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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
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LEI DE CRIMES HEDIONDOS
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
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LEI DE CRIMES HEDIONDOS
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Sumário
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI DE CRIMES HEDIONDOS.............................................................................. 3
DA
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 4
A
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA................................................................................................................................... 4
UZ
LO
3. CRITÉRIOS PARA A DEFINIÇÃO DE HEDIONDEZ ............................................................................................. 5
EL
4. ANÁLISE DO ROL DE CRIMES HEDIONDOS .................................................................................................... 7
IZ
5. CRIMES HEDIONDOS PREVISTOS NO ART. 1º, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 8.072/90 ........................... 27
GE
5.1 Crimes Equiparados a Hediondos .......................................................................................................... 35
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5.1.1 Tráfico de Drogas ............................................................................................................................ 36
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5.1.2 Tortura ............................................................................................................................................ 36
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5.1.3 Terrorismo ...................................................................................................................................... 37
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6. ESPECIFICIDADES DOS CRIMES HEDIONDOS ............................................................................................... 37
A
CC
6.1 Insuscetibilidade de Graça, Anistia e Indulto ........................................................................................ 37
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6.3 Regime Inicial Fechado para o Cumprimento da Pena Privativa de Liberdade ..................................... 38
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6.4 Critérios Diferenciados para Concessão de Livramento Condicional. ................................................... 41
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI DE CRIMES HEDIONDOS
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TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA
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LEI 8072/90 INTEIRA
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL
EL
⦁
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Art. 5º, XLIII, CF/88
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⦁ Art. 142 e 144, CF/88
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CÓDIGO PENAL
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⦁ Art. 121, §2º e 2º-A
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⦁
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Art. 129, §2º e §3º
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⦁ art. 155, § 4º-A (Cuidado para não confundir com o art. 155, §7º)
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⦁ Art. 157, §2º, V
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⦁ Art. 158, §3º (art. 158, §2º não é mais considerado hediondo)
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⦁ Art. 159, §§1º, 2º e 3º
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⦁
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LEI DE CRIMES HEDIONDOS
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⦁ Art. 16, §2º Estatuto do Desarmamento
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PRINCIPAIS ARTIGOS DA LEI 8072/90:
⦁
A
Art. 1º, caput, inc. II, III, IV e IX
UZ
⦁ Art. 1º, parágrafo único (muito importante!)
LO
⦁ Art. 2º, inc. I e II
EL
⦁ Art. 4º (leitura conjunta com a lei 7960/89)
IZ
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1. INTRODUÇÃO
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A definição semântica do termo hediondo está ligada a tudo aquilo que apresenta deformidade, que
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causa horror, repulsa ou aversão, sendo, portanto, os crimes dessa natureza aqueles que, por algum critério
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específico, são considerados de alto potencial de causar dano à sociedade.
A
Tal orientação encontra guarida na Constituição, uma vez que o artigo 5º, em seu inciso XLIII orienta
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a criação de uma forma de tratamento mais enérgica do estado para com os agentes ativos dos crimes desta
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natureza.
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ES
Constituinte Originário, que impõe um regime jurídico mais gravoso aos crimes de tortura, tráfico de
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entorpecentes e terrorismo, assim como aos delitos – definidos em lei - como crimes hediondos.
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Obs.: Estamos diante de uma norma constitucional de eficácia limitada e de aplicabilidade mediata,
A
CC
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
ES
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ES
A nossa Constituição Federal é de 1988 e a Lei de Crimes Hediondos é de 1990, e há uma razão
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As décadas de 80 e 90 no Brasil, especificamente no Rio de Janeiro, foram marcadas por uma onda
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de criminalidades absurdamente violentas. No final da década de 80, houve uma onda de extorsões mediante
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sequestro, instalando uma enorme criminalidade. (Curiosidade: dois fatos marcaram a história da
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criminalidade no Rio de Janeiro nesse interregno temporal: o sequestro de Roberto Medina juntamente com
o sequestro do empresário Abílio Diniz.)
ADA
Foi dentro desse contexto histórico que a Constituição trouxe os crimes etiquetados de hediondos e
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equiparou três crimes aos crimes hediondos: tráfico, tortura e terrorismo. E, apenas dois anos depois, surgiu
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a Lei de Crimes Hediondos, que nada mais é do que resultado de manifestações de movimentos penais no
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mundo inteiro, mais especificamente nos Estados Unidos.
IZ
O primeiro movimento foi capitaneado por Ralf Dahrendorf chamado de “Movimento de Lei e
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Ordem” que surgiu como consequência do movimento do Direito Penal Máximo buscando reprimir o
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aumento dos índices de criminalidade. O Direito Penal Máximo apresenta fundamento oposto ao do Direito
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Penal Mínimo, pois entende ser o Direito Penal a solução para todos os problemas da sociedade, ocasionando
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o aumento excessivo da tutela penal. Assim, é possível dizer que tal movimento baseia-se na ideia de
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repressão e castigo, e de que somente leis endurecidas, que imponham longas penas privativas de liberdade
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ou até mesmo a pena de morte, possuem aptidão para controlar e inibir a prática de crimes.
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Soma-se a isso estudo feito em 1982 realizado por dois cientistas chamados James Wilson e George
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Kelling que criaram a “The broken Windows theory” (Teoria das Janelas Quebradas), a qual estabelecia uma
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trazendo preceitos severos, tanto de natureza penal quanto de natureza processual penal.
A
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Em regra, a doutrina e a análise do direito comparado indicam a existência de três critérios possíveis
EL
● Critério legal – Somente o legislador pode definir os delitos considerados hediondos, que devem estar
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● Critério judicial – Cabe ao juiz definir os delitos classificados como hediondos, a luz das circunstâncias
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em concreto.
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hedionda, podendo o juiz analogicamente atribuir hediondez a outros delitos, de acordo com as
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circunstâncias em concreto.
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ES
Vamos esquematizar?
T
rol taxativo, enumerar quais os concreto, decide se a infração é apresenta um rol exemplificativo de
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delitos considerados hediondos. hedionda ou não. O juiz analisando o crime hediondos, permitindo ao juiz,
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Será hediondo aquilo que o caso concreto ele irá determinar se o na análise do caso concreto
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legislador disse em um rol caso é hediondo ou não. Apreciação encontrar outros fatos
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taxativo. Sistema adotado pelo do caso concreto. assemelhados. Trabalha com a
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Brasil. interpretação analógica.
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Crítica: Crítica: Crítica:
EL
O sistema Legal trabalha com a Não traz a segurança jurídica, Reúne o que tem de ruim nos dois
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gravidade abstrata, ao invés de podemos ser surpreendidos com um outros sistemas.
adotar a gravidade concreta crime considerado hediondo por
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(ignora a gravidade do crime no análise do juiz. Fere o princípio da
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caso concreto). taxatividade ou mandado de certeza.
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Arbítrio do Juiz.
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A
Em respeito ao princípio da legalidade, o direito brasileiro utiliza o Critério ou Sistema legal. Ora,
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não se pode admitir que a definição de um crime fique a cargo do magistrado e de seu livre convencimento,
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de modo que só a lei pode decidir quais condutas são consideradas criminosas, bem como definir quais
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PR
Art. 5º, CF. (...) XLIII - a LEI considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça
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Nesse sentido, a lei 8.072 estabeleceu, em seu art. 1°, um ROL TAXATIVO de crimes como hediondos,
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que terão essa característica ainda que na modalidade tentada (pegadinha de prova!).
004
Obs.1: A natureza tentada de um crime rotulado pela lei não exclui a sua hediondez. A tentativa não
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altera a classificação do crime como hediondo, funcionando como uma mera causa de redução de pena (1/3
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a 2/3). Dessa forma, temos que, para fins de reconhecimento da natureza hedionda, pouco importa que o
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delito seja consumado ou tentado. Isso, inclusive, está expresso no art. 1º, caput da Lei 8.072/90.
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Art. 1º, Lei nº 8.072/90. São considerados hediondos os seguintes crimes, todos
tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
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consumados ou tentados:
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Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte assertiva: À luz do que dispõe o direito brasileiro
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sobre os crimes hediondos, somente recebem essa classificação os crimes consumados em razão do princípio
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da reserva legal.
A
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Obs.2: Crimes militares: o CPM traz o latrocínio. É crime hediondo? Não. Os crimes correspondentes
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no CPM não são considerados hediondos por falta de previsão legal.
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4. ANÁLISE DO ROL DE CRIMES HEDIONDOS
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ATENÇÃO! O rol de crimes hediondos é frequentemente cobrado nas provas. Tem que decorar e saber
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na ponta da língua!
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ATENÇÃO! O rol de Crimes Hediondos foi substancialmente alterado pelo Pacote Anticrime! Portanto,
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tenha atenção redobrada, pois certamente será objeto de questionamento nas próximas provas!
A
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Art. 1º, Lei nº 8.072/90. São considerados hediondos os seguintes crimes, todos
tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
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consumados ou tentados:
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121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX); (Redação dada pela Lei nº 14.344,
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de 2022)
EL
IZ
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal
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seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente
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até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
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A
CC
Circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo
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Qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído
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III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão
corporal ou morte (art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
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IV - Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ 1o,
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2o e 3o);
EL
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V - Estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);
GE
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VI - Estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);
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VII - Epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).
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VII-A – (VETADO)
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ZA
fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a
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perigo comum (art. 155, § 4º-A). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
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13.964, de 2019)
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LEI DE CRIMES HEDIONDOS
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IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição,
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previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)
A DA
UZ
V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime
LO
hediondo ou equiparado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
EL
IZ
Vamos começar esquematizando as mudanças que ocorreram com o Pacote Anticrime?
GE
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ANTES DA LEI 13.964/2019 DEPOIS DA LEI 13.964/2019
58
Homicídio (art. 121), quando praticado em atividade Homicídio (art. 121), quando praticado em atividade
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típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por típica de grupo de extermínio, ainda que cometido
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um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, §
incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); A
2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX);
CC
OBS.: O inciso IX foi incluído pela Lei nº 14.344/22.
ZA
157, § 2º-B);
LO
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Extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º); Extorsão qualificada pela restrição da liberdade da
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158, § 3º);
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§ 4ºA)
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restrito
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⦁ Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso
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proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de
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22 de dezembro de 2003;
⦁
A
Comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art.
UZ
17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
LO
⦁ Tráfico internacional de arma de fogo, acessório
EL
ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826,
IZ
GE
de 22 de dezembro de 2003;
⦁ Organização criminosa, quando direcionado à
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prática de crime hediondo ou equiparado
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CRIMES HEDIONDOS ≠ EQUIPARADOS A HEDIONDOS:
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Os crimes de tortura, tráfico de drogas e terrorismo não são crimes hediondos, mas são crimes
A
equiparados a hediondos justamente por sofrerem as mesmas consequências legais ofertadas aos crimes
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hediondos.
ZA
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TE
Inciso I: HOMICÍDIO (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
ES
hipótese de ser praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que realizado por apenas um
IZ
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agente.
0 04
Considerações importantes:
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●
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Para ser hediondo, não precisa que o homicídio seja praticado por grupo de extermínio. Basta que seja
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praticado em atividade típica de grupo de extermínio (ideia de limpeza social), o que permite a prática
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Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: É considerado crime hediondo o
ES
homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, exceto se cometido por um só
T
agente.
ES
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● Não abrange milícia privada, sob pena de configurar analogia “in malam partem”!!!
A
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●
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Homicídio híbrido ou Homicídio qualificado-privilegiado: aquele em que há, ao mesmo tempo, a
PR
presença de uma qualificadora e de uma hipótese de privilégio, não é considerado crime hediondo
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pela jurisprudência.
A
UZ
STJ: “(...) Entendendo não haver contradição no reconhecimento de qualificadora
LO
de caráter objetivo (modo de execução do crime), e do privilégio, sempre de
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natureza subjetiva”. (STF, 1º Turma, HC 89.921|PR). O homicídio qualificado-
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privilegiado não pode ser considerado hediondo (STJ, HC 153.728|SP)
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Relembrando...
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É importante lembrar que só há “homicídio qualificado privilegiado” quando umas das causas
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especiais de diminuição de pena coexiste com uma qualificadora objetiva (não é possível
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coexistir com qualificadora de ordem subjetiva).
A
CC
Causas especiais de diminuição de pena do homicídio:
ZA
- Emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou
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objetiva).
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Obs.: O Pacote Anticrime conferiu nova redação ao inciso I do art. 1º da Lei nº 8.072/90 para também
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rotular como hediondo o crime de homicídio qualificado previsto no inciso "VIII - com emprego de arma de
A
CC
fogo de uso restrito ou proibido" (art. 121, §2º, CP). O Presidente da República vetou essa alteração, contudo
ZA
o veto foi derrubado pelo Congresso Nacional. Portanto, o crime de homicídio cometido com o emprego de
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Esquematizando:
PR
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
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LEI DE CRIMES HEDIONDOS
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Exceção- é hediondo quando praticado em atividade típica de grupo
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de extermínio, ainda que cometido por um só agente.
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HOMICÍDIO PRIVILEGIADO NÃO é hediondo
A
HOMICÍDIO QUALIFICADO É hediondo.
UZ
LO
HOMICÍDIO HÍBRIDO NÃO É crime hediondo.
EL
(QUALIFICADO-PRIVILEGIADO)
IZ
GE
Inciso I-A: LESÃO CORPORAL DOLOSA DE NATUREZA GRAVÍSSIMA (art. 129, § 2º) e LESÃO CORPORAL
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SEGUIDA DE MORTE (art. 129, § 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e
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144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
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exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo
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até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
A
CC
A referida hipótese legal fora acrescentada com o advento da Lei 13.142/2015, que alterou o Código
ZA
A lesão corporal, em regra, não é crime hediondo. Atualmente, apenas em duas hipóteses é que a
ES
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EL
⦁ Contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
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condição.
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A
CC
Obs.: Na eventualidade de um crime de lesão corporal gravíssima ou seguida de morte ser cometido
ZA
contra autoridades ou agentes não elencados no inciso I-A do art. 1º da Lei n. 8.072/90, como, por exemplo,
ES
Promotores de Justiça ou membros do Poder Judiciário, não nos parece possível o etiquetamento como crime
T
Esquematizando:
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LEI DE CRIMES HEDIONDOS
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ES
SÃO CRIMES REQUISITO 1: CONDIÇÃO DA VÍTIMA REQUISITO 2:
PR
HEDIONDOS: NEXO FUNCIONAL
DA
1) Autoridade, agente ou integrante da: Desde que o crime tenha sido
A
⦁ Forças Armadas praticado:
UZ
Lesão corporal ⦁ Polícia Federal ⦁ No exercício da função da
LO
gravíssima ⦁ Polícia Rodoviária Federal vítima; ou
EL
(art. 129, §2º) ⦁ Polícia Ferroviária Federal ⦁ Em decorrência dela.
IZ
⦁
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Polícias Civis
Lesão corporal seguida ⦁ Polícias Militares
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⦁
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de morte Corpo de Bombeiros Militares
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(art. 129, §3º) ⦁ Guardas Municipais (doutrina majoritária)
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⦁ Sistema prisional
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⦁ Força Nacional de Segurança Pública
A
⦁ Polícias Penais
CC
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PR
Já caiu em prova e foi considerada INCORRETA a seguinte assertiva: o crime de lesão corporal dolosa, em
A
- Circunstanciado pelo emprego de arma de fogo ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou
GE
restrito
04
Antes da Lei 13.964/2019, o único crime de roubo que era considerado hediondo era o roubo qualificado
A
CC
pela morte da vítima, chamado pela doutrina de latrocínio. Com o advento do Pacote Anticrime, outras
ZA
modalidades de roubo também passaram a ser etiquetadas como hediondas. Vejamos cada uma delas
ES
separadamente:
T
ES
Art. 157, CP - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
PR
impossibilidade de resistência:
ZA
OU
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
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LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
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Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. (...)
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→ ROUBO CIRCUNSTANCIADO PELA RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA
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§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (...)
UZ
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (...)
LO
EL
De acordo com o disposto no art. 157, §2°, inciso V, do Código Penal, aumenta-se a pena do crime
IZ
de roubo de 1/3 (um terço) até metade se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua
GE
liberdade.
04
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Ressalta-se que a restrição da liberdade da vítima deve perdurar por tempo juridicamente
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relevante, ou seja, o autor do delito deve permanecer com a vítima em seu poder por tempo superior àquele
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estritamente necessário para a execução do roubo, quer para assegurar o produto do crime, quer para não
7
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ser localizado pela Polícia.
A
De se notar que o roubo circunstanciado pela restrição da liberdade da vítima foi a única figura
CC
delituosa constante do §2° do art. 157 do CP alçada à natureza hedionda.
ZA
S
TE
De acordo com o art. 157, §2º-A, inciso I, do CP, a pena do crime de roubo aumenta-se de 2/3 (dois
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Atenção, a lei foi taxativa em dizer “arma de fogo”, logo, o emprego de violência ou grave ameaça
EL
para subtração de coisa alheia com arma branca, não será considerado hediondo.
IZ
GE
04
Vale salientar que a Lei 13.964/2019 reestabeleceu a majorante da pena, se a violência ou grave ameaça é
0
exercida com emprego de “arma branca”, nesse caso, porém, o delito não será considerado hediondo e
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RESTRITO
ZA
Art. 157, CP. (...) § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego
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Se a violência ou grave ameaça for exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou
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proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput do art. 157. Essa causa de aumento de pena funciona
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como verdadeira norma penal em branco heterogênea, pois a definição do que seja arma de fogo de uso
OU
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
restrito ou proibido está inserida em ato administrativo, notadamente no Anexo I do Decreto nº 10.030/19,
PR
que aprova o “Regulamento de Produtos Controlados”.
ADA
Art. 3º, Decreto nº 10.030/19. As definições dos termos empregados neste
UZ
Regulamento são aquelas constantes deste artigo e do Anexo III. (Redação dada
LO
pelo Decreto nº 10.627, de 2021) Vigência
EL
Parágrafo único. Para fins do disposto neste Regulamento, considera-se: (Incluído
IZ
pelo Decreto nº 10.627, de 2021) Vigência (...)
GE
II - ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO - as armas de fogo automáticas, de qualquer
04
tipo ou calibre, semiautomáticas ou de repetição que sejam: (Incluído pelo
70
58
Decreto nº 10.627, de 2021) Vigência
81
a) não portáteis; (Incluído pelo Decreto nº 10.627, de 2021) Vigência
7
95
b) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na
A
saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil
CC
seiscentos e vinte joules; ou (Incluído pelo Decreto nº 10.627, de 2021) Vigência
ZA
comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas
ES
2021) Vigência
A
2021) Vigência
UZ
14156
15
Conclusão: A utilização de QUALQUER ARMA DE FOGO (de uso permitido, restrito ou proibido) torna
78
o roubo hediondo. Mas não se esqueça: o roubo com arma branca não é crime hediondo!
95
A
CC
Vamos esquematizar?
ZA
A violência ou grave ameaça do crime de roubo é exercida com emprego de arma de É crime hediondo
fogo.
ES
T
A violência ou grave ameaça do crime de roubo é exercida com emprego de arma de É crime hediondo
ES
A violência ou grave ameaça do crime de roubo é exercida com emprego de arma NÃO É crime hediondo
A
D
branca.
ZA
OU
15
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
→ ROUBO QUALIFICADO PELA LESÃO CORPORAL GRAVE
PR
Art. 157, CP. (...) § 3º Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e
ADA
multa;
UZ
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
LO
EL
De acordo com a doutrina, a expressão "lesão corporal grave" abrange não apenas a lesão corporal
IZ
grave propriamente dita, mas também a lesão corporal gravíssima (CP, art. 129, §§1° e 2°, respectivamente).
GE
O resultado agravador pode ter sido suportado pela vítima da subtração ou por terceiro.
04
70
58
DICA DD: O crime de roubo somente será qualificado se o resultado agravador, “lesão corporal grave”,
81
resultar do emprego de violência. Logo, se a lesão corporal grave for fruto do emprego de grave ameaça, o
7
95
crime de roubo não será qualificado e, por conseguinte, também não será crime hediondo!
A
CC
→ ROUBO QUALIFICADO PELA MORTE (LATROCÍNIO)
ZA
14156
PR
Ocorre quando, da violência empregada no roubo, ocorre a morte da vítima, podendo ser a título de
A
dolo ou de culpa.
AD
●
LO
Para que haja latrocínio é necessário que a morte decorra da violência empregada durante e em
razão do roubo (fator tempo e o fator nexo).
EL
●
IZ
À luz do entendimento dos Tribunais Superiores, o crime se consuma com a morte da vítima, ainda
GE
14156
95
● Por se tratar de um crime contra o patrimônio, a competência é do juiz singular, e não do Tribunal
A
CC
do Júri:
ZA
ES
16
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
R.: SIM. No crime hediondo (Lei nº 8.072/90, art. 1 º, VII) de epidemia com resultado morte (CP, art.
PR
267, § 1°), no qual a morte é provocada a título de culpa. Outro exemplo, é a hipótese do coautor que, de
maneira consciente, participa de um crime de roubo armado, responde pelo crime hediondo de latrocínio,
ADA
mesmo que o disparo fatal tenha sido efetuado por seus comparsas. Afinal, se tinha consciência de que o
UZ
crime de roubo seria executado com o emprego de arma de fogo, era no mínimo previsível a superveniência
LO
do resultado morte.
EL
IZ
Inciso III: EXTORSÃO QUALIFICADA PELA RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA, OCORRÊNCIA DE LESÃO
GE
CORPORAL GRAVE OU MORTE (ART. 158, § 3º);
04
70
58
Dispõe o §3º do art. 158, do Código Penal:
81
7
95
Art. 158, CP. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o
A
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer,
CC
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
ZA
reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave
A
● Antes das alterações promovidas pelo PAC: a Lei de Crimes hediondos previa apenas a extorsão
IZ
GE
qualificada pela morte (art. 158, §2º do CP) como crime hediondo.
004
● Após a Lei 13.964/2019: o legislador alterou o inciso III da Lei nº 8.072/90, passando a prever que será
87
15
hediondo a “extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou
78
Antes do Pacote Anticrime discutia-se se o crime de extorsão com restrição da liberdade, qualificado pelo
T
resultado lesão grave ou morte, era ou não hediondo, já que o art. 1º, III, da Lei 8.072/90 fazia remissão
ES
17
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
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LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
1ª posição - Majoritária: “Defendendo uma interpretação restritiva da lei, como forma de preservar a
PR
garantia da legalidade penal e evitar a analogia, muitos juristas afastavam o caráter hediondo do “sequestro-
relâmpago” com resultado morte”. Argumentavam que o Brasil adotou o sistema legal, elencando um rol
ADA
exaustivo de crimes etiquetados como tal, de modo que não seria possível considerar o sequestro relâmpago
UZ
com resultado morte como hediondo em apreço ao Princípio da Legalidade Penal.
LO
EL
2ª posição - LFG e Sanches: Defendiam tratar-se de hediondo, com base nos seguintes argumentos:
IZ
- O art. 158, §3º é desdobramento formal e apenas exemplificativo de uma das possíveis formas de se praticar
GE
o crime de extorsão que podem culminar no evento morte (art. 158, §2º). Não é crime autônomo. A
04
qualificadora “com resultado morte” já está presente no art. 158, §2º. O §3º apenas disciplina um meio de
70
58
execução específico. A interpretação literal tem que ser acompanhada da interpretação teleológica, racional,
81
da norma. Assim, as regras aplicadas ao delito geral (art. 158, §2º) devem ser igualmente aplicadas ao crime
7
95
específico (art. 158, §3º) permanecendo hediondo quando ocorre o evento morte.
A
- Para a admissão do sequestro relâmpago com resultado morte (art. 158, §3º) como hediondo basta utilizar
CC
a interpretação extensiva, que não é vedada pelo Direito Penal, ainda que utilizada contra o réu, desde que
ZA
- Posição em sentido diverso contraria o princípio da proporcionalidade: é aceitar que a extorsão simples
ES
empregado (restrição da liberdade) com resultado morte – que sinaliza o maior reprovabilidade do
A
Essa discussão foi sepultada com a Lei nº 13.964/19. De acordo com a doutrina majoritária, com o advento
LO
do Pacote Anticrime, passaram a ser consideradas hediondas todas as formas de extorsão mediante a
EL
hediondos:
04
0
(2) Extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima com ocorrência de lesão corporal;
78
Mas e o crime de extorsão qualificada previsto no art. 158, §2°, do Código Penal? Continua sendo
ZA
R.: NÃO! E é aí que entra a crítica doutrinária acerca da mudança trazida pelo Pacote Anticrime. O
ES
art. 158, §2º, trata da extorsão praticada mediante violência com resultado lesão corporal grave ou morte.
PR
Observe que no art. 158, §2º, do CP não há restrição da liberdade da vítima, mas há lesão corporal grave ou
A
D
18
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
A extorsão com restrição da liberdade da vítima sem resultados especialmente agravadores (ou seja,
PR
sem que produza morte ou lesão corporal grave) tem pena de 6 a 12 anos de reclusão (§ 3º) é considerado
crime hediondo, ao passo que a extorsão mediante emprego de violência, qualificada pelo resultado (lesão
A DA
grave ou morte), prevista no § 2º, que possui penas maiores (quando há lesão grave, a pena é de 7 a 18 anos
UZ
e quando há morte, reclusão, de 20 a 30 anos) não é etiquetada como hediondo.
LO
Em outras palavras: no § 3º, temos crime hediondo (pena de 6 a 12); no § 2º, não, apesar de as
EL
sanções penais serem mais severas (pena de 7 a 8 ou 20 a 30 anos). Ou seja, há uma clara violação ao princípio
IZ
da proporcionalidade!
GE
04
Veja a explicação do Professor Renato Brasileiro sobre o assunto:
70
58
81
“De fato, ao promover a alteração do inciso III do art. 1 ° da Lei n. 8.072/90 para
7
95
incluir a extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de
A
lesão corporal ou morte, citando entre parênteses o art. 158, §3°, do CP, o
CC
legislador, deliberadamente (ou não) - pensamos que foi um erro grosseiro mesmo
ZA
- excluiu do rol dos crimes hediondos a extorsão qualificada pela morte, tipificada
S
TE
no art. 158, §2°, do Código Penal. Por mais absurdo e desproporcional que possa
ES
Resumindo:
IZ
GE
● Extorsão qualificada pela morte (§2º) – DEIXOU DE SER HEDIONDO com o PAC.
●
04
●
87
● Extorsão mediante restrição da liberdade qualificada pela LC grave – PASSOU A SER HEDIONDO
78
● Extorsão mediante restrição da liberdade qualificada pela morte – PASSOU A SER HEDIONDO
95
A
CC
Vamos esquematizar?
ZA
ES
14156
ES
PR
liberdade da vítima;
ZA
OU
19
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
● ●
ES
Extorsão simples com resultado morte (art. 158, Extorsão qualificada pela restrição da
PR
§2º) era crime hediondo. liberdade da vítima com ocorrência de lesão
DA
corporal;
●
A
Extorsão qualificada pela restrição da
UZ
liberdade da vítima com morte.
LO
EL
INCISO IV: EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO E NA FORMA QUALIFICADA (ART. 159, CAPUT, E §§ 1º, 2º E
IZ
GE
3º);
04
70
O delito de extorsão mediante sequestro é etiquetado como hediondo, seja na modalidade simples
58
ou na modalidade qualificada, na forma tentada ou consumada.
81
Art. 159, CP. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,
7
95
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:
A
CC
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é
ZA
§ 3º - Se resulta a morte:
UZ
LO
Art. 213, CP. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter
0
87
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato
15
libidinoso:
78
INCISO VI: ESTUPRO DE VULNERÁVEL (ART. 217-A, CAPUT E §§ 1O, 2O, 3O E 4O);
OU
20
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
PR
Art. 217-A, CP. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de
14 (catorze) anos:
ADA
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
UZ
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém
LO
que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento
EL
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer
IZ
resistência.
GE
§ 2o (VETADO)
04
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
70
58
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
81
§ 4o Se da conduta resulta morte:
7
95
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
A
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se
CC
independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido
ZA
1ª Corrente: estupro com violência presumida não é Prevê como hediondo o estupro de vulnerável, não
A
hediondo.
IZ
GE
04
é hediondo.
87
14156
15
Embargado”. (STJ, REsp. 1225387/RS, rel. Min. Laurita Vaz, Dje 04/09/2013 –
Disponível no Informativo 519).
ES
T
ES
21
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
§ 1º - Se do fato resulta MORTE, a pena é aplicada em dobro.
PR
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta
morte, de dois a quatro anos.
ADA
UZ
Epidemia é a difusão de doença mediante a propagação de genes patogênicos.
LO
Ressalta-se que somente a propagação de doença humana é que configura o crime do art. 267, §1º
EL
do Código Penal, já que, em se tratando de enfermidade que atinja animais ou plantas, o crime será o do art.
IZ
61, Lei nº 9.605/98, não hediondo por falta de previsão legal. Somente o §1º do art. 267 é rotulado como
GE
hediondo.
04
A epidemia, por si só, não é crime hediondo. Exige-se que seja qualificada pela morte (crime
70
58
preterdoloso).
81
Ressalta-se que o crime de epidemia com resultado morte desafia a prisão temporária (Lei nº
7
95
7.960/09).
A
CC
14156
INCISO VII: B - FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE PRODUTO DESTINADO A
ZA
FINS TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS (ART. 273, CAPUT E § 1º, § 1º-A E § 1º-B, COM A REDAÇÃO DADA
S
TE
14156
PR
Art. 273, CP. Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins
A
terapêuticos ou medicinais:
AD
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em
LO
uso em diagnóstico.
87
15
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º
78
comercialização;
T
ES
dificulta a fiscalização);
D
ZA
OU
22
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente
PR
(o produto não é necessariamente corrompido, mas originário de estabelecimento
clandestino, o que dificulta a fiscalização).
ADA
UZ
A hediondez conferida ao art. 273 estende-se à todas às suas modalidades, exceto
LO
à modalidade culposa.
EL
Importa salientar, ainda, que este crime admite a PRISÃO TEMPORÁRIA. Apesar de não estar
IZ
expressamente no rol de crimes que admitem prisão temporária previsto no art. 1º, inciso III da Lei 7.960/89,
GE
não se pode esquecer o art. 2º, §4º da Lei 8.072/90, de acordo com a doutrina majoritária e a jurisprudência
04
dos Tribunais Superiores, ao prever o prazo de 30 dias de duração da prisão temporária no caso de ser crime
70
58
hediondo, acabou ampliando o rol de cabimento dessa modalidade de prisão, de modo que para todo crime
81
hediondo e equiparado – esteja ou não elencado no art. 1º, III, da Lei nº 7.960/09 – caberá prisão temporária.
7
95
A
Vamos relembrar alguns aspectos importantes acerca deste crime?
CC
14156
De acordo com a doutrina e com a jurisprudência, o preceito secundário do art. 273 (Pena - 10 a 15
ZA
anos de reclusão), é inconstitucional por violar a proporcionalidade, tendo em vista prever uma reprimenda
S
TE
demasiadamente exagerada para o bem jurídico em questão. Na visão dos Tribunais Superiores, impõe-se
ES
O § 1º-B foi inserido no art. 273 do CP por força da Lei 9.677/98. O objetivo do legislador foi o de
AD
punir pessoas que vendem determinados “produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais” e que,
UZ
embora não se possa dizer que sejam falsificados, estão em determinadas condições que fazem com que seu
LO
uso seja potencialmente perigoso para a população. A pena prevista pelo legislador para o § 1º-B foi de 10 a
EL
15 anos de reclusão. Ocorre que essa pena é muito alta e, por conta disso, começou a surgir entre os
IZ
GE
advogados que militam na área a constante alegação de que essa reprimenda seria inconstitucional por violar
o princípio da proporcionalidade.
04
0
inconstitucional o preceito secundário do art. 273, § 1º-B, inciso V, do CP, autorizando a aplicação analógica
78
das penas previstas para o tráfico de drogas. Apesar da divergência1 entre as turmas que compõem a Terceira
95
Seção, o Tribunal tem admitido a aplicação a diminuição da pena com base no art. 33, §4º, da Lei nº
A
CC
1
5ª Turma – pela possibilidade; AgRg no REsp 1810273/SP. 6ª Turma: Pela impossibilidade - AgRg no REsp 1740663/PR.
OU
23
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
considerou suficientemente os fatos e prognoses e se utilizou de sua margem de
PR
ação de forma adequada para a proteção suficiente dos bens jurídicos
fundamentais. 3. Em atenção ao princípio constitucional da proporcionalidade e
A DA
razoabilidade das leis restritivas de direitos (CF, art. 5º, LIV), é imprescindível a
UZ
atuação do Judiciário para corrigir o exagero e ajustar a pena cominada à conduta
LO
inscrita no art. 273, § 1º-B, do Código Penal. 4. O crime de ter em depósito, para
EL
venda, produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais de procedência
IZ
ignorada é de perigo abstrato e independe da prova da ocorrência de efetivo risco
GE
para quem quer que seja. E a indispensabilidade do dano concreto à saúde do
04
pretenso usuário do produto evidencia ainda mais a falta de harmonia entre o
70
58
delito e a pena abstratamente cominada (de 10 a 15 anos de reclusão) se
81
comparado, por exemplo, com o crime de tráfico ilícito de drogas – notoriamente
7
95
mais grave e cujo bem jurídico também é a saúde pública. 5. A ausência de
14156
A
relevância penal da conduta, a desproporção da pena em ponderação com o dano
CC
ou perigo de dano à saúde pública decorrente da ação e a inexistência de
ZA
da Lei n. 11.343/2006 nos crimes previstos no art. 273, § 1º-B, do Código Penal.
Assim, embora não tenha havido necessariamente alteração jurisprudencial, e sim
ZA
interpretação que deve ser dada ao artigo 621, I, do CPP é aquela de acolhimento
T
ES
benigno e atual.” (RvCr 5.627/DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, j. 13/10/2021)
A
D
ZA
OU
24
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
O STF julgou inconstitucional a pena cominada à conduta de importar medicamento sem registro na
PR
ANVISA (art. 273, § 1º-B, inciso I, do CP) e decidiu repristinar, a pena (de 1 a 3 anos, multa) cominada ao art.
273, antes da Lei nº 9.677/93:
ADA
STF (RE 979.962 - tese com repercussão geral): “É inconstitucional a aplicação do
UZ
preceito secundário do artigo 273, do Código Penal, com a redação dada pela Lei
LO
9.677/98 (reclusão de 10 a 15 anos), na hipótese prevista no seu parágrafo 1º-B,
EL
inciso I, que versa sobre importação de medicamento sem registro no órgão de
IZ
vigilância sanitária. Para essa situação específica, fica repristinado o preceito
GE
secundário do artigo 273, na redação originária (reclusão de 1 a 3 anos, multa)”.
04
70
58
INCISO VIII: FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE
81
CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL (ART. 218-B, CAPUT, E §§ 1º E 2º).
7
95
A
Art. 218-B, CP. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de
CC
exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou
ZA
também multa.
AD
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18
LO
artigo;
IZ
GE
Com o advento da Lei nº 12.978, que entrou em vigor no dia 22 de maio de 2014, para além da
78
mudança do nome jurídico do art. 218-B do Código Penal, também foi acrescentado ao art. 1º da Lei nº
95
Nas modalidades submeter, induzir, atrair e facilitar, consuma-se o delito no momento em que a
vítima passa a se dedicar à prostituição, colocando-se, de forma constante, à disposição dos clientes, ainda
ZA
que não tenha atendido nenhum. Trata-se, portanto, de um crime instantâneo, ainda que de efeitos
ES
permanentes.
T
ES
14156
momento em que a vítima delibera por deixar a atividade e o agente obsta esse intento, protraindo a
A
consumação durante todo o período de embaraço (crime permanente). Ou seja, aqui, temos um crime
D
ZA
permanente. Assim, considerando a natureza permanente do crime, quem antes da lei, dificultou o
OU
25
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
abandono, persistindo o embaraço na vigência da nova lei, vai ser alcançado pela mudança legislativa,
PR
conforme o entendimento da Súmula 711, STF
ADA
Súmula 711, STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
UZ
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da
LO
permanência.
EL
IZ
GE
Obs.: Vamos relembrar alguns entendimentos recentes do STJ sobre esse crime?
04
● Nos termos do art. 218-B do Código Penal, são punidos tanto aquele que capta a vítima, inserindo-a na
70
58
prostituição ou outra forma de exploração sexual (caput), como também o cliente do menor prostituído ou
14156
81
sexualmente explorado (§ 1º). STJ. 5ª Turma. HC 371633/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/03/2019
7
95
(Info 645).
A
● A vulnerabilidade no caso do art. 218-B do CP é relativa. No art. 218-B do Código Penal não basta aferir a
CC
ZA
idade da vítima, devendo-se averiguar se o menor de 18 (dezoito) anos ou a pessoa enferma ou doente
mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou por outra causa não pode oferecer
S
TE
resistência. STJ. 5ª Turma. HC 371633/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/03/2019 (Info 645).
ES
à prostituição para que se configure o crime. Trata-se de crime instantâneo. (STJ, Informativo 754).
A
AD
UZ
INCISO IX: FURTO QUALIFICADO PELO EMPREGO DE EXPLOSIVO OU DE ARTEFATO ANÁLOGO QUE CAUSE
LO
O ingresso do parágrafo 4º do art. 5º do Código Penal no art. 1º da Lei nº 8.072 é uma novidade
GE
Furto
15
Furto qualificado
A
CC
Até a entrada em vigor do Pacote Anticrime, nenhuma modalidade de furto era rotulada como
ES
hedionda, justamente por não envolver violência e grave ameaça contra a pessoa e por tutelar única e
PR
26
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
No entanto, com base no critério de maior reprovabilidade da conduta do agente que utiliza
PR
instrumentos que possam resultar em perigo comum, a Lei nº 13.964/19 conferiu caráter hediondo ao crime
de furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
ADA
Crítica doutrinária: O crime de furto mediante a utilização de explosivos ou artefato análogo é crime
UZ
hediondo, ao passo que o roubo mediante o emprego de explosivos não foi considerado hediondo, mesmo
LO
sendo claramente mais grave que o furto, indicando uma evidente violação ao princípio da
EL
proporcionalidade. Nas palavras de Renato Brasileiro (2020):
IZ
Interessante notar que o Pacote Anticrime rotulou como hediondo o crime de furto
GE
qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo
04
comum - CP, art. 155, §4°-A, incluído pela Lei n. 13.654/18 -, porém,
70
58
inexplicavelmente, olvidou-se de fazer o mesmo com o crime de roubo
81
circunstanciado pela destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego
7
95
de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum - CP, art. 157, §2°-A,
A
inciso II, também incluído pela Lei n. 13.654/18 -, delito este inegavelmente muito
CC
mais grave do que o furto em questão. Sem embargo do evidente equívoco do
ZA
legislador, como se adota o sistema legal como critério para determinação dos
S
TE
legalidade.
AD
UZ
DICA DD: Somente será crime hediondo quando o agente empregar explosivo ou artefato análogo que cause
LO
perigo comum como instrumento do crime de furto. Quando o agente furtar substâncias explosivas
EL
(enquanto objeto material do crime de furto), incidindo no art. 155, §7º, não será crime hediondo!
IZ
GE
04
Adentraremos agora, na maior alteração ocorrida na lei, introduzida pelo “pacote anticrime” Lei nº
A
CC
13.964/2019, qual seja, o parágrafo único do art. 1º. Particularmente, acreditamos que as alterações feitas
ZA
no parágrafo único organizaram e facilitaram o entendimento sobre o tema, sendo bastante preciso e
ES
14156
5. CRIMES HEDIONDOS PREVISTOS NO ART. 1º, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 8.072/90
PR
A
D
Art. 1º, Lei nº 8.072/90. (...) Parágrafo único. Consideram-se também hediondos,
ZA
27
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
I - o crime de GENOCÍDIO, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de
PR
outubro de 1956; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - o crime de POSSE ou PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO,
ADA
previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei
UZ
nº 13.964, de 2019)
LO
III - o crime de COMÉRCIO ILEGAL DE ARMAS DE FOGO, previsto no art. 17 da Lei
EL
nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IZ
IV - o crime de TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO OU
GE
MUNIÇÃO, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
04
2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
70
58
V - o CRIME DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, quando DIRECIONADO À PRÁTICA DE
81
CRIME HEDIONDO OU EQUIPARADO. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
7
95
ANTES DO PACOTE ANTICRIME
A APÓS O PACOTE ANTICRIME
CC
Consideram-se também hediondos: Consideram-se também hediondos:
ZA
de dezembro de 2003;
AD
de 22 de dezembro de 2003;
⦁
04
14156
78
O inciso I do parágrafo único da Lei 8.072/90 estabelece o crime de genocídio, nas modalidades
ZA
constantes dos art. 1º, 2º e 3º, da Lei 2.889/56, como crime hediondo, sendo consumados ou tentados.
Vejamos:
ES
T
ES
Art. 1º, Lei nº 2.889/56. Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte,
PR
28
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de
PR
ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;
d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
ADA
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo; (...)
UZ
LO
Art. 2º, Lei nº 2.889/56. Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para prática dos
EL
crimes mencionados no artigo anterior.
IZ
Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos.
GE
04
Art. 2º, Lei nº 2.889/56. Incitar, direta e publicamente alguém a cometer qualquer
70
58
dos crimes de que trata o art. 1º:
81
Pena: Metade das penas ali cominadas.
7
95
§ 1º A pena pelo crime de incitação será a mesma de crime incitado, se este se
consumar.
A
CC
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço), quando a incitação for cometida
ZA
pela imprensa.
S
TE
ES
Perceba que as condutas que caracterizam o crime de genocídio como crime hediondo vão além do
EL
crime propriamente dito, pois será considerada também como hedionda a conduta de quem associa-se para
IZ
GE
associação criminosa quando se tratar de crimes hediondos. Ora, considerando-se que, por força do art. 1º,
87
15
parágrafo único, da Lei nº 8.072/90, o crime de associação para a prática de genocídio previsto no art. 2°
78
da Lei nº 2.889/56 também é considerado crime hediondo, a ele deve ser aplicada a pena cominada no art.
95
8° da Lei nº 8.072/90, que prevê a pena de três a seis anos de reclusão para toda forma de associação para
A
CC
praticado por grupo de extermínio. Há características próprias entre os mesmos que os diferem de forma
ES
clara.
T
ES
PR
29
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
✔ Dolo específico de destruir, no todo ou em parte,
✔ Eliminar apenas alguns de seus integrantes;
ES
PR
determinado grupo;
✔ Visam um grupo específico nacional, étnico, racial ou
✔ Visam qualquer grupo por características econômicas,
ADA
religioso. sociais, raciais, religiosas, etc.
UZ
✔ Caracteriza-se não somente pela morte, mas também
✔ Caracteriza-se, obrigatoriamente, pela morte de
LO
pela lesão grave à integridade física ou mental de alguém do grupo.
EL
membros do grupo, submissão intencional do grupo
IZ
GE
a condições de existência capazes de ocasionar-lhes a
04
destruição física total ou parcial, bem como adoção
70
de medidas destinadas a impedir os nascimentos no
58
seio do grupo e, por fim, efetuar a transferência
81
forçada de crianças do grupo para outro grupo.
7
95
✔ Na hipótese de morte, no todo ou em parte, do grupo,
✔ Crime doloso contra a vida de competência do Tribunal
A
CC
não se trata de crime contra a vida, mas tem natureza do Júri, para processá-lo e julgá-lo.
ZA
14156
PR
Vale relembrar!
A
AD
Cumpre recordarmos que o genocídio é um típico exemplo de norma penal em branco “ao avesso”, isto é,
UZ
temos as condutas criminosas, mas faltam as respectivas penas, o preceito secundário está incompleto.
LO
A norma penal em branco ao avesso é aquela em que o preceito primário é completo, mas o preceito
EL
secundário carece de complemento normativo, sendo certo que este complemento deve derivar da lei, sob
IZ
Trata-se da posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso PROIBIDO, prevista no art. 16 da Lei no
78
95
ocasião em que o legislador passou a diferenciar as condutas que envolvem arma de fogo de uso restrito e
ZA
proibido, colocando essa última como qualificadora do delito em questão, no §2º. Veja:
T ES
ES
Art. 16, Lei nº 10.826/03. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em
14156
PR
empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição
D
ZA
OU
30
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
PR
regulamentar: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
A DA
UZ
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
LO
I – Suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma
EL
de fogo ou artefato;
IZ
II – Modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a
GE
arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer
04
modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
70
58
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem
81
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
7
95
IV – Portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com
A
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou
CC
adulterado;
ZA
VI – Produzir, recarregar ou
14156reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de
PR
Nesse tipo penal, não há a necessidade de diferenciar a posse do porte de arma de uso
14156 proibido, vez
IZ
GE
Art. 16, Lei nº 10.826/03. Possuir, deter, portar, “Art. 16, Lei nº 10.826/03. Possuir, deter, portar,
78
adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
95
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
A
CC
emprestar, remeter, empregar, manter sob sua emprestar, remeter, empregar, manter sob sua
ZA
guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou
munição de uso proibido ou restrito, sem munição de uso restrito, sem autorização e em
ES
T
ou regulamentar: regulamentar:
PR
(...)
ZA
OU
31
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
Sem correspondência. § 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º
PR
deste artigo envolverem arma de fogo de USO
DA
PROIBIDO, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12
A
(doze) anos.” (NR)
UZ
LO
Assim, antes do Pacote Anticrime, considerava-se hediondo o crime "de posse ou porte ilegal de
EL
arma de fogo de uso restrito previsto no art. 16 da Lei n. 10.826/03”, suscitando, inclusive, controvérsias
IZ
GE
sobre a abrangência ou não dos incisos I a VI do referido artigo.
No entanto, com o advento do Pacote Anticrime e as alterações promovidas no próprio Estatuto do
04
70
Desarmamento, que deslocou todas as condutas referentes ao “uso proibido” do caput para o §2º, passou-
58
se a considerar hediondo apenas o PORTE OU POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO.
81
Ressalta-se que a Lei de crimes hediondos fala somente em ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO, não
7
95
mencionando os demais objetos materiais previstos no art. 16, quais sejam, acessório ou munição. Por este
A
motivo, a doutrina majoritária entende que O PORTE/POSSE ILEGAL DE ACESSÓRIO OU MUNIÇÃO DE USO
CC
PROIBIDO NÃO É CONSIDERADO CRIME HEDIONDO, sob pena de caracterizar analogia “in malam partem”
ZA
redigido nos seguintes termos: "O crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo,
A
14156
acessório ou munição de uso proibido ". In casu, não se pode querer aplicar o
AD
crime hediondo de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (redação
LO
proibido seria hedionda por uma razão muito simples: posse ou porte ilegal de arma
04
de fogo de uso proibido não é o nomen iuris do delito, mas sim uma mera
0
legalidade.
95
A
CC
Obs.: pensamos que a referida norma possuiu natureza dúplice. Isso porque:
✔ A norma será benéfica em relação àqueles praticaram a conduta de posse ou porte ilegal de arma de
ZA
ES
fogo de uso restrito, pois essa modalidade não é mais considerada hedionda (“novatio legis in mellius”
T
e caráter retroativo).
ES
✔ A norma será maléfica em relação àqueles que cometerem o porte de arma de fogo de uso proibido,
PR
considerando que, além de ser tratada como hediondo, tornou-se qualificadora do delito previsto no
A
D
32
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
●
ES
INCISO III: CRIME DE COMÉRCIO ILEGAL DE ARMAS DE FOGO, ACESSÓRIO OU MUNIÇÃO
PR
DA
Art. 17, Lei nº 10.826/03. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar,
A
ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda,
UZ
ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
LO
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
EL
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
IZ
GE
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
13.964, de 2019)
04
70
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo,
58
qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio
14156 irregular ou
81
clandestino, inclusive o exercido em residência. (Redação dada pela Lei nº 13.964,
7
95
de 2019)
A
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou
CC
munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou
ZA
Art. 17, Lei nº 10.826/03. (...) “Art. 17, Lei nº 10.826/03. (...)
UZ
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa.
LO
§ 1º
EL
Trata-se de atualização introduzida pela Lei nº 13.964/19, incluindo, no rol taxativo dos crimes
ZA
Assim, todas as modalidades deste delito, incluindo as previstas no §2º, passam a ser consideradas
T
como hediondas.
ES
33
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
equiparadas. A uma porque o legislador fez referência ao crime de comércio ilegal
PR
de arma de fogo e ao delito de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou
munição, porque estas são as rubricas marginais (nomen iuris) constantes dos arts.
ADA
17 e 18 do Estatuto do Desarmamento. A duas porque, quisesse o legislador
UZ
conferir natureza hedionda apenas a determinadas condutas ali previstas, deveria
LO
ter feito menção explícita ao caput do art. 17 (ou ao do art. 18). Se não o fez, não é
EL
dado ao intérprete fazê-lo. Enfim, hão de ser consideradas hediondas tanto as
IZ
condutas do caput, quanto aquelas equiparadas.
GE
04
●
70
INCISO IV: CRIME DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO OU MUNIÇÃO
58
81
Art. 18, Lei nº 10.826/03. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do
7
95
território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização da autoridade competente: A
CC
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
ZA
nº 13.964, de 2019)
S
TE
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo,
ES
Art. 18, Lei nº 10.826/03. (...) Art. 18, Lei nº 10.826/03. (...)
EL
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e
IZ
GE
multa. multa.
14156
04
preexistente.” (NR)
TES
Com a Lei nº 13.964/19, o crime de tráfico internacional de armas de fogo, acessórios e munições
ES
34
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
●
ES
INCISO V: CRIME DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, QUANDO DIRECIONADO À PRÁTICA DE CRIME
PR
HEDIONDO OU EQUIPARADO
ADA
Art. 1º, Lei nº 12.850/13. Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a
UZ
investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas
LO
e o procedimento criminal a ser aplicado.
EL
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas
IZ
GE
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que
informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de
04
70
qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas
58
sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.
81
7
95
A Lei 13.964/19 acrescentou o inciso V ao parágrafo único do art. 1º da lei ora em comento,
A
etiquetando como hediondo o crime de organização criminosa, quando esta tiver por finalidade a prática de
CC
crime hediondo ou equiparado.
ZA
Veja bem, a Lei 13.964/19 não tornou o crime de organização criminosa, em si, um delito hediondo,
S
TE
que haja a reunião estável, permanente e hierárquica das pessoas para a prática de crimes. E se ela for para
A
Ressalta-se outras formas de associação, como, por exemplo, a associação criminosa (CP, art. 288) e
UZ
a constituição de milícia privada (CP, art. 288-A, incluído pela Lei n. 12.720/12), não devem ser rotuladas
LO
como hediondas, ainda que direcionadas à prática de crime hediondo ou equiparado, sob pena de evidente
EL
violação ao princípio da legalidade. (Não esqueça da exceção comentada acima acerca da associação para a
IZ
GE
prática de genocídio!)
14156
04
0
TRÁFICO
95
3T TORTURA
A
CC
TERRORISMO
ZA
ES
Frente à expressa determinação da Constituição Federal, são equiparados aos crimes hediondos os
T
Tal conceituação é exaustivamente cobrada em provas objetivas, uma vez que, mesmo ensejando o
PR
procedimento de recrudescimento idêntico aos dos crimes hediondos, eles são considerados equiparados, e
DA
35
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
5.1.1 Tráfico de Drogas
PR
Encontra-se tipificado pela Lei 11.343/03, mas são todos os tipos penais ali elencados que
A DA
caracterizam tráfico de drogas. Segundo doutrina majoritária e jurisprudência do STF e STJ:
UZ
LO
SÃO CONSIDERADOS SÃO EQUIPARADOS NÃO SÃO NÃO SÃO
EL
TRÁFICO DE A CRIMES CONSIDERADOS EQUIPARADOS A
IZ
GE
DROGAS HEDIONDOS TRÁFICO DE CRIMES HEDIONDOS
DROGAS
04
70
1) Art. 33, caput 1) Art. 28
58
2) Art. 33, §1º 2) Art. 33, §2º
81
3) Art. 34 – delito de maquinário 3) Art. 33, §3º
7
95
4) Art. 36 – o delito de financiamento 4) Art. 33, §4º - tráfico
ao tráfico A
privilegiado!
CC
5) Art. 35 – associação para o tráfico
ZA
como informante
ES
14156 7) Art. 38
PR
8) Art. 39.
A
AD
UZ
LO
De acordo com o STF, o tráfico privilegiado de drogas não tem natureza de crime hediondo, por
conseguinte não são exigíveis requisitos mais severos para o livramento condicional e para a progressão de
EL
IZ
Info: 760, STJ. A Lei n. 13.964/2019, ao promover alterações na Lei de Execução Penal, apenas
04
afastou o caráter hediondo ou equiparado do tráfico privilegiado, nada dispondo sobre os demais
0
Ademais, as alterações promovidas pelo Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) apenas afastaram o
78
caráter hediondo ou equiparado do tráfico privilegiado, previsto no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006, nada
95
14156
dispondo sobre os demais dispositivos da Lei de Drogas. AgRg no HC 748.033-SC, Rel. Min. Jorge Mussi,
A
CC
Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 27/09/2022, DJe 30/09/2022. (Info 754)
ZA
ES
5.1.2 Tortura
T
De acordo com a doutrina majoritária, o crime de tortura por omissão NÃO é considerado crime
PR
equiparado a hediondo!
A
D
36
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-
PR
las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
ADA
5.1.3 Terrorismo
UZ
O crime de terrorismo é definido pelo art. 2°, caput, da Lei nº 13.260/16
LO
EL
6. ESPECIFICIDADES DOS CRIMES HEDIONDOS
IZ
GE
O art. 2º da Lei 8.072/90 elenca um rol de consequências legais – de natureza penal e processual
04
penal – mais gravosas que são aplicáveis os crimes rotulados como hediondos e os crimes equiparados a
70
58
hediondos.
81
Inicialmente, cumpre destacarmos que as consequências/vedações também são aplicadas aos crimes
7
95
“equiparados” a hediondos, quais sejam, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tortura e terrorismo.
A
CC
6.1 Insuscetibilidade de Graça, Anistia e Indulto
ZA
S
TE
Nos termos do art. 2º, inciso I, da Lei nº 8.072/90, os crimes hediondos são insuscetíveis de anistia,
ES
Art. 2º, Lei nº 8072/90. Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito
AD
e indulto;
LO
EL
Art. 5º, CF. (...) XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça
IZ
GE
Repare que, enquanto a Lei de Crimes Hediondos proíbe a concessão de anistia, graça e indulto, a
95
CF/88 proíbe apenas a anistia e a graça, sem fazer menção expressa ao indulto. Essa vedação do indulto
A
CC
1º corrente: Inconstitucional – A lei extrapolou a vedação constitucional. Considerando que a CF/88 traz
ES
proibições máximas, não pode o legislador ordinário suplantá-las. A concessão do indulto é atribuição do
T
ES
14156
chefe do Poder Executivo (Presidente da República), não podendo o legislador ordinário limitá-lo.
PR
A
D
ZA
OU
37
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
2º corrente – STF/ Majoritária - Constitucional. A CF traz vedações mínimas ("a lei considerará"), quem irá
PR
trabalhar é o legislador, a CF/88 dá um PATAMAR MÍNIMO DE PROIBIÇÃO. A vedação da graça abrange
indulto, que nada mais é do que uma graça coletiva.
ADA
UZ
Obs.: Chama-se indulto humanitário aquele concedido por razões de grave deficiência física ou em
LO
14156
virtude de debilitado estado de saúde do executado. Temos decisões admitindo o indulto humanitário, com
EL
fundamento no princípio da humanidade das penas, até mesmo para condenados por crimes hediondos e
IZ
equiparados (STJ). O STF, no HC 118/213 SP, não permitiu indulto humanitário para tráfico de drogas.
GE
04
6.2 Insuscetibilidade de Fiança
70
58
81
Os crimes hediondos e equiparados são inafiançáveis.
7
95
A
Art. 2º, Lei nº 8.072/90. Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito
CC
de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
ZA
II - fiança.
S
TE
ES
Cumpre destacar que, na redação original da Lei dos Crimes Hediondos, também era vedada a
14156
PR
liberdade provisória sem fiança. Essa proibição, contudo, foi abolida pela Lei 11.464/2007.
A
AD
Vedava: Veda:
LO
1) Fiança 1) Fiança
EL
2) Liberdade provisória
IZ
GE
Permite:
04
1) Liberdade provisória
0
87
15
A doutrina majoritária entende ser possível a concessão de liberdade provisória sem fiança, a
78
depender do convencimento do juiz, quanto à ausência dos requisitos para a decretação da prisão
95
preventiva.
A
CC
ZA
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime
PR
fechado.
A
D
ZA
OU
38
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
Em sua redação original, a Lei dos Crimes Hediondos previa que o regime deveria ser integralmente
PR
fechado, ou seja, iniciaria e terminaria o cumprimento da pena em regime fechado, sem direito à progressão
de regime.
A DA
No entanto, no HC 82959, o STF decidiu pela inconstitucionalidade desse regime, haja vista a clara
UZ
violação aos princípios da individualização da pena, da proporcionalidade e também da dignidade da pessoa
LO
humana. Nessa esteira, passou-se a admitir a progressão de regime nos termos da LEP.
EL
Ressalta-se que a obrigatoriedade do regime inicial fechado continua no texto da lei, mas a
IZ
jurisprudência e doutrina já se manifestaram pela inconstitucionalidade da previsão por entenderem que
GE
viola o princípio da individualização da pena, devendo o juiz analisar o caso concreto para fundamentar sua
04
decisão (STF, Pleno, HC 111.840, Info 672).
70
58
O legislador não pode obrigar o juiz a aplicar um determinado regime prisional. A fixação de regime
81
14156
inicial mais severo não deve basear-se na gravidade em abstrato do delito, exigindo, do magistrado,
7
95
motivação idônea.
A
Súmula 718 do STF: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime
CC
não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o
ZA
CESPE/2019 - Júnia, de quatorze anos de idade, acusa Pierre, de dezoito anos de idade, de ter praticado crime
UZ
de natureza sexual consistente em conjunção carnal forçada no dia do último aniversário da jovem. Pierre,
LO
contudo, alega que o ato sexual foi consentido. Se Pierre for condenado por estupro, o regime de
EL
cumprimento de pena será integralmente fechado, por se tratar de crime hediondo. Item incorreto.
IZ
GE
04
Art. 1º, Lei nº 9.455/97. (...) § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a
87
15
O § 7º dispõe que o condenado por crime previsto na Lei de Tortura, salvo a hipótese do § 2º (omissão
A
CC
O STF já decidiu que a imposição de regime inicial fechado para os crimes hediondos e equiparados
ES
Para a doutrina majoritária, é evidente que essa interpretação também deve ser aplicada aos crimes
ES
FECHADO FIXADO EXCLUSIVAMENTE COM BASE NO ART. 1º, § 7º, DA LEI 9.455/97.
ZA
39
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
TRIBUNAL DE ORIGEM. ALTERAÇÃO DO REGIME PARA O SEMIABERTO, COM
PR
FULCRO NO ART. 33 E PARÁGRAFOS DO CÓDIGO PENAL. REFORMATIO IN PEJUS.
AUSÊNCIA. REPRIMENDA FINAL INFERIOR A 4 ANOS DE RECLUSÃO. REGIME INICIAL
ADA
SEMIABERTO. CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO
UZ
ILEGAL. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
LO
1. A obrigatoriedade do regime inicial fechado prevista na Lei do Crime de Tortura
EL
foi superada pela Suprema Corte, de modo que a mera natureza do crime não
IZ
configura fundamentação idônea a justificar a fixação do regime mais gravoso
GE
para os condenados pela prática de crimes hediondos e equiparados. Para
04
estabelecer o regime prisional, deve o magistrado avaliar o caso concreto,
70
58
seguindo os parâmetros estabelecidos pelo artigo 33 e parágrafos do Código
81
Penal.
7
95
2. O regime inicial fechado foi fixado pelo Magistrado de primeiro grau com base,
A
exclusivamente, no disposto pelo art. 1°, § 7°, da Lei n° 9.455/97, em manifesta
CC
contrariedade ao hodierno entendimento dos Tribunais Superiores. A Corte de
ZA
do Código Penal, o que não evidencia reformatio in pejus. (...) (RHC 76.642/RN, Rel.
A
Em 2015, o Info. 789 do STF, noticiou julgamento em que o Min. Marco Aurélio manifestou posição
EL
pessoal de que o art. 1º, § 7º, da Lei nº 9.455/97 seria constitucional, ou seja, seria legítima a regra que
IZ
GE
impõe o regime inicial fechado para o crime de tortura. Todavia, é uma posição minoritária e isolada do Min.
Marco Aurélio. Os demais Ministros acompanharam o Relator mais por uma questão de praticidade em razão
004
do que de
87
14156
15
CUIDADO COM INF. 789, STF (2015): CRIME DE TORTURA E REGIME INICIAL DE
95
cumprimento das penas fixadas atenderiam aos ditames legais. Asseverou não
OU
40
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
caber articular com a Lei de Crimes Hediondos, pois a regência específica (Lei
PR
9.455/1997) prevê expressamente que o condenado por crime de tortura iniciará o
cumprimento da pena em regime fechado, o que não se confundiria com a
DA
A
imposição de regime de cumprimento da pena integralmente fechado. Assinalou
UZ
que o legislador ordinário, em consonância com a CF/1988, teria feito uma opção
LO
válida, ao prever que, considerada a gravidade do crime de tortura, a execução da
EL
pena, ainda que fixada no mínimo legal, deveria ser cumprida inicialmente em
IZ
regime fechado, sem prejuízo de posterior progressão. Os Ministros Roberto
GE
Barroso e Rosa Weber acompanharam o relator, com a ressalva de seus
04
entendimentos pessoais no sentido do não conhecimento do “writ”. O Ministro Luiz
70
14156
58
Fux, não obstante entender que o presente “habeas corpus” faria as vezes de
81
revisão criminal, ante o trânsito em julgado da decisão impugnada, acompanhou o
7
95
relator. HC 123316/SE, rel. Min. Marco Aurélio, 9.6.2015. (HC-123316)
A
CC
6.4 Critérios Diferenciados para Concessão de Livramento Condicional.
ZA
S
TE
É possível o livramento para os crimes hediondos e assemelhados (3T – tráfico, tortura e terrorismo),
ES
LIVRAMENTO CONDICIONAL
EL
Regra geral – art. 83, CP Hediondos – art. 83, V, CP Tráfico de drogas - art. 44, Lei
IZ
GE
11.343/06
0 04
+ de 1/3 do cumprimento de pena + de 2/3 do cumprimento de pena 2/3 do cumprimento de pena (art.
87
15
se não reincidente em crime doloso se não reincidente específico. 44, p.ú., Lei nº 11.343/06 –
78
Em sua redação originária, a Lei nº 8.072/90 vedava a progressão de regime para os crimes
PR
hediondos, já que era previsto o regime integral fechado de cumprimento da pena (art. 1º, §1º). O STF
A
D
declarou a inconstitucionalidade do art. 1º, §1º, da Lei nº 8.072/90. Com isso, a progressão de regime foi
ZA
autorizada e seguia o disposto na LEP, ou seja, o condenado progredia com o tempo comum - 1/6 da pena.
OU
41
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
Posteriormente, a Lei nº 11.464 inseriu o §2º ao art.2º da Lei 8.072/90, trazendo parâmetros distintos para
PR
a progressão de regime para condenados por crimes hediondos e equiparados:
Art. 2º, Lei nº 8.072/90. (...) § 2o A progressão de regime, no caso dos condenados
ADA
aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois
UZ
quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se
LO
reincidente.
EL
IZ
Por se tratar de uma inovação legislativa mais prejudicial ao réu, foram editadas as seguintes
GE
súmulas:
04
Súmula 471 do STJ: Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados
70
58
cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art.
81
112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime
7
95
prisional.
A
CC
Súmula Vinculante nº 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de
ZA
14156
benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização
A
de exame criminológico.
AD
UZ
Ocorre que, com o advento da Lei 13.964/19, o “pacote anticrime”, tal dispositivo foi revogado!! A
LO
partir de agora, a progressão de regime voltará a ser guiada pelo art. 112 da Lei de Execução Penal (LEP), que
EL
também sofreu alterações pela referida Lei, estabelecendo novos prazos a serem cumpridos, conforme
IZ
GE
esquema abaixo:
0 04
ESQUEMATIZANDO:
87
15
%%
A
CRIMES EQUIPARADO
ZA
HEDIONDOS
OU
42 PRÁTICA DO CRIME DE
CONDENADO PELA
L
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
PR
ADA
60% REINCIDENTE SE O APENADO FOR REINCIDENTE NA PRÁTICA DE
UZ
ESPECÍFICO CRIME HEDIONDO OU EQUIPARADO
LO
EL
REINCIDENTE SE O APENADO FOR REINCIDENTE EM
CRIME HEDIONDO OU EQUIPARADO VEDADO O
IZ
ESPECÍFICO COM
70% COM RESULTADO MORTE, VEDADO O LIVRAMENTO
GE
RESULTADO
MORTE LIVRAMENTO CONDICIONAL. CONDICIOANAL
04
70
58
81
PROGRESSÃO DE REGIME NOS CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS
7
95
40% - Primário + Crime Hediondo/Equiparado
A
CC
- Primário + Crime Hediondo/Equiparado, COM RESULTADO MORTE,
ZA
nesse caso. Isso porque, se seguisse a regra geral prevista no CP, caberia o
ES
50 % 14156
livramento condicional.
PR
quando o agente for reincidente específico em crime hediondo (art. 83, V).
GE
70%
MORTE, VEDADO O LIVRAMENTO CONDICIONAL.
0
87
15
Obs.: O art. 112 da LEP não previu percentual de progressão para o condenado por crime hediondo ou
78
95
equiparado que for reincidente comum (reincidente não específico). Diante da ausência de previsão legal, o
A
julgador deve integrar a norma aplicando a analogia “in bonam partem”, ou seja, aplica-se a mesma fração
CC
do condenado primário, 40% ou 50%, conforme o caso (STJ, HC 581.315/PR, julgado em 10/06/2020 –
ZA
Art. 2º, Lei nº 8.072/90. (...) §3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá
A
D
ZA
43
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
PR
Interpretação conforme a CF: Réu processado preso, recorre preso, salvo se desaparecerem os
fundamentos que determinaram a decretação da prisão preventiva. Por outro lado, réu processado solto,
ADA
via de regra, recorre solto, salvo se presentes os fundamentos da prisão preventiva, eis a interpretação
UZ
conforme a Constituição.
LO
Ante o exposto, contemplamos que está vedado a imposição da condição de recolhimento ao cárcere
EL
para recorrer, devendo a sua decretação quando necessária ser fundamentada, em observância ao art. 93,
IZ
IX, da CF.
GE
04
6.7 Estabelecimentos Penais De Segurança Máxima
70
58
81
Art. 3º, Lei nº 8.072/90. A União manterá estabelecimentos penais, de segurança
7
95
máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta
A
periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem
CC
ou incolumidade pública.
ZA
Obs.: O condenado de alta periculosidade pode não ser necessariamente um condenado por crime
S
TE
hediondo ou equiparado.
ES
14156
PR
JUIZ ESTADUAL.
AD
UZ
Súmula 192 do STJ - Compete ao juízo das execuções penais do estado a execução
LO
das penas impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando
EL
●
04
14156
15
78
Em atendimento ao Código de Processo Penal, haverá prioridade de tramitação dos processos que
T
Art. 394-A, CPP. Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão
D A
44
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
Conforme DoD:
PR
Na prática, o que muda: nada. Não existe um controle sobre essas prioridades e não
há qualquer sanção para o caso de a ordem ser descumprida. Isso sem falar que a
ADA
causa da demora na tramitação dos processos é muito mais profunda e o acréscimo
UZ
desse dispositivo não contribui em nada.
LO
Trata-se de mais um exemplo de legislação simbólica.
EL
IZ
7. PRISÃO TEMPORÁRIA E CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS
GE
04
Por fim, e com alto índice de cobrança nas provas objetivas, bem como relevância para a confecção
70
58
de representações rotineiramente presentes em provas de segunda fase, há a previsão de prazo excepcional
81
para a prisão temporária nos crimes hediondos.
7
95
A prisão temporária é uma modalidade de prisão provisória, decretada antes do trânsito em julgado
A
da condenação, e tem natureza cautelar. No Brasil a prisão temporária é possível apenas na fase
CC
investigatória, por esse motivo ela não pode ser decretada de ofício pelo juiz, dependendo de requerimento
ZA
Art. 2º, Lei nº 8.072/90. (...) § 4º A PRISÃO TEMPORÁRIA, sobre a qual dispõe a Lei
ES
comprovada necessidade.
AD
UZ
5 dias, prorrogáveis por igual período. 30 dias, prorrogáveis por igual período
GE
004
87
14156
II - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria
A
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
D
ZA
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
OU
45
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);
PR
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270,
ADA
caput, combinado com art. 285);
UZ
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
LO
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
EL
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
IZ
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).
GE
04
70
O crime de envenenamento de água potável já foi considerado hediondo, mas hoje em
58
dia é crime simples, de modo que o prazo da prisão temporária será 5 + 5 dias.
81
7
95
Existem crimes hediondos que não estão previstos no rol de crimes que admitem temporária (art.
A
CC
1º, III da Lei. 7960/89). Esses crimes admitem essa modalidade de prisão cautelar? Ex.: crimes de estupro de
ZA
R.: Para a doutrina majoritária, a Lei 7.960 é lei ordinária, assim como a lei 8.072. Nesse sentido, a lei
TE
8.072 poderá aumentar o prazo da prisão temporária (de 5+5 para 30 +30), bem como aumentar o rol de
ES
14156
crimes hediondos.
PR
O §4º do art.2º da lei 8.072/1990 ampliou, não apenas, o prazo da prisão temporária, mas também
A
AD
Art. 9º, Lei nº 8.072/90. As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos
15
arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua
78
combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o
95
art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de metade,
A
CC
Essa causa de aumento prevista no art. 9º da Lei de Crimes Hediondos ainda está em vigor?
ES
NÃO. O entendimento do STJ e do STF é o de que o art. 9º da Lei de Crimes Hediondos foi
PR
revogado tacitamente pela Lei nº 12.015/2009, considerando que esta Lei revogou o art. 224 do CP, que era
A
D
46
L
EL
IZ
GE
15
78
95
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A
CC
LEI DE CRIMES HEDIONDOS
ZA
S
TE
ES
Logo, como não mais existe o art. 224 no CP, conclui-se que o art. 9º da Lei de Crimes Hediondos
PR
perdeu a eficácia (expressão utilizada em um voto do Min. Dias Toffoli).
O art. 9º da Lei de Crimes Hediondos ficou carente de complemento normativo em vigor, razão pela
ADA
qual foi revogada a causa de aumento nele consignada.
UZ
Imagine que uma pessoa foi condenada, antes da Lei nº 12.015/2009, pela prática de estupro
LO
contra menor de 14 anos com a incidência da causa de aumento do art. 9º da Lei de Crimes Hediondos.
EL
Como ocorreu a revogação tácita do art. 9º, essa pessoa poderá alegar que houve “novatio legis in
IZ
mellius” e pedir para retirar de sua condenação a causa de aumento do art. 9º?
GE
SIM. Essa causa de aumento deve ser extirpada da reprimenda já imposta, por força do princípio
04
da novatio legis in mellius (art. 2º, parágrafo único, do CP):
70
58
Art. 2º, CP. (...) Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
81
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por14156sentença
7
95
condenatória transitada em julgado.
A
CC
Com a revogação expressa do art. 224 do Código Penal pela Lei nº 12.015/2009, há de ser
ZA
pena previsto no art. 9º da Lei nº 8.072/90, considerando-se o princípio da novatio legis in mellius, previsto
ES
17/04/2018.
A
AD
Em suma:
UZ
revogada pela Lei nº 12.015/2009, considerando que esta Lei revogou o art. 224 do
EL
da Lei de Crimes Hediondos, esta majorante deverá ser retirada de sua condenação
87
15
por força da novatio legis in mellius (art. 2º, parágrafo único, do CP).
78
Diante da revogação do art. 224 do CP pela Lei nº 12.015/2009, ainda que o fato
95
47
L
EL
IZ
GE