e notas vibrantes que ecoam através das dé-
cadas. Esta é uma história de um jovem poeta, que encontrou nas
palavras e nas melodias uma forma de expressar as emoções mais
intensas e os dilemas mais profundos da condição humana. Nas
páginas deste livro, mergulharemos na vida de Agenor de Miran-
da Araújo Neto, conhecido como Cazuza, explorando os altos e
baixos de sua jornada extraordinária. Dos palcos iluminados aos
bastidores sombrios, acompanharemos sua trajetória desde os
primeiros acordes até o legado duradouro que deixou para trás.
Em meio aos desafios pessoais e à busca incansável pela verdade,
Cazuza não apenas nos presenteou com músicas inesquecíveis,
mas também nos ensinou sobre coragem, autenticidade.
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1958 IPANEMA
N
o coração pulsante do Rio de Janeiro, sob o calor escal-
dante do sol tropical,Cazuza teve sua infância moldada
pelas ruas coloridas e pelas batidas frenéticas da cidade.
Ele era um menino inquieto, curioso e intensamente apaixonado
pela vida, mesmo quando ainda não compreendia completamente
o significado de sua própria existência. Cazuza cresceu em uma
casa repleta de música. dedicada. Desde cedo, ele foi envolto por
um mundo de notas, acordes e letras, o que despertou sua imagi-
nação.
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INDO CONTRA CORRENTE
“Não bata de frente comigo. De tanto cair eu aprendi a derrubar.”
A
rebeldia era uma força incontrolável que pulsava nas veias
de Cazuza. Desde a infância, ele questionava as normas,
desafiava as expectativas e recusava-se a ser moldado
pelo que a sociedade esperava dele. Sua personalidade vibrante
e indomável era como uma chama que queimava intensamente,
iluminando não apenas o seu próprio caminho, mas também o de
todos ao seu redor. Para Cazuza, a rebeldia não era apenas um ato
de desafio, mas sim uma forma de arte.
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Para Cazuza, a rebeldia não era apenas um ato de desafio, mas sim
uma forma de arte. Era uma maneira de expressar suas ideias, suas
paixões e suas frustrações em um mundo que muitas vezes parecia
desprovido de sensibilidade. Suas letras ousadas e suas melodias
inovadoras eram um reflexo direto dessa rebeldia intrínseca, cap-
turando a essência crua da experiência humana de uma maneira
que ressoava profundamente com seu público.
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BORN TO ROCK
C
azuza sempre soube que sua alma estava entrelaçada com o
pulsante coração do rock’n’roll. Desde os primeiros acordes
que ouviu ainda criança, ele sentiu uma conexão visceral
com o poder e a paixão inerentes a esse gênero musical. Para ele, o
rock não era apenas um estilo de música; era uma filosofia de vida,
uma forma de expressão que transcendia barreiras e desafiava con-
venções. A adolescência de Cazuza foi marcada pela descoberta de
bandas lendárias e músicos visionários que moldaram o cenário
do rock. Ele se perdeu nas distorções de guitarras elétricas, nas
batidas frenéticas da bateria e nas letras provocativas que ecoavam
em sua mente inquieta. Cada acorde, cada solo de guitarra, era
um chamado irresistível que o impelia a explorar os confins mais
profundos de sua própria criatividade. Quando finalmente encon-
trou sua voz como artista, Cazuza não hesitou em incorporar as
influências do rock em suas próprias composições.
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Sua presença era eletrizante, sua voz, uma arma poderosa que
comandava multidões. Cazuza entendia o poder transformador
do rock, como podia inspirar, provocar e unir pessoas de todas as
origens. Neste capítulo, exploramos a dança eterna de Cazuza com
o rock, uma jornada musical que moldou sua identidade como
artista e o levou a explorar novos horizontes criativos. rock até os
dias de hoje. Cazuza encontrou no rock uma expressão para sua
alma inquieta. Suas letras penetrantes e melodias pulsantes eram
como um eco das lutas e paixões que fervilhavam em seu interior.
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INFLUÊNCIA DE CLARISSE LISPECTOR
N
os corredores labirínticos da criatividade, onde palavras e
melodias dançam em harmonia, Cazuza encontrou uma
musa incomum que moldou suas composições de maneira
profunda e intrigante: Clarice Lispector. A escritora, com sua prosa
introspectiva e estilo único, tornou-se uma fonte de inspiração
rica para o jovem poeta que buscava dar voz às complexidades da
condição humana através de suas canções. A influência de Clari-
ce na música de Cazuza era sutil, mas poderosa. Em suas letras,
ele começou a explorar a complexidade das relações humanas, as
nuances do amor e da solidão, temas que Clarice tanto explorou
em sua obra. Cazuza abraçou o tom melancólico e contemplativo
de Clarice, dando vida às suas palavras através de sua voz única e
melodia apaixonada. Em músicas como “Codinome Beija-Flor” e
“O Tempo Não Pára”, Cazuza canalizou a profundidade emocional
encontrada nas obras de Clarice.
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MULHERES DE CAZUZA
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o tumulto emocional da juventude de Cazuza, os rela-
cionamentos amorosos surgiram como rios caudalosos,
levando-o por caminhos sinuosos de paixão, desespero
e descobertas. Sua busca incessante pelo amor verdadeiro e sua
intensidade emocional o levaram a experiências profundas e, por
vezes, tumultuadas, moldando não apenas sua vida pessoal, mas
também sua música e sua arte. Apesar das lutas pessoais, os re-
lacionamentos de Cazuza também foram fontes inesgotáveis de
inspiração. Cazuza era um amante apaixonado, mergulhando de
cabeça em relacionamentos que muitas vezes se transformavam
em tempestades de emoção. Sua alma inquieta ansiava por co-
nexões profundas e significativas, mas, ao mesmo tempo, ele era
assombrado por um medo persistente de se perder no processo.
Seus relacionamentos amorosos foram marcados por uma dualida-
de constante - o desejo ardente de intimidade e o medo paralisante
do abandono. Em suas letras, Cazuza retratou os altos e baixos de
seus relacionamentos com uma sinceridade brutal.
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O APELO DO BLUES
N
os bastidores dos palcos vibrantes do Rio de Janeiro,
Cazuza encontrou uma paixão que transcendeu as fron-
teiras do rock brasileiro: o blues. Esse gênero musical, en-
raizado na dor e na emoção, encontrou uma ressonância profunda
na alma do jovem poeta, deixando uma marca indelével em sua
música e em sua jornada artística. As letras de Cazuza começaram
a refletir a profundidade emocional encontrada no blues. O blues,
com suas notas melancólicas e letras carregadas de sentimento,
serviu como uma fonte infinita de inspiração para Cazuza. Ele
entendia a essência da música, a maneira como ela podia capturar
a tristeza e a esperança, a dor e a redenção, tudo em uma única
canção. Cazuza mergulhou nas obras dos mestres do blues, ab-
sorvendo as histórias de lutas pessoais, amores perdidos e a busca
constante por liberdade, e essa influência ressoou em suas próprias
composições.
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AIDS COMO ESPETÁCULO
O
diagnóstico de HIV positivo em Cazuza não foi apenas
uma reviravolta em sua vida, mas também uma chama-
da à ação para o músico e uma comoção para seus fãs e
admiradores em todo o Brasil. A AIDS, uma doença então pou-
co compreendida e cercada por estigma, lançou Cazuza em uma
jornada de coragem, resiliência e determinação, transformando-o
em um ícone da luta contra a epidemia que assolava o mundo. Ao
enfrentar a notícia devastadora, Cazuza escolheu ser público sobre
sua condição, desafiando tabus e preconceitos em uma época em
que a AIDS era frequentemente mal compreendida e temida. Ele
se tornou um defensor incansável da conscientização e da preven-
ção, usando sua própria experiência para educar os outros sobre a
importância do sexo seguro e do diagnóstico precoce. A relação de
Cazuza com a AIDS foi uma montanha-russa de emoções. Hou-
ve momentos de desespero e tristeza, mas também momentos de
coragem e inspiração.
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O TEMPO NÃO PÁRA
E
m meio às notas e aos acordes da sua guitarra, Cazuza criou
uma obra- -prima que transcendeu o tempo e se tornou um
hino para uma geração. “O Tempo Não Pára”, uma das músi-
cas mais emblemáticas de sua carreira, não era apenas uma canção;
era uma filosofia de vida, uma reflexão profunda sobre a passagem
inexorável do tempo e a efemeridade da existência humana. A
letra poética de “O Tempo Não Pára” era um espelho das reflexões
profundas de Cazuza sobre a vida, o amor e a mortalidade. Para
Cazuza, “O Tempo Não Pára” era mais do que uma canção; era
um lembrete visceral de que cada momento era precioso e fugaz,
uma chamada para abraçar a vida com paixão e autenticidade. Ele
próprio personificava a mensagem da música, vivendo sua vida
com uma intensidade palpável, enfrentando desafios com bravura
e celebrando a beleza efêmera dos momentos fugidios. A música
também capturou a imaginação de uma geração inteira, tornando-
-se um hino para os jovens que buscavam sua identidade em meio
às turbulências sociais e políticas do Brasil dos anos 80.
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EPÍLOGO
A
o fechar as páginas deste livro, somos levados a uma jorna-
da profunda pela vida, pela arte e pelo espírito indomável
de Cazuza. Sua história, cheia de altos e baixos, é mais do
que uma narrativa sobre um ícone do rock brasileiro; é um teste-
munho da resiliência humana, da paixão pela música e da busca
incessante pela autenticidade. Cazuza não foi apenas um músico
talentoso; ele foi um poeta, um contador de histórias que usava sua
voz rouca para dar vida às emoções e aos sonhos de uma geração.
Sua coragem em face da adversidade, especialmente quando con-
frontado com a AIDS, deixou uma marca indelével na história da
conscientização sobre a doença. Sua capacidade de transformar a
dor em arte, a vulnerabilidade em força, inspirou não apenas seus
fãs, mas também gerações futuras de músicos e artistas a abraçar
sua autenticidade e a explorar os cantos mais profundos de suas
almas criativas. O legado de Cazuza vive não apenas em suas músi-
cas atemporais, mas também nas vidas que ele tocou e nas mentes
que ele abriu.
Cazuza partiu deste mundo jovem demais, mas sua presença conti-
nua a ecoar através das notas de suas músicas, das palavras de suas
letras e do espírito rebelde que ele incorporou. Ele é uma estrela
que nunca se apaga, uma fonte inesgotável de inspiração para
todos nós, lembrando-nos de que, enquanto a música tocar nossas
almas e nossas histórias continuarem a ser contadas, seu legado vi-
verá para sempre. Cazuza, o poeta incansável, o músico visionário,
o ícone eterno do rock brasileiro, vive em nós, em nossas emoções
e em nossa própria busca pela autenticidade. Ele permanece como
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BIBLIOGRAFIA
CAZUZA, em https://pt.wikipedia.org/wiki/Cazuza#Bibliografia
1988, Ideologia
1985, Exagerado