Duração: 00:04:47 Período de registro: Desconhecido / Entre 1950-1968 Transcrição: Paulo Fernandes Braga, Mais Indutivo, 16-11-2023
Texto integral:
E mais do que nunca, nos falta um Sócrates.
Precisamos não de um, mas de milhares, centenas de milhares de Sócrates que vão às praças públicas denunciar os falsos sábios, homens que venham mostrar que essa invasão de falsas ideias, esta invasão de teorias mal fundamentadas, de velhos erros do passado, que são ressuscitados, retirados dos montes de lixo, de tudo quanto a humanidade produziu de inferior e que volta tudo isso agora como se fosse a última palavra do saber. Nós precisamos de centenas de milhares de Sócrates para denunciar tudo isso e mostrar ponto por ponto onde estão os erros, onde mais uma vez o ceticismo e más ideias, que são as más ideias, estão invadindo o campo cultural moderno e ameaçando não corromper apenas uma cidade ou um povo, mas corromper toda a humanidade. A essa luta, a essa ação é que eu apelo àqueles que têm um verdadeiro amor pelo conhecimento, àqueles que queiram dedicar-se ao genuíno saber, àqueles que queiram examinar não só a origem dessas ideias, mas também a falsidade dos seus fundamentos para poder denunciá-las. São velhos erros refutados com antecedência até de milênios, são erros milenares, erros que talvez tenham origem muito mais antiga e que já foram refutados por ciclos culturais que nós hoje desconhecemos, pois esses erros retornam com novas embalagens, apresentando-se como se fossem a última novidade, a última criação, o último fruto da árvore da ciência, quando na verdade é má erva que subiu pelos galhos e apresenta os seus frutos ácidos como se fossem os frutos da verdadeira árvore. Eu conclamo a juventude de hoje a não se tornar aquela que perseguiu sempre os grandes homens. Não aquela juventude que perseguiu Sócrates, não aquela juventude que perseguiu os pitagóricos, não aquela juventude que levou à condenação à morte de Anaxágoras. Pelo contrário, desejo ver uma juventude que apoie Platão, que apoie Aristóteles no Liceu, que apoie Pitágoras em seu Instituto. Uma juventude estudiosa, dedicada a dedicar o melhor de sua vida à formação do conhecimento, uma juventude que aspira a assumir as rédeas do amanhã. Não queremos uma juventude que seja apenas uma massa de manobra para políticos demagógicos e mal-intencionados. Não uma juventude que deseje ser apenas agitação, mas sim uma Juventude Construtora, uma Juventude Realizadora. Uma juventude que lança para a história da humanidade os maiores nomes e os maiores vultos. Aqueles que serão exemplos no futuro, que iluminarão todas as épocas futuras com chamas gloriosas e duradouras. [Palmas] Quero agradecer a presença de todos pela boa vontade com que me ouviram e desejar-lhes um “boa noite”. FIM