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CURSO APRENDA A PREGAR

Módulo 2 – Método de Estudo Bíblico para


Pregação

Professor Antônio Neto

PROIBIDA A REPRODUÇÃO E
DISTRIBUIÇÃO DESTA APOSTILA SEM
AUTORIZAÇÃO DO PROFESSOR.

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Método de Estudo Bíblico para Pregação

I. A Jornada Interpretativa

A. Entendendo a Jornada
1. O pregador é alguém entre dois mundos

a) O mundo bíblico
b) O mundo atual
2. Seu papel é realizar uma jornada até o mundo

bíblico e depois trazê-lo ao mundo atual.

3. Interpretação Bíblia envolve

a) Compreensão
b) Correlação
c) Aplicação

B. Erros Comuns da Jornada


1. Questão: Como relacionar a Bíblia com o mundo

atual?

2. Práticas Comuns

a) Interpretação Intuitiva
b) Interpretação Espiritualizada
c) Interpretação Descontextualizada
3. Solução: Jornada interpretativa que vai da

compreensão do texto bíblico em seu contexto e da

correlação do texto bíblico com o contexto atual.

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C. Os Meios da Jornada
1. A Hermenêutica

2. A Exegese Bíblica

3. A Exegese Cultural

4. A Exegese Eclesiástica

D. Os Passos da Jornada
1. A Jornada de Ida – Compreendendo o Texto em Seu

Contexto

2. A Jornada de Volta – Relacionando o Texto com o

Nosso Contexto

3. O fim da Jornada – Aplicando o Texto ao Nosso

Contexto

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II. A JORNADA DE IDA – INTERPRETANDO O
TEXTO

A. Passo 1 – OBSERVE CUIDADOSAMENTE O TEXTO

1. Pergunta central: O que este texto está dizendo?

2. Seu objetivo é “sentir o texto”, familiarizar-se com

ele.

3. Como Fazer?

a) Leia o texto, atentando ao máximo de


detalhes possíveis
(1) Leia em diferentes versões.

(2) Use um software para fazer leitura


paralela e comparativa.

b) Atente para o texto dentro da porção maior de


parágrafos, capítulos ou livros.
(1) Qual a relação do texto com o anterior?

(2) Há alguma conjunção conectando o


texto com o anterior? Se sim, qual a função
da conjunção?

c) Atente para o texto em seus detalhes internos.


(1) Há palavras repetidas/enfatizadas?

(2) Há listas, contrastes ou comparações?

(3) Há figuras de linguagem?

(4) Dê atenção especial a três elementos


gramaticais

(a) Verbos -
(b) Conjunções -
(c) Pronomes -

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4. Exemplo

a) Romanos 3:21-31

3:21 Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de


Deus testemunhada pela lei e pelos profetas;
3:22 justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo,
para todos e sobre todos os que crêem; porque não
há distinção,
3:23 pois todos pecaram e carecem da glória de
Deus,
3:24 sendo justificados gratuitamente, por sua graça,
mediante a redenção que há em Cristo Jesus,
3:25 a quem Deus propôs, no seu sangue, como
propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua
justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado
impunes os pecados anteriormente cometidos;
3:26 tendo em vista a manifestação da sua justiça no
tempo presente, para ele mesmo ser justo e o
justificador daquele que tem fé em Jesus.
3:27 Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída.
Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela lei
da fé.
3:28 Concluímos, pois, que o homem é justificado
pela fé, independentemente das obras da lei.
3:29 É, porventura, Deus somente dos judeus? Não
o é também dos gentios? Sim, também dos gentios,
3:30 visto que Deus é um só, o qual justificará, por
fé, o circunciso e, mediante a fé, o incircunciso.
3:31 Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira
nenhuma! Antes, confirmamos a lei.

b) Mateus 13:18-23

13:18 Atendei vós, pois, à parábola do semeador.


13:19 A todos os que ouvem a palavra do reino e
não a compreendem, vem o maligno e arrebata o
que lhes foi semeado no coração. Este é o que foi
semeado à beira do caminho.

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13:20 O que foi semeado em solo rochoso, esse é o
que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria;
13:21 mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes,
de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a
perseguição por causa da palavra, logo se
escandaliza.
13:22 O que foi semeado entre os espinhos é o que
ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a
fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica
infrutífera.
13:23 Mas o que foi semeado em boa terra é o que
ouve a palavra e a compreende; este frutifica e
produz a cem, a sessenta e a trinta por um.

c) Salmo 1

1:1 Bem-aventurado o homem que não anda no


conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos
pecadores, nem se assenta na roda dos
escarnecedores.
1:2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na
sua lei medita de dia e de noite.
1:3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de
águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja
folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será
bem sucedido.
1:4 Os ímpios não são assim; são, porém, como a
palha que o vento dispersa.
1:5 Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo,
nem os pecadores, na congregação dos justos.
1:6 Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos,
mas o caminho dos ímpios perecerá.

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B. Passo 2 – FAMILIARIZE-SE COM O CONTEXTO
ORIGINAL DO TEXTO

1. Pergunta Central: Como esse texto foi compreendido


dentro do seu contexto original?

2. Contexto determina o significado.

3. O contexto de um texto divide-se em três.

a) O contexto literário – o gênero literário do


texto e sua relação com outros textos.
b) O contexto histórico – elementos históricos
por trás do texto, necessários para a sua
compreensão.
c) O contexto teológico/canônico – a posição na
história e na teologia bíblica de um texto.

4. Exemplo – Romanos 12:1,2

12:1 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus,


que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
12:2 E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus.

5. Exemplo – Atos 4:1-3

4:1 Falavam eles ainda ao povo quando sobrevieram os


sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus,
4:2 ressentidos por ensinarem eles o povo e anunciarem,
em Jesus, a ressurreição dentre os mortos;
4:3 e os prenderam, recolhendo-os ao cárcere até ao dia
seguinte, pois já era tarde.

6. Como Estudar o Contexto Literário

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a) Defina a perícope/passagem do sermão –
onde o seu texto começa e onde termina?

b) Faça a Análise da relação do seu texto com


outros textos.

CONTEXTO AMPLO

CONTEXTO IMEDIATO

TEXTO

(1) Contexto Imediato – Aquele que


antecede e sucede a passagem

(2) Contexto Amplo – A divisão do livro no


qual uma passagem está, além da relação
com textos de outros livros.

(3) Como estudar estes contextos?

(a) Pesquise em um esboço do livro


onde está a sua passagem.
(b) Veja se há e qual é a relação do
seu texto com o anterior e posterior
(c) Veja se o seu texto possui
alguma citação ou alusão a outro texto
de outro livro. Se sim, analise a
relação entre estes textos.

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c) Defina o gênero literário do seu texto e
aplique as regras de interpretação daquele gênero.
(1) Para isso, consulte as obras indicadas

(a) Entendes o Que Lês – Gordon


Fee
(b) Introdução à Hermenêutica
Bíblica – Walter Kaiser
(c) A Interpretação Bíblica – Roy
Zuck

d) Exemplo – Romanos 12:1,2

12:1 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus,


que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
12:2 E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus.

7. Como Estudar o Contexto Histórico do Texto

a) Três elementos centrais do contexto histórico

(1) O autor do texto

(2) A audiência original do texto

(3) Os elementos histórico-culturais no


texto que eram comuns ao autor e à
audiência original.

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b) Colete informações importantes sobre o autor
para entender o texto

(1) Quem escreveu o texto?

(2) Qual a relação que o autor tinha com


aquela audiência?

(3) O que estava ocorrendo que motivou o


autor a escrever este texto para a sua
audiência?

(4) Você pode obter este tipo de


informação:

(a) Consultando o próprio livro.


(b) Consultando outros livros
bíblicos que possam acrescentar
informação.
(c) Consultando a seção de
introdução em comentários bíblicos, ou
panoramas bíblicos.

c) Colete Informações importantes sobre a


audiência do texto

(1) A maioria, senão todos, dos livros do


NT são situacionais. Muitos no AT também
são.

(2) Procure entender a situação em que a


audiência estava para receber aquele texto.

(3) Este tipo de informação você também


pode obter em seções de introdução em
comentários, ou panoramas bíblicos.

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d) Atente para os elementos geográficos,
topográficos, religiosos, políticos, sociais que
possam aparecer no texto.

(1) Elementos geográficos – Lucas 10:30


Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem
descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair
em mãos de salteadores, os quais, depois de
tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos
ferimentos, retiraram-se, deixando-o
semimorto.

(2) Costumes Sociais - João 2:3 Tendo


acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse:
Eles não têm mais vinho.

(3) Costumes Religiosos - João 2:13


Estando próxima a Páscoa dos judeus, subiu
Jesus para Jerusalém.

(4) Costumes Familiares - 1Tm 3:15 para


que, se eu tardar, fiques ciente de como se
deve proceder na casa de Deus,

(5) Fatores Políticos - Atos 4:1 Falavam


eles ainda ao povo quando sobrevieram os
sacerdotes, o capitão do templo e os
saduceus,

(6) Fatores Econômicos - 1Co 10:25


Comei de tudo o que se vende no mercado,
sem nada perguntardes por motivo de
consciência;

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e) Cuidados no Estudo do Contexto Histórico

(1) Informações Imprecisas ou Falsas

(a) A história da corrente amarrada


aos pés do sacerdote.
(b) A história do “buraco da agulha”
como sendo um tipo de porta.
(2) Excesso de Informação – foque naquilo
que é importante para o texto.

f) Ferramentas para Estudo do Contexto


Histórico

(1) Manuais Bíblicos

(2) Introduções/Panoramas Bíblicos

(3) Enciclopédias Bíblicas

(4) Comentários Histórico-Culturais

(5) Seção Introdutória de Comentários

(6) Atlas Bíblicos

(7) Dicionários Bíblicos

8. Como Estudar o Contexto Canônico1

a) Este tipo de contexto não é fundamental para


todos os textos, mas para aqueles que possuem
algum personagem, evento ou tema de relevância
teológica.

b) Entenda que o seu texto é parte de um livro, e


que este livro é parte da Bíblia, e a Bíblia conta uma
história.

c) Além disso, entenda que os textos bíblicos


foram escritos por pessoas que possuíam um pano
de fundo teológico.

1
J. Gorman, Michael. Introdução à exegese bíblica . Thomas Nelson Brasil.
Edição do Kindle.

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d) Perguntas a levar em consideração

(1) Há algum tema teológico fundamental


neste texto?

(2) Há alguma palavra importante na


teologia daquele escritor?

(3) Sendo um texto do Antigo Testamento

(a) Como este texto se relaciona


com a realidade do Novo Testamento?
(b) Há algum texto do NT que fala
deste texto? Se sim, o que ele fala?
(c) Há alguma temática que é
desenvolvida no Novo Testamento?
(d) De que forma este texto se
encaixa na história da salvação?

e) Ferramentas para pesquisa

(1) Teologias Sistemáticas – se o texto é


crucial para uma doutrina, você pode conferi-
lo em uma teologia sistemática.

(2) Dicionários Teológicos – se o seu texto


possui palavras com importância teológica,
dicionários teológicos podem ser bem úteis.

(3) Comentários Exegéticos – este tipo de


comentário lida com as importâncias
teológicas deste texto à luz do pensamento
do autor.

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f) Considerações Importantes

(1) Lembre-se: nem todo texto possui a


mesma significância teológica. À medida que
você estuda a Teologia, melhor irá perceber a
relevância teológica de um texto.

(2) Cuidado para não tornar o sermão em


uma aula de teologia. Utilize no sermão
apenas aquilo que for importante para
compreende-lo.

(3) DICA: Você pode deixar para pesquisar


o contexto canônico/teológico quando for
consultar comentários, nos passos
posteriores.

g) Exemplo

Genesis 15:1-6 - Depois destes acontecimentos,


veio a palavra do SENHOR a Abrão, numa visão, e
disse: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, e teu
galardão será sobremodo grande. Respondeu
Abrão: SENHOR Deus, que me haverás de dar, se
continuo sem filhos e o herdeiro da minha casa é o
damasceno Eliézer? Disse mais Abrão: A mim não
me concedeste descendência, e um servo nascido
na minha casa será o meu herdeiro. A isto
respondeu logo o SENHOR, dizendo: Não será esse
o teu herdeiro; mas aquele que será gerado de ti
será o teu herdeiro. Então, conduziu-o até fora e
disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é
que o podes. E lhe disse: Será assim a tua
posteridade. Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi
imputado para justiça.

Mateus 5:1 Vendo Jesus as multidões, subiu ao


monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os
seus discípulos;

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9. Exercício

a) Romanos 12:1,2

12:1 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de


Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional.
12:2 E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente,
para que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus.

O texto de Rom 12:1,2 é o primeiro texto da


segunda grande seção da carta aos Romanos. A
primeira seção tratou da parte mais teológica. A
segunda seção, de 12 a 16, trata de questões mais
práticas. Nessa segunda parte, Paulo mostra a
consequência prática daquilo que ele ensinou dos
cap 1 a 11. Essa partícula “pois” faz essa conexão,
entre a teoria e a prática.
Nesse texto, ele resume aqui todo o ensino
dessa primeira parte da segunda seção, que tratará
sobre a vida na igreja. Por isso que ele fala sobre
culto, sacrifício e outros elementos que conectam à
vida comunitária.

Contexto Histórico
O autor deste texto é o apóstolo Paulo. Ele
escreveu para a igreja dos romanos, que era
majoritariamente formada de gentios, mas que
possuía bastante judeus.
A cidade de Roma era repleta de
promiscuidade. Toda sorte de pecados. E, agora que
os gentios haviam abraçado o evangelho, surge a
questão: Como eles deveriam viver no evangelho?
Então, Paulo escreve esse texto para mostrar as
consequências praticas de uma vida no evangelho.

Contexto Canônico/teológico
Visto que Paulo escreve para pessoas em
Roma, onde não havia um templo, ele utiliza a
imagem dos sacrifícios dizendo que os cristãos é

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que são os sacrifícios. Mas não sacrifícios físicos,
mas espirituais.

Vontade de Deus, na teologia de Paulo,


geralmente refere-se às Escrituras, àquilo que Deus
revelou como sua vontade. Para os gentios, que não
tinham uma Lei como a de Moisés, Paulo faz
questão de mostrar que eles também possuíam uma
vontade de Deus a seguir.

b) Genesis 12:1-6
12:1 Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra,
da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a
terra que te mostrarei;
12:2 de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e
te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!
12:3 Abençoarei os que te abençoarem e
amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão
benditas todas as famílias da terra.
12:4 Partiu, pois, Abrão, como lho ordenara o
SENHOR, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e
cinco anos quando saiu de Harã.
12:5 Levou Abrão consigo a Sarai, sua mulher, e a
Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam
adquirido, e as pessoas que lhes acresceram em
Harã. Partiram para a terra de Canaã; e lá
chegaram.
12:6 Atravessou Abrão a terra até Siquém, até ao
carvalho de Moré. Nesse tempo os cananeus
habitavam essa terra.

Recapitulando:
A Jornada de Ida: 1) Observe
cuidadosamente o texto; 2) Familiarize-se
com o Contexto Original do Texto.

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C. Passo 3 – FAÇA A ANÁLISE GRAMATICAL DA
PASSAGEM

1. O estudo gramatical é o ponto principal de chegada


na jornada de ida. É o momento em que você irá entender
o texto em si.

2. Consiste na análise das partes do texto, desde as


menores (palavras) até às maiores (sentenças, orações,
períodos e parágrafos).

3. Pergunta central: Qual a função das palavras e das

sentenças neste texto?

4. A Análise Gramatical envolve:

a) O estudo das palavras e suas funções dentro


do texto. O que o autor quis comunicar com esta
palavra?
b) O estudo da relação entre as sentenças
dentro de um texto. O que o autor quis comunicar
organizando as frases do texto como ele organizou

5. Exemplo

a) Eu gosto de comer churrasco, mas prefiro


pratos italianos.

b) Eu gosto de comer churrasco, e não de pratos


italianos.

6. Como estudar as palavras do texto

a) Lembre-se: seu objetivo é entender o uso da


palavra em um texto.

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b) Para isso, você necessita de duas
ferramentas:

(1) Dicionário/Léxico bíblico – algum que


estude o termo original hebraico/grego.

(2) Concordância Bíblica – tanto grego-


hebraico/português, quanto o contrário.

c) Siga os seguintes passos:

(1) Pronomes (Eu, tu, aquilo, este, etc),


proposições (de, até, para, com e etc) e
conjunções (e, mas, portanto) requerem uma
consulta simples ao dicionário, caso
necessário.

(2) Selecione as palavras mais importantes


do texto. Aquelas que você percebe que são
as chaves para entender o texto.

(a) Consulte um dicionário para


entender as diferentes formas que
aquela palavra é usada. Se o
dicionário apresentar os textos com os
diferentes usos, melhor ainda.
(b) Consulte as ocorrências da
palavra em uma concordância bíblica.
Siga, se necessário, a seguinte ordem
de prioridade:
(i) Como ela foi usada na
seção em que o texto está.
(ii) Como ela foi usada no
livro em que o texto está.
(iii) Como ela foi usada nos
livros do mesmo autor que
escreveu o texto.
(iv) Como ela foi usada por
diferentes autores.
(3) Retorne ao texto e, à luz da sua
pesquise, procure determinar qual o melhor
uso para aquela palavra no contexto do seu
texto.

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(4) Anote todas as informações que você
julga necessárias para uma boa explicação
do termo.

(i) A quantidade de usos


dessa palavra pode indicar a
sua importância.
(ii) As diferentes formas em
que ela foi traduzida podem
ajudar a explicar
(iii) O uso em outros
contextos pode servir de
explicação (Ex. a palavra
“assolar” em Atos 8, usada para
animais na lavoura)
(5) Escreva as suas conclusões como se já
estivesse explicando.

(6) ATENÇÃO: Não torne seu sermão uma


sequencia de explicação de palavras. Utilize
diferentes formas de explicar às pessoas o
uso de uma palavra

(i) Explicação direta – “Esta


palavra, no texto original, está
sendo usada...”
(ii) Explicação indireta – “O
texto diz que Saulo “assolava” a
igreja. Ele perseguia de maneira
destrutiva”.
(iii) Própria Tradução – “É
como se João estivesse dizendo
‘Deus amou o mundo com um
amor tão grande que
ofereceu...”

d) Exemplo – Romanos 12:1,2

12:1 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus,


que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
12:2 E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus.

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7. Como estudar as sentenças do texto

a) No estudo das palavras, você foca no sentido


individual da palavra. No estudo das sentenças,
você vai focar em como as palavras, reunidas em
sentenças, contribuem para transmitir uma ideia.

b) Separe cada sentença do texto e faça a


seguinte pergunta: “O que esta sentença está
comunicando?”.

(1) Basicamente, uma sentença possui


uma de duas funções: Acrescentar uma
informação ou Explicar uma informação.

(a) Tendo chamado os seus doze


discípulos, deu-lhes Jesus autoridade
sobre espíritos imundos para os expelir
e para curar toda sorte de doenças e
enfermidades.

(b) Bem-aventurado o homem que


não anda no conselho dos ímpios, não
se detém no caminho dos pecadores,
nem se assenta na roda dos
escarnecedores.

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(2) Veja como cada sentença está
funcionando no parágrafo

(a) Qual a sentença principal do


parágrafo?

(b) Como cada sentença está


contribuindo em relação às outras?

(i) “Esta sentença está adicionando


uma informação a outra sentença?”
• “Existe uma lista no texto? -
“Antes, o seu prazer está na
lei do SENHOR, e na sua lei
medita de dia e de noite.”
• “Existe algum contraste?” –
“Pois o SENHOR conhece o
caminho dos justos, mas o
caminho dos ímpios perecerá.”
• “Existe alguma progressão?” –
“Tenho compaixão desta
gente, porque há três dias que
permanecem comigo e não
têm o que comer.”
(ii) “Esta sentença está explicando
uma informação de outra sentença?
• Explicando uma razão? –
“Quem nele crê não é julgado;
o que não crê já está julgado,
porquanto não crê no nome do
unigênito Filho de Deus.”
• Explicando uma maneira? – “E
do modo por que Moisés
levantou a serpente no
deserto, assim importa que o
Filho do Homem seja
levantado,”
• Explicando quando? –
“Passadas estas coisas, Jesus
andava pela Galiléia, porque
não desejava percorrer a
Judéia, visto que os judeus
procuravam matá-lo.”
• Explicando a ocasião? –
“Passadas estas coisas, Jesus
andava pela Galiléia, porque
não desejava percorrer a
Judéia, visto que os judeus
procuravam matá-lo”
• Explicando o propósito? –
“Deixa este lugar e vai para a
Judéia, para que também os
teus discípulos vejam as obras
que fazes.”

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• Ou simplesmente explicando
“o que”? – “Disse-lhes, pois,
Jesus: O meu tempo ainda
não chegou”

(c) Faça o esboço do texto,


seguindo estas relações.

Sentenças Função da Esboço Interpretativo


Sentença

Rogo-vos, pois, Ordem principal I. Paulo faz um


irmãos clamor

pelas misericórdias A base da ordem A. A base do


de Deus principal clamor

que apresenteis o O conteúdo da B. Apresentar o


vosso corpo por ordem principal corpo como
sacrifício vivo, santo sacrifício
e agradável a Deus

que é o vosso culto Definindo o 1. O culto racional


racional conteúdo da ordem

E não vos Mais um conteúdo C. Transformação


conformeis com este da ordem principal – da Mente
século aspecto negativo

mas transformai-vos Mais um conteúdo


pela renovação da da ordem principal –
vossa mente aspecto positivo

para que Resultado 1. Resultado:


experimenteis qual pretendido experimentar
seja a boa, a Palavra de
agradável e perfeita Deus.
vontade de Deus

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EXEMPLO EM NARRATIVA

Sentenças Função da Sentença Esboço Interpretativo

Estando já no Ocasião do evento 1. Após andar


outro lado sobre o mar

chegaram a Indicação do evento I. Jesus


terra, em principal chega em
Genesaré Genesaré

onde aportaram Lugar do evento principal

Saindo eles do Ocasião do evento 1. Após sair do barco


barco

logo o povo Indicação de um evento II. Jesus é


reconheceu principal reconhecido
Jesus em
Genesaré

e, percorrendo Explicando a maneira 1. Por onde andava


toda aquela que algo era feito
região,

traziam em Indicação do evento III. Jesus era


leitos os principal procurado
enfermos para curar.

para onde Explicando ocasião 2. Onde se ouvia


ouviam que ele sobre ele
estava.

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Onde quer que Explicando o lugar 1. Em qualquer
ele entrasse nas lugar
aldeias, cidades
ou campos

punham os Indicação de evento IV. Jesus exibia


enfermos nas principal o seu poder.
praças,
rogando-lhe que
os deixasse
tocar ao menos
na orla da sua
veste

e quantos a Explicando os resultados 2. Com grande


tocavam saíam eficácia
curados.

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D. Passo 4 – CONFIRME E REFINE O SEU ESTUDO COM
COMENTÁRIOS.

1. Por que consultar comentários apenas agora?

a) Evitar a dependência total do comentário.

b) Dependência total do comentário torna o


sermão impessoal, visto que o sermão não é
realmente seu.

c) Depender do comentário impede o seu


crescimento como intérprete da Palavra.

d) Você perderá muito tempo se precisar


consultar vários comentários para obter todas as
informações

2. As funções dos comentários

a) Confirmar e/ou corrigir as conclusões tiradas


anteriormente.

b) Refinar a sua pesquisa, para obter melhores


informações que não obteve anteriormente.

3. Como Consultar os Comentários Eficazmente?

a) Pergunta essencial: “Quais partes na


pesquisa eu ainda tenho dificuldade de
interpretação?”.

b) À partir dessa pergunta, você procurará o tipo


de comentário adequado para obter suas respostas.

(1) Dificuldades no contexto histórico –


comentários exegéticos e/ou
histórico/culturais.

(2) Dificuldades na estrutura do texto –


comentários homiléticos

(3) Dificuldades em entender uma


ideia/palavra do texto – comentários
expositivos e/ou homiléticos

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c) Escolha um bom comentário expositivo para
ler ao final de sua pesquisa até aqui, para confirmar
suas conclusões e refinar o que precisa.

(1) Evite comentários de volume único.


Prefira livro por livro.

(2) Só leia diversos comentários se estiver


inseguro quanto à interpretação.

(3) Escolha comentários de estudiosos


respeitados. Cuidado com os desconhecidos.

4. Ao concluir a sua consulta, anote o resultado de sua

pesquisa. Faça o seu próprio comentário do texto.

5. Exercício – Romanos 12:1,2

a) Qual o sentido de “misericórdia de Deus”?


b) O que Paulo quer dizer com “apresentar o
corpo por sacrifício”?
c) O que seria culto racional? Refere-se ao
momento do culto, ou é mais amplo?
d) Como assim “para que experimenteis”?
e) Essa “vontade de Deus” seria em que
sentido?

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E. Elabore a Ideia Central do Texto
1. Definindo a Ideia Central do Texto (ICT)

a) A ICT é um resumo do ensino do texto.

b) Ela consiste na resposta a duas perguntas


básicas:

(1) Qual o assunto do texto?

(2) O que o texto fala sobre este assunto?

c) Este passo marca o fim da Jornada de Ida.

d) O esboço do sermão será baseado na ICT.


Por isso, se você falha aqui, falhará no esboço.

e) ATENÇÃO: A ICT não é a ideia central do


sermão. Ela é um resumo das ideias DO TEXTO.
Ideia Exegética vs Ideia Homilética

2. Como elaborar a ICT

a) Primeiro: Responda à pergunta: Qual o


assunto tratado neste texto?

(1) Em muitos casos, o título nas traduções


já indica o assunto do texto.

(2) Atente também para a sentença


principal do texto (consulte o esboço feito no
passo 3)

(3) Anote a sua conclusão com uma


sentença simples no tempo presente:

(a) “Paulo faz um clamor à igreja de


Roma” – Romanos 12:1,2

(b) “Comparando o caminho dos


justos e dos ímpios” – Salmo 1

(c) “Deus faz o chamado de Abraão”


– Genesis 12:1-9

(d) “Jesus prega sobre as bem-


aventuraças” – Mateus 5:2-12

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(e) “Tiago condena que crentes
pratiquem a acepção de pessoas” –
Tiago 2:1-13

(4) Evite sentenças complexas, como “O


assunto é x E y”. Cada texto possui um só
assunto, que deve ser expresso em uma
proposição simples.

b) Segundo: Responda à pergunta: O que o


texto fala sobre este assunto?

(1) Neste ponto, você vai alistar em tópicos


simples aquilo que o texto fala sobre o
assunto.

(a) Consulte novamente o esboço


do passo 3. Se você fez um bom
esboço, não terá problemas aqui.

(b) Consulte o assunto do texto e à


partir dele faça perguntas sobre o que
o texto fala sobre o assunto.

(i) “Paulo faz um clamor à


igreja de Roma” – O que o texto
fala sobre este clamor?
(ii) “Comparando o caminho
dos justos e dos ímpios” – O
que o texto fala sobre a
comparação do caminho dos
justos e dos ímpios?
(iii) “Deus faz o chamado de
Abraão” – O que o texto fala
sobre o chamado de Abraão?
(c) Anote as suas respostas em
tópicos (consulte o passo 3).

(i) Anote apenas aquilo que


for diretamente relacionado ao
assunto principal. Evite
subtópicos.

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(ii) Você não está fazendo os
pontos do sermão ainda. Por
isso, evite descrever os pontos
como se já estivesse
direcionando a nós do século
XXI
(iii) Evite: Paulo afirma que
nós devemos...
(iv) Correto: Paulo afirma a
necessidade de...
(v) Faça tópicos simples.
Evite sentenças complexas.
(vi) Este não é o momento de
ser homilético. Escreva os
tópicos da forma como
aparecem.

(2) Exemplo

(a) Romanos 12:1,2

(i) O clamor de Paulo é


baseado na misericórdia de
Deus
(ii) Paulo clama pela
apresentação dos corpos como
sacrifício
(iii) Paulo clama pela
transformação da mente.

- ICT de Romanos 12:1,2


Paulo faz um clamor aos Romanos
- Baseado na misericórdia de Deus
- Clamor pela apresentação de seus corpos
- Clamor pela transformação de suas mentes

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(b) Heberus 12:1,2
(i) Qual o assunto do texto?
– Precisamos de perseverança
na carreira cristã
(ii) O Que o texto fala sobre
este assunto?
(a) Por causa das
testemunhas que temos
(b) Através de nos
livrarmos de tudo o que
nos atrapalha
(c) Motivado pelo
exemplo de Jesus
(iii) ICT
(a) Precisamos de
perseverança na carreira
cristã: Primeiro, por
causa das testemunhas
que temos; Segundo,
através de nos livrarmos
de tudo o que nos
atrapalha. E terceiro,
motivados pelo exemplo
de Jesus.

(c) Salmo 1:1-6


(i) Comparando o caminho
dos justos e dos ímpios
(ii) O caminho do justo: bem
aventurado, tem prazer na lei do
Senhor, é bem sucedido em
tudo o que faz.
(iii) O caminho dos ímpios:
mal sucedido; serão julgados;
perecerão.

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(d) Lucas 7:11-17
(i) Jesus ressuscita o filho de
uma viúva.
• Jesus se depara
com um cortejo
fúnebre.
• Jesus se
compadece da
viúva
• Jesus Ressuscita
o filho da viúva
• Jesus é
reconhecido pelo
seu poder

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III. A JORNADA DE VOLTA – CONTEXTUALIZANDO
O TEXTO

A. Determine as diferenças entre o contexto bíblico e o


contexto atual

1. Existem diferenças de diversas ordens entre o


contexto atual e o bíblico.

2. Diferenças como: culturais, linguísticas, situacional,


políticas e, no caso do Antigo Testamento, de aliança.

3. A Bíblia é repleta de práticas, costumes, ideias,


situações que são típicas de sua época, mas que são
estranhas aos homens de hoje. Entender estes elementos
é crucial para contextualizar a Palavra para nós.

4. Sua compreensão destes elementos depende do


quão bem você fez o passo 2, de entender o contexto
original, especialmente os contextos histórico e canônico.

a) Contexto Histórico – “O que era comum


naquele momento que é estranho ao homem de
hoje?”. Ex. o beijo no rosto entre homens, acordos
por meio de sacrifícios, seres humanos como
propriedades, a valorização da mão direita e etc.

b) Contexto Canônico – “O que era válido


teologicamente naquela época e não é mais hoje?”.
Esta questão é mais complexa, pois envolve a sua
percepção sobre a relação entre o AT e a antiga
aliança e o NT e a nova aliança. P.ex: o dízimo,
ofertas de sacrifício, o descanso sabático.

5. Exemplo

a) Romanos 12:1,2

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(1) O “século” naquela época envolvia o
estilo de vida romano, marcado pela
promiscuidade, idolatria e antinomismo.
“conformar-se com o século”, portanto,
envolvia aderir às ideias promovidas pelos
influenciadores romanos.

(2) O “século” hoje é marcado por ideias


da pós-modernidade, de “seja feliz a todo
custo”, ou “não importa quem você é de fato,
mas o que vão pensar de você” e é
promovido pela tv, séries, filmes e etc.

b) Salmo 127:1

(1) “Vigia a sentinela” – refere-se ao


costume das cidades de terem guardas 24/7
do tempo. Se um inimigo habilidoso
conseguisse se fazer invisível, aqueles
guardas não poderiam impedi-los.

(2) Atualmente, a guarda é feito por meio


do exército e radares. Porém, há armas que
são invisíveis, como as armas biológicas e
ataques terroristas, além dos próprios
criminosos dentro do país.

c) 2 Crônicas 7:14

(1) “Se o meu povo...sararei a sua terra” –


Aplicação da antiga aliança. Se Israel
quisesse ser abençoado na terra de Canaã,
deveria cumprir os requisitos do pacto, da lei.

(2) Na Nova Aliança, absolutamente nada


pode separar o homem do amor de Deus, por
causa de Jesus, que cumpriu os requisitos da
Lei por nós – Romanos 8:31-39.

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B. Determine as similaridades entre o contexto bíblico e o
de agora.

1. Você deve saber detectar também aquilo que é


semelhante entre o texto bíblico e o contexto atual.

2. Quais são os elementos que são semelhantes a nós


hoje?

3. Exemplos

a) Romanos 12:1,2 – Assim como naquela


época, os cristãos hoje também são inundados de
ideias seculares, que não consideram a vontade de
Deus.

b) Salmo 127:1 – Assim como naquela época,


nenhuma proteção humana é 100% eficiente.

c) 2 Crônicas 7:14 – Assim como Israel, nós


somos o povo de Deus e necessitamos do seu
cuidado e de sua provisão.

C. Determine o princípio teológico aplicável em ambos os


contextos.

1. Agora que você entende bem as diferenças e


similaridades, responda: Qual o princípio universal que
está sendo aplicado no contexto bíblico e que deve ser
aplicado ao contexto atual?

2. Considere a diferença entre “Princípio Universal” e


“Contexto Específico”

a) O princípio universal diz respeito a uma


verdade teológica que pode ser aplicada de
diferentes formas. Ex. “Devemos buscar santidade”
ou “Precisamos obedecer a Deus”.

b) O contexto específico é o ambiente ou


situação em que uma verdade teológica é aplicada.
Ex. “Buscamos a santidade quando...” ou
“Precisamos obedecer a Deus quando estamos...”

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3. Veja qual o princípio universal está sendo aplicado
no contexto bíblico.

a) Romanos 12:2

(1) Contexto específico – Na época, não


seguir os princípios da sociedade romana.
Hoje, não seguir as ideias da sociedade pós-
moderna.

(2) Princípio universal – Devemos nos


abster de seguirmos os princípios do mundo
em que vivemos.

b) Salmo 127:1

(1) Contexto específico – Na época,


confiança na proteção de Deus diante dos
invasores da cidade. Hoje, confiança na
proteção de Deus diante dos inimigos atuais.

(2) Princípio universal – Precisamos


confiar na proteção de Deus, sabendo que a
proteção humana nunca será totalmente
eficaz.

c) 2 Crônicas 7:14

(1) Contexto específico – Na época,


necessidade de submeter-se às regulações
da Lei para receber as bênçãos da aliança.
Hoje, necessidade de crer em Jesus para ter
acesso as bênçãos conquistadas por Cristo.

(2) Princípio universal – Deus cuida e


protege o seu povo.

D. Cuidados na Contextualização
1. A contextualização deve ser baseada diretamente na
interpretação do texto. Contextualizar sem interpretar pode
incorrer em aplicações equivocadas do texto.

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2. Atente para a literatura do texto. Ela é fundamental
para a contextualização.

a) Provérbios, Salmos e a literatura sapiencial


não são livros de promessas, mas preceitos.
b) Narrativas foram escritas para descrever, não
para prescrever.
c) Livros prescritivos são sujeitos à ocasião da
época e, por isso, podem conter ordens
contextualizadas.
d) Consulte os livros indicados no Contexto
Literário.
e) Exemplo

(1) Não é porque Jesus diz “tua fé te


curou”, que Jesus está dizendo que todos
que tiverem fé serão curados.

(2) Não é porque Pv 15:1 diz que a


resposta branda acalma a ira que toda
resposta branda acalmará a ira.

3. Sua contextualização deve estar de acordo com o


ensinado no restante da Bíblia.

a) Este princípio é ensinado em outros textos?


b) Há algum texto que prescreva este princípio
retirado de um texto não prescritivo?

4. Quando estiver pregando no AT, sempre passe a


contextualização pelo Novo Testamento. A vinda de Cristo
muda, acrescenta, cancela algo no texto?

a) Quando Davi fala em adorar a Deus no


templo, o que é o correspondente ao Templo no
NT?
b) Quando é dito sobre a Lei que “por ela
viverás”, o que corresponde a isso no NT?

5. Temas teológicos mais complexos, como o sábado,


o dízimo, o uso da Lei, utilize livros de teologia bíblica para
aprofundamento.

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E. Aplique a Contextualização nas Partes principais do
seu texto

1. Utilize a ICT e contextualize-a aos nossos dias.

a) Exemplo: Romanos 12:1,2

Paulo faz um clamor aos Romanos


- Baseado na misericórdia de Deus
- Clamor pela apresentação de seus corpos
- Clamor pela transformação de suas mentes

Contextualização: A obra que Deus fez em nós deve


nos levar a 1) dedicar nossas vidas a Deus; e 2)
dedicar nossas mentes à Palavra

2. Quando você for escrever o sermão, irá elaborar as

contextualizações mais profundamente.

F. Exercícios
1. Lucas 7:11-17

a) Jesus ressuscita o filho de uma viúva.


• Jesus se depara com um cortejo fúnebre.
• Jesus se compadece da viúva
• Jesus Ressuscita o filho da viúva
• Jesus é reconhecido pelo seu poder

b) Jesus é o nosso restaurador.


(1) Por causa da sua compaixão por nós.

(2) Por causa do seu poder de restituir.

(3) Por isso nós devemos glorifica-lo.

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2. Salmo 1:1-6

a) Comparando o caminho dos justos e dos


ímpios
b) O caminho do justo: bem aventurado, tem
prazer na lei do Senhor, é bem sucedido em tudo o
que faz.
c) O caminho dos ímpios: mal sucedido; serão
julgados; perecerão.

d) O caminho que você deve escolher:


(1) O caminho de Deus que produz um
final feliz

(2) O caminho do pecado que produz um


final infeliz.

3. Hebreus 12;1,2

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IV. O FIM DA JORNADA – A APLICAÇÃO
A. Diferença entre Significado e Aplicação

1. A interpretação diz respeito ao significado do texto

em seu contexto original. “O que este texto significa”?

2. A contextualização diz respeito ao significado do

texto no contexto atual. “O que este texto significa para os

dias de hoje?”

3. O significado de um texto é encontrado na intenção

autoral. “O que o autor queria comunicar com o texto”?

4. Cada texto só possui um significado, por isso ele só

possui uma interpretação.

5. A aplicação, porém, corresponde à resposta que

damos ao texto. “Como eu aplico esta informação à minha

vida”?

6. Jamais devemos nos perguntar “O que essa

passagem significa para mim?”. A pergunta correta é “O

que esta passagem significa (ontem e hoje), e como eu

posso aplica-la à minha vida?”.

7. Exemplo

“Não vos conformeis com este século” – Não ser


influenciado pelas redes sociais; Fortalecer nosso
aprendizado bíblico para não ser contaminado;
Cuidado na hora de escolher livros, obras artísticas
ou pessoas que sejam influencias.

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B. Como Aplicar o Texto Bíblico

1. Observe os elementos da Ideia central do Texto;

observe como você os contextualizou; agora, pergunte-se

“Como esta ideia pode ser tornada em uma ação

específica na minha vida?”.

a) Há algo para eu crer?

b) Há algo que me motiva a louvar a Deus?

c) Há alguma correção que devo fazer?

d) Há alguma ajuda que devo pedir a Deus?

2. Tente pensar em situações do cotidiano em que

estas ideias possam ser diretamente aplicadas.

a) Como isto interfere no trabalho?

b) Como estas verdades podem ser vividas na

escola ou faculdade?

c) No contexto familiar?

3. Sempre pense em como aquele princípio pode

produzir uma transformação. Então, tente lembrar de

possíveis erros que as pessoas cometem, e como aquele

princípio pode corrigir.

a) Princípio: o marido deve pastorear a sua

esposa.

b) Erro: o marido chega do trabalho, e pensa

apenas em comer, assistir sua tv, jogar com os

amigos, e esquece sua esposa.

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c) Aplicação: envergonhe-se de não pastorear a

sua esposa. Se arrependa e tire tempo diariamente

para isso.

4. Varie a forma de aplicar, se necessário.

a) Exortação Direta “Maridos, vocês precisam

tirar tempo para pastorear suas esposas”.

b) Exortação Indireta “Como um marido, que diz

amar sua esposa, não tira tempo para pastorea-

las?”

c) Perguntas para meditar “Você, marido, tem

tirado tempo para pastorear a sua esposa?”

d) Aplicações direcionadas “Maridos, vocês

tem...; Esposas, vocês tem...; Filhos, vocês tem...”

5. Neste ponto, é fundamental que você saiba

interpretar as pessoas. Quanto melhor você conhece a sua

audiência, melhor saberá como aplicar a Palavra a ela.

6. Cuidado com os seguintes erros frequentes nas

aplicações:

a) O Simplismo – aplicações que simplesmente

repetem o que todo mundo já sabe.

(1) “Precisamos orar mais”; “Ler a Bíblia é

muito importante”; “você precisa lutar contra o

pecado”.

(2) Para evitar o simplismo, procure dar

dicas, exemplos, ilustrações e histórias de

como essas verdades podem ser praticadas.

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(a) “Procure tirar um tempo todos os

dias para orar”

(b) “Conta-se uma história que

ilustra bem o quando ler a Bíblia é

importante”

(c) “Se você tem problemas na parte

da imoralidade, considere fazer

mudanças na sua rotina”

b) Legalismo – aplicações que transformam em

regra aquilo que a Bíblia não considera uma regra.

(1) “Se você é crente, não deveria ir à

praia”; “Assistir novela é pecado”; “Crente de

verdade lê a Bíblia todos os dias e ora pelo

menos 15 minutos por dia”.

(2) Para evitar o legalismo, afirme o

princípio bíblico e diferentes formas de aplica-

lo, sem estabelecer uma regra para todos.

(a) “Cuide dos seus olhos. Por isso,

sempre tome cuidado quando for

assistir qualquer coisa que possa leva-

lo a pecar”.

(b) “Sabemos da importância da

leitura bíblica e da oração. Então, que

tal guardar um tempo todos os dias

para isso?”

c) O Espiritualismo – quando o pregador não

faz aplicações e as relega ao Espirito Santo.

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(1) “Que o Espírito Santo aplique a sua

palavra em seus corações”.

(2) Lembre-se de 2 Timóteo 4:2. É papel

do pregador corrigir, repreender e exortar.

C. Exercício
1. Aplicações em Romanos 12:1,2

a) Tópico 1 - dedicar nossas vidas a Deus

(1) Você poderia dizer que a sua vida é um

culto a Deus? Você diria que o que você faz no

seu trabalho, na faculdade, com seus amigos,

ou até mesmo sozinho em sua casa é um culto

a Deus?

(2) Jamais olhe para si mesmo como dono

de sua própria vida. Se Deus te comprou pela

sua misericórdia, agora a sua vida pertence a

Ele.

b) Tópico 2 – dedicar nossas mentes a Deus

(1) Tome muito cuidado com aquilo que

você permite que exerça influencia sobre você.

Pode ser uma artista, um político, um escritor,

filme, série, o que for. Cuide para que a Bíblia

seja a sua influência.

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(2) Analise o seu casamento e tente

responder: “Por que o meu casamente é do

jeito que é?”. Seu casamento é do jeito que é

porque vocês são guiados pela Palavra de

Deus ou pelos princípios do mundo?

2. Como você aplicaria os textos abaixo?

a) Lucas 7:11-17

b) Salmo 1:1-6

c) Hebreus 12;1,2

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