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Introdução
O Brasil é um dos países que possui uma das maiores reservas de minérios de ferro no
mundo, com uma escala de milhões de toneladas, que economicamente é favorável para o país
tendo em vista a exportações destes. Suas características o tornam relevantes para as
indústrias, principalmente siderúrgicas, que servem de insumos para a produção de aço por
exemplo, material que está composto em diversas infraestruturas e presente em grande parte
dos meios de transporte. Possuem outras utilidades, mas 90% da demanda em relação ao
mercado de minério de ferro está dedicado à produção de aço.[1]
No entanto, apesar dos minérios serem essenciais para indústria, sendo um dos
principais insumos no âmbito da siderurgia, os resíduos deixados, sendo eles principalmente
no estado sólido, contribuem de forma crítica para a poluição industrial no país. Um programa
do Instituto Federal de Educação no Espírito Santo mostra que as industrias de mármore no
Estado são responsáveis por despejar 35 mil toneladas de resíduo sólido em tanques abertos
apenas com o corte e polimento do mármore [2]. Pode-se visualizar as emissões setoriais de
indústrias no país para diferentes componentes de poluição, sendo estes em toneladas,
conforme a Tabela 1.
Metodologia
Lixiviação Ácida
Para a Lixiviação ácida do insumo industrial em questão, utilizou-se uma alíquota de
seu minério previamente moído. Para isso, pesou-se 2,00 g da Pelota em um tubo Falcon de
50 mL, com o auxílio de uma balança analítica. Em seguida, o tubo foi avolumado com uma
solução de HNO3 10%, tendo o controle do pH ácido como um dos enfoques durante o
procedimento. O tubo Falcon contendo a solução foi colocada sob agitação, por meio de um
agitador vórtex e, então, posta em uma chapa de aquecimento à 100 °C durante 3 horas.
Antes de realizar as análises com as leveduras, dentro de uma capela de fluxo laminar
o minério é filtrado para um novo tubo Falcon, este transporte ocorre com o auxílio de uma
seringa contendo um filtro, em sua ponta, previamente ativado com metanol e lavado.
Uma linhagem específica de S. boulardii foi isolada, para isso, dentro de uma capela
de fluxo laminar UV, sob constante esterilização de uma chama próxima a região de trabalho,
foi utilizada a placa de Petri contendo o meio sólido previamente preparado com o objetivo de
armazenar e procriar a levedura. Tendo esta finalidade, uma porção de levedura comercial
suspensa em meio líquido foi espelhada sobre o meio sólido contida na placa com o auxílio de
uma alça metálica esterilizada nas chamas. Em seguida, após 24 horas, tempo suficiente para
o crescimento da levedura e a aparição de pequenas colônias, escolheu-se um grupo separado
dos demais, que destaca uma colônia especifica, e com o auxílio de uma alça metálica, este
grupo foi coletado e transferido para um meio líquido YPG, onde será cultivada e mantida em
140 RPM de agitação e 32 °C, para que este possa ser utilizado nas análises (pré-inóculo). O
pré-inoculo é avaliado quanto a sua turbidez em comprimento de onda de 570 nm. O valor em
u.t. (unidades de turbidez) do pré-inoculo é diluído para o valor inicial de 0,01 u.t. em todos
os testes.
Resultados
Resultados da caracterização da Saccharomyces boulardii
Para analisar a viabilidade celular com a variação de pH para uma concentração de
0,01 ut de célula de levedura, realizou-se o preparo da placa com método de baixa
concentração, distribuindo as concentrações da água acidificada em uma faixa de 50x a 20x
de diluição, obtendo-se, portanto, um gráfico conforme a Figura 1. Observou-se uma
diferença significativa, em relação ao controle, a partir de uma diluição de 45x, indicando que
a concentração do ácido (uma vez que o pH se mantem entre 2 e 3 em toda a faixa estudada)
inibe o crescimento em diluições menores de 50x da amostra.
Departamento de Engenharia Química e de Materiais
Figura 1: 0,01 ut
Figura 2: 0,05 ut
O mesmo foi realizado para as concentrações de 0,1 ut, 0,2 ut e 0,3 ut em duplicata,
conforme as Figuras 3, 4, 5, respectivamente.
Departamento de Engenharia Química e de Materiais
Figura 3: 0,1 ut
Figura 4: 0,2 ut
Figura 5: 0,3 ut
Departamento de Engenharia Química e de Materiais
Figura 6: 0,5 ut
Figura 7: 1 ut
Realizando a análise para uma alta concentração, com uma concentração de 0,3 ut de
célula de levedura, obteve-se o gráfico conforme a Figura 9 abaixo.
Pode-se visualizar, a partir dos dois gráficos, que dentro da faixa de concentrações da
amostra em questão houve um crescimento positivo das células de levedura, atingindo
percentagens máximas de viabilização celular, isso indica que em uma diluição de 50x de
pelota de ferro concentrada não há inibição no crescimento da Saccharomyces boulardii.
Dessa forma, em uma análise de uma amostra mais concentrada, com o objetivo de verificar a
toxicidade desta exposta a S.boulardii, o pH ácido afetaria o crescimento da levedura,
obtendo-se, portanto, um resultado inconclusivo quanto a análise de toxicidade.
Conclusão
É possível concluir diante dos resultados referentes as duas metodologias, que a pelota
de ferro 50x diluída, partida de uma lixiviação ácida, demonstrou um nível praticamente nulo
de toxicidade quando exposta a Saccharomyces boulardii, A qual, por sua vez, apresentou
uma viabilidade celular de aproximadamente 100% em todas as concentrações testadas e
demonstrou completa adaptabilidade a essa faixa de valores de pH.
Ademais, quanto a caracterização da levedura, identificou-se que a Saccharomyces
boulardii começa a ter seu crescimento inibido a partir da diluição de 45x de água acidificada
e uma viabilidade celular baixa conforme o aumento da concentração da mesma, observou-se
também que este padrão de crescimento seguiu para concentrações entre 0,05 ut à 0,5 ut,
sendo afetadas para valores abaixo e acima desta faixa. Essa faixa de trabalho garantira a
utilização da boulardii em testes toxicológicos, de extratos ácidos de insumos de minério.
Departamento de Engenharia Química e de Materiais
Referências
[4] Vitorino, L. C., Vanin, L. G. de S., Bessa, L. A., & Braghiroli, R. (2021). Saccharomyces
cerevisiae como modelo de ensino de toxicologia a estudantes do ensino médio. Scientia
Plena, 17(01). https://doi.org/10.14808/sci.plena.2021.012702