Entenda neste artigo como o sensoriamento remoto e a
sua diversidade de imagens de satélite podem ajudar na gestão territorial. *Por Christian Vitorino
Imagens de satélite: por dentro do Sensoriamento
Remoto O sensoriamento remoto é um conjunto de técnicas destinadas à aquisição de informações visuais (imagens) sobre objetos na superfície terrestre, sobre os sistemas ambientais e urbanos, sem que haja contato com eles. As imagens de satélite, produtos do sensoriamento remoto, são extremamente úteis quando da espacialização dos diversos usos do solo e sua relação com os atributos dos meios físicos e bióticos. Com a popularização de ferramentas de geovisualização, tal como o Google Earth, as imagens de satélite se tornaram referência quando o usuário busca, desde uma simples visualização de uma determinada área ou região, até mesmo análises mais complexas do território. É importante salientar que as imagens oriundas de satélites em órbitas necessitam de manipulação para se obter uma melhor visualização e, assim, extrair as informações necessárias para os estudos territoriais. Essas manipulações são realizadas em softwares específicos de Processamento Digital de Imagens (PDI). Em uma análise das condições de um determinado território, esses sistemas de observação da terra expressam fielmente as características temporais e espaciais das dinâmicas de ocupação do território, resultantes do assentamento do homem.
Aplicações na gestão e planejamento
Para aplicações em processos de gestão e planejamento municipal por exemplo, as imagens de satélite podem ser utilizadas para o diagnóstico do território, evidenciando suas principais características, seus pontos fortes e seus desequilíbrios e, desta forma, conhecer o seu potencial paisagístico e compreender seu funcionamento e evolução de uso do solo. Uma análise temporal da dinâmica territorial de uma cidade com uso de imagens de satélite e técnicas de processamento digital, seja nos aspectos urbanos, seja nas áreas rurais, dará aos analistas a real dimensão desse funcionamento, auxiliando os planejadores na construção de cenários de impactos sócio ambientais dentro dos processos de gestão municipal.
De onde vem estas imagens?
Há hoje no mercado dezenas de opções de satélite de observação da terra que possam contribuir efetivamente para os processos de planejamento e gestão territorial. Satélites que fornecem imagens desde 30 metros até 30 centímetros de resolução espacial permitem análises em diversas escalas para variadas aplicações. Há opções gratuitas, tais como a série Landsat, o Sentinel-2, a constelação do CBERS (brasileiro em parceria com a China), o Aster dentre outros que podem ser trabalhados em análises de territórios mais extensos e escalas menores. Nas opções de melhores resoluções, temos os satélites comerciais ativos desde 1999, como o Ikonos – com 1 metro de resolução espacial. Após este período, dezenas de outros satélites de diversas operadoras mundiais surgiram para “povoar” a órbita terrestre e dar mais possibilidades de aplicações para os gestores públicos e o público em geral. Países como Japão, China, Tailândia, Israel, Cazaquistão, França, Estados Unidos, Peru, Espanha, Coreia do Sul, dentre diversos outros outros, lançaram constelações no decorrer dos últimos 15 anos. Destacam-se satélites como QuickBird, série Kompsat, Pleiades, Spot, WorldView, ALOS, RapidEye e os chineses Gaofen e Superview (com lançamentos mais recentes), que compõe a gama de mais de 50 opções de sensores e resoluções no mercado de imagens de satélite. Assim, tem-se toda superfície terrestre imageada diversas vezes, permitindo avaliações históricas e recentes.
Como esta diversidade ajuda na gestão do
território? Essa diversidade, portanto, possibilita a captação de imagens em diferentes resoluções e em diferentes bandas espectrais e em diversas épocas. Isto permite que, tanto as instituições de pesquisa, quanto os setores privados e governamentais tenham uma maior capacidade de realizar análises territoriais em diversas escalas para diversas aplicações no decorrer do tempo. Há que se fazer menção, também, em questões relacionadas a custos, uma vez que as regras de mercado, como a concorrência de diversas operadoras de satélite e mesmo a disponibilização gratuita de imagens permitem uma maior facilidade de acesso aos produtos de sensoriamento remoto. Este fato resulta hoje em milhares de estudos e pesquisas ambientais contribuindo efetivamente para o desenvolvimento de políticas públicas direcionadas ao conhecimento maior da superfície terrestre. Conheça nossos cursos sobre esse tema Gostaria de aprofundar seus conhecimentos no tema? Conheça nosso curso Imagens de satélite para tomada de decisão. É um treinamento de 10 horas de duração, que ensina a explorar os recursos tecnológicos existentes no setor de sensoriamento remoto orbital para melhor tomada de decisão.
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Christian Vitorino – Sócio e Diretor de Novos Negócios
da TecTerra Geotecnologias. Atua no mercado de geotecnologias há mais de 10 anos desenvolvendo negócios relacionados à comercialização de imagens de satélite e soluções em sistemas de informações geográficas. Graduado em Ciências Biológicas, mestre em Tratamento da Informação Espacial, especialista em meio ambiente com vasta experiência em planos diretores municipais sustentáveis, tendo atuado em mais 15 projetos em 8 anos de atuação. Possui experiência em gestão de projetos em pesquisa mineral e energia renovável. Atuou em projeto de SIG na República do Congo (África), assessorando a implantação de banco de dados geográficos para projeto de mapeamento geológico e base cartográfica do país. É vice presidente da Fundação Educacional e Cultural Metropolitana, sendo articulador de projetos relacionados à gestão territorial e ambiental, assessorando administrações públicas municipais. Ainda colabora com empresa de engenharia em estratégias relacionadas à ecoeficiência e gestão de resíduos industriais. Foi professor de graduação e pós graduação ministrando disciplinas relacionadas à aplicações ambientais em sistemas de informação geográficas e geoprocessamento. Ainda atuou como consultor ambiental em estudos de impacto ambiental, zoneamento e monitoramento ambiental.
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