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195 - Instrução de Aprendiz.

Muitos de nós maçons deixamos os anos se escoarem sem nos darmos conta de
que já aprendemos certas coisas ao longo da caminhada e acabamos não ligando
umas com a outras e sempre que alguém vai se arvorar de um assunto que lhes
parece familiar como por exemplo uma instrução de aprendiz, ainda que não
falemos nada por questões de polidez, pensamos assim, lá vem um irmão chover
no molhado neste assunto deveras batido.

Quantos de nós já ouvimos ou lemos sobre os ladrilhos pretos e brancos no piso


do templo por uma infinidade de vezes e cada um, têm na ponta da língua o que
significa ou o que imagina representar tais ladrilhos, eu mesmo já ouvi maçons
filosofarem por horas sobre tais ladrilhos, todavia nunca ouvi um deles falar dos
ladrilhos baseado na história em si, desde a invenção do ladrilho na época do
império romano.

Antes da invenção do ladrilho, portanto antes de ser chamado de ladrilho


hidráulico, todos os pisos de palácios ou residências de endinheirados eram feitas
com pedras de cantaria e que nos menos abastados era com cerâmica queimada
ou chão batido, portanto o piso da residência dizia muito sobre o poder econômico
do morador, portanto status social.

Quando na Roma antiga começaram a usar tais ladrilhos pretos, porque continha
cinza vulcânica ou brancos porque continha cal, essa moda ganhou o mundo sem
toda esta filosofia do que representa hoje em maçonaria, apenas como
ornamentação de piso e com essa antiguidade assim foi construído o Senado
Britânico, em 1066 na Britânia com um piso em pedras de Cantaria polidas e em
1707 já com ladrilhos do qual os futuros Templos maçônicos se espelharam, sem
esse simbolismo todo que proclamamos, apenas por beleza e tão somente isso.

Foi sobre esse piso em pedras de cantaria que o futuro Santo Inácio de Loiola
andou sem o movimento do joelho direito, fruto das batalhas entre Bascos e
Castela nos idos de 1500 e em sua homenagem assim se fez o passo de aprendiz,
onde no GOB e Grandes Orientes dos estados, tais ladrilhos são paralelos as
paredes, em assim sendo, se adaptam ao passo de Santo Inácio, entretanto em
1928 foi criada a Grande Loja RS e como Grão Mestre Manoel Serafim inovou,
colocando os ladrilhos oblíquos, entretanto sem modificar o paço do aprendiz que
continuou um ângulo reto também, sendo que desta feita, ainda que baseado nos
ladrilhos, veja página 10, a posição dos pés ficou como chamamos dez para as
duas, e assim consta do nosso ritual desde 1928, sendo que na página 84 do citado
ritual diz que os pés ficam num, também ângulo reto, seguindo o ângulo dos
ladrilhos portanto, desta feita com o pés voltados para a frente ao que chamamos
sátiramente de dez para as duas.

A grande Loja, desde 1928 sempre determinou que se fizesse assim o paço de
aprendiz, entretanto quase maioria dos maçons faz como se tivesse no Grande
Oriente Estadual ou no Grande Oriente do Brasil, mas isto acontece porque não
sabemos fazer o paço de aprendiz determinado pela Grande Loja ou se achamos o
paço das outras potências mais bonito, quem souber disso, por favor me conte o
motivo da preferência porque eu não captei o motivo.

Como é praxe jurarmos que vamos cumprir as determinações da Grande Loja, eu


supunha não seríamos perjuros, pois contrariamos o que dizem as páginas 20 e 26
do mencionado ritual. Sabendo que a Grande Loja é apenas signatária do REAA,
portanto o rito não determina o como ela GL deve proceder, então porque não nos
organizamos para solicitar a mudança do paço de aprendiz, assim como para
excluir todas as alfaias que nós nos negamos usar, tal como determinado nas
páginas supracitadas, mudando, portanto, o REAA desde a Inglaterra e França ou
nos mudamos para o rito alemão, porém cuidado no Schroder, se cumpre o que o
é previsto ou não se entra em loja.

Meus irmãos com o andar da instrução o aprendiz foi tomando contato com mais
pormenores dos símbolos que até então nos eram desconhecidos, as suas
significações e simbologias, ainda que não façam o que aprenderam e nem sejam
molestados por isso.

A exemplo, da orientação das nossas oficina do oriente para o ocidente e do norte


para o sul que representam toda a grandiosidade e compromisso de nossa
Instituição com os acontecimentos pertinentes a humanidade, no trabalho árduo e
incessante da Maçonaria em laborar a favor do desenvolvimento do homem para
sua plenitude, portanto temos as armas, só nos basta partirmos para o combate,
isto para usar um jargão militar.

Sempre filosofamos dizendo que quem sustenta a loja são três grandes colunas, a
saber, sabedoria, força e beleza que nos remetem aos princípios básicos que devem
dirigir o aprendizado maçônico, respectivamente.

Primeiro a sabedoria, pois reza no nosso ritual que a Sabedoria a que chamamos
também de luz, porque aí senta-se o Venerável Mestre quando sai o sol, cuja
finalidade é abrir a loja e nos instruir com as luzes da sua sabedoria.
Esta lenda vem do Egito antigo, pois quando despontava o seu Deus a quem eles
chamavam Rá, com ele chegava a luz, a sabedoria e a vida.

Em ato contínuo aprendemos que a Força ou Primeiro Vigilante que no outro


hemisfério comanda os companheiros porque tem mais sapiência, portanto mais
luz e quando o dia chega ao fim e esta se põe, ele fecha a loja e despede a todos,
pagando-os.

A seguir e como terceira autoridade temos a Beleza na pessoa do segundo vigilante


que cuida dos trabalhos e os manda os trabalhadores para a recreação no
momento em que o sol chega ao zênite.
Meus irmãos eu preciso parar neste ponto para não me alongar, porém em
momento oportuno voltarei ao assunto com a sua continuidade.
Muito obrigado por me ouvirem, eu sou o Zildo da Abolição 100.

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