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ÁREA 1 - FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Engenharia Ambiental e Sanitária


Engenharia Civil
Engenharia da Computação
Engenharia Elétrica com ênfase em Telecomunicações e Informática
Engenharia Mecatrônica
Engenharia de Produção com ênfase em Gestão Empresarial
Engenharia Química
Manual de Laboratório – Química Aplicada à Engenharia

3o Experimento – CINÉTICA

1- OBJETIVOS

 Verificar a velocidade de uma reação química através da observação da


variação do tempo e da concentração dos reagentes;

 Construir gráficos de t versus concentração (mols L-1) e 1/t versus


concentração para determinar a ordem de reação.

2- INTRODUÇÃO

A cinética química estuda a velocidade das reações e os fatores que a


influenciam. Enquanto uma reação química se processa, as concentrações dos
reagentes diminuem e as concentrações dos produtos aumentam, uma vez que
os reagentes são consumidos e os produtos são formados.

A velocidade de uma reação química é a medida da rapidez com que uma reação
ocorre. Vários fatores como a temperatura, a concentração dos reagentes e
a presença de catalisadores, influem na velocidade das reações.

A velocidade é uma função da concentração dos reagentes e depende da


concentração das várias espécies presentes na mistura reagente e pode ser
determinada através da quantidade de reagente que foi consumida ou através
da quantidade de produto que foi formada num dado intervalo de tempo (t).

Considerando a reação genérica aA + bB  cC + dD, a velocidade média de


consumo dos reagentes (A e B) ou de formação dos produtos (C e D)
corresponde à variação da quantidade da espécie em um determinado intervalo
de tempo, de acordo com a Equação 1:

Vm = |Q|/t Equação 1

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Onde Vm é a velocidade média, |Q| o módulo da variação da quantidade da
espécie considerada (normalmente expressa em mol L-1) e t o intervalo de
tempo durante o qual ocorre a variação da quantidade.

A velocidade instantânea é a velocidade da reação num dado instante t.


Matematicamente dizemos que, quando um intervalo de tempo tende a zero, a
velocidade média tende a ser uma medida da velocidade instantânea. A
velocidade instantânea pode ser determinada graficamente através da
tangente no ponto, ou seja, através da derivada no ponto, como pode ser
visto na Figura 1 abaixo:

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Concentração (mol L-1)

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A
Tangente no ponto P onde t = 25 min

8
Ponto P
4

B a C
0

10 20 30 40 50 60
Tempo (min)

Figura 1: Tangente em um ponto P da curva para calcular a velocidade instantânea.

Considerando ainda a reação genérica aA + bB  cC + dD à temperatura


constante, a velocidade instantânea pode ser calculada através da seguinte
equação matemática:

v = k [A]m[B]n Equação 2

Onde v é a velocidade instantânea da reação, k é a constante de velocidade,


que depende da temperatura, [A] é a concentração do reagente A em mol L-1 e
[B] é a concentração do reagente B em mol L-1. Os coeficientes m e n são
obtidos experimentalmente e são denominados ordem da reação em relação
aos reagentes A e B. A soma (m + n) é a ordem global da reação. Os coeficientes

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m e n não são, necessariamente, os mesmos coeficientes estequiométricos a e
b da reação e podem assumir diversos valores, até mesmo o zero.

3- PRINCÍPIO

Neste experimento será verificada a influência da concentração dos reagentes


na velocidade da reação de obtenção de enxofre coloidal S (s) através da
seguinte reação de estudo:

S2O32- (aq) + 2H+ (aq)  H2S2O3 (aq)

H2S2O3 (aq)  H2O (l) + SO2 (aq) + S (s)

Quando o enxofre coloidal S (s) é formado surge uma turvação na solução


(opalescência) que é utilizada como indicativo de tempo para a reação. O tempo
entre a mistura dos reagentes (tempo inicial) e o necessário para o aparecimento
dos primeiros traços de enxofre é dependente das concentrações dos reagentes
e da temperatura.

4- MATERIAIS E REAGENTES

Vidrarias e Diversos: Béqueres de 50 mL, piscetes contendo água destilada,


buretas de 25 mL, tubos de ensaio, cronômetros.
Soluções: Solução de ácido sulfúrico (H2SO4) 1,0 mol L-1 e solução de
tiossulfato de sódio (Na2S2O3) 0,1 mol L-1.

5- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1) Identifique 3 buretas e 3 béqueres para as soluções de H2SO4, Na2S2O3 e
também para a água destilada.

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2) Após ambientar cada bureta com a respectiva solução, encha as


mesmas, tendo o cuidado de aferi-las, mantendo a região abaixo das
torneiras também cheias com cada solução.

3) Tome 3 tubos de ensaio limpos, numere-os de 1 a 3 e, utilizando as


respectivas buretas, coloque em cada tubo os volumes da solução
0,1 mol L-1 de Na2S2O3 e de água, conforme descrito na Tabela 1 abaixo:

Tabela 1: Volumes das soluções a serem adicionadas aos tubos de ensaio 1, 2


e 3.

VOLUMES (mL)
TUBOS
Na2S2O3 H2O TOTAL
1 8,00 0,00 8,00
2 5,00 3,00 8,00
3 2,00 6,00 8,00

4) Utilizando a bureta contendo a solução de H2SO4 1,0 mol L-1, adicione a


outros três tubos numerados (4, 5 e 6) 6,00 mL da solução. Reserve.

5) Utilizando um cronômetro, que deverá ser acionado para marcar o tempo de


reação assim que as soluções forem misturadas, adicione o conteúdo do
tubo 4 ao tubo 1 e agite rapidamente. Anote o tempo decorrido ao primeiro
sinal de turvação, que corresponde à formação do enxofre coloidal. Repita o
procedimento adicionando os conteúdos dos tubos 5 ao 2 e do 6 ao 3.
Calcule também o valor de 1/t e registre os resultados na Tabela 2 abaixo:

6) Calcule a concentração de Na2S2O3 nos tubos 1, 2 e 3 registrando os


resultados na Tabela 2 e, utilizando papel milimetrado, construa dois
gráficos: um de t (s) versus concentração molar de Na2S2O3 e outro de
1/t versus concentração molar de Na2S2O3. Através dos resultados
obtidos, consulte a literatura e determine a ordem da reação.

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Tabela 2: Tempos de reação (t), valores de 1/t e concentrações de Na2S2O3


nos tubos.

TUBOS t (s) 1/t (s) [Na2S2O3]


1
2
3

6 - TÓPICOS OBRIGATÓRIOS A SEREM DISCUTIDOS

1. Pesquise outros fatores que podem alterar a velocidade das reações.


2. Escreva a equação de velocidade da reação proposta.
3. Os coeficientes da equação de velocidade foram iguais aos dos
coeficientes estequiométricos, considerando a reação balanceada? Por
quê? Justifique sua resposta.

7- BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1. MAIA, D. Práticas de Química para Engenharias. 1ª Edição. Campinas, SP,


Editora Átomo, 2008.

2. GALHIANE, M. S. Cinética Química. Disponível em


<http://www2.fc.unesp.br/lvq/exp05.htm>. Acessado em 20 de junho de 2011.

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