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QUÍMICA ORGÂNICA III – QUI 232

UNIDADE 4: Aminas

Patrícia Fontes Pinheiro


BRUICE, P. Química Orgânica, vol.2, 4 ed. São
Paulo, Pearson, 2006.

SOLOMONS, G.; FRYHLE, C. B.


Química Orgânica, v. 2, 10ª edição,
(traduzida da original - John Wiley &
Sons, Inc), Rio de Janeiro: LTC -
Livros Técnicos e Científicos Editora,
2013.
Aminas
Rãs colombianas venenosas –
substância que provoca paralisia dos
músculos respiratórios das vítimas

Bloqueiam a acetilcolina –
importante neurotransmissor

Curare é um termo coletivo para designar venenos para flechas que os indígenas das áreas da
bacia hidrográfica do Orinoco e Amazonas obtêm, na maioria das vezes, a partir das cascas de
certas espécies de cipós (Strychnos spp.)
Aminas
✓As aminas são substâncias em que um ou mais hidrogênios da amônia
(NH3) foram substituídos por um grupo alquila.
Aminas
Aminas

Nicotina
Nomenclatura de Aminas
❖ Aminas Primárias
Nomenclatura de Aminas
❖ Poliaminas
Nomenclatura de Aminas
❖ Aminas Secundárias e Terciárias
H
N H3C N CH3
H3C N H
CH3 CH3

(a) Dimetilazano (a) Difenilazano (a) Trimetilazano


(b) Dimetilamina (b) Difenilamina (b) Trimetilamina
Nomenclatura de Aminas
❖ Aminas Secundárias e Terciárias
NMe2 N
N

N,N-Dimetil- N-Butil-N-metilanilina N,N-Dietilbutilamina


cicloexilamina
Nomenclatura de Aminas
❖ Arilaminas

Anilina N-Metilanilina
p-Toluidina P-Anisidina
(benzamina) (N-Metil-
(4-Metil- (4-Metoxibenzamina)
benzamina)
benzamina)
Nomenclatura de Aminas
❖ Aminas Heterocíclicas

Pirrol Pirazol Imidazol Indol


(1-Azaciclopenta- (1,2- (1,3- (1-Azaindeno)
2,4-dieno) Diazaciclopenta- Diazociclopenta-
2,4-dieno) 2,4-dieno)
Nomenclatura de Aminas
❖ Aminas Heterocíclicas

Piridina Piridazina Pirimidina Quinolina


(Azabenzeno) (1,2- (1,3- (1-Azanaftaleno)
Diazabenzeno) Diazabenzeno)
Nomenclatura de Aminas
❖ Aminas Heterocíclicas

Piperidina Pirrolidina Tiazol Purina


(Azacicloexano) (Azaciclopentano) (1-tio-3-
azaciclopentano-2,4-
dieno)
Nomenclatura de Aminas
COOH
NH2
1
5
3 OH
4 2
NH2

3-aminopentan-1-ol Ácido m-aminobenzóico


Propriedades Físicas de Aminas
➢ Temperatura de ebulição: aminas possuem temperatura de ebulição maior
que do alcano correspondente, porém menor que o do álcool correspondente.

Aminas 3as. < Aminas 2as. < Aminas 1as.


R
R R R R H H
N R H H H H
R N R N N N N
R
R R R H R R H H R H
R
N N R R
R H
R N H N N N
N N N
R R R R H H R
R H H
H H
R R H
R N N
R R H R
N
R R

Menor T.E. Maior T.E.


Propriedades físicas das aminas
➢ Solubilidade em água

❖ Aminas 1árias e 2árias pequenas (menos que 5 carbonos) são hidrossolúveis

❖ Aminas 3árias são pouco solúveis ou insolúveis

As aminas 1árias e 2árias são capazes de fazer ligações de hidrogênio com a água !!
Inversão de amina
❖ O par de elétrons livres localizado no nitrogênio permite que uma amina vire “do avesso”
rapidamente à temperatura ambiente. Isso é chamado inversão de amina.

❖ As moléculas de amina “invertida” e “não invertida” são enantiômeros, mas não podem
ser separadas porque a inversão da amina é rápida. A energia necessária para a
inversão da amina é de aproximadamente 6 kcal/mol (ou 25 kJ/mol), cerca do dobro da
quantidade de energia necessária para a rotação em torno da ligação simples carbono-
carbono, mas baixa o bastante para permitir que os enantiômeros se interconvertam
rapidamente à temperatura ambiente.
Sais de Amônio
➢ Os sais de amônio não podem sofrer inversão de nitrogênio porque não
possuem par não compartilhado. Portanto, esses sais de amônio quaternário
com quatro grupos diferentes são quiral e pode ser resolvido em
enantiômeros separados (relativamente estáveis):
Propriedades das Aminas

❖ As aminas são as bases orgânicas mais comuns.


Propriedades das Aminas
Basicidade das Aminas
Fase gasosa
R R H Efeito indutivo dos
R N R N R N NH3 grupos alquilas
R H H
amônia R N
Terciária S ecundária P rimária
densidade
(+) básica Basicidade (-) básica eletrônica

Em meio aquoso
R H R Efeito indutivo dos
R N R N R N NH3 grupos alquilas
+
H H R Estabilização do ácido
amônia
P rimária Terciária conjugado por
S ecundária
solvatação
(+) básica Basicidade (-) básica
Basicidade das Aminas
H2O H2O

......
......

H H R
H H H
R N H ...... O  R N H ...... O
 R N H ...... O
H
H R H R
H
......

H2O

Ordem decrescente de estabilização por solvatação


Basicidade das Aminas
Basicidade das Aminas
Basicidade das Aminas
Basicidade das Aminas versus Amidas
➢ A protonação no átomo de oxigênio ocorre mesmo que os átomos de oxigênio (porque
de sua maior eletronegatividade) são tipicamente menos básicos que os átomos de
nitrogênio. Observe, no entanto, que se uma amida aceita um próton em seu átomo de
oxigênio, a estabilização da ressonância envolvendo o par de elétrons não ligantes do
átomo de nitrogênio é possível:
Sais de Amínio e Sais de Amônio Quartenário
Sais de Amínio e Sais de Amônio Quartenário
Solubilidade de Aminas em Soluções Aquosas

➢ Como as amidas são muito menos básicas que as aminas, as amidas insolúveis
em água não se dissolvem em HCl aquoso diluído, HBr, HI ou H2SO4
➢ Descreva um procedimento para separar hexilamina de ciclohexano
usando HCl diluído, solução aquosa NaOH e éter dietílico.
Basicidade das Aminas versus Amidas
Aminas como Agentes de Resolução
➢ Aminas enantiomericamente puras
são geralmente utilizadas para
resolver formas racêmicas de
compostos ácidos através da formação
de sais diaestereoisoméricos:
Preparação de Aminas
✓ Por Meio de Reações de Substituição Nucleofílica

1. Alquilação de Amônia
Aminas primárias podem ser preparadas a partir de amônia e de haletos de alquila por meio de reações
de substituição nucleofílica. É preciso usar um grande excesso de amônia para prevenir uma posterior
alquilação da amina primária inicialmente formada (resultando na formação de aminas secundárias e
terciárias e sais de amônio quaternário).
Reações de Aminas
1. Alquilação de Amônia
✔Como a amônia e as aminas são bons nucleófilos, elas sofrem reações
de SN2 com haletos de alquila. (X representa um halogênio.)

Apesar de essas reações de SN2


poderem ser usadas para sintetizar
aminas, seus rendimentos químicos
são ruins, porque é difícil
interromper a reação quando o
número desejado de substituintes
alquílicos é substituído no
nitrogênio, uma vez que a amônia
e as aminas primárias, secundárias
e terciárias apresentam
reatividades semelhantes.
Preparação de Aminas
✓ Por Meio de Reações de Substituição Nucleofílica
2. Alquilação do Íon Azida e Redução
Um método muito melhor para a preparação de uma amina primária a partir de um haleto de alquila
consiste em primeiramente converter o haleto de alquila em uma alquilazida (R- N3) por meio de uma
reação de substituição nucleofílica, e depois reduzir a azida a uma amina primária com hidreto de
alumínio e lítio.

Uma palavra de precaução: As alquilazidas são explosivas e as alquilazidas de massa


molecular baixa não devem ser isoladas, mas devem ser mantidas em solução. A azida
de sódio é utilizada em airbags de automóveis
Reações de Aminas
2. Alquilação do Íon Azida e Redução
✔ As aminas primárias também podem ser preparadas com bons
rendimentos se o íon azida ( N3) for usado como nucleófilo em uma
reação SN2. O produto da reação é uma alquil azida, que pode ser
reduzida a aminas primárias:
Reações de Aminas
❖ Síntese de aminas
✔ Outras reações de redução também resultam na formação de aminas
primárias. Uma redução catalítica de uma nitrila, por exemplo, forma
uma amina primária.
Reações de Aminas
❖ Síntese de aminas
✔ As aminas são obtidas a
partir das reduções de
amidas com LiAlH4. Esse
método pode ser usado para
sintetizar aminas primárias,
secundárias e terciárias. A
classe das aminas obtidas
depende do número de
substituintes no átomo de
nitrogênio da amida.
Reações de Aminas
❖ Síntese de aminas
Preparação de Aminas
✓ Por Meio de Reações de Substituição Nucleofílica
3. Síntese de Gabriel
A ftalimida de potássio também pode ser utilizada para preparar aminas primárias através de um método
conhecido como síntese de Gabriel. Esta síntese também evita as complicações de alquilações múltiplas
que ocorrem quando haletos de alquila são tratados com amônia:
Mostre como a hexilamina pode ser preparada pela síntese de
Gabriel.
Preparação de Aminas
✓ Por Meio de Reações de Substituição Nucleofílica
4. Alquilação de Aminas Terciárias
As alquilações múltiplas não são um problema quando aminas terciárias são alquiladas com haletos de
metila ou haletos primários. Reações como a seguinte ocorrem em bom rendimento:

✓ Preparação de Aminas Aromáticas por Meio da Redução de Nitrocompostos


Preparação de Aminas
✓ Preparação de Aminas Aromáticas por Meio da Redução de Nitrocompostos
Preparação de Aminas
✓ Preparação de Aminas Primárias, Secundárias e Terciárias por Meio da Aminação Redutora
Preparação de Aminas
✓ Preparação de Aminas Primárias, Secundárias e Terciárias por Meio da Aminação Redutora
Preparação de Aminas
✓ Preparação de Aminas Primárias, Secundárias e Terciárias por Meio da Aminação Redutora
Reações de Aminas
❖ Aminação Redutiva

✔ As aminas secundárias e terciárias podem ser preparadas a partir de


iminas e enaminas pela redução de iminas ou de enaminas.

O triacetoxiboro-hidreto de
sódio é o agente redutor usado
nessa reação.
Preparação de Aminas
✓ Preparação de Aminas Primárias, Secundárias ou Terciárias através da Redução de
Nitrilas, Oximas e Amidas
Preparação de Aminas
Preparação de Aminas
✓ Preparação de Aminas Primárias através dos Rearranjos de Hofmann e de
Curtius
Rearranjo de Hofmann
As amidas sem substituintes no nitrogênio reagem com solução de bromo ou de cloro em
hidróxido de sódio produzindo aminas através da perda do carbono da carbonila por uma
reação conhecida como rearranjo de Hofmann ou degradação de Hofmann:
Preparação de Aminas
Rearranjo de Hofmann
Preparação de Aminas
Rearranjo de Hofmann
Preparação de Aminas
Rearranjo de Curtius
O rearranjo de Curtius é um rearranjo que ocorre com acilazidas e produz uma amina primária com a perda do
carbono acílico. Ele lembra o rearranjo de Hofmann, no qual um grupo R migra do carbono acílico para o átomo de
nitrogênio à medida que o grupo de saída deixa a molécula. Neste caso, o grupo de saída é o N2 (o melhor de todos
os grupos de saída possíveis, uma vez que ele é altamente estável, praticamente não tem basicidade e, sendo um
gás, é facilmente removido do meio). As acilazidas são facilmente preparadas por meio de reação entre cloretos de
acila e azida de sódio. O aquecimento da acilazida inicia o rearranjo; em seguida, a adição de água leva à hidrólise e à
descarboxilação do isocianato pelo mesmo mecanismo mostrado anteriormente:
Reações de Aminas
Reações de Aminas
Reações de Aminas
❖ Alquilação

❖ Substituição Nucleofílica
Reações de Aminas
❖ Reações de adição-eliminação nucleofílicas
Reações de Aminas
❖ Reações de adição conjugada
Reações de Aminas
❖ Oxidação de Aminas
As aminas terciárias podem ser oxidadas de forma direta a óxidos de aminas terciárias. Esta transformação pode
ser realizada utilizando-se peróxido de hidrogênio ou um peroxiácido:
A Eliminação de Cope
Reações de Aminas
❖ Oxidação de aminas
✔ As aminas alifáticas primárias e secundárias estão sujeitas à
oxidação, embora na maioria dos casos produtos úteis não sejam
obtidos. Frequentemente ocorrem reações colaterais
complicadas, causando a formação de misturas complexas. As
aminas terciárias podem ser oxidadas de forma limpa em óxidos
de amina terciária. Esta transformação pode ser realizada usando
peróxido de hidrogênio ou um peroxiácido:

Óxido de amina terciária


Reações de Aminas
❖ Oxidação de aminas
✔ As aminas secundárias são oxidadas a hidroxilaminas secundárias, e
aminas terciárias são oxidadas a óxidos de aminas terciárias.

✔ Os óxidos de amina terciária passam por uma útil reação de


Eliminação de Cope a ser discutida a seguir.
Reações de Aminas
❖ A eliminação de Cope
✔ Os óxidos de aminas terciárias sofrem eliminação de uma
dialquilhidroxilamina quando são aquecidos. A reação é
chamada de eliminação Cope, é uma eliminação syn e
prossegue através de um estado de transição cíclico.

Alceno N,N-
Óxido de amina terciária
Dimetilhidroxilamina
Reações de Aminas
❖ A eliminação de Cope
✔ Os óxidos de amina terciária são facilmente preparados
tratando aminas terciárias com peróxido de hidrogênio. A
eliminação de Cope é útil sinteticamente, considere a seguinte
síntese de metilenociclo-hexano:
❖ Reação com o ácido nitroso
NaNO2(aq) + HCl(aq) ⎯→ HNO2(aq) + NaCl(aq)
Reações de Aminas
❖ Reação com o ácido nitroso
NaNO2(aq) + HCl(aq) ⎯→ HNO2(aq) + NaCl(aq)

➢ As arilaminas primárias reagem com ácido nitroso para formar sais de arenodiazônio
estáveis.
➢ Os sais de arenodiazônio são úteis para os químicos sintéticos porque o grupo diazônio
pode ser substituído por uma grande variedade de nucleófilos.
➢ Essa reação permite a preparação de uma ampla variedade de benzenos substituídos,
que não poderiam ser obtidos por meio de uma simples reação de substituição aromática
eletrofílica.
Reações de Aminas
❖ Reação com o ácido nitroso
Reações de Aminas
❖ Reação com o ácido nitroso
H F

H3PO2 HBF4
OH +
N2 Cl
-
X

H2O CuX
(X=Br, Cl)
CN CuCN
KI I
Reações de Aminas
❖ Reação com o ácido nitroso
Reações de Aminas
❖ Reação com o ácido nitroso – Mecanismo Geral
Reações de Aminas
❖ Reação com o ácido nitroso – Mecanismo Geral
Reações de Aminas
❖ Reação com o ácido nitroso
Reações de Aminas
❖ Reação com o ácido nitroso
Reações de Aminas
❖ Reação com o ácido nitroso
Reações de Aminas
❖ Reação com o ácido nitroso – Desaminação por Diazotação
Reações de Aminas
❖ Reação com o ácido nitroso – Obtenção de Corantes
Reações de Aminas
❖ Reação com o ácido nitroso – Obtenção de Corantes
Reações de Aminas
❖ Reação com o ácido nitroso – Obtenção de Corantes
Reações de Aminas
❖ Reação com o ácido nitroso – Obtenção de Corantes

Esboce uma síntese do alaranjado II a partir do 2-naftol e do ácido p-aminobenzenossulfônico.


Reações de Aminas
❖ REAÇÕES DE AMINAS COM CLORETOS DE SULFONILA
➢ Microrganismos dependem do ácido paminobenzoico como matéria prima fundamental, juntamente com
diversos outros componentes, para a síntese do ácido fólico em processos controlados por enzimas.

➢ Os produtos químicos que inibem o crescimento de microrganismos são chamados de antimetabólitos.


Acontece que certas moléculas que contêm aminas, conhecidas como sulfanilamidas são antimetabólitos
para essas bactérias que dependem do ácido p-aminobenzoico. A razão: a homologia das suas formas
globais, cujas características fundamentais foram destacadas a seguir. De fato, as enzimas das bactérias
são incapazes de distinguir entre essas duas moléculas. Isso, por fim, leva à morte da bactéria, pois
não é sintetizado o suficiente do seu nutriente essencial.
➢ Um exemplo recente é o metotrexato, um derivado do ácido fólico, que vem sendo utilizado com sucesso
no tratamento de determinados carcinomas, bem como na artrite reumatoide. O metotrexato, em
virtude da sua semelhança com o ácido fólico, pode participar de algumas das mesmas reações do
ácido fólico, mas ele não pode desempenhar a mesma função biológica inerente. Aqui, esse papel é o
envolvimento em reações críticas para a divisão celular. Apesar de o metotrexato ser tóxico para o
processo de divisão de todas as células, aquelas que se dividem mais rapidamente – as células cancerosas
são mais vulneráveis a seus efeitos.
Reações de Aminas
•As sulfanilamidas (fármacos com sulfa) podem ser sintetizadas a partir da anilina através da seguinte sequência
de reações:
Infravermelho de Aminas
RMN de 1H de Aminas
RMN de 13C de Aminas

Espectros de Massa de Aminas - O íon molecular no espectro de massa de uma amina


tem um número de massa ímpar (a menos que exista um número par de átomos de nitrogênio na
molécula). O pico correspondente ao íon molecular é normalmente intenso para aminas
aromáticas e aminas alifáticas cíclicas, mas fraco para aminas alifáticas acíclicas. A quebra entre
os carbonos α e β de aminas alifáticas é um modo comum de fragmentação.
Reações de Aminas
❖ Reação de eliminação de Hofmann

❖ A reação de eliminação de Hofmann é uma reação E2.


Reações de Aminas
❖ Reação de eliminação de Hofmann

Eliminação anti-Zaitsev
Reações de Aminas
❖ Reação de eliminação de Hofmann
Reações de Aminas
❖ Reação de eliminação de Hofmann
➢ Uma possível explicação é que os estados de transição das reações de eliminação com
substratos carregados têm um caráter considerável de carbânion. Portanto, esses
estados de transição mostram pouca semelhança com o alceno, o produto final e não
são estabilizados de forma apreciável por uma ligação dupla em desenvolvimento:

Estado de transição que lembra um


Estado de transição que lembra um
alceno
carbânion
(segue a regra de Zaitsev)
(segue a regra deHofmann)
Reações de Aminas
❖ A reação de uma amina com iodeto de metila suficiente para
convertê-la em um iodeto de amônio quaternário é denominada
metilaçao exaustiva.
❖ A reação ocorre em soluções básicas de carbonato de potássio; por
isso as aminas intermediárias formadas terão predominantemente
forma básica.
Reações de Aminas
❖ Na degradação de Hofmann, uma amina é exaustivamente
metilada com iodeto de metila, tratada com óxido de prata para
converter iodeto de amônio quaternário em hidróxido de amônio
quaternário e, então, aquecido para que sofram uma reação de
eliminação. Depois que os alcenos são identificados, podemos
deduzir qual é a estrutura da amina.
Catálise em transferência de fase
✔Se misturarmos uma solução aquosa de cianeto de sódio com uma solução
de 1-bromo-hexano em um solvente apolar, haverá duas fases distintas —
uma aquosa e outra orgânica — , porque as soluções são imiscíveis. Como,
então, o cianeto de sódio pode reagir com o haleto de alquila?

✔ As duas substâncias poderão reagir entre si se determinada quantidade


de um catalisador de transferência de fase for adicionada à mistura
reacional.
Catálise em transferência de fase

✔Os sais de amônio quaternário são os catalisadores de transferência de


fase mais comuns.
Catálise em transferência de fase
✔ O sal de amônio quaternário (tem grupos apolares): é solúvel em
solventes apolares, mas, em razão de suas cargas, também é solúvel em
água. Isso significa que o sal de amônio quaternário pode agir como
mediador entre as duas fases imiscíveis.

✔ A reação continua com o catalisador de transferência de fase movendo-


se em vaivém entre as duas fases. O catalisador de transferência de fase
tem sido usado com sucesso em várias reações orgânicas.
Catálise em transferência de fase

Fase
orgânica

Fase
aquosa
Heterociclos aromáticos de anéis
de cinco membros
✔ O pirrol, o furano e o tiofeno são aromáticos porque são cíclicos e
planares:
Heterociclos aromáticos de anéis
de cinco membros
✔ O pirrol: base extremamente fraca porque os elétrons no nitrogênio
fazem parte da nuvem π.
Heterociclos aromáticos de anéis
de cinco membros
✔ O pirrol, o furano e o iofeno são aromáticos, eles sofrem reações de
sofrem substituição eletrofílica.
Pirrol
✔ O pirrol é mais ácido (pKa ~ 17) do que as aminas saturadas análogas
(pKa~36), porque no pirrol o nitrogênio tem hibridização sp2, portanto, é
mais eletronegativo do que o nitrogênio sp3 da amina saturada. A acidez
do pirrol também é aumentada em conseqüência da estabilização de sua
base conjugada pela deslocalização dos elétrons.
Piridina

Orbital ortogonal
Piridina
✔A piridina é uma amina terciária, por isso sofre reações
características de aminas terciárias. Ela sofre, por exemplo, reações
de SN2 com haletos de reage com peróxidos de hidrogênio para
formar N-óxido.
Piridina
✔Por ser aromática, a piridina (assim como o benzeno) sofre reações
de substituição aromáticas eletrofílicas (:B é uma base na solução).
Piridina
Piridina
✔Estudamos que o anel benzênico altamente desativado não sofre
reações de alquilação e acilação de Friedel-Crafts. Portanto, a
piridina, cuja reatividade é similar à do benzeno altamente
desativado, não sofre essas reações.
Heterociclos biologicamente
importantes
✔Três dos vinte aminoácidos de ocorrência natural mais comuns contêm
anéis heterociclos: a prolina contém um anel pirrolidínico, o triptofano
contém um anel indólico e a histidina contém um anel imidazólico.
Imidazol
Imidazol
✔ Como o ácido conjugado do imidazol tem um pKa de 6,8, o
imidazol se encontra tanto na forma protonada quanto na forma
não protonada no pH fisiológico (7,3). Essa é uma das razões
para que a histidina, um aminoácido que contém o imidazol, seja
um importante componente catalítico de muitas enzimas.
Purina e pirimidina
✔Os ácidos nucléicos (DNA e RNA) contêm purinas e pirimidinas
substituídas.
Porfirina
Porfirina
✔Quatro moléculas de porfobilinogênio reagem para formar a
porfirina.

repetir mais três


vezes usando uma
reação intramolecular
a oxidação
subsequente aumenta a
insaturação
Porfirina
Referências
• BRUICE, P. Química Orgânica, vol.2, 4 ed. São Paulo, Pearson, 2006.
• CLAYDEN, J.; REEVES, N. Organic Chemistry. Oxford University Press:
United Kingdom, 2000.
• SOLOMONS, G.; FRYHLE, C. B. Química Orgânica, v. 2, 10ª edição,
(traduzida da original - John Wiley & Sons, Inc), Rio de Janeiro: LTC -
Livros Técnicos e Científicos Editora, 2013.

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