Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
t 4 m § *
DE
• CIÊNCIA CRIMINAL
¥
MlIflI/IOCi DMffU I f M à
B U P i d M E O I v; & f f \
KBVISTA PORTUGUESA
D E
CIÊNCIA CRIMINAL
ANO 26 • N.°s 1 a 4 • janeiro-dezembro 2016 • DIRETOR:JORGE DE FIGUEIREDO DIAS
Periodicidade trimestral • Preço desta edição: Euros 45,00 (IVA incluído)
1 a.QUf.2017
( A ;
^Uaitf^*
;OMPHA
* \
1NST1TVTO*IVRIDICO
idpee^ FACUIDADE Dl DKIITO
UWVIBSIDADE DE COIMIIA
INSTITUTO DE DIREITO PENAL
ECONÓMICO E EUROPEU
RPCC25 (2
O OBJECTO DA CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE 4
Joachim Renzikowski*
Universidade Martin-Luther, Halle-Wittenberg
(Alemanha)
I —Introdução
RPCC 26 (2016)
O OBJECTO DA CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE 5
Joachim Renzikowski*
Universidade Martin-Luther, Halle-Wittenberg
(Alemanha)
I — Introdução
RPCC26(2016)
62
JOA CHIM RENZIKO WSKL
RPCC
64
" JOA CHIM RENZIKO WSKL
diferentes daquele juizo. Daqui decorre, para BINDING, que quem pretender
compreender a essência (das Wesen) do crime, terá de se ocupar, desde logo,
c o m as normas de comportamento e a sua violação <l2>. De modo semelhante]
BENTHAM considera a norma de comportamento e a norma de sanção como "two
distinct laws, and not parts of one and the same law" (l3) (I4), não obstante ambas
as normas se conjugarem em um preceito legal (,5) . Uma norma de sanção — que
BENTHAM designa de "subsidiary law" — não pode ser compreendida, nem se-
quer existir sem uma norma de comportamento ("principal law"), à qual se refira:
"the idea of such a law being included in their very essence." (16) (17)
BENTOAM e BINDING fundamentam a distinção entre as normas de com-
portamento e as normas de sanção com diferentes destinatários: as normas de
comportamento dirigem-se ao cidadão, indicando quais as condutas que deve
ter e de quais se deve abster. Diversamente, para BENTOAM a norma de sanção e
o respectivo "command to punish" dirigem-se ao juiz™, enquanto que B I N D I N G
entende ser o destinatário o Estado <»>. Aos diferentes destinatários corresponde
(12) BINDING, Die Normen und ihre Ubertretung, Erster Band: Normen und
Strafgesetze Leipzig, 1872, p. 4, nota 2; cfr. ainda do mesmo autor, Handbuch des
Strafrechts, Erster Band, Leipzig, 1885, p. 155, 162 ss.
(13) BENIHAM, Cf Laws in General, ed. por H.L.A. Hart, London 1970, p. 139
(XI. 12.) em oposição a THOMAS HOBBES, De Cive, 1646, Cap. XIV, 6 e 7, in: Malmesbu-
riensis Opera quae latine scripsit omnia, in unum corpus nunc primum collecta studio et
labore Gulielmi Molesworth, Vol. D, London 1839, que vê a imposição de comportamen-
to e a ameaça de sanção não como dois tipos diferentes de leis („duae legum species"),
mas antes como duas partes de uma mesma lei („ejusdem legis duae partes").
(,4)
N. da T. : inglês no original.
(,5
> BENTOAM (nota 13), p. 143 s. (XI. 18.).
<"> BENTOAM (nota 13), p. 1 4 2 (XI. 16.). Diferentemente de BINDING, BENTOAM
não restringe a concepção dualista das normas ao direito penal. „Subsidiary laws" são
para ele todas as,remediai laws", ou seja, leis que prescrevem consequências jurídicas
para a violação de normas de comportamento. Tais consequências jurídicas não são uni-
camente a pena, mas também a indemnização (cfr. § 1004 BGB), idem, p. 149 ss. (XE.).
(17)
N. da T. : inglês no original.
(,8)
BENTHAM (nota 13), p. 140 (XI.15).
(20)
BINDING, Handbuch (nota 1 2 ) , p. 162 s.
(21)
SCHMID, Das Verhàltnis von Tatbestand und Rechtswidrigkeit aus rechts-
theoretischer Sicht, Berlin 2002, p. 62 s.
(22)
BENTHAM (nota 1 3 ) , p. 1 4 0 ( X I . 1 4 . ) .
« BENTHAM (nota 13), p. 137 (XI.8. e 9.).
(24)
BENTHAM (nota 13), p. 134,144 (XI.4., 18. e 19.).
(25)
BINDING, Normen I (nota 1 2 ) , p. 2 6 ss.; idem, Handbuch (nota 12), p. 160 ?
RPCC 26 (2
66
— JOACHIM RENZIKOWSKI
Ali, onde todos se comportam de forma correcta por motivos morais, as normas
jurídicas tornam-se desnecessárias. As pessoas de boa vontade não precisam de
direito e s t a d u a l A s normas jurídicas desenvolvem a sua aplicação apenas ali,
onde as convicções morais se tomaram frágeis ou onde a tentação da violação
da norma ameaça sobrepor-se. Aqui o direito procura, através da ameaça com
uma sanção, criar um contrapeso eficaz na motivação do destinatário. Em suma:
as normas jurídicas são cumpridas como normas jurídicas, para evitar conse-
quências indesejadas. Nesta medida, podemos compreender BENTHAM como um
percursor da doutrina da coacção psicológica de FEUERBACH.
W
SANTO AGOSTINHO, De libero arbítrio, 1.15, 3 1 .
(27)
KANT, Metaphysik der Sitten (1797), in: Kants gesammelte Schriften. Hrsg.
von der Kõniglich-PreuBischen Akademie der Wissenschaften. Erste Abteilung, Band
6, Berlin 1907, p. 203, 237.
(28)
N. da T.: nas passagens de Kant traduzidas em corpo de texto foi tida em
conta a tradução para português da Metafísica dos Costumes, de Artur Morão, na edição
de 2004 das Edições 70.
(29)
KANT (nota 27), p. 230.
(30)
KANT (nota 27), p. 305 s.
O OBJECTO DA CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE 67
é obrigado pela razão a passar do estado natural, isto é, um estado sem ordem
jurídica, para o estado jurídico, ou seja, o Estado, por não estar seguro de
outro modo 00 . Pois que a pessoa não pode confiar que os outros respeitarão
a sua esfera de liberdade apenas por boas intenções.
O Estado garante a liberdade dos cidadãos através do Direito, e de uma
forma específica. Desde logo, o Direito respeita ao Meu e ao Teu exteriores.
Uma má intenção como tal é uma violação de uma lei moral, mas a liberdade
pessoal de uma outra pessoa não é afectada por aquela intenção. Basta esta ra-
zão para não haver motivo para proibir acções interiores. Os acontecimentos
mentais também se deixam analisar, ainda que não permitam a verificação da
sua existência02). Daí que:
"Os deveres segundo as leis jurídicas podem ser apenas deveres externos, por-
que esta legislação não exige que a ideia deste dever, a qual é interna, seja por
si motivo de determinação do arbítrio do agente e uma vez que carece de mo-
tivo adequado à lei, apenas motivos externos podem ser associados à lei." 0 3 )
RPCC 26 (20W
68
JOA CHIM RENZIKO WSKL
Apenas por esta razão é que o discurso das normas e deveres é logica-
mente possível, dado que o livre arbítrio também se pode determinar de acor-
do com leis morais07*. Quando alguém não se determina de acordo com leis
morais, antes segue as suas inclinações — K A N T denomina este fundamento
de determinação do arbítrio de "patológico" 08 * —, não resta alternativa senão
ameaçá-lo com uma desvantagem, "pois uma legislação necessária não deve-
ra constituir um engodo que seja convidativo" 09 *.
(2) Foi com base nestas premissas da teoria do direito kantiana que F E U E R -
(40)
BACH desenvolveu a sua doutrina da coacção psicológica . Neste contexto, as
passagens mais relevantes do seu manual merecem ser aqui reproduzidas.
"§ 8. A harmonização da vontade e das forças de cada um para garantir a li-
berdade de todos é o que fundamenta a sociedade civil. Uma sociedade civil
organizada através da sujeição à vontade social através da Constituição é um
Estado. A sua finalidade é a constituição do estado jurídico, ou seja, a existên-
(34
* KANT (nota 27), p. 232.
05)
KANT (nota 27), p. 213.
W KANT (nota 27), p. 213 s.
(37)
KANT (nota 27), p. 214.
(38)
KANT (nota 2 7 ) , p. 2 1 9 .
(39
* Ibid
(40)
® Aprofundadamente trabalhada em FEUERBACH, Revision der Grundsãtze
und Qrrundbegriffe des positiven peinlichen Rechts. Erster Theil, Erfurt 1799, p. 43 ss.
' C C 2 6 (2016)
o OBJECTO DA CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE 69
Este excerto explica-se por si mesmo. Uma vez que a eliminação do peri-
go ou da situação de necessidade através da polícia nem sempre é possível, e
uma vez que a punição do agente ocorre após o facto, ou seja, demasiado tar-
de, a ordem jurídica tem de procurar evitar quebras do direito de outra forma.
Por isso é que as leis penais ameaçam com penas (42) . Esclarece F E U E R B A C H :
"§ 13. Todas as ofensas têm a sua razão psicológica nos sentidos, em que me-
dida a faculdade de determinação (Begehrungsvermõgen) dã pessoa é impul-
sionada pelo prazer ou não na realização da determinação da própria. Este im-
pulso sensorial pode ser evitado através do conhecimento de cada um de que o
seu facto terá necessariamente como consequência um mal que é maior do que
o desprazer resultante da não concretização do impulso para o facto. — § 14.
Ora, para que possa ser fundamentada a convicção geral da necessária evitação
de tais males pelas ofensas, então I. uma lei tem de os determinar como con-
sequência necessária do facto (ameaça legal). E para que a realidade de cada
um dos contextos ideais legalmente definidos possa ser fundada na percepção
(41)
FEUERBACH, Lehrbuch des gemeinen in Deutschland gultigen peinlichen
Rechts, 14. Aufl., hrsg. v. Mittermaier, GieBen 1847, p. 36 ss.
(42)
De assinalar que a discussão jurídico-penal sobre os fins das penas é feita de
forma invertida, na medida em que primeiro coloca a questão, se e quando é possível
punir, para daí retirar a legitimação da ameaça de sanção — cuja sub specie protecção
de bens jurídicos chega sempre demasiado tarde. A este propósito ALTENHAIN, Das
Anschlufidelikl, Ttibingen 2002, p. 326 ss.
70
(43) jv ^ 77- Aqui, no sentido do poder que executa o mal previsto na lei.
M Feuerbach, Lehrbuch (nota 4 1 ) , p. 3 8 . Quem continuar a ler (em especial
os §§ 16 a 18), facilmente chega à conclusão de que FEUERBACH de modo algum é um
defensor de uma teoria relativa que deva ser oposta à teoria absoluta de K A N T , como em
Roxin (nota 2), § 3 n.° m. 3 e 2 2 . Com efeito, o seu conceito de punição distingue-se
apenas com nuances do kantiano, problemática que não será aqui desenvolvida. A este
propósito, RENZIKOWSKI, „Strafe und Strafrecht bei Kant", in: Gíinther/von Hirsch/
Neumann (Hrsg.), Retributive Elerriente in der Strqfthèorie: Die Rolle der Begriffe Ver-
geltung und Tadel, 2016.
(45)
KANT (nota 27), p. 3 3 1 .
(46
> - KANT (nota 27), p. 3 3 3 — na medida em que se dispensa a si mesmo do
Direito (vd. nota à anotação A do §49 na p. 321).
, ç1 | (nota 4 1 ) , p. 4 1 (§ 20); criticamente, GRECO,
diges und Totes in Feuerbachs Straftheorie, 2009, p. 253 ss.
RPCC 26 (2016)
Q OBJECTO DA CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE 71
(48)
FEUERBACH, Lehrbuch (nota 41), p. 155 s.; idem, Revision der Grundsãtze
und Grundbegrijfe des positiven peinlichen Rechts. Zweiter Theil, Chemnitz 1800, p.
44: „Vorstellung von dem Gesetz von der Verbindlichkeit, die Handlung zu unterlassen
und von der Strafe ais Bestimmungsgrund der UnterlassungHandlung zu".
(49)
FEUERBACH, Lehrbuch (nota 41), p. 163 (§ 90).
(50) MITTERMAIER, in: FEUERBACH, Lehrbuch (nota 41), p. 42 (§ 20a); vd. ainda
LERNER, Lehrbuch des deutschen Strafrecht es, Leipzig 1857, p. 11; KÕSTLIN, Neue
msion der Grundbegrijfe des Criminalrechts, Tubingen 1845, p. 141; mais recen-
nente JAKOBS, Strafrecht Allgemeiner Teil, 2. Aufl., Berlin/New York, 1991, 1/30;
)XIN (nota 3), § 3 n.° m. 32.
(51)
FEUERBACH, Revision /, (nota 4 0 ) , p. 9 3 .
JOA CHIM RENZIKO WS Kl
(52
> Cfr. ALTENHAIN (nota 42), p. 3 3 1 ; GRECO (nota 47), p. 385 ss.
(53)
Veja-se GARY S. BECKER, „Crime and Punishment: An Economic Ap-
proach", Journal ofPoliticai Economy, 76 (1968), p. 169 ss.
(54)
Assim BERNER (nota 50), p. 11; JAKOBS (nota 5 0 ) , 1 / 2 8 ; LÚDERSSEN, „Die
generalprãventive Funktion des Deliktssystems", in: Hassemer/Luderssen/Naucke
(Hrsg.), Hauptprobleme der Generalprãvention, Frankfurt am Main 1979, p. 54, 70:
ingénuo; KUHLEN, „Anmerkungen zur positiven Generalprãvention", in: Schunemann/
von Hirsch/Jareborg (Hrsg.), Positive Generalprãvention, Heidelberg, 1998, p. 55, 62;
ROXIN (nota 2), § 3, n.° m. 25. Criticamente a esta interpretação de Feuerbach em G R E -
CO (nota 47), «p. 95 ss.
FEUERBACH, Revision II (nota 48), p. 319.
Í55)
O 0BJEC1U UM UU-ZYOU/JIÍVC/^ UA ILICITUDE
possam existir (56) . Que este apelo à inteligência falha quando alguém cons-
cientemente prefere a punição preterindo o direito não é um argumento contra
FEUERBACH, mas antes o destino de qualquer norma jurídica.
Pode conceder-se que são mais as convicções éticas da população do que
o receio da pena que impede a maioria de cometer crimes. Nesta medida, vale
também aqui a conhecida afirmação de BOCKENFÕRDB: "O Estado liberal e se-
cular vive de pressupostos que o próprio não pode garantir"(57). Mas isso não
vai contra a concepção de FEUERBACH. É justamente aí que reside o sentido
liberal em KANT e FEUERBACH, OU seja, que o Direito prescinde de orientar os
cidadãos moralmente através do direito penal (58) . Não se trata daquilo que o
cidadão pensa, conquanto ele actue de acordo com os limites do Direito. Daí
que também não se trate do posicionamento positivo do cidadão relativamen-
te à lei, mas antes que o Direito se mantenha externo.
"Estas inclinações civis [ou seja, o não-ter inclinações ilícitas] não podem
existir através do poder e da coacção, tal apenas é possível através de medidas
através das quais o cidadão é educado para estas inclinações."(59)
O Estado de Direito não é, porém, grande educador, dado que a sua fun-
ção se limita à garantia da vida comunitária dos seus cidadãos em liberdade
de acordo com leis. A crítica de que FEUERBACH "tornou as pessoas objecto"
60
í * não colhe, o contrário é que é verdadeiro.
À doutrina dominante é de criticar que a mesma censura a título de culpa
o agente por este não ter feito da norma jurídica o motivo da sua conduta. Esta
doutrina apenas exige que as medidas segundo as quais o agente deva pautar o
(56)
Para um „conceito de intimidação funcional" neste sentido, GRECO (nota
\1\ p. 358 ss.
(57)
BÕCKENFÕRDE, Staat, Gesetischaft\ Freíheit: Studien zur Staatstheorie und
um Verfassungsrecht, Frankfurt am Main, 1976, p. 60.
(58)
Vd. EB. SCHMIDT, Einjuhrung in die Geschichte der deutschen Strafrechts-
lege, 3. Aufl., Gõttingen, 1965, p. 240.
M
FEUERBACH, Revision I (nota 4 0 ) , p. 4 1 .
m
Assim HASSEMER, „Variationen der positiven Generalprâvention", in: Schúne-
tin/von Hirsch/Jareborg (Hrsg.), Positive Generalprâvention, Heidelberg 1998, p. 29,34.
74
JOACHIM RENZIKOJVSK!
IV — Conclusão
(6I) KANT (nota 2 7 ) , p. 2 1 9 : A legislação, „welche eine Handlung zur Pflicht und
diese Pflicht zugleich zur Triebfeder macht, ist ethisch. Diejenige aber, welche das letz-
tere nicht im Gesetze mit einschlieflt, mithin auch eine andere Triebfeder ais die Idee der
Pflicht selbst zulãsst, ist juridisch". Coincidente, FEUERBACH, Revision I (nota 4 0 ) , p. 2 7 :
„Eine Rechtsverletzung wird nemlich bios ais Rechtsverletzung betrachtet, wenn bei ihr
nur auf die ãussere Handlung und auf den Widerspruch derselben mit dem (bios auf ãus-
sere Handlungen sich beziehenden) Gesetze der Gereechtigkeit gesehen wird; sie wird ais
Immoralitat betrachtet, wenn bei ihr nicht bios auf das ãussere der That, sondem auch auf
die Gesinnung der Person, aus welcher sie entsprungen ist, ... gesehen wird."
(62) cfr
- r
oxin (nota 2), § 5 n.° m. 24; vd. também TEDH de 22. 3. 2001 —
34044/96, 35532/97 e 44801/98 (Streletz, Kessler und Krenz vs. Deutschland), §§ 50,
w l ~ f u A G R Z 2 0 0 l > 210 > 2 1 2, 214 s.; contra uma fundamentação da proibição de re-
froactividade com o princípio da culpa GRÚNWALD, ,JBedeutung und Begriindung des
rTlZnlmÊm1Cge"'ZStW16 P- !> 1 1 ss.; DANNECKER, Dos intertempo-
rale btrafrecht, Ttíbingen 1993, p. 257 s.
o OBJBCTO O A CONSCrtNCfA IM tLfCtTVOK
puníveis- Não é suficiente, como se imaginou na Idade Média, que a lei penai
estadual su«ja apenas como legitimação da intervenção, com que o respectivo
tribunal penal ameaça. E antes necessária uma fiindamentaçfto racionai que
também possa legitimar a ameaça de pena ou até mesmo uma certa medida da
pena. Caso contrário poderia ser imputada ao agente uma culpa moral. Mas
Isso será outra questão
(63)
A este propósito RENZIKOWSKI, „Mala per se et delicta mere prohfthta
rechtsphilosophische Bemerkungen zum Rflckwirkungsverbot (Art 7 E M R K Y \
Festschriftfllr VolkerStuttgart, 2010, p. 407 ss., onde nâo foi dada a importai
Krey,
devida a esta última dificuldade.