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artigo inédito

Diagnóstico cefalométrico da assimetria na Classe II


subdivisão comparada à Classe I e Classe II
Aparecida Fernanda Meloti1, Renata de Cássia Gonçalves1, Ertty Silva2, Lídia Parsekian Martins3, Ary dos Santos-Pinto4

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/2176-9451.19.4.080-088.oar

Introdução: as telerradiografias laterais são tradicionalmente solicitadas para planejamento ortodôntico, mas raramente
utilizadas para avaliar assimetrias.

Objetivo: o objetivo do presente estudo foi utilizar as telerradiografias laterais para identificar as alterações morfológicas
esqueléticas e dentoalveolares existentes na má oclusão de Classe II subdivisão e compará-las com a morfologia existente
nas más oclusões de Classe I e II.

Métodos: noventa telerradiografias laterais iniciais de adolescentes brasileiros de ambos os sexos, com idade cronológica
entre 12 e 15 anos, foram divididas em três grupos randomizados e proporcionais: Grupo 1 (Classe I), Grupo 2 (Classe II)
e Grupo 3 (Classe II subdivisão). A análise das telerradiografias laterais envolveu mensurações angulares, mensurações
lineares horizontais e dois índices de assimetria, estipulados para o presente estudo.

Resultados: foi identificada, de acordo com o Índice de assimetria dentária (IAD), uma maior assimetria dentária infe-
rior no Grupo 3. O Índice de assimetria mandibular (IAM) revelou menor assimetria esquelética e dentária no Grupo 2,
maior assimetria esquelética no Grupo 1 e maior assimetria dentária inferior no Grupo 3.

Conclusão: o IAD e o IAM mostraram maior assimetria dentária inferior no Grupo 3 do que nos Grupos 1 e 2. Esses re-
sultados estão de acordo com os encontrados em outros métodos de diagnóstico, indicando que a telerradiografia lateral é
um método aceitável para avaliar alterações morfológicas esqueléticas e dentoalveolares nas más oclusões.

Palavras-chave: Assimetria facial. Má oclusão. Radiografia. Cefalometria.

Como citar este artigo: Meloti AF, Gonçalves RC, Silva E, Martins LP, Santos-
1
Doutora em Ortodontia e Ortopedia Facial, FOAR-UNESP. -Pinto A. Lateral cephalometric diagnosis of asymmetry in Angle Class II subdivi-
2
Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, PUC-RJ. sion compared to Class I and II. Dental Press J Orthod. 2014 July-Aug;19(4):80-8.
3
Doutora em Ortodontia e Ortopedia Facial e Professora Adjunta, DOI: http://dx.doi.org/10.1590/2176-9451.19.4.080-088.oar
Departamento de Clínica Infantil, área de Ortodontia, FOAR-UNESP.
4
Pós-doutor em Ortodontia, Baylor College of Dentistry. Professor Adjunto, Enviado em: 02 de julho de 2012 - Revisado e aceito: 05 de dezembro de 2012
Departamento de Clínica Infantil, área de Ortodontia, FOAR-UNESP
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade
ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias
descritos nesse artigo.

Endereço para correspondência: Aparecida Fernanda Meloti


R. Carlos Antônio de Azevedo, 333 ‒ Jardim São José ‒ Urupês/SP
CEP: 15.850-000 ‒ E-mail: fermeloti@yahoo.com.br

© 2014 Dental Press Journal of Orthodontics 80 Dental Press J Orthod. 2014 July-Aug;19(4):80-8
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introdução diagnóstico para avaliação de assimetrias12, todavia,


A Classe II subdivisão é caracterizada por um o custo é elevado e a dose de radiação é maior do que
relacionamento oclusal de Classe I, de um lado da nos outros métodos. Fotografias foram comparadas
arcada dentária, e Classe II, do outro lado. Esse rela- com radiografias posteroanteriores, mas não foi en-
cionamento oclusal assimétrico pode ter uma origem contrada nenhuma correlação significativa entre es-
esquelética e/ou dentoalveolar1. O conhecimento da ses métodos13. Autores14 argumentaram que as foto-
origem dessa assimetria é extremamente importante grafias deveriam ser usadas simultaneamente com as
para um correto plano de tratamento de indivíduos radiografias posteroanteriores. Quando as fotogra-
Classe II subdivisão. fias foram comparadas com radiografias submento-
Graus leves de assimetria facial são comuns na po- nianas e posteroanteriores15, uma pequena correla-
pulação em geral2, e a Classe II subdivisão dificilmente ção entre os métodos foi encontrada. As radiografias
apresenta um grau mais acentuado de assimetria que, posteroanteriores permitiram observar alterações no
quando está presente, normalmente envolve o terço sentido vertical e transversal; porém, relatos na lite-
inferior da face, particularmente a mandíbula3,4,5. ratura6-9,11,12 apontaram uma maior alteração na po-
Autores6 relataram que a principal contribuição sição anteroposterior dos molares na má oclusão de
da assimetria na Classe II subdivisão era a posição Classe II subdivisão.
mais distal do primeiro molar inferior, mas afirma- Embora alterações no sentido anteroposterior pos-
ram que poderia haver um comprometimento den- sam ser observadas nas radiograias submentonianas,
toalveolar ou esquelético. Outros autores7 também autores16 encontraram distorção em mensurações li-
observaram uma posição mais posterior do primeiro neares realizadas nessas radiograias. Adicionalmente,
molar inferior no lado da Classe II subdivisão; no foram relatadas17 diiculdades no uso de radiograias
entanto, relataram que isso ocorria devido a um en- submentonianas. Outro método que permite uma vi-
volvimento dentoalveolar. O posicionamento da li- sualização das estruturas no sentido anteroposterior é
nha média dentária com relação à linha média facial o que utiliza telerradiograias em 45°, mas esse méto-
foi examinado e foi encontrado8 uma maior frequên- do não é aplicado rotineiramente e implica em duas
cia de desvio de linha média dentária inferior que tomadas radiográicas extras em relação a uma docu-
superior, sugerindo que a causa dessas assimetrias era mentação ortodôntica básica. Os modelos de estudo
de procedência mandibular. permitem observar as estruturas dentárias no sentido
Foi realizado um estudo9 para analisar as alterações anteroposterior, mas não as esqueléticas. Já as radio-
maxilares e mandibulares de indivíduos Classe II sub- graias panorâmicas não permitem a visualização das
divisão e indivíduos Classe I. Os resultados mostraram alterações morfológicas no sentido anteroposterior18,19.
alterações dentoalveolares em uma mandíbula com As telerradiografias laterais são tradicionalmente
assimetria dentro da normalidade e sem assimetria de solicitadas para planejamento ortodôntico, pois per-
posição. A principal contribuição para a relação de mitem visualizar as estruturas no sentido anteropos-
Classe II subdivisão foi o posicionamento para distal terior de maneira simples e sem custo adicional para
dos molares inferiores no lado da Classe II. O posi- o ortodontista. Apenas um estudo6 utilizou as telerra-
cionamento dos molares superiores para mesial, no diografias laterais para observar a posição dos molares
mesmo lado, teve uma participação secundária. A li- e a existência de uma relação assimétrica mandibular
nha média dentária inferior também apresentou um no sentido anteroposterior.
desvio mais frequente, para o lado da Classe II, que Sendo assim, o objetivo desse estudo foi utilizar as
a linha média dentária superior, no sentido oposto. telerradiografias laterais para identificar as alterações
Sendo assim, esse estudo9 e outros4,7,8,10,11 demonstra- morfológicas esqueléticas e dentoalveolares existentes
ram que as assimetrias presentes em indivíduos Clas- na má oclusão de Classe II subdivisão em adolescen-
se II subdivisão são, principalmente, dentoalveolares. tes e compará-las com a morfologia existente nas más
Vários métodos de diagnóstico podem ser utiliza- oclusões de Classe I e II, avaliando qual a incidência
dos para avaliar assimetrias. As tomografias compu- de simetria e assimetria dentária maxilar e dentoes-
tadorizadas são consideradas um ótimo método de quelética mandibular.

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mAteriAis e métodos por meio de amostragem casual simples, sem identiica-


Com a aprovação do comitê de ética da Faculdade ção de grupo.
de Odontologia da Universidade Estadual Paulista Jú- Para a caracterização da amostra, dez medidas angu-
lio de Mesquita Filho (UNESP-Araraquara), a amostra lares foram usadas: SNA, SNB, ANB, SNPP (ângulo
foi composta por 90 indivíduos brasileiros, de ambos formado pela linha SN e o plano palatino [ENA-ENP]),
os sexos, de 12 a 15 anos de idade, aleatoriamente se- SNOP (ângulo formado pela linha SN e o plano oclu-
lecionados nos arquivos da Faculdade de Odontologia sal [Op-Oa]), SNGoMe, U1.SN, L1GoMe, U1.L1 e
de Araraquara. Os adolescentes foram divididos em NAPog. A análise do estudo envolveu dois índices (ín-
três grupos iguais de 30 indivíduos Classe I (Grupo 1), dice de assimetria dentária e índice de assimetria man-
Classe II (Grupo 2) e Classe II subdivisão (Grupo 3). dibular), assim como cinco medidas lineares (RA-RP,
Os critérios de inclusão da má oclusão foram baseados D7UA-D7UP, D6UA-D6UP, D7LA-D7LP e D6LA-
na relação oclusal entre as arcadas superior e inferior em -D6LP) (Fig. 2).
modelos de estudo e fotograias iniciais. Foi deinida no
Grupo 1 uma relação de Classe I de molares e caninos Índice de assimetria dentária (IDA)
bilateral e simétrica; no Grupo 2, uma relação de Clas- Um IDA foi desenvolvido considerando-se a di-
se II maior que ½ cúspide simétrica bilateralmente; e, ferença na distância entre os molares mais anteriores
no Grupo 3, uma relação de Classe I de uma lado da e os mais posteriores nas arcadas dentárias superior e
arcada dentária e de Classe II do outro lado, maior que inferior (IDA1 = [D6UA-D6UP] – [D6LA-D6LP]).
½ cúspide. Os critérios de inclusão adicionais para to- Similarmente, esse índice também foi aplicado para
dos os grupos foram os seguintes: arcada inferior normal os segundos molares superiores e inferiores (IDA2 =
ou com apinhamento anteroinferior leve e presença de [D7UA-D7UP] – [D7LA-D7LP]).
todos os dentes permanentes nas arcadas dentárias (de Matematicamente, quando obtida a diferença entre a
primeiro molar a primeiro molar), com os segundos distância dentária superior e a distância dentária inferior,
molares irrompidos ou em vias de erupção. Os critérios sendo o valor obtido igual a zero, isso representava haver
de exclusão da amostra foram interferências oclusais que simetria dentária superior e inferior. Utilizou-se como
pudessem causar alterações funcionais (mordida cruza- critério de tolerância ± 0,5mm de variação da normalida-
da, mordida aberta ou histórico de trauma facial). de, que corresponde ao grau de ampliação entre os lados
As telerradiograias laterais foram realizadas com os direito e esquerdo em tomadas cefalométricas. Valores
dentes incluídos em máxima intercuspidação habitual e maiores que 0,5mm representavam haver diferença maior
com face posicionada de modo que o Plano de Camper para a medida dentária superior em relação à inferior e,
(meato acústico externo à asa do nariz) estivesse paralelo dessa forma, haver assimetria superior. Valores menores
ao solo. O aparelho de raios X utilizado foi o Rotogra- que -0,5mm representavam diferença maior para a medi-
ph Plus, modelo MR05, regulado para 85 quilovolts, da dentária inferior em relação à superior e, dessa forma,
10 miliampéres e 0,5 segundos de exposição. A distância haver assimetria inferior. Por exemplo, o IDA aplicado
foco-objeto, ixa e constante, foi de 1,5 metros. O chas- nos primeiros molares foi o seguinte:
si com ilme Kodak TMG/RA, de 20,3 x 25,4cm, foi IDA1 = (D6UA-D6UP) – (D6LA-D6LP), onde:
posicionado a uma distância de 15cm do plano sagital » (D6UA-D6UP) = distância entre a imagem
médio do indivíduo. O aparelho radiográico utilizado mais anterior (D6UA) e mais posterior (D6UP)
apresentava um fator de ampliação médio de 10%. da coroa do primeiro molar superior;
A análise cefalométrica foi realizada pela digitaliza- » (D6LA-D6LP) = distância entre a imagem mais
ção de 21 pontos identiicados nas telerradiograias la- anterior (D6LA) e mais posterior (D6LP) da
terais (Fig. 1), pelo mesmo examinador, usando a mesa coroa do primeiro molar inferior.
digitalizadora Numonics AccuGrid (TPL 1212; Kurta, Sendo possíveis os seguintes resultados:
Seymour, EUA) e o programa de cefalometria compu- » IA > 0,5mm = assimetria dentária superior;
tadorizada Dentofacial Planner Plus, versão 6.5 (Dento- » IA < -0,5mm = assimetria dentária inferior;
facial sotware Inc. Toronto, Canadá). As telerradiogra- » -0,5mm ≥ IA ≤ 0,5mm = simetria dentária supe-
ias foram selecionadas aleatoriamente para digitalização rior e inferior.

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Índice de assimetria mandibular (IMA)


S N Seguindo o mesmo raciocínio, o IMA foi desen-
volvido considerando a diferença na distância entre os
pontos mais anteriores e os mais posteriores dos ramos
mandibulares direito e esquerdo, e a distância entre os
primeiros molares inferiores mais anteriores e os mais
Als A posteriores (IMA1 = [RA-RP] – [D6LA-D6LP]). Si-
D7UA
RP RA
D7UP
milarmente, esse índice foi aplicado aos segundos mola-
D6UP D6UA
lli res (IMA2 = [RA-RP] – [D7LA-D7LP]).
D6LP D6LA
D7LP
lls Matematicamente, a diferença de zero entre as dis-
Go D7LA
tâncias esqueléticas e dentárias mandibulares indicavam
B
Ali simetria esquelética mandibular. Como visto, o critério
Pog
Me
de tolerância de ± 0,5mm foi usado para indicar variação
de normalidade. Valores maiores que 0,5 representavam
haver uma assimetria esquelética, uma vez que a dife-
rença entre as bordas dos ramos seria maior que a dife-
Figura 1 - Pontos cefalométricos esqueléticos e dentários. S (Sela), N (Ná-
sio), A (Subespinhal), B (Supramental), Go (Gônio), Me (Mentoniano), Pog
rença nas faces distais das coroas dos molares direito e
(Pogônio), IIs (borda incisal do incisivo central superior), Als (ápice do inci- esquerdo. Por outro lado, valores menores que -0,5mm
sivo central superior), IIi (borda incisal do incisivo central inferior), Ali (ápi-
ce do incisivo central inferior), RA (ramo anterior), RP (ramo posterior), representavam assimetria dentária, uma vez que a dife-
D7UA (ponto mais posterior da coroa do 2° molar superior mais anterior),
D7UP (ponto mais posterior da coroa do 2° molar superior mais posterior), rença entre as faces distais das coroas dos molares direito
D6UA (ponto mais posterior da coroa do 1° molar superior mais anterior),
D6UP (ponto mais posterior da coroa do 1° molar superior mais posterior),
e esquerdo eram maiores que a diferença entre as bordas
D7LA (ponto mais posterior da coroa do 2° molar inferior mais anterior), dos ramos direito e esquerdo.
D7LP (ponto mais posterior da coroa do 2° molar inferior mais posterior),
D6LA (ponto mais posterior da coroa do 1° molar inferior mais anterior), Por exemplo, o IMA usando os primeiros molares
D6LP (ponto mais posterior da coroa do 1° molar inferior mais posterior).
foi o seguinte:
IMA1 = (RA-RP) – (D6LA-D6LP)
Onde (RA-RP) = distância entre a imagem mais an-
terior (RA) e a mais posterior (RP) do ramo mandibular.
Sendo possíveis os seguintes resultados:
» IMA > 0,5 = assimetria esquelética mandibular;
» IMA < -0,5 = assimetria dentária mandibular;
» -0,5mm ≥ IMA ≤ 0,5mm = simetria esquelética e
dentária mandibular

Análise estatística
Para a avaliação do erro do método de mensuração,
D7UA-DTUP
RA-RP
seis telerradiograias de cada grupo foram digitalizadas
D6UA-D6UP
D6LA-D6LP
duas vezes pelo mesmo examinador, com intervalo de
D7LA-DTLP
duas semanas entre as duas digitalizações. O Coeicien-
te de Correlação Intraclasse (ICC) foi empregado para
avaliar a idedignidade do processo de mensuração das
variáveis. As mensurações foram consideradas adequa-
das, pois o ICC foi maior que 0,95.
Para testar a hipótese de que as médias das mensu-
Figura 2 - Medidas cefalométricas esqueléticas e dentárias lineares. RA-RP rações angulares foram equivalentes nos três grupos, foi
(distância horizontal entre os pontos anterior (RA) e posterior (RP) da borda realizada a análise de variância (ANOVA). Para cada
do ramo mandibular), D7UA-D7UP (distância horizontal entre os pontos
D7UA e D7UP), D6UA-D6UP (distância horizontal entre os pontos D6UA variável, essa análise foi precedida pelo teste de Leve-
e D6UP), D7LA-D7LP (distância horizontal entre os pontos D7LA e D7LP),
D6LA-D6LP (distância horizontal entre os pontos D6LA e D6LP). ne para hipótese de homogeneidade das variâncias.

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Quando essa hipótese foi rejeitada, foi utilizada a es- A análise das diferenças entre os grupos (Tab. 1) con-
tatística de Brown-Forsythe para testar a hipótese de irmou que o Grupo 2 apresentou maior retrusão man-
igualdade das médias. O teste de comparação múltipla dibular (menor SNB) e maior vestibularização dos inci-
de médias de Schefé foi utilizado para detectar diferen- sivos inferiores (maior L1.GoMe) que os outros Grupos
ças signiicativas entre os grupos. (1 e 3). O Grupo 1 apresentou uma menor diferença
Para o teste da hipótese de que a proporção com maxilomandibular (menor ANB) e menor convexidade
que ocorrem diferentes tipos de assimetria é a mesma facial (menor NAPog) do que os Grupos 2 e 3. Ape-
nos três grupos ou, equivalentemente, que não existe sar do resultado signiicativo da ANOVA para a medi-
associação entre tipo de assimetria e grupo, empregou- da U1.L1, o teste de comparação múltipla de médias
-se o teste qui-quadrado. O nível de coniança de 95% (Schefé) não foi capaz de detectar diferenças signiicati-
(p < 0,05) foi considerado estatisticamente signiicativo. vas entre os grupos.
Os cálculos para a análise estatística foram feitos Como mostra a Tabela 1, a distância RA-RP foi
pelo programa SPSS for Windows, versão 16.0 (release semelhante para todos os grupos. Portanto, se houve
16.01, Nov. 2007; SPSS Inc.). distorções ou variações de imagem, elas foram seme-
lhantes para todos os grupos. Em contraste, as medidas
resultAdos dentárias foram signiicativamente diferentes entre os
O método utilizado apresentou coniança satisfató- grupos. As distâncias entre os primeiros molares supe-
ria; os valores de ICC para dimensionar o erro do mé- riores (D6UA-D6UP) e segundos molares superiores
todo foram maiores que 0,99 para as mensurações an- (D7UA-D7UP) foram menores no Grupo 1 do que
gulares e maiores que 0,96 para as mensurações lineares. no Grupo 3, mas ambos os grupos não se diferencia-
O valor calculado do ICC foi maior que 0,98 para todas ram do Grupo 2. As medidas entre os primeiros molares
as variáveis estudadas. inferiores (D6LA-D6LP) e segundos molares inferiores

Tabela 1 - Média e desvio-padrão das medidas cefalométricas e análise de variância (ANOVA) para o teste da hipótese de que as médias dos três grupos são iguais

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3


Medidas
Classe I Classe II Classe II subdivisão p
cefalométricas
Média ± DP Média ± DP Média ± DP
caracterização dos grupos
SNA 82,19± 3,54 81,80 ± 2,73 83,43± 4,56 0,208
SNB 79,81a ± 3,23 76,04b ± 2,82 78,97a ± 4,33 0,000
ANB 2,37a ± 2,03 5,77b ± 2,07 4,46b ± 2,05 0,000
SN.PP 7,63 ± 3,14 8,22 ± 3,58 7,62 ± 3,85 0,756
SN.OP 19,95 ± 2,74 19,47 ± 3,59 19,63 ± 4,68 0,884
SN.GoMe 34,99 ± 5,21 34,55 ± 4,17 32,16 ± 5,72 0,073
U1.SN 106,20± 7,88 106,81 ± 6,74 104,93 ± 7,14 0,597
L1.GoMe 91,49a ± 8,60 97,50b ± 6,12 95,49ab ± 6,35 0,005
U1.L1 127,33 ± 12,90 121,15 ± 8,52 127,41 ± 9,84 0,036
NAPog 3,62 ± 5,12
a
9,30 ± 5,62
b
7,11 ± 4,91
b
0,000
esquelética e dentárias lineares
RA-RP(1) 1,38 ± 0,88 1,38 ± 1,60 1,37 ± 1,22 1,000
D6UA-D6UP 1,26 ± 0,79
a
1,60 ± 1,19
ab
2,02 ± 1,23
b
0,028
D7UA-D7UP 1,27a ± 0,82 1,57ab ± 1,15 1,96b ± 1,16 0,045
D6LA-D6LP(1) 1,20a ± 0,80 1,87b ± 1,11 2,51b ± 1,78 0,001
D7LA-D7LP (1)
1,15 ± 0,75
a
1,81 ± 1,10
b
2,48 ± 1,81
b
0,001

(1)
Estatística de Brown-Forsythe (Teste de Levene para rejeição da hipótese de homogeneidade das variâncias).

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(D7LA-D7LP) foram menores no Grupo 1 do que nos Quando o segundo molar foi usado para calcular o índice
Grupos 2 e 3. Todas as medidas dentárias se apresenta- (IMA2), também não houve nenhuma associação signi-
ram maiores no Grupo 3. icativa entre as categorias de assimetria e grupo (Tab. 2).
Foi determinada na presente pesquisa a proporção de Entretanto, quando comparadas as médias de assimetria
indivíduos nos três grupos com simetria e/ou assimetria por grupo, em cada subgrupo de assimetria, os resultados
esquelética e dentária mandibular utilizando como re- da ANOVA mostraram que a magnitude de assimetria
ferência o IMA1 para os primeiros molares e o IMA2 dentária mandibular no Grupo 1 foi menor, em média,
para os segundos molares. Observou-se uma maior que as dos Grupos 2 e 3 (Tab. 3).
proporção de indivíduos com assimetria esquelética no Quando aplicado o IDA1 e o IDA2, determinou-se
Grupo 1, assimetria dentária no Grupo 3 e simetria es- a proporção de indivíduos nos três grupos com sime-
quelética e dentária no Grupo 2, mas o resultado do teste tria dentária e assimetria dentária superior e/ou inferior.
qui-quadrado para avaliar a associação entre assimetria e O resultado do teste qui-quadrado mostrou que há as-
grupo não foi signiicativa (Tab. 2). Adicionalmente, não sociação signiicativa entre as categorias de assimetria e
houve nenhuma diferença estatisticamente signiicativa grupo. A proporção de indivíduos com simetria dentá-
entre as médias do IMA1 para cada categoria de assime- ria foi signiicativamente maior nos Grupos 1 e 2 do que
tria. Entretanto, foi observada uma maior magnitude de no Grupo 3. No Grupo 3, houve uma maior frequência
assimetria dentária mandibular no Grupo 3 do que nos de assimetria dentária inferior (Tab. 2). A magnitude da
Grupos 1 e 2, e uma maior magnitude de assimetria es- assimetria dentária inferior também foi maior no Gru-
quelética no Grupo 2 do que nos Grupos 1 e 3 (Tab. 3). po 3 do que nos Grupos 1 ou 2 (Tab. 3).

Tabela 2 - Número e proporção de indivíduos de acordo com o grupo e a categoria do índice de assimetria e resultados do teste qui-quadrado para associação
entre assimetria e grupo

Índice / Categoria Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3


de assimetria n % n % n %
imA1 ( χ²= 8,66; gl=4; p=0,070)
Ass. dentária 10 33,3 14 46,7 20 66,7
Simetria 7 23,3 9 30 4 13,3
Ass. esquelética 13 43,3 7 23,3 6 20
Total 30 100 30 100 30 100
imA2 (χ²= 9,15; gl=4; p=0,057)
Ass. dentária 11 36,7 13 43,3 20 66,7
Simetria 6 20,0 10 33,3 4 13,3
Ass. esquelética 13 43,3 7 23,3 6 20,0
Total 30 100,0 30 100,0 30 100,0
idA1 (χ² = 16,33; gl=4; p=0,003)
Ass. dentária 3 10,0 8 26,7 13 43,3
Simetria 23 76,7 18 60,0 8 26,7
Ass. esquelética 4 13,3 4 13,3 9 30,0
Total 30 100,0 30 100,0 30 100,0
idA2 (χ²= 14,60; gl=4; p=0,006)
Ass. dentária 3 10,0 7 23,3 12 40,0
Simetria 23 76,7 19 63,3 9 30,0
Ass. esquelética 4 13,3 4 13,3 9 30,0
Total 30 100,0 30 100,0 30 100,0

IMA = índice de assimetria mandibular; IMA1 = (RA-RP) – (D6LA - D6LP);


IMA 2 = (RA-RP) – (D7LA – D7LP).
IDA = índice de assimetria dentária; IDA1 = (D6UA-D6UP) – (D6LA-D6LP);
IDA 2 = (D7UA-D7UP) – (D7LA-D7LP).

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Tabela 3 - Média e desvio-padrão do índice de assimetria e resultados da análise de variância (ANOVA) para o teste da hipótese de igualdade das médias dos três
grupos, de acordo com a categoria de assimetria.

Índice /
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
Categoria de p
Média ± DP Média ± DP Média ± DP
assimetria
imA1 (rA-rp) – (d6lA – d6lp)
Ass. dentária -1,35 ± 0,54 -1,89 ± 0,85 -2,23 ± 1,12 0,064
Simetria -0,21 ± 0,42 -0,04 ± 0,28 0,25 ± 0,29 0,120
Ass. esquelética 1,57 ± 0,68 1,74 ± 0,57 1,57 ± 0,73 0,840
imA2 (rA-rp) – (d7lA – d7lp)
Ass. dentária -1,18a ± 0,47 -1,97b ± 0,8 -2,16b ± 1,22 0,031
Simetria -0,12 ± 0,44 -0,02 ± 0,31 0,18 ± 0,21 0,429
Ass. esquelética 1,58 ± 0,67 1,83 ± 0,78 1,55 ± 0,73 0,721
idA1 (d6uA – d6up) – (d6lA – d6lp))
Ass. dentária -0,80a ± 0,20 -1,28a ± 0,24 -2,52b ± 0,40 0,002
Simetria -0,01 ± 0,57 -0,08 ± 0,27 0,18 ± 0,16 0,050
Ass. esquelética 1,13 ± 1,03 0,90 ± 0,16 1,86 ± 0,84 0,058
idA2 (d7uA-d7up)–(d7lA-d7lp)
Ass. dentária -0,73a ± 0,23 -1,31a ± 0,39 -2,70b ± 1,00 0,001
Simetria 0,07 ± 0,26
ab
-0,05 ± 0,25
a
0,21b ± 0,19 0,031
Ass. esquelética 1,05 ± 0,47 0,75 ± 0,17 1,66 ± 0,82 0,082

discussão apesar de as estruturas bilaterais se moverem igual-


No presente estudo, foram utilizadas telerradio- mente, as mensurações verticais aumentam ou dimi-
grafias laterais para avaliar as assimetrias em indiví- nuem conforme a rotação. Já a rotação no eixo verti-
duos Classe II subdivisão (Grupo 3), comparadas com cal influencia as mensurações horizontais, que foram
os grupos controles de indivíduos Classe I simétri- as realizadas no presente estudo20. Quando ocorre a
cos bilateral (Grupo 1) e Classe II simétricos bilateral rotação da cabeça no eixo vertical, o comprimento do
(Grupo 2). Embora outros métodos de diagnóstico corpo mandibular diminui gradualmente conforme o
sejam mais frequentemente empregados do que a te- ângulo de rotação aumenta em direção ao filme. A al-
lerradiografia lateral, esses métodos são acompanha- teração nesse comprimento fica em torno de 1%, mas
dos por desvantagens específicas6-9,11-17. ocorre um aumento nessa porcentagem para -5,78%
As telerradiografias laterais permitem visualizar quando o ângulo de rotação da cabeça é maior que -5°
as estruturas no sentido anteroposterior, de maneira até -15°20. Porém, o efeito da rotação da cabeça sobre
simples e sem custos adicionais ao ortodontista, uma a mandíbula e os molares seria de igual magnitude, de
vez que são tradicionalmente solicitadas para plane- forma que a diferença absoluta entre essas estruturas
jamento ortodôntico. Porém, assim como em outros seria afetada, mas não a diferença relativa, a qual foi
métodos radiográficos, podem ocorrer erros no posi- empregada no presente estudo quando aplicou-se ín-
cionamento da cabeça durante sua aquisição20. A ca- dices de assimetria.
beça pode rotar no eixo transversal, anteroposterior Segundo alguns autores18, quando um índice é
e vertical. Rotações no eixo transversal não causam aplicado para realizar mensurações lineares, a ampli-
distorções das imagens porque a cabeça continua pa- tude da radiografia, a posição da cabeça e as distorções
ralela à fonte de raios X, havendo, portanto, apenas podem ser ignoradas. Outros autores19 também acre-
mudança quanto à localização das imagens no filme, ditavam que diferenças morfológicas entre os indiví-
não ocorrendo alteração no relacionamento entre as duos em relação a tamanho, cálculo e interpretação
mensurações radiográficas. A rotação no eixo ante- dos achados são excluídas por meio de índices como
roposterior afeta as mensurações verticais porque, o do presente estudo.

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Meloti AF, Gonçalves RC, Silva E, Martins LP, Santos-Pinto A artigo inédito

Nas medidas de caracterização da amostra, observa- do que os outros grupos, sua assimetria esquelética, quando
mos que os indivíduos do Grupo 1 apresentaram me- presente, teve maior magnitude que nos Grupos 1 e 3.
nor ANB e menor convexidade facial do que os outros O IMA indicou que os indivíduos do Grupo 3
indivíduos, o que simplesmente evidencia uma correta apresentavam maior assimetria dentária mandibu-
seleção da amostra. O Grupo 2 apresentou maior re- lar do que os indivíduos dos outros grupos. O IDA
trusão mandibular, o que também não é incomum, também evidenciou uma maior assimetria dentária
porque, apesar do Grupo 3 também apresentar uma inferior no Grupo 3. Esses resultados corroboram os
relação de Classe II, a má oclusão se encontra em um resultados de vários artigos4,7-11, em que foram utiliza-
lado da arcada dentária, permitindo uma retrusão mais dos outros métodos de diagnóstico, como radiografias
suave do que a dos indivíduos Classe II bilateral (Gru- posteroanteriores e submentonianas, telerradiografias
po 2). Inclusive, um estudo4 relatou que, quando há em 45°, modelos de estudo e fotografias. O único es-
um envolvimento esquelético em indivíduos Classe II tudo6 que utilizou telerradiografias laterais para ob-
subdivisão, esse é pequeno. A maior vestibularização servar assimetrias em indivíduos Classe II subdivisão
dos incisivos inferiores nos indivíduos Classe II pode também encontrou um maior envolvimento mandi-
ser uma tentativa de compensação pela maior retrusão bular, mas não conseguiu afirmar se o fator etiológi-
mandibular, resultando em um ângulo interincisal sig- co dessa assimetria mandibular era por envolvimento
niicativamente mais fechado. dentoalveolar ou esquelético.
A distância entre os primeiros molares e segundos
molares superiores e inferiores (Tab. 2) foi sempre me- conclusão
nor no Grupo 1, mostrando uma simetria dentária nes- » Dois índices de assimetria e mensurações diretas
ses indivíduos. O IDA1 e o IDA2 identiicaram uma foram utilizados como parte de um novo método
maior simetria dentária nos Grupos 1 e 2, indicando de avaliação para a indicação de assimetrias dentá-
haver uma concordância entre os resultados mensurados rias e esqueléticas usando telerradiograias laterais.
diretos e os resultados obtidos pelos índices. » As distâncias entre os primeiros e segundos mo-
Similarmente, o IMA1 e o IMA2 revelaram uma lares superiores e inferiores foram sempre meno-
maior assimetria esquelética no Grupo 1 (Tab. 2). res no Grupo 1 (Classe I) e maiores no Grupo 3
Esse resultado é suportado por outros autores21, que (Classe II subdivisão), em concordância com os
encontraram assimetria em indivíduos Classe I quan- novos índices IDA, que identificaram uma maior
do comparados com indivíduos com oclusão normal. assimetria dentária nos indivíduos Classe II subdi-
Também foi encontrada22 uma assimetria em indi- visão do que nos indivíduos Classe I e Classe II.
víduos Classe I, quanto ao tamanho da mandíbula, » Os novos índices IMA revelaram menor assime-
quando observado que os indivíduos hiperdivergentes tria esquelética e dentária mandibular nos indi-
apresentavam uma mandíbula menor e mais anterior víduos Classe II, e maior assimetria esquelética
e superior que os indivíduos hipodivergentes. mandibular nos indivíduos Classe I.
O IMA revelou uma maior simetria dentária e esque- » O IMA e o IDA indicaram que os indivíduos Clas-
lética mandibular no Grupo 2 do que nos Grupos 1 e 3. se II subdivisão têm maior assimetria dentária man-
Apesar do Grupo 2 apresentar-se mais simétrico, no geral, dibular do que os indivíduos Classe I e Classe II.

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artigo inédito Diagnóstico cefalométrico da assimetria na Classe II subdivisão comparada à Classe I e Classe II

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© 2014 Dental Press Journal of Orthodontics 88 Dental Press J Orthod. 2014 July-Aug;19(4):80-8

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