Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
.
0 PÂSSARO DA CABEÇA
quasi@doimpensavel.pt
www.doimpensavel.ptlquasi
Tel. +351 252 371 724
Fax +351 252 375 164
Il 0 péissaro da cabeça
1
(, )
poemas de
Manuel Antonio Pina
ilustraçôes de
Joana Quental
..
!·
----~- \
"""' '~ l
\)\.·'0 ~ "'~
u
,, ..
"··. NJr-
.\. '· ·,.c -'Lr, V ·· .
jl'~~ N '~3S3
't . "jfcu0 our
q 1J ;i''ê;ï
"0 Passaro da Cabeça" foi publicado em 1a ediçao em 1983 (A Regra do
JOgo, Ed., Lisboa), corn colagens de Maria Priscila Soares); poemas do livra
figuram nas seguintes ediçôes discograficas: "0 Inventao" (DIAP 16026, LP; musica
de A. JOsé Martins e interpretaçao, entre outras, de Sérgio Godinho, Shila e Semi
Lufti; Prémio da Critica "Musica & Som" 1981); "0 Banda dos Gambozinos"
(POLYDOR 2480634, LP; musica de Suzana Ralha e interpretaçao de Teresa
Mugel; "0 Beco" (DISCANTO 1987, LP; musica de Suzana Ralha e interpretaçao
dos alunas da Escala de Musica do "Banda dos Gambozinos" 1 Porto; "0 Beco
dos Gam~ozinos" (CDM 016, P. 2004, ed. Fortes & Rangel. Lda, Porto, interpretaçao
dos alunas da Escala de Musica "Banda dos Gambozinos" 1 Porto).
- _ c;r_ - - - --
...
~
""0
0
('1)
3
Jl,)
('1),
3
Jl,)
n
9.
(/)
Jl,)
(/)
ïO ('1)
P-l
3 3
0
~
a...
s·
""0
0
tÛ ::4.
s::('b Jl,)>
~ ::s
("i) ()
P-l
s:: Jl,)
-·
A Ana quer
\ \
,, , ......
' ....... - --
A sopa de tetras
.,
lTinha no prato uma FLOR.
um NA VIO na cother.
comia coisas lindissimas sem saber
mas ete queria la sabori
Até que um amigo corn todas as tetras
the ensinou a soletrar a sopa.
E ete passou a 1er a sapa toda.
E até o peixe. a carne. a sobremesa. etc ....
" )
1
Coisas que nao ha que ha
) embora
uma coisa <lue me pOe triste
é que nao~ . exista 0 que nao existe.
tSe é que nlio existe, e isto é que existe\l
A cabeça no ar
111 il r·,
·~ ·,, ..
. ,. ";. ~
- ...
0
•·.
,, 1
. ... J
'
' .
.'
~
.
'
'·.
'" .J • ':~
0 passaro da cabeça
A cabeça subindo
pelo lado de dentro
e o teu pensamento
tao limpo e tao lindo.
rJl
0
~
0
~
~'
(1)
(1)
~
t-t
0
~
~ 1 1
rb
1
< 1
0
~ 1
1
1
i
1
CL 1
("tl \
1
:;:i \
rt !
t;
0
l
CL '
1
0 1
M
rb 1
~ '
1
n 1
1
r
1
0 !
1
t-t l\
~ !
1
<)
.1
~l
0
Nao desfazendo
do que existe
nos cai do Céu na cabeça.
Nem a chuva, embora pareça:
até ela estava ca em baixo a existir
antes de ser
Mais ou men os perfeito ou impe rf eito,
tud:p o que existe foi feito
e, antes de ser f eito, desf eito.
,,
Corn agua. luz e vento
se foi f aze nd Oï
o distante Sol esta ardendo
ha milhoes de anos e morrendo.
0 lavador deitou à terra a semente,
o operario fez a enxada e a charrua,
o cantor canta no palco, o actor actua,
o inventor inventa o inexistente.
1 _..t
Foi f eita a cama,
f eito o pijama,
corn fog o e esforço
se fez o
Quem faz agora este alvoroço
toda a tarde a brincar e a carrer
:.;
enchendo de a casa inteira?
,, que é feito do tempo da brincadeira
J em que nâo havia nada que fazer?
1
; t "'~
~-
1• ., 1
~·
'*
....;·:•
J.
>
•·.:.;
1
. '• ,..
,,
A cançao dos adultos
~~
Julgamos entao que somas
e ja nem isso compreendemos!
; ,.
...
(/) ~
0 ~
t-t
s (1)
0
(/)
n
(1)
p_)
...... ~
~ ~
n__ (1)
p_)
n__ n
t-t
0 ("t)
(/)
s n
("t)
(/)
3
0
(/)
s0
M s
~ ~
(Il
s :;:!
~ ~l
::; -0
::r
0
.• r·- ~" - ,- -: :· ----l -~ - --·-·~ -·~..--
..& • - - • lt- ....... • ~-.,o-~ .
. •( - . -- -- . ,_.
Para baixo e para cima
l "
'•
:.; A teoria nunca falhava porque era toda
cam palavras que so a Ana sabia.
E' como eram palavras de toda a confiança
l
so q ueriam dizer o que a Ana q ueria.
Talvez houvesse
onde ninguém soubesse
ou fosse uma flor de estar a haver
s6 _na minha imaginaç~o.
ou nao fosse uma fior, fosse uma cançao.
E ninguém suspeitava
o bom dia que f azia
em qualquer sitio
que dentro de mim havial
56 eu sabia e sorria
levando-te pela mâo.
1
3. A biblioteca do avô 10. A arvore dos abraços
Maria do Rosario Pedreira JOSé JOrge Letria