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DEZEMBRO 2017
Sustentabilidade
no uso das emulsões asfálticas
COMITÊ TÉCNICO DA ABEDA
ENGENHARIA
COMITÊ TÉCNICO DA ABEDA
DEZEMBRO 2017
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INFORMATIVO TÉCNICO Nº
Sustentabilidade
no uso das emulsões asfálticas
Sumário
Apresentação 3
Introdução 5
Emulsões asfálticas 6
Energia 6
Meio ambiente 8
Execução 9
Reciclagem 11
Versatilidade 15
Bibliografia 19
Apresentação
INFORMATIVO TÉCNICO Nº 8 3
Introdução
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1. Emulsões asfálticas
2.1. Energia
Energia consumida
277
300
250
Energia (MJ/t)
200
150
100 36
50
0
Mistura a quente (160ºC, Mistura a frio
3% ligante asfáltico)
21
25
Emissão CO2 (kg/t)
20
15
10
3
5
0
Mistura a quente (160ºC, Mistura a frio
3% ligante asfáltico)
Convém lembrar que na execução de um pavimento asfáltico é a fase de mistura que gera
a maior quantidade de emissões de gases do efeito estufa, representando 54% do total. A
produção de matéria-prima representa 43% das emissões totais.
A redução dos requisitos de energia associados aos pavimentos de asfalto flexíveis apre-
senta resultados mutuamente benéficos, onde a economia de custo para o produtor é acom-
panhada por um impacto negativo reduzido no meio ambiente.
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1.856
1.600
1.400
1.200
1.000
683
800
600
400 165 138
46 8
200
0
Concreto asfáltico a Pavimento rígido Reciclagem a frio
quente (concreto) in situ com
emulsão asfáltica
a) Meio ambiente
“A contratada deve assegurar que qualquer pessoa que, para ela ou em nome dela, rea-
lize tarefas que possam causar impactos ambientais significativos deve estar consciente da
importância de trabalharem em conformidade com a política de meio ambiente, saúde e segu-
rança e seus requisitos. Verificando também os requisitos legais aplicáveis, requisitos ou pro-
cedimentos operacionais, com a melhoria do desempenho pessoal, de modo a buscar a pre-
venção da poluição e a melhoria do desempenho ambiental” (2010, DO-MRS-0003/00.00).
“A contratada deve assegurar que qualquer pessoa que, para ela ou em nome dela,
realize tarefas que possam causar danos significativos à segurança e saúde, deve estar
consciente da importância de trabalharem em conformidade com a política de meio ambien-
te, saúde e segurança e seus requisitos. Verificando também os requisitos legais aplicáveis,
requisitos ou procedimentos operacionais, com a melhoria do desempenho pessoal, de
modo a buscar a prevenção de acidentes e incidentes e a melhoria do desempenho” (2010,
DO-MRS-0003/00.00).
2.3. Execução
INFORMATIVO TÉCNICO Nº 8 9
necessidade de equipamentos sofisticados, utilizando materiais disponíveis na região e equipe
de trabalhadores da própria municipalidade. Técnicas simples desde uma aplicação antipó,
um tratamento superficial simples ou pré-misturado a frio são alternativas de baixo custo e
fácil aplicação e manutenção.
Imprimação com emulsão asfáltica de imprimação (EAI): emulsão especial com baixa vis-
cosidade e não precisa de aquecimento. Após compactação e finalização da base, a EAI
é aplicada com uma taxa média de 1,1 l/m². Esta imprimação serve como camada antipó
ou camada impermeabilizante para receber a base do pavimento, impedindo a entrada
de água na base, o que desestabilizaria a capacidade estrutural. A emulsão EAI pode ser
considerada como o substituto sustentável do asfalto diluído de petróleo (CM-30), utiliza-
do no Brasil há décadas. Uma pesquisa australiana [5] observou que os asfaltos diluídos
utilizados no serviço de imprimação emitem quase 7,5 vezes mais compostos orgânicos
não voláteis (excluindo o metano) para o meio ambiente, comparado com a mesma apli-
cação com emulsão asfáltica.
Tratamento superficial: este é o pavimento mais econômico possível, com excelentes pro-
priedades de flexibilidade. Pode ser usado em novas rodovias, sobre pavimentos envelhe-
cidos, para melhoria da segurança (rugosidade), recomposição da superfície de rolamen-
to, camada de bloqueio ou camada de aderência. Também conhecido como “sanduíche”,
pode ser feito com espargidores, onde se aplica um banho de emulsão asfáltica RR-2C
e em seguida o espalhamento de agregados com equipamento de distribuição. Depois
este pavimento é rolado, fazendo correções pontuais de taxas. Este procedimento pode
ser repetido várias vezes. O custo dos equipamentos é baixo devido à alta produtividade
e necessidade de poucos equipamentos. O custo do pavimento também é baixo devido à
reduzida quantidade de material por m².
Microrrevestimento asfáltico: trata-se de uma usina móvel que utiliza um caminhão com
equipamentos de mistura dos agregados com emulsão asfáltica, dosagem e espalhamento
sobre o pavimento ou sobre a base. A alta produtividade e o baixo custo são os principais
benefícios da técnica para a manutenção de rodovias.
Pré-misturado a frio (PMF): pode ser feito em usina de solos, usina de PMF ou até mesmo
em betoneiras. Não necessita de aquecimentos e pode ser feito no local da obra. O ser-
Estabilização de solos com emulsão asfáltica: a estabilização de solos com emulsão asfál-
tica é o produto resultante da mistura de solos no local com equipamentos apropriados,
espalhada e compactada a frio. Esse processo permite melhorar as propriedades do solo
(estabilidade, resistência, deformabilidade, permeabilidade, textura etc.). A estabilização
aumenta a resistência e durabilidade do solo, adequando-o às cargas e esforços induzidos
pelo tráfego. A técnica é uma excelente alternativa para a ligação entre áreas rurais e ur-
banas. É ambientalmente sustentável, pois preserva os recursos naturais (utiliza materiais
locais), além de apresentar baixo custo de execução/manutenção e de conservação de
energia (não há necessidade de aquecimento dos materiais).
2.4. Reciclagem
No Brasil, a primeira obra de reciclagem com emulsão asfáltica foi feita em 1991, na BR-
393, no trecho Três Rios-Além Paraíba. Para a obra foi desenvolvida, pela empresa Probitec,
INFORMATIVO TÉCNICO Nº 8 11
a emulsão catiônica para reciclagem PR-7C. Mais tarde essa solução técnica foi estendida
para vários trechos do pavimento da Rio-Juiz de Fora (BR-040) e da pista antiga da Via Lagos
(RJ-124), ambas já sob o regime de concessão.
Entre as principais vantagens ocasionadas pela reciclagem profunda com emulsão asfálti-
ca pode-se citar a possibilidade de se tratar grande parte dos defeitos e melhorar significati-
vamente a capacidade estrutural do pavimento, conciliando custos mínimos com transporte e
reduzido tempo de interdição. A técnica apresenta outras vantagens operacionais, tais como:
Aproveitamento total dos materiais do pavimento existente sem criar depósitos de mate-
riais removidos;
Processo de alta produtividade, não poluente e que não necessita de energia de aqueci-
mento dos materiais;
Possibilita executar camadas com espessuras e dosagens diferenciadas para cada seção
da via, de acordo com sua necessidade específica;
Geração de uma camada de base negra (de menor espessura em relação à reciclagem
com cimento e resistente à reflexão de trincas) com ótimas características estruturais,
possibilitando economia no dimensionamento de eventuais novas camadas;
A reciclagem a frio também pode ser executada com um equipamento específico, capaz
de realizar vários processos simultaneamente, como a fresagem do revestimento, classifica-
INFORMATIVO TÉCNICO Nº 8 13
ção dos materiais, britagem, dosagem, mistura e espalhamento da mistura reciclada a frio.
A Figura 5 apresenta o conjunto de equipamentos empregados para a execução da técnica.
1.600
900
Consumo de energia no processo (MJ/t)
800
Aplicação
700
Transporte
600
Produção
500
Agregado
400
Ligante
300
200
100
0
Concreto asfáltico a Concreto asfáltico Concreto asfáltico Reciclagem a frio com
quente com 30% RAP alto módulo convencional emulsão asfáltica
Neste sentido, as emulsões asfálticas tornaram-se uma alternativa versátil frente aos
tipos de produtos asfálticos a quente existentes, possibilitando o desenvolvimento de novas
técnicas de serviços de pavimentação, citando que no passado eram empregados CAP de
maior penetração (CAP 85/100 ou CAP 150/200), porém obrigatoriamente deveriam ser
aquecidos, para obtenção de menores viscosidades, e assim possibilitar apenas seu uso em
serviços de macadame betuminoso e tratamentos superficiais. Além destas técnicas, com
o desenvolvimento das emulsões asfálticas, incluíram-se novas técnicas como: pintura de
ligação (PL); pré-misturado a frio (PMF); lama asfáltica (LA e LARC); microrrevestimento
asfáltico a frio (MRAF) e emulsão de imprimação (EAI).
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ticos. No caso específico da emulsão RL, pode se produzir misturas com faixas “densas” e
“semidensas”, podendo até mesmo ser estocadas, garantindo-se a qualidade e trabalhabili-
dade da mistura. No caso da emulsão RM, pode ser largamente empregada na produção de
misturas “semidensas” e “abertas” para uso em bases negras, e principalmente em operações
de tapa buraco.
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3. Considerações finais
[3] Bouteiller, Étienne le. Asphalt Emulsions for Sustainable Pavements. Compendium of
Papers from the First International Conference on Pavement Preservation, Boulogne
Billancourt Cedex, France, 2010.
[4] Requisitos de meio ambiente, saúde ocupacional e segurança do trabalho para em-
presas contratadas. Site da empresa MRS Logística https://www.mrs.com.br/relaco-
escomfornecedores/requisitos.pdf, visitado dia 30/10/2017 ás 16:00h.
[7] Asphalt Recycling and Reclaiming Association (ARRA, 2001). Basic Asphalt
Recycling Manual. Annapolis, Maryland, 2001.
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