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RESENHA CRÍTICA
Texto: KARNAL, Leandro et al. História dos Estados Unidos: das origens ao século
XXI. São Paulo: Editora Contexto, p. 151-159
Inserido no livro História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI, o capítulo
"Os tempos modernos e os magnatas da indústria" escrito por Luiz Estevam Fernandes e
Marcus Vinícius de Morais, faz uma breve exposição sobre o desenvolvimento da indústria
americana, a “Era da Iniciativa Privada” e o contexto que a mesma estava inserida, trazendo
também alguns dos reflexos que esse processo teve em determinados setores da sociedade.
Apesar de curto, o capítulo aborda de forma bem didática como nomes influentes da
economia e o que eles representam conseguiram encontrar no contexto pós Guerra Civil um
cenário propício para o acúmulo de riquezas.
Ele começa a realizar sua análise em “Transporte e Comunicações” falando sobre as
invenções tecnológicas da segunda metade do século XIX e como ocorreu também nesse
momento uma grande romantização dos grandes inventores. Desde as grandes estradas de
ferro até o desenvolvimento no campo da comunicação, os norte-americanos foram
responsáveis por diversas invenções - algumas até mesmo já conhecidas anteriormente por
europeus - mas que ganharam enorme destaque com “o mito dos grandes inventores”.
Em seguida, ao abordar a questão da imigração nos Estados Unidos que se sucedeu
entre os anos de 1970 e 1900, ele levanta o problema de adaptação que essa nova parcela da
sociedade tem ao buscar a “terra das oportunidades”. É interessante também nesse momento
do texto perceber como grande parte dos estereótipos reproduzidos pelas grandes mídias
surgem nesse período (“Chineses foram vistos como sujeitos de “raça inferior”, gente porca e
portadora de doenças. [...] os europeus recém-chegados compunham uma massa de
camponeses maltrapilhos e ignorantes.”). Para além disso, apesar das medidas
governamentais de repressão da chegada dessas novas comunidades - como proibição da
entrada de japoneses, chineses, e qualquer mão de obra importada -, ainda sim, o preconceito
com negros continuava sendo maior, chegando a diminuir a força trabalhadora nas industrias.
Toda a expansão industrial, as suas formas de crescimento e meios desenvolvidos para
gerar cada vez mais rentabilidade são abordados pelos autores mostrando como o monopólio
de grandes empresas foi responsável por impactar e mudar boa parte da mentalidade
econômica norte-americana. Nesse momento é retomado um dos nomes apresentados no
início do texto - os chamados “senhores da Criação” - como é o caso de John D. Rockefeller.
Um grande magnata responsável pela Standart Oil Trust, que tornou-se um dos primeiros
trustes de refinaria do país, mostrando o impacto que o monopólio em uma integração vertical
(união de empresas associadas a “vários níveis da produção e distribuição de produtos”) era
capaz de ter no mercado.
Esse tipo de capitalismo, o monopolista, marcou o fim do outro,
o altamente competitivo, e deu início à chamada “liderança de
preços” (espécie de acordo informal entre membros de um setor
da indústria para seguir preços previamente estabelecidos).
Fugindo da vigilância federal antitruste e satisfeitas com os
lucros garantidos por preços tacitamente aceitos, a competição
se dava em publicidade e design, levando incontáveis pequenas
empresas à falência e concentrando riquezas de maneira inédita.
(p. 156)