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10 - Neuroses e Psicoses
10 - Neuroses e Psicoses
A palavra "neurótico", da maneira como costuma ser usada hoje, tem sentido
impróprio e pode ser ofensivo ou pejorativo. Pessoas que não entendem nada dessa
parte da medicina podem usar a palavra "neurose" como sinônimo de "loucura".
Mas isso não é verdade, de forma alguma.
Essa maneira de ser neurótica significa que a pessoa reage à vida através de
reações vivenciais não normais; seja no sentido dessas reações serem
desproporcionais, seja pelo fato de serem muito duradouras, seja pelo fato delas
existirem mesmo que não exista uma causa vivencial aparente.
Essa maneira exagerada de reagir leva a pessoa neurótica a adotar uma serie de
comportamentos (evita lugares, faz atitudes para alívio da ansiedade... etc). O
neurótico, tem plena consciência do seu problema e, muitas vezes, sente-se
impotente para modificá-lo.
"A palavra neurose foi criada pelo médico escocês Wiliam Cullen no fim do século
18, para designar distúrbios das sensações e movimentação corporal, sem uma
lesão anatômica correspondente na rede nervosa.
As pesquisas das últimas décadas mostraram que esta distinção não se sustenta;
nas neuroses, embora os eventos vitais tenham capital importância, mecanismos
químicos de neurotransmissão participam, também, da produção e manutenção dos
sintomas, e os fatores genéticos são igualmente significativos. Considera-se que,
nas neuroses, a autodeterminação e capacidade de discernimento não são afetadas
seriamente.
Entendendo as Neuroses
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alérgeno. Para que uma Reação Vivencial possa ser considerada normal, Jaspers
recomenda ter 3 elementos
Capítulo I
Sentimentos e Emoções
Para a ocorrência dessas respostas autonômicas (do SNA), sejam elas endócrinas,
vegetativas (palpitação, sudorese, etc) ou motoras, há necessidade de um comando
neurológico. Para tal, quem entra em ação são as porções subcorticais (abaixo do
córtex) do sistema nervoso, tais como a Amígdala, o Hipotálamo e o tronco cerebral.
Essas respostas são importantes, pois preparam o organismo para a ação
necessária e comunica nossos estados emocionais ao ambiente e às outras
pessoas.
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Finalmente, Cannon e Bard propuseram a idéia, até hoje aceita, da dupla função das
estruturas subcorticais Hipotálamo e tálamo; eram eles quem fornecia os comandos
orgânicos das respostas emocionais e, mais que isso, forneciam ao córtex as
informações necessárias para a consciência dessas emoções.
Figura 1
1- Sistema Límbico
Sabe-se hoje que as áreas relacionadas com os processos emocionais ocupam
distintos territórios do cérebro, destacando-se entre elas o Hipotálamo, a área Pré-
Frontal e o Sistema Límbico.
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núcleos de células cinzentas (neurônios), a qual ele deu o nome de lobo límbico (do
latim limbus, que traduz a idéia de círculo, anel, em torno de, etc), uma vez que ela
forma uma espécie de borda ao redor do tronco encefálico (em outra parte desse
texto escreveremos mais sobre esses núcleos).
Emoções e sentimentos, como ira, pavor, paixão, amor, ódio, alegria e tristeza, são
criações mamíferas, originadas no Sistema Límbico. Este Sistema Límbico é
também responsável por alguns aspectos da identidade pessoal e por importantes
funções ligadas à memória. A parte do Sistema Límbico relacionada às emoções e
seus estereótipos comportamentais denomina-se circuito de Papez. Na década de
30, refletindo sobre os trabalhos de Cannon e Bard, o neurofisiologista Papez propôs
que os diversos componentes do Sistema Límbico mantinham numerosas e
complexas conexões entre si.
Deste modo é modulada a resposta emocional. Este circuito também está envolvido
na formação dos sonhos e da experiência inconsciente. De fato, a mente
inconsciente não é nenhuma realidade abstrata ou conceitual, mas fisiologicamente,
é a elaboração da vida ou dos estímulos que ela oferece organizados no sistema
Límbico-Hipotalâmico.
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Figura 2
Assim sendo, o Hipocampo funciona como um grande banco de dados. Nele, são
armazenados registros de todos os fatos e eventos, e essas informações ali
guardadas servem para regular a atividade de várias outras áreas do cérebro. A
região conhecida como Amígdala também trabalha na seleção de dados e ainda
dispara sinais de alerta quando reconhece um perigo ou situação de ameaça.
O Hipotálamo informa ao Giro do Cíngulo através de uma via dos corpos mamilares
para os núcleos talâmicos anteriores (trato Mamilo Talâmico) e dos Núcleos
Talâmicos anteriores para o giro cingulado. Papez acreditava, como hoje já se sabe,
que o córtex na região límbica está seriamente envolvido nas emoções. É por isso
que as lesões ou tumores nessas áreas corticais límbicas podem gerar distúrbios
emocionais. Concluindo, no circuito de Papez, o Hipotálamo governa a expressão
das emoções.
2 - O Hipotálamo
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uma região formada pelo Tálamo e pelo Hipotálamo. O primeiro consiste em uma
massa cinzenta que processa a maior parte das informações destinadas aos
hemisférios cerebrais. É uma grande estação de elaboração dos sentidos.
Por causa dessa múltipla função, Cannon propôs que o Hipotálamo determinava não
só a regulação da homeostasia do organismo, como a regulação do comportamento
emocional. O SNA sofre influencia de diversas regiões do cérebro, em particular do
córtex, da Amígdala e da formação reticular. Mas, todas essas estruturas exercem
suas ações sobre o SNA através do Hipotálamo, o qual integra as informações em
uma resposta coerente.
2- projeta-se para regiões do Tronco Cerebral no Bulbo Ventral Rostral, que controla
a saída (pré-glangionar) importante do SNA simpático e
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3 - A Área Pré-Frontal(CÓRTEX)
O Córtex Cerebral é a camada mais alta e externa do encéfalo, ou seja, dos dois
hemisférios. Trata-se de uma capa de substância cinzenta de mais ou manos 0,3
centímetros de espessura.
Os sulcos e fissuras do Córtex Cerebral é que definem suas regiões em, por
exemplo, Lobo Frontal, Lobo Temporal, Parietal e Occipital. O Lobo Frontal é um
lugar onde se concentra ali enorme variedade de importantes funções, incluindo o
controle de movimentos e de comportamentos necessários à vida social, como a
compreensão dos padrões éticos e morais e a capacidade de prever as
conseqüências de uma atitude.
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Mas a Área Pré-Frontal não faz parte do Sistema Límbico. Entretanto, as intensas
conexões que mantém com o Tálamo, Amígdala e outras estruturas subcorticais
límbicas, justificam seu importante papel na expressão dos estados emocionais.
Em 1935, foi realizada a primeira Lobotomia Pré -Frontal em seres humanos. Foram
seccionadas as conexões límbicas, isolando o Córtex Pré-Frontal, em sua área
orbitofrontal, na tentativa de tratar alterações emocionais graves decorrentes de
doença mental. A principio, houve redução da ansiedade desses pacientes, mas
complicações como o desenvolvimento de epilepsia e alterações anormais da
personalidade, como a falta de inibição ou de iniciativa ou de motivação impediram a
continuidade desse tipo de tratamento.
Da mesma forma como os macacos de Heinrich Klüver e Paul Bucy tinham prejuízo
emocional após retirada do Lobo Temporal, a Lobotomia Pré-Frontal realizada em
seres humanos para tratamento de certos distúrbios psiquiátricos, resultava
igualmente num certo empobrecimento afetivo. Nessas pessoas não aparecia mais
quaisquer sinais de alegria, tristeza, esperança ou desesperança.
A Área Pré-Frontal do córtex corresponde a parte anterior não motora do lobo frontal.
Ela mantém conexões com o Sistema Límbico (visto acima) e com o Núcleo
Dorsomedial do Tálamo. Ela é responsável pela escolha das opções e estratégias
comportamentais, pela manutenção da atenção e pelo controle do comportamento
emocional.
A localização das diversas funções em áreas específicas do córtex não implica que
uma determinada função seja mediada exclusivamente por uma única região
cerebral, mas sim que
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Entendendo as Neuroses
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No primeiro caso da analogia descrita acima, podemos dizer que o indivíduo teve
uma alergia e, no segundo, que ele é alérgico. Pois bem. Tendo em vista a
conceituação tradicional de Neurose, como vimos atrás, a qual fala em doenças da
personalidade como um estado permanente e duradouro, será fácil deduzir que
apenas a Personalidade Neurótica representa, realmente, aquilo que queremos dizer
como Neurose. Já a denominação de Reação Neurótica Aguda poderia ser
entendida como, digamos, um tropeço emocional na vida do indivíduo.
De fato, tanto o DSM-IV quanto a CID-10 não utilizam o termo Neurótico com a
mesma assiduidade que seus antecessores DSM-III e CID-9. O DSM-IV refere-se às
nossas Reações Neuróticas Agudas como TRANSTORNOS DE AJUSTAMENTO, a
CID-10 classifica o mesmo estado como REAÇÃO À ESTRESSE e TRANSTORNO
DE AJUSTAMENTO. Kaplan, baseando-se no DSM-IV fala em TRANSTORNOS de
ADAPTAÇÃO.
Existem três situações clínicas englobadas pelo quadro de Reação a Estresse Grave
e Transtorno de Ajustamento segundo a CID-10:
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O estressor pode ainda ser um evento isolado (por ex., fim de um relacionamento
romântico) ou pode haver múltiplos estressores (por ex., dificuldades acentuadas
nos negócios e problemas conjugais). Os estressores podem ser recorrentes (por
ex., associados com crises profissionais cíclicas) ou contínuos (por ex., viver em
uma área de alta criminalidade). Os estressores podem afetar um único indivíduo,
toda uma família, um grupo maior ou uma comunidade (por ex., em um desastre
natural). Alguns estressores podem acompanhar eventos evolutivos específicos (por
ex., ingresso na escola, deixar a casa paterna, casar-se, tornar-se pai/mãe, fracasso
em atingir objetivos profissionais, aposentadoria).
Finalizando esta questão das Reações Neuróticas, é bom saber que sua
fisiopatologia segue os conceitos daquilo que vimos em Reações Vivenciais
Anormais e que a classificações propostas, tanto pelo DSM-IV quanto pela CID-10,
podem parecer-nos um pouco pedantes.
B - Personalidade Neurótica
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O indivíduo, aqui e agora, do jeito em que ele se encontra e com esta determinada
disposição para com a sua vida, só pode ser compreendido como uma resultância
daquilo que ele trouxe para a vida, através de sua natureza constitucional, com
aquilo que a vida trouxe para ele, através de seu destino existencial. Entender a
Personalidade Neurótica implica, antes, no entendimento da Personalidade como um
todo, normal ou alterada, apta a responder harmonicamente à vida ou claudicar por
dificuldades imanentes ao seu modo de ser.
Podemos dizer que o indivíduo possui uma Personalidade Neurótica quando ele
reage neuroticamente diante dos eventos de uma forma habitual e isto passa a
caracterizar sua maneira de existir. Podemos dizer ainda que é neurótico quando
sucumbe cronicamente diante de seus conflitos, sucumbe não apenas aos conflitos
atuais mas, também e sobretudo, aos conflitos remanescentes do passado.
Podemos ainda arriscar a considerar neurótico quando suas pulsões inconscientes
dominam suas atitudes conscientes, quando constatamos uma falha crônica em
seus mecanismos de defesa, enfim, quando sua adaptação emocional à vida é
constantemente problemática.
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Exclui:
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Atenção e Memória
Uma maneira importante pela qual a percepção se torna consciente é através da Atenção
que, em essência, é a focalização consciente e específica sobre alguns aspectos ou
algumas partes da realidade. Assim sendo, nossa consciência pode, voluntariamente ou
espontaneamente, privilegiar um determinado conteúdo e determinar a inibição de outros
conteúdos vividos simultaneamente. Portanto, reconhece-se a Atenção como um fenômeno
de tensão, de esforço, de concentração, de interesse e de focalização da consciência.
A Memória, no sentido estrito, pode ser entendida como a soma de todas as lembranças
existentes na consciência, bem como as aptidões que determinam a extensão e a precisão
dessas lembranças . De modo geral a Memória necessita de duas funções neuropsiquícas
fundamentais; a capacidade de fixação, que é a função responsável pelo acréscimo de
novas impressões à consciência e graças à qual é possível adquirir novo material
mnemônico, e a capacidade de evocação, ou reprodução, pela qual os traços mnêmicos
são revividos e colocados à disposição livremente da consciência.
A Atenção pode ser entendida como uma atitude psicológica através da qual concentramos
a nossa atividade psíquica sobre um estímulo específico, seja este estímulo uma
sensação, uma percepção, representação, afeto ou desejo, a fim de elaborar os conceitos
e o raciocínio. Portanto, de modo geral a Atenção parece criar a própria consciência.
Para que uma lembrança seja eficaz é indispensável a compreensão do objeto sobre o
qual se polariza a Atenção, condição essa que depende da afetividade e do interesse.
Kraepelin já afirmava a lembrança poderia persistir por mais tempo quanto mais claramente
(mais compreensivamente) se percebia o estímulo original e quanto mais numerosas e
intensas fossem suas ligações com o resto do conteúdo da consciência. Portanto, as
lembranças perduram por mais tempo quanto mais são reforçadas pela repetição.
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Para estudar os mecanismos da memória é didático fazer analogia com o mecanismo dos
computadores. Tal como os os computadores, nossa mente está equipada com dois tipos
básicos de memória: "a memória imedita" (de trabalho) para tratar a informação do
presente momento, e a memória de longo prazo, usada para arquivar durante longo tempo.
Ao contrário do que se pode pensar, nosso cérebro não está continuadamente registando
tudo que nos acontece para, num segundo momento, selecionar e apagar o que não é
importante. A maior parte dos estímulos com os quais estamos lidando permanece por um
brevemente tempo na memória, mais precisamente, na memória imediata ou de trabalho. A
analogia que se faz com o computador é com a chamada memória RAM, ou seja, com a
memória de acesso aleatório da máquina (Random Access Memory).
Depois de algum tempo esses estímulos trabalhados pela memória imediata se evaporam
dando lugar à outros. A memória imediata nos permite realizar os cálculos de cabeça,
permite reter números de telefone durante algum tempo, permite continuar um diálogo
baseado no início da conversa, permite saber o nome do interlocutor durante algum tempo
(diretamente proporcional à importância deste para nós).
Continuando nossa analogia, podemos dizer que a memória de longo prazo seria como o
disco rígido do computador, registando fisicamente as experiências passadas na região do
cérebro designada córtex cerebral. A córtex, ou a camada exterior do cérebro, contém
aproximadamente dez bilhões de células nervosas, as quais se comunicam intensamente
trocando impulsos eléctricos e químicos.
Sempre que um estímulo atinge nossa consciência, seja uma imagem, som, ideia,
sensação, etc., ativa-se um conjunto destes neurônios, modernamente chamado de
"assembléia neuronal". A teoria baseada nas assembléias neuronais representa um
modelo muito convincente para a formulação de uma hipótese a respeito da construção da
consciência. Segundo essa teoria, o pensamento consciente é gerado quando vários
neurônios de diversas colunas se unem funcionalmente e, atuando harmonicamente e em
conjunto, constroem uma assembléia, iniciando assim a formação de um determinado
estado consciente. Depois desse novo estado de consciência esses neurônios do conjunto
que participou do estímulo nem sempre retomam o estado original. Eles costumam
fortalecer as ligações uns com os outros, tornando-se mais densamente interligados.
Quando isso acontece constroi-se uma memória consciente, e o que quer que estimule
essa rede ou assembléia trará de volta a percepção inicial sob a forma de recordação. O
que entendemos como recordações são, afinal, padrões de ligação entre células nervosas.
Uma recordação recém-codificada pode envolver milhares de neurónios abarcando todo o
córtex.
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estão novamente aptos a se engajarem em outras assembléias, para cumprirem uma nova
tarefa . Portanto, esse conjunto, rede ou assembléia de neurônios dilue -se, caso não seja
reutilizada, mas, se a ativarmos repetidamente, o padrão de ligações incorpora-se cada vez
mais nos padrões de nossos tecidos nervosos.
É aqui que entra a carga afetiva necessária para que o estímulo se fixe na memória de
longo prazo. A atitude de "consentimento" do hipocampo parece depender de duas
questões. Primeiro, a informação tem algum significado emocional, portanto, tem que ter
alguma importância afetiva. O nome de uma pessoa muito atraente tem mais probabilidade
de conseguir "autorização" do hipocampo para se fixar no "disco rígido" de nosso
computador do que o nome do jornalita que escreve o obituário do jornal. É assim que
nossa consciência se constrói, sempre em conformidade com nossos próprios interesses
emotivos.
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hipocampo vai selecionando o que fica na memória de longo prazo e o que pertence
apenas à memória imediata.
De qualquer forma forma-se uma assembléia neuronal e, numa ínfima fração de tempo, a
consciência da vivência se formaria. Essa consciência seria recém formada a partir da
mobilização simultânea de um determinado número de neurônios por um período de tempo
variável e, imediatamente depois de terminada sua função, seria substituída por outra
assembléia (consciência), depois por outra e, sucessivamente outras. Esses arranjos
neuronais obedecem uma estrutura muito pessoal que, em seu conjunto, acabam por
corresponder (ou contribuir para) ao perfil afetivo e sensibilidade de cada um e, quem sabe
até, para a vocação de cada um. É por isso que um mesmo quadro pode impressionar
diferentemente as várias pessoas que o observam; alguns se sensibilizam com as
tonalidades, outros com o tema, outros até com a combinação quadro-moldura, outros só
conseguem memorizar o preço e assim por diante. Podemos constatar essa experiência
facilmente retirando o quadro da vista das pessoas e pedindo para elas descreverem o que
viram: ... cores fortes.... tema triste.... muito grande.... deve valer muito... e assim por
diante.
Exceto em casos mais patológicos, como por exemplo na doença de Alzheimer ou nos
problemas vasculares, a idade por si só parece não perturbar a nossa memória
significativamente. A idade, quando muito, torna as pessoas um pouco mais lentas e
menos precisas e, embora as médias apontem para o declínio com a idade, alguns
octogenários continuam mais incisivos e rápidos que os adolescentes.
O Estresse e a Memória
Atualmente um novo problema parece estar associado ao desgaste da capacidade de
fixação. É o excesso ou sobrecarga de informação. As informações dos tempos modernos
chegam até nós através dos mais variados meios: jornal, revista, rádio, televisão, cinema,
fax, carta, e-mail, internet, escola, cursos, etc... Muitas vezes essa avalanche de
informações superam nossa capacidade de apreensão eficaz.
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O Estrogênio e a Memória
As pesquisas que relacionam o estrogênio (hormônio feminino) com a memória foram
estimuladas indiretamente, partindo da observação de que as mulheres que tomavam
estrogênio reduziam o risco de contrair a doença de Alzheimer.
As razões para esse efeito protetor sobre a memória atribuído ao estrogênio ainda não são
claras, mas o hormônio parece catalisar o desenvolvimento de neurônios no hipocampo e
fomentar a produção de acetilcolina, um composto (neurotransmissor) que ajuda as células
cerebrais a se comunicarem. Infelizmente, o uso de estrogênio também tem riscos, em
especial para as mulheres com predisposição para o câncer de mama.
Foco de Atenção
O aspecto para o qual se dirige a Atenção é chamado de alvo (perceptual e motor), por
isso e apropriadamente, podemos fazer uma analogia didática do focalizar da consciência
com um alvo de tiro. O elemento que, em dado momento, constitui o objeto de nossa
Atenção, ocupa sempre o ponto central do campo da consciência. O centro desse alvo
perceptual corresponde ao grau máximo de consciência e é denominado foco da Atenção.
Aí, tudo o que é focal é percebido com Atenção em seu redor, porém, existem outros
objetos ou fenômenos psíquicos, os quais, sem ter abandonado o campo da consciência,
deixam de ser objeto de Atenção. Os círculos concêntricos mais próximos exprimem,
esquematicamente, a área subconsciente e o círculo mais afastado o inconsciente.
O elemento que, em dado momento, constitui o objeto de nossa Atenção, ocupa sempre o
ponto central do campo da consciência, portanto, nossa capacidade para concentrar a
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Mais uma razão para a passagem da Atenção de uma parte da realidade para outra é a
limitação da quantidade de material que pode ser incluída no foco de Atenção, em cada
momento considerado. Um hipotético olho cósmico, se existisse, poderia apreender
simultaneamente completamente tudo de uma determinada situação mas, o ser humano e
os organismos inferiores, entretanto, podem apreender apenas uma proporção limitada da
realidade. Uma forma de estudar o problema do alcance máximo do foco de Atenção é
através da análise da amplitude da apreensão.
Esta Amplitude da Atenção se refere ao número máximo de objetos que podem ser
percebidos imediatamente. Espalhando um pequeno número de grãos de feijão numa
mesa e olhando de relance, procuramos ver quantos grãos existem. Verificaremos que
cometermos poucos erros quando os grão são em número de cinco ou seis mas, a partir
desse número, começamos a errar mais. Portanto, nossa Atenção se desloca de tempos
em tempos para outras partes da realidade porque é limitada a capacidade de
apreendermos simultaneamente muitas coisas.
Sob este ponto de vista, a atividade mental consiste num vaivém perpétuo de focalizações
da Atenção em acontecimentos interiores, em sensações, em sentimentos, em idéias e em
imagens mentais que se associam ou se repelem, segundo as leis do dinamismo psíquico.
Serão estes diferentes estados de Atenção que permitem o aspecto dinâmico na atividade
da consciência.Em função da atividade predominante, distinguem-se 3 tipos principais de
Atenção: sensorial, motora e intelectual.
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Tipos de Atenção
Nossos 5 sentidos podem ser ativados conscientemente para focalizar a Atenção sobre um
determinado estímulo. Os condicionamentos, muitas vezes inconscientes, podem
proporcionar uma certa atividade de espera, mais ou menos orientada, no sentido de
confirmar ou não uma determinada expectativa.
Ao acrescentar mais sal na comida, por exemplo, nosso paladar espera, com certa
expectativa, constatar determinado gosto, assim como esperamos ver, momentos antes,
determinada cena de acidente ao constatar a direção e velocidade de um carro de corridas.
Trata-se da espera pré-perceptiva. Outras vezes, entretanto, quando os resultados fogem
completamente da expectativa perceptiva, acontece uma espécie de choque sensorial que
dá origem a um estado de surpresa.
Atenção Motora
Na Atenção motora, a consciência está concentrada na execução de uma atividade física e
muscular pré-programada. Ao olhar para um objeto, por exemplo, a pessoa se inclina na
direção desse objeto, e o mecanismo ocular atua de forma que os olhos se dirijam ao
objeto até que este caia na fóvea; os músculos do cristalino se acomodam de forma que a
imagem fique no foco mais claro, etc. Ao ouvir um som baixo a pessoa estica o pescoço
para a frente, coloca sua mão atrás da orelha, e pode fechar os olhos a fim de eliminar os
estímulos visuais concorrentes na tentativa de selecionar um determinado objeto (sonoro)
como foco de sua Atenção. Talvez seja por isso que algumas pessoas têm que tirar os
óculos de sol para prestarem mais Atenção em sons ou imagens.
A Atenção motora se caracteriza também pela tensão estática dos músculos, juntamente
com uma hipervigilância da consciência. Esta atividade de espera chamada por Pléron de
"atividade imobilizante", e exige um grande consumo de energia.
Veja-se, por exemplo, a brincadeira de tapa nas mãos. Neste joguete um dos jogadores,
aquele que dará os tapas, fica com as mãos espalmadas para cima, enquanto o outro
coloca suas mãos sobre as mãos do primeiro. Repentinamente o primeiro tentará retirar
suas mãos e estapear as mãos do segundo. Vence o mais rápido. O segundo deve retirar
suas mãos, tão logo perceba que o primeiro iniciou o movimento de estapeá-lo.
Atenção Intelectual
Representa o ato de reflexão e de atividade racional dirigidos na resolução de qualquer
problema conscientemente definido. Apesar da divisão da Atenção em Atenção Sensorial,
Atenção Motora e Atenção Intelectual, de certa forma a Atenção implica sempre em alguma
atividade intelectual, ora orientando os movimentos, ora dando sentido às percepções.
Afeto e Atenção
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Nossa Atenção sobre algo é tanto mais intensa quanto mais nos interessa esse algo,
quanto mais desejamos conhecê-lo e compreendê-lo, quanto mais isto nos proporcione
prazer ou satisfação. É por isso que, durante os episódios depressivos, onde o prazer e o
interesse estão significativamente comprometidos, a Atenção e a Memória estarão também
severamente prejudicadas; por falta de interesse e prazer.
Despertam mais nossa Atenção as coisas com as quais mantemos algum laço de
interesse, alguma predileção. Passeando num shopping as pessoas detém-se (prestam
Atenção) diante das vitrinas que lhes despertam maior interesse, que mais lhes mobilizam
afetivamente. Ao estudarmos a sensopercepção também constatamos o fenômeno de
predileção sensorial de acordo com as tendências afetivas, como é o caso do artista, capaz
de perceber com mais acuidade a obra de arte. A Atenção seria a principal parte dessa
predileção sensorial.
Conforme vimos acima, a amplitude limitada da apreensão, e o fato de que quanto maior a
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A organização dos objetos facilita para que os estímulos se encaixem na expectativa a ser
percebida, sem necessidade de Atenção cuidadosa a cada uma das partes isoladamente.
Isso, naturalmente, permite maior eficiência, embora também possa provocar erros que
passam desapercebidos, quando estes eventualmente se encaixem bem na organização.
Determinates da Atenção
Falamos comumente da Atenção como voluntária ou involuntária. A primeira refere-se a
casos onde o indivíduo parece ter liberdade na determinação do foco de sua Atenção,
liberdade em escolher intencionalmente aquilo sobre que prestar Atenção. Entretanto, ao
estudarmos a influência da motivação, do interesse e da afetividade sobre a Atenção essa
simples divisão em voluntária e involuntária ficará mais complicada. De qualquer forma
vamos falar sobre essa divisão. A Atenção involuntária ou espontânea refere-se a casos
em que a pessoa parece menos o agente de escolha da direção de sua Atenção do que
um joguete nas mãos de forças que a obrigam a atentar para isso ou aquilo. Numa
narração folclórica e acaboclada de um contador de casos goiano , é cômica a passagem
onde diz, diante da censura de sua mulher por ter olhado demais para outra mulher: "- eu
não queria olhar, mas os olhos queriam...".
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Tenacidade e Vigilância
Já vimos, no capítulo da sensopercepção, que o ato de perceber consiste na apreensão de
uma totalidade e que essa totalidade não representa uma simples soma do elementos
isolados captados pelos órgãos sensoriais. O todo sensorial caracteriza uma determinada
forma, e esta forma percebida pelos sentidos será qualitativamente diferente daquilo que
representa suas partes isoladas.
Para a Atenção, também, somente uma parte das excitações sensoriais adquire relevo,
dando origem à uma forma sobre a qual se polariza a Atenção, enquanto as partes
restantes representam o fundo, menos claro, mais difuso e mais fluido. Aqui, tanto quanto
na sensopercepção, não existem quaisquer elementos isolados, mas apenas fins totais e
integrado para alguma realização pessoal, e serão "claras" e "nítidas" as percepções
contidas no foco da Atenção, "vagas" e "difusas" aquelas que se encontram além desse
foco.
O nível da Atenção depende de vários fatores. Como vimos acima, o principal desses
fatores é a ânimo ou o interesse (em outras palavras, o afeto). Quando nos encontramos
diante de uma variedade de objetos, a Atenção está dispersa e os diferentes objetos
recebem pequenas quantidades de energia e alcançam um grau médio de Atenção. Mas,
ao concentrarmos a Atenção num único objeto, toda a energia se orienta neste sentido e
os demais objetos ficam numa zona obscura. No entanto, no objeto em que se concentrou
a Atenção se descobre uma infinidade de pormenores que haviam passado
desapercebidos quando este se achava imerso nos demais. Neste caso a Atenção foi
polarizada no objeto escolhido.
Isso significa que dentro do campo da Atenção nem todos os estímulos recebem a mesma
conscientização e energia. Vale aqui o alvo inicialmente exemplificado: em torno de uma
zona central especialmente iluminada e energicamente acentuada, situam-se zonas de
fraca intensidade.
Quando estamos dirigindo o foco principal da Atenção deve estar na estrada e no trânsito à
nossa volta. Em nível menos profundo de Atenção estão os acostamentos da estrada, o
ruído do motor, os instrumentos do painel do veículo, etc. De um modo geral, o campo de
visão mais externo, a visão periférica, utiliza a energia psíquica sem propósito de foco da
Atenção, mas apenas como possibilidade para um eventual foco futuro.
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Cisão da Atenção
É quando os objetos da Atenção opõem-se um ao outro e, por causa disso, não se pode
estabelecer uma unidade.Observação das mais significativas para a Psicopatologia
consiste na noção de "cisão" da Atenção. Este fato pode ocorrer com relativa freqüência
em alguns transtornos psíquicos, criando sérios problemas para a mente que deve atender,
simultaneamente, a objetivos múltiplos ou extremamente contraditórios. No caso de
"cisão", Nos casos mais acentuados, em que se manifestam outros sintomas
concomitantes, a cisão da Atenção pode determinar uma verdadeira desintegração da
mente. Bateson propos a hipótese do "duplo-vínculo", aplicável às situações insolúveis em
que se encontram muitos indivíduos no contexto familiar. A situação é descrita como
aquela em que uma pessoa transmite à outra duas mensagens afins, porém contraditórias
e incompreensíveis, contendo exigências de natureza oposta, ao mesmo tempo que trata
de impedir que a vítima expresse uma opinião acerca da incoerência.
O paciente se encontra numa situação singular e insustentável. Não pode adotar nenhuma
atitude sem sofrer pressões e exigências contraditórias vindas, geralmente, de parte de um
ou de ambos os pais. O fato de não saber para que lado deva se "voltar", para o lado do
pai ou da mãe, ocasiona o desmantelamento no interior de si próprio e, externamente, nas
relações interpessoais. Cria-se uma situação sem saída para os que se encontram a ela
vinculados.
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expressando, com o fim de corrigir sua discriminação do tipo de mensagem a que deve
responder, isto é, não pode realizar uma formulação meta-comunicativa".
A Atenção voluntária é aquela que já exige um certo esforço mental para algum
determinado fim. Esta atividade psíquica permite que as representações e os conceitos
objetos da Atenção permaneçam maior ou menor tempo no campo da consciência. Prestar
Atenção à aula, por exemplo. A afetividade, visto em tópico anterior, participa
inegavelmente na direção da Atenção voluntária.
Distração
Sob o rótulo de distração existem dois estados diferentes. Por excesso ou por falta de
tenacidade. Primeiro, diz respeito à dificuldade da Atenção em fixar-se, portanto, falta de
tenacidade. A dificuldade de tenacidade, por si só, não implica, como vimos, em prejuízo
obrigatório da vigilância. Muito pelo contrário. Nos transtornos hipercinéticos das crianças
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Hipoprosexia
Consiste no enfraquecimento acentuado da Atenção em todos os seus aspectos, isto é,
tanto da Atenção voluntária, quanto da Atenção espontânea (tenacidade e vigilância). É
observada nos estados onde haja obnubilação da consciência, seja por razões
neurológicas ou psiquiátricas. Também na embriaguez alcoólica aguda ou embriaguez
patológica, em casos de psicoses tóxicas, na amência, nos quadros de demências, na
paralisia geral, na esquizofrenia e em certas reações vivenciais anormais. Os estados
depressivos sempre se acompanham de diminuição da capacidade de concentrar a
Atenção, particularmente nos quadros de depressão ansiosa, que podem chegar, em casos
de estupor melancólico, a uma diminuição acentuada da capacidade de concentrar a
Atenção.
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completa de Atenção.
Aprosexia
Aprosexia é a falta absoluta de Atenção, dependendo esse tipo de transtorno de acentuada
deficiência intelectual ou de inibição cortical. Esse estado difere da insuficiente capacidade
de concentração de origem afetiva e das manifestações autistas dos esquizofrênico.
Observa-se a aprosexia na amência, no estupor e nos estados de demências.
Alteração da Memória
Hiperminésia
Ocorre Hipermnésia quando lembranças casuais são evocadas com mais vivacidade e
exatidão que normalmente, ou quando se recordam particularidades que comumente não
surgem na consciência. A Hipermnésia pode ser observada em alguns estados orgânicos,
como é o caso das afecções febris toxi-infecciosas. Nesses casos podem aparecer
lembranças da juventude ou da infância ou de fatos que a pessoa nem sequer tinha mais
consciência de sua existência. Também pode haver Hipermnésia por estimulação
hipnótica, onde recordações de particularidades muito complicadas são revividas com
exatidão.
Algumas pessoas que foram salvas da morte iminente por afogamento descrevem que no
momento da asfixia pareciam ver toda a sua vida passada, nos seus mais pequenos
incidentes. Pareciam ver toda a vida anterior desenrolando-se em sucessão e com
pormenores muito precisos, formando um panorama de toda existência . Também Jaspers
descreve essas situações limites. Perante o infortúnio, o sofrimento e a morte iminente, diz
ele, a existência humana é lançada numa situação anímica extrema.
Hipomnésia e Amnésia
A Hipomnésia e a Amnésia podem ser consideradas como graus de hipofunção da
memória, ou seja, são diminuições do número de lembranças evocáveis. A Amnésia, por
sua vez, seria a desaparição completa das representações mnêmicas correspondentes a
um determinado tempo da vida do indivíduo". Bleuler prefere o termo debilidade da
memória ao invés de hipomnesia. Ele diz ainda que a Amnésia não precisa ser completa,
havendo várias gradações entre o nada absoluto e a lembrança incompleta.
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Tipos de Amnésia
Amnésia Anterógrada
Amnésia Anterógrada se refere ao esquecimento dos fatos transcorridos depois da causa
determinante do distúrbio e o transtorno mais freqüente desse tipo de alteração da
memória é o de fixação. Costuma ser devido à uma concomitante perturbação da atenção,
tanto da tenacidade quanto da vigilância.
Como a maioria dos casos se deve a alterações orgânicas, é como se houvesse uma
diminuição da receptividade do sistema nervoso aos estímulos. A Amnésia Anterógrada
pode ser observada em lesões cerebrais agudas ou crônicas, sejam devidas a causas
traumáticas, circulatórias ou tóxicas. Os doentes com Amnésia Anterógrada não podem
relembrar os fatos recentes, porém, conservando a capacidade para recordar
acontecimentos passados mais remotamente.
Amnésia Retrógrada Amnésia Retrógrada é quando ocorre perda da memória para os fatos
ocorridos antes do evento que a causou. Aqui também o dano cerebral, de qualquer
natureza, tem destaque principal entre as causas. Esse tipo de Amnésia se estende por
dias ou semanas
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anteriores à lesão. Em alguns raros casos, a Amnésia Retrógrada pode compreender todos
os acontecimentos anteriores da vida do enfermo.
Amnésia Transitória Amnésia Transitória é, como o nome diz, uma síndrome amnésica
transitória que se caracteriza pela incapacidade de fixar os acontecimentos recentes. É
observada com relativa freqüência na convalescença de enfermidades toxi-infecciosas
graves onde, apesar dos pacientes conservarem boa capacidade de evocação, manifestam
sérios transtornos da orientação têmporo-espacial, fabulações e perseveração.
Tipos de Amnésia
Paramnésias
Os distúrbios da qualidade da memória de evocação denominam-se, de modo geral,
paramnesias. Estudam-se neste grupo as seguintes alterações:
1) ilusões mnêmicas;
2) alucinações mnêmicas;
3) fabulações;
4) fenômeno do já visto;
5) criptomnesia;
6) ecmnesia.
Ilusões Mnêmicas
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Alucinações Mnêmicas
Alucinações Mnêmicas são criações imaginativas com aparência de reminiscências e
lembranças, porém, não correspondem a nenhuma imagem de épocas passadas. Nos
psicóticos surgem, freqüentemente, lembranças reais de vivências irreais que podem
atribuir uma história de vida completamente diferente. São lembranças que não
correspondem a nenhum acontecimento vivido.
Não se trata de realização de sonhos nem tampouco de alucinação dos sentidos, pois
muitos dos acontecimentos são situados no tempo em que o indivíduo normalmente se
ocupava do seu cotidiano. Em outros casos, as alucinações da memória são menos
sistematizadas e constam apenas de particularidades isoladas.
Fabulações
A Fabulação consiste no relato de temas fantásticos que, na realidade, nunca
aconteceram. Em grande parte, resultam de uma alteração da fixação e de uma
incapacidade para reconhecer como falsas as imagens produzidas pela fantasia. O
conteúdo das fabulações, como bem salientou Lange, procede do curso habitual da vida
anterior, acontecendo muitas vezes que, achando-se perturbada a capacidade de localizá-
las no tempo, lembranças isoladas autênticas completam erroneamente as lacunas da
memória. Nos casos em que existem alterações dos conceitos e desorganização da vida
instintiva, pode-se observar a produção rica de conteúdos fabulatórios absurdos e
inverosímeis, que, habitualmente, adquirem um aspecto oniróide. Em outros casos, certas
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Psicopatologia
Vejamos agora como pode se apresentar a Atenção e a Memória em alguns estados
psíquicos mais encontradiços.
Quanto à Memória nos estados maníacos, sua evocação está, via de regra, exaltada.
Diante da menor solicitação da consciência o eufórico tende a reviver uma sucessão
ininterrupta de idéias e de imagens mnêmicas. Entretanto, as ligações entre as idéias é
fraca e fragmentada.
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Alguns poucos casos o paciente maníaco está incapacitado para relembrar os fatos vividos
durante a agitação e, dessa forma, passa a apresentar uma amnésia total ou parcial
relativa à fase de agitação maníaca.
Estados depressivos
Nos estados depressivos, as funções psíquicas também estão perturbadas em seu
conjunto, tal como dissemos sobre o sintoma da Inibição Global dos deprimidos. Os
sintomas mais destacados são a tristeza vital, a angústia e a inibição da psicomotilidade.
Entretanto, ao lado desses sintomas axiais, os enfermos deprimidos se queixam de um
sentimento de impotência psíquica que os impede de realizar as suas tarefas habituais,
diminuição da capacidade de concentração e enfraquecimento da vontade. A Memória se
acha comprometida em suas capacidades de fixação e de evocação. Na maioria dos
casos, os doentes revelam redução da atividade voluntária global, além da mnêmica.
Esquizofrenia
A alteração da Atenção que se observa na Esquizofrenia é, predominantemente, da
Atenção voluntária, ou seja, da tenacidade. O esquizofrênico tem dificuldade para ater-se à
temas necessários à vida pragmática, profissional ou social, embora possa estar
desperdiçando a energia psíquica necessária à Atenção, concentrando-se em temas
interiores e pertinentes à sua própria patologia delirante.
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Epilepsia
Na epilepsia, a Atenção sofre a influência da perseveração revelando aumento da
tenacidade. Entretanto, de modo geral, este aumento da tenacidade secundário à
perseveração do epiléptico resulta em prejuízo da extensão dessa tenacidade, isso em
virtude de um interesse circular, repetitivo e pouco prático. Por outro lado, a tenacidade
voluntáriamente invocada para outros temas pode estar severamente prejudicada,
principalmente quando o enfermo concentra a Atenção num tema que se lhe apresenta
obsessivamente muito importante. Quando se promove a variação rápida de temas, nota-
se que a Atenção se fatiga facilmente.
Parece que tais alterações mnêmicas dos peilépticos não têm uma relação direta com a
freqüência das eventuais convulsões, visto serem observadas também em pacientes cujas
crises são controladas pelo tratamento. Alguns autores consideram que estes fenômenos
dependentes de elementos subclínicos e demonstráveis no EEG através de um traçado
elétrico típico, mesmo o paciente não manifestando alteração clinica.
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Deficiência Mental
Em geral a Deficiência Mental se torna manifesta e mais prontamente diagnosticada
através do atraso geral na aprendizagem. Na Deficiência Mental há comprometimento
global da capacidade intelectual e, sobretudo, dificuldade de concentração (tenacidade) da
Atenção. Em todos os graus de deficiência mental a Atenção é lenta e fatigável e, por
causa disso, as características especiais da Deficiência Mental serão sempre de natureza
deficitária, evidenciando-se, notadamente, as alterações da fixação e da evocação da
Memória.
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Transtornos Neuróticos
Habitualmente há fatigabilidade e distraibilidade da Atenção nas neuroses. Os enfermos se
queixam de que não podem concentrar a Atenção, porque logo se sentem fatigados.
Embora a capacidade intelectual esteja conservada nos pacientes com Transtornos
Neuróticos, há quase sempre uma alteração da Atenção, a qual acaba por se refletir,
secundariamente, na Memória de fixação.
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Capítulo II
Estresse
Devemos buscar uma postura onde o Estresse seja um acontecimento positivo e não
um empecilho ao desempenho pessoal, à saúde e à felicidade. O ideal seria
adquirirmos habilidades para melhorar física e mentalmente nossa resistência ao
Estresse, bem como eliminar o Estresse desnecessário. Atitudes assim baseiam-se
na modificação de alguns aspectos no estilo de vida nas atitudes.
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Mas essa reação do organismo aos agentes estressores tem um propósito evolutivo.
É uma resposta que a natureza dotou os animais superiores ao perigo.
Hans Selye dividiu toda reação de Estresse em três estágios. O primeiro estágio,
como veremos amis adiante, é a chamada Reação de Alarme, durante a qual o
organismo reconhece o estressor e começa ativando o sistema neuroendócrino.
A função de toda essa revolução orgânica é preparar o organismo para a ação, para
adaptação imediata à situação causadora do Estresse para, em essência, favorecer
a sobrevivência. Portanto, o Estresse não implica, obrigatoriamente, numa alteração
patológica e doentia.
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O que é o Estresse
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Sabendo que cada pessoa reage de forma diferente aos estímulos da vida, elas
também terão limiares diferentes de esgotamento por estresse. Segundo a
sensibilidade afetiva da pessoa, portanto, segundo a "visão" que cada um tem da
realidade, da valolrização do passado ou das perspectivas do futuro, as reações de
estresse podem ser mais favorecidas ou menos. Uma representação pessimista da
realidade pode favorecer estas reações, enquanto a representação positiva produze
amenizar os efeitos estressores (veja menu ao lado).
Do ponto de vista social e cultural as mudanças cotidianas, em si, não são novidade
na civilização humana, elas são, na realidade, a base da evolução de nossa espécie.
O que, talvez, seja novo ao ser humano e perigoso à sua saúde, é a velocidade sem
precedentes com a qual essas mudanças e as exigências que elas propiciam
acontecem na vida moderna. Essas mudança estão em toda a parte; mudanças
importantes na tecnologia, na ciência, medicina, ambiente de trabalho, nas
estruturas organizacionais, nos valores e costumes sociais, na filosofia e mesmo na
religião. Há, continuamente, uma enorme solicitação de adaptação às pessoas em
geral, tanto para os jovens como para os mais velhos.
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Arqueólogos consideram que homem primitivo trabalhava muito menos que nós,
cerca de vinte horas semanais. Sua jornada diária correspondia à caça e colheita de
frutos. O ser humano primitivo manifestava sua ansiedade de maneira muito próxima
ao sentimento de medo, um medo especificamente dirigido a um objeto ou situação
específicos e delimitados no tempo e no espaço, ou seja, a situação, o perigo e a
ameaça estavam de fato ali, nesse determinado lugar e nesse determinado
momento.
No ser humano moderno, apesar dessas ameaças concretas não existirem mais em
sua plenitude, tal como existiram outrora, o equipamento biológico do Estresse
continuou existindo. permaneceu em nossa natureza como capacidade para
reagirmos ansiosamente diante das ameaças.
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enfim, tudo isso passou a significar a mesma ameaça de perigo que ameaçavam a
sobrevivência de nossos ancestrais. O ser humano moderno coloca-se em posição
de alarme diante de um inimigo abstrato e impalpável mas, não obstante, que dorme
e acorda com ele.
Tudo leva a crer que o ser humano começou, de fato, a padecer por Estresse
excessivo depois da Revolução Industrial. Talvez o que a vida passou a exigir das
pessoas nesses últimos 80 a 50 anos tenha sido imensamente maior que o
desenvolvimento da capacidade neuro-psicofisiológica de adaptação, resultando
pois, nas dificuldades em conciliar harmonicamente as necessidades adaptativas da
vida social e nossos recursos orgânicos.
Durante uns 40 anos do Século XX o êxodo rural levou milhões de pessoas a trocar
a vida do campo pela agitação das cidades, com suas características competitivas,
agressão urbana, desafios profissionais e de sobrevivência. O ritmo frenético da vida
moderna talvez tenha exigido demasiadamente do corpo humano e até a
possibilidade de adoecer passou a ser uma ameaça potencial ao sucesso social da
pessoa.
Assim sendo, a maioria dos autores acredita que parte expressiva das reazões para
o estresse é determinada pelo modo como nossa sociedade está organizada, pela
industrialização, pelo consumo e pela concorrência, especifica os tipos de relações
que serão mantidas e as exigências que deverão ser cumpridas, gerando condições
mais ou menos estressantes de trabalho, das estruturas familiar e social.
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Fatores Estressantes
Tendo em vista o fato do gato representar para o cão uma ameaça menos agressiva
que o cão representa para ele, o cão ficará esgotado depois do gato. Nesse caso o
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cão representa para o gato um estímulo estressor externo, por estar fora do gato
e, inato, por fazer parte da natureza biológica de todos os gatos.
Assim sendo, nos animais os estímulos para desencadear a ansiedade podem ter
duas naturezas e uma só origem: quanto à natureza eles podem ser inatos, como
vimos, do tipo gato tem medo de cachorro ou, por outro lado, condicionados por
treinamento e experiência.
No ser humano, dito civilizado, esses estímulos costumam ter duas origens; podem
ser externos e, principalmente, internos. Os estímulos internos são oriundos dos
conflitos pessoais os quais, em última instância, refletem sempre a tonalidade afetiva
de cada um. Os estímulos externos, por sua vez, representam as ameaças
concretas do cotidiano de cada um.
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É por causa desses estímulos internos é que a ansiedade humana tem sido
constante e, às vezes, patológica. As ameaças externas não costumam ser
constantes mas as internas sim. Vejamos o caso das ameaças concretas acerca de
nossa segurança pessoal, por exemplo: a ameaça de ser assaltados, agredidos,
morto, etc.
A possibilidade até existe, nos grandes centros, mas não é continuada. Há situações
onde podemos nos sentir seguros, racionalmente falando. Entretanto, o estímulo
interno não é racional, é emocional. Isso quer dizer que podemos estar ansiosos
devido ao medo de sermos assaltados e agredidos, embora essa possibilidade
prática seja mínima.
Da mesma forma, podemos dizer que ficar doente seja uma ameaça séria, um
estímulo ameaçador importante. É claro que é. Entretanto, podemos experimentar
uma grande ansiedade devido ao fato de pensarmos que podemos ficar doentes.
Esse estímulo é interno e não externo. Seria externo caso houvesse, de fato, sinais
de que nossa saúde está abalada. Enquanto houver apenas o medo de passar mal,
de poder ficar doente, isso será uma ameaça interna.
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De um modo geral, pelo menos é bom termos em mente que existem categorias de
estressores que nos impõem grandes esforços adaptativos, como por exemplo, a
morte de um ente querido, uma grande perda, severos revezes econômicos,
constatação de doença séria, etc., e, ao lado desses, existem os pequenos
acontecimentos estressantes do cotidiano que acontecem com maior frequência na
vida das pessoas e, finalmente, existem ainda a influência dos conflitos íntimos
pessoais.
Se assim fosse todos os demais também teriam essa reação. Para ocorrer a reação
alérgica é indispensável existir o mofo mais a sensibilidade pessoal. No máximo,
podemos dizer que para a reação alégica do exemplo são necessários dois
elementos; o fungo e a sensibilidade da pessoa.
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De qualquer forma é fundamental ter em mente que a força dos estressores depende
mais da sensibilidade do sujeito do que do valor do objeto, ou seja, depende de
como e com que peso a pessoa valoriza o evento (interno ou externo), mais do que o
evento em si. Há pessoas que vivenciam as mesmas experiências que outros e
regem diferentemente, experimentando estresse de grau variado ou, às vezes, nem
se estressando. É por isso que estudamos, a seguir, o aspecto pessoal dos
estressores.
O principal conhecimento que devemos ter disso, é que a realidade será sempre
representada intimamente e de acordo com os filtros afetivos de cada um, ou seja,
de acordo com a sensibilidade (afetiva) de cada um.
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Vendo uma antiga fotografia de algum ente querido já falecido, algumas pessoas
experimentam sentimentos tenros, suaves, saudosos e até agradáveis, outras, por
sua vez, podem experimentar sentimentos de angústia, tristeza, sensação de perda,
pesar, enfim, sentimentos desagradáveis. O que, realmente, dentro das pessoas faz
com que essa foto seja valorizada (Representada) dessa ou daquela maneira é a
Afetividade.
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"Sua necessidade de conhecimento, é a nossa razão de existir"
Deus é Fiel!
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