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Em pesquisa por amostragem no sítio eletrônico do Congresso Nacional, foram

identificados até o momento três projetos de lei, sob as mais diferentes exposições de
motivos e justificativas, quais sejam os PL de nº 317/2018 de autoria do deputado Pompeo
de Mattos (PDT/RS); nº 8.592/17, de autoria do deputado Jorge Côrte Real (PTB/PE); nº
6.812/2017, de autoria do deputado Luiz Carlos Hauly – PSDB/PR. Como exemplo,
destaca-se o seguinte projeto de lei:
Projeto de Lei nº 6.812/2017, de autoria do deputado Luiz Carlos Hauly – PSDB/PR
Art. 1º Constitui crime divulgar ou compartilhar, por qualquer meio, na rede mundial de computadores,
informação falsa ou prejudicialmente incompleta em detrimento de pessoa física ou jurídica.
Penal- detenção de 2 a 8 meses e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
Art. 2º Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o artigo primeiro serão creditados à
conta do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos – CFDD.

O Projeto de Lei 6.812/2017, de autoria do deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-
PR), pretende instituir como crime a ação de quem “divulgar ou compartilhar, por
qualquer meio, na rede mundial de computadores, informação falsa ou prejudicialmente
incompleta em detrimento de pessoa física ou jurídica”.

Já o Projeto de Lei 473/2017, de autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI), pretende


acrescentar ao Código Penal uma nova tipificação de divulgação falsa, consistente em
“divulgar notícia que sabe ser falsa e que possa distorcer, alterar ou corromper a
verdade sobre informações relacionadas à saúde, à segurança pública, à economia
nacional, ao processo eleitoral ou que afetem interesse público”.

16/08/2023 17h23

16.ago.2023 - Se a diretriz 46 for aprovada pelo Ministério da


Saúde, conhecimentos de matriz africana poderão ser incluídos
entre as PICSImagem: Arte/UOL sobre Reprodução/Instagram

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É distorcida uma postagem que diz que o CNS (Conselho
Nacional de Saúde) incluiu o candomblé como tratamento no
SUS.

A resolução 715 do CNS apenas sugere ao Ministério da


Saúde, entre outras medidas, o reconhecimento de
manifestações culturais de matriz africana como práticas
complementares ao atendimento convencional do SUS.

A publicação compartilha o print de uma matéria de um veículo


não identificado, que leva como título: "CNS reconhece o
candomblé como cura complementar ao SUS".

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Na legenda está escrito: "O que é mais eficaz, ozonioterapia,


candomblé ou cachaça com mel? #vivaosus".

Por que é distorcido?


O post omite que o documento propõe o reconhecimento
das manifestações culturais de matriz africana como
práticas complementares ao atendimento convencional. É
importante ressaltar que essa resolução não visa substituir o
tratamento convencional, e a responsabilidade pela decisão
sobre esse tema permanece sob a jurisdição do Ministério da
Saúde.

O discurso descontextualizado se refere à diretriz 46 da


resolução 715/2023 do CNS (aqui), que diz:
"(Re)conhecer as manifestações da cultura popular dos povos
tradicionais de matriz africana e as Unidades Territoriais
Tradicionais de Matriz Africana (terreiros, terreiras, barracões,
casas de religião, etc.) como equipamentos promotores de
saúde e cura complementares do SUS, no processo de
promoção da saúde e 1ª porta de entrada para os que mais
precisavam e de espaço de cura para o desequilíbrio mental,
psíquico, social, alimentar e com isso respeitar as
complexidades inerentes às culturas e povos tradicionais de
matriz africana, na busca da preservação, instrumentos esses
previstos na política de saúde pública, combate ao racismo, à
violação de direitos, à discriminação religiosa, dentre outras".

Em nota ao UOL Confere, o Ministério da Saúde informou


que o documento traz apenas sugestões à pasta, mas isso
não significa que elas serão aceitas.

Se a diretriz 46 for aprovada pelo Ministério da Saúde,


conhecimentos de matriz africana poderão ser incluídos
entre as PICS (Práticas Integrativas e Complementares em
Saúde) (aqui). Nesta categoria se encaixam métodos como
acupuntura, homeopatia e ioga.

O que é "Fake News"


13.04.201720h24 Professor Doutor Diogo Rais, Direito
1. O que é "Fake News"
Fake News são notícias falsas, mas que aparentam ser verdadeiras.

Não é uma piada, uma obra de ficção ou uma peça lúdica, mas sim uma
mentira revestida de artifícios que lhe conferem aparência de verdade.
Fake news não é uma novidade na sociedade, mas a escala em que pode
ser produzida e difundida é que a eleva em nova categoria, poluindo e
colocando em xeque todas as demais notícias, afinal, como descobrir a
falsidade de uma notícia?

No geral não é tão fácil descobrir uma notícia falsa, pois há a criação de
um novo “mercado” com as empresas que produzem e disseminam Fake
News constituindo verdadeiras indústrias que "caçam" cliques a qualquer
custo, se utilizando de todos os recursos disponíveis para envolver
inúmeras pessoas que sequer sabem que estão sendo utilizadas como
peça chave dessa difusão.

Infelizmente é muito comum o uso das primeiras vítimas como uma


espécie de elo para compor uma corrente difusora das Fake News.
Assim, aquelas pessoas que de boa-fé acreditaram estar em contato com
uma verdadeira notícia, passam – ainda que sem perceber – a colaborar
com a disseminação e difusão dessas notícias falsas.

Mas não é impossível detectá-las e combatê-las, há técnicas e cuidados


que colaboram para mudar este cenário, sendo a educação digital uma
ferramenta para fortalecer ainda mais a liberdade de expressão e o uso
democrático da internet.
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