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PROGRAMA DE

PÓS-GRADUAÇÃO
EM CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO

CONHECIMENTO E
PROJETO EM DESIGN
DE BENS CULTURAIS
LETRADOS
Prof.ª. DRª. GERMANA GONÇALVES DE ARAUJO
CONHECIMENTO E
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Cultura Bens Projeto em


letrada culturais design

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Cultura letrada
• A história do livro e da leitura
• A leitura e a consciência ideológica
• A escrita e a expressão ativa

Photo credit: <a href="https://visualhunt.co/a1/6c442c">Pascal Rey Photographies</


Prof.ª. DRª. GERMANA GONÇALVES DE ARAUJO
(a) Necessidade de Os chineses já utilizavam de tipos
móveis séculos antes da prensa.
A escrita digital, surge no séc.
XX, EUA (computadores).
COMUNICAÇÃO
A escrita cuneiforme, como
ESCRITA sistema de registro codificado,
surge por volta do 4º milênio
a.C (sul do atual Iraque)
Os escribas, surge por volta dos séc. VII A imprensa, surge por volta dos
e XV, Europa (nas scriptoria monásticos) 1440, Europa (tipos móveis).

(b) Meios de
PRODUÇÃO
Papiro (1375 a.C., Egito). Papel (Séc. II d.C., China).
SUPORTE Suporte feito de trama vegetal Suporte feito de celulose.
(papiro ou junco).
Folhagens, bambu e argila... Pergaminho (Séc. I Ecrã (Séc. XX). Suporte digital.
d.C., Turquia). Suporte
feito de pelo animal.

Livro SANFONADO,
(c) Uso de originário do Japão. E-BOOK, Séc. XX - XXI
FORMATO
OBJETO
TÁBUA OU PLACA ROLO, originário do mundo CÓDICE, originário do
cristão, nos séc. II e III mundo cristão, nos séc. II e III
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História
do livro e
da leitura
cultura
letrada

A escrita cuneiforme, como


sistema de registro codificado,
surge por volta do 4º milênio
a.C (sul do atual Iraque)

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“Os antigos registros pictográficos


encontrados na Mesopotâmia no final
do quarto milênio eram
principalmente usados para notação
História administrativas. Três quartos de
do livro e todos os textos em escrita
da leitura cuneiforme são documentos
cultura econômicos e administrativos, cartas
letrada de compras e venda, empréstimo,
aluguel ou adoção, contratos
matrimoniais, testamentos, listas,
memorandos de lojistas, banqueiros e
secretários.” (GOODY, 1977, p. 79 apud
CONDÔR, 2016, p. 75)

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História
do livro e
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“O livro dos mortos”


Do escriba real egípcio, 1300 a.C.

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PROFª. DRª. GERMANA GONÇALVES DE ARAUJO Grid composto


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Os primeiros códices mesoamericanos eram em “livros-biombos”

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Os primeiros códices mesoamericanos

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O livro era produzido coletivamente e


o autor não era o elemento que
legitimava a relevância da obra;

O códice reunia a memória de um povo


em testemunho pictórico;

Os manuscritos faziam parte do


universo das coisas divinas. Para os
mesoamericanos, tanto a arte de
escrever quanto a de produzir livros
eram atividades pertencentes àqueles
que possuíam dons dos deuses;

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“Eles [os livros mesoamericanos]


oferecem uma valiosa reflexão
sobre a vida a as culturas do
México e da América Central
antes e imediatamente após a
chegada dos espanhóis”
(LYONS, 2011, p. 86).

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Um parêntese:

O livro de artista nasce do


relacionamento entre duas
áreas cambiantes.
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Um parêntese:

Julio Plaza González foi um artista, escritor,


gravador e professor. Inicia sua formação em
Madri, na década de 50. Cursou a École de Beaux-
Arts. Chegou ao Brasil em 1967, para participar da
9ª Bienal Internacional de São Paulo.
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Um parêntese:

“Os monstros são figuras híbridas, formadas pela junção de dois ou


mais animais diferentes, ou ainda, podem ser metade homem e
metade animal. Eles podem ser tomados como paradigma do livro
de artista, um tipo de obra de que não pertence a nenhuma das
categorias artísticas conhecidas (desenho, pintura, gravura), mas
ainda assim faz parte das artes visuais; utiliza o livro, mas não se
enquadra em um único gênero (romance, poesia, teatro) [...]”
(CONDÔR, 2016, p. 67)

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“A sua origem [da tipografia] foi propositalmente


mantida no mistério demoníaco em que se
envolviam as artes da química ou da alquimia,
e tudo quanto do sigilo noturno das oficinas
avolumava os ruídos das horas mortas e
manchava o negrume da noite com labaredas
suspeitas em volta de cadinhos secretos”
(Carvalho, 1999, p. 31 apud Gaudêncio Jr., 2004, p. 14)

O objeto livro depois da reprodução por tipos móveis de Gutenberg (A Bíblia de Gutenberg foi produzida em 1455)

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O livro passou a ser reproduzido em


uma prensa e por tipos móveis em um
ambiente com profissionais
responsáveis por tarefas específicas.
Além do autor, surge:

• O Editor (gestor)
• O Compositor (diagramador)
• O Impressor (técnico gráfico)
• O Artista (ilustrador)

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Um parêntese:

“Ao elaborar um inventário [lista], é possível


introduzir alguns critérios de ordem aos
objetos listados [...]” (CADÔR, 2016, p.66)

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Um parêntese:

Os sistemas de catalogação utilizados na


atualidade foram pensados para classificar
o livro valorando-o por quais critérios?

Aspectos da materialidade do livro,


como impressão e tipo de costura
do códice não são considerados.
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História
do livro e
da leitura
cultura
letrada A impressa mudou
radicalmente a comunicação
do conhecimento científico. O livro científico
Textos, considerados eruditos,
se tornaram acessíveis e, “Sidereus Nuncius”
assim, a prática da pesquisa (o mensageiro das estrelas),
De Galileu Galilei, impresso em Veneza
científica foi facilitada. em 1610, reproduziam as primeiras
imagens telescópicas da lua.
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A “Era da Razão, considerada


o século frânces (XVIII), foi
um tempo de grande
expanção na produção de
livros.
História Ideais Iluministas e língua
do livro e francesa circulavam nas
classes instruídas em toda a
da leitura Europa.
cultura
letrada Na Fraça, às vésperas da Revolução, metade da população
masculina branca (50%) e cerca de 27% da população feminina
branca sabiam ler (mas não necessariamente sabiam escrever:
“A filha de Shakespeare não assinava o próprio nome, mas isso
não significava que não soubesse ler).

Escrever confereia uma independência que era prerrogativa


masculina. Somente em 1900, os indices de alfatismo feminino
no Ocidente tornam-se iguais ao do masculino.
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Escrever conferia uma


independência que era
História prerrogativa masculina.
Somente em 1900, os índices de
do livro e alfabetismo feminino no Ocidente
da leitura tornam-se iguais ao do masculino.
cultura
letrada Durante a segunda metade do
século XVIII, os livros se tornaram
objetos de consumo das famílias
na Europa Ocidental. O
alfabetismo cresceu nitidamente
após 1750, e um grande
público leitor urbano surgiu.

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O livro consagrado passa


a ser aquele escrito por
História um autor legitimado pela
do livro e sua intelectualidade.
da leitura
cultura
letrada

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• Novos tipos foram projetados;


• As margem ficaram mais
generosas;
História • Tintas/impressões mais eficientes
do livro e foram desenvolvidas...
da leitura
cultura
letrada Ainda no final do século XVIII, Editores passaram a
dar preferências à projetos mais dinâmico em vez
das decorações ostensivas da arte barroca.

Some a figura do profissional artista e copista


(escriba e ilustrador).

Surge o profissional das artes aplicadas.

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O livro, ao longo da História, se torna um objeto com


História significados verificáveis por diversos aspectos: religioso ou
do livro e místico, político, econômico, sociocultural, científico ou
da leitura didático, e até de entretenimento. Mas a formação de um
cultura público leitor é a questão que determina a caracterização
letrada desses aspectos, pois sem o leitor o livro perde sentido – o
uso e circulação do livro está condicionado ao público-leitor
e, por isso, a natureza da informação, assim, como, o a
linguagem utilizada para configurar determinado conteúdo,
depende diretamente das características sociocultural de
um público-leitor.

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DE BENS CULTURAIS Modelos de EM CIÊNCIA DA

LETRADOS cadeia produtiva INFORMAÇÃO

de um livro
História
do livro e
01
Produção Venda
autor editora editor
da leitura designer
gráfica
impressão distribuição
varejo

02 editora autor editor designer


Produção
gráfica
impressão distribuição
Venda
varejo

cultura
letrada
03
Produção Venda
editor editora editor designer impressão distribuição
gráfica varejo

04
Produção Venda
designer autor editora editor impressão distribuição
gráfica varejo

PROFª. DRª. GERMANA GONÇALVES DE ARAUJO HASLAM, Andrew. O livro e o designer II: como criar e produzir livros. 1° Ed. Tradução de Juliana A. Saad e Sérgio Rossi Filho. São Paulo: Edições Rosari, 2007, p. 22.
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História REFERÊNCIAS
do livro e LEÓN-PORTILLA, Miguel. Códice: os antigos livros do novo
mundo. Tradução de Carla Carbone. Revisão técnica de Eduardo
da leitura Natalino dos Santos. Florianópolis: Editora da UFSC, 2012.
cultura
letrada LYONS, Martyn. Livro: uma história viva. 1° Ed. Tradução de Luís
Carlos Borges. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2011.

MEGGS, Philip B. História do Design Gráfico. São Paulo: Cosac


Naify, 2009.

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A leitura e a A educação é a alternativa que o sujeito


consciência tem para mobilizar-se ou aprender a se
mobilizar, acreditando na sua palavra e no
ideológica poder de sua linguagem.
cultura
letrada O sujeito contemporâneo não letrado terá
dificuldade de reconhecer o discurso dito e
repetido da alienação, absolutamente
potencializado (o discurso) pelos mass
media da sociedade pós-industrial.

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A leitura e a
consciência Utilizando cenas do filme “Narradores de Javé”, dirigido por Eliane
Caffé em 2003, reflita sobre:
ideológica
cultura
letrada 1. Em que momento o filme retrata que a alienação é o
distanciamento que o sujeito tem de uma interiorização?
2. De que maneira o letramento pode combater a alienação?
Como os moradores de Javé poderiam ter se safado da opressão
da empresa?
3. Levando em consideração o que define a alienação, aponte e
reflita passagens/cenas do filme que possa ilustrar esses
três pontos.
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Bens culturais
• Noções de cultura
• Materialidade e imaterialidade
• Capital simbólico

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“Sou um tupi tangendo um alaúde”, assim se denominou Mário de


Andrade, ensaísta, escritor, musicólogo e pesquisador, que ao dizer essas
palavras fica claro que foi um brasileiro consciente de sua história, a partir de
uma vivência crítica de Brasil.
bens
culturais Sob interferência direta dos ideais modernistas de Mário, Gustavo
Capanema, então ministro da Educação, foi escolhido para redigir o
anteprojeto do Serviço do Patrimônio Artístico e Nacional (SPAN), em
1936, que deu base para a redação do Decreto-Lei nº 25/37, documento
que organizou a proteção patrimonial e norteia, até os dias de hoje, as
ações do Iphan. http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/2735

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Reconhecer os bens pelo valor atribuído e não apenas


pela monumentalidade é a principal característica que
torna o texto de Mário de Andrade contemporâneo e à
bens
frente de seu tempo. Isso, porque, na década de 1930,
culturais
ainda se reconhecia como patrimônio apenas as
grandes edificações, por seus valores estéticos e
artísticos que privilegiavam as referências europeias.
http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/2735

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bens
culturais

http://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/70041/72681

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- Toda forma de saber é considerado bem cultural;

- A cultura tida como popular foi evidenciada como


sendo “saber autêntico” de um povo;

- Identidade cultural (traços em conserva) e


bens diversidade cultural são palavras recorrentes no
culturais discurso que quem trabalha com bens culturais;

- Patrimônio cultural (do latim o que o pai deixa para o


filho) é o bem cultural de valor coletivo;

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Marcos da cultura patrimonial

- Séculos XVI – XVII, coleções particulares dos reis


eram preservadas e expostas;

- Após a II guerra Mundial – surge a ideia de


monumento como patrimônio de interesse da
bens humanidade;
culturais
- Os valores de excepcionalidade e autenticidade eram
atribuídos para selecionar o que deveria ser ou não
patrimônio (não há como estabelecer os valores a
partir de critérios fixos)

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Marcos da cultura patrimonial

- A contribuição da noção de cultura antropológica;

- O Patrimônio não consagrado, segundo Aloísio


Magalhães, quebra a noção eurocêntrica sobre o que
deveria ser ou não conservado como patrimônio;
bens
culturais

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design
• Saberes do campo
• Metodologia de projeto
• Casos

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Design
metodologia

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Paradigma FUNCIONALISTA...
Abordagem Prescritiva.

“pressupostos ontológicos
estimulam a crença na
possibilidade de um design
como disciplina social objetiva e
livre de valores, na qual o
design
designer está distanciado da
cena que está sendo analisada
por meio do rigor e da técnica
do método projetual”

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Paradigma INTERPRETATIVA...
Abordagem Descritiva.

“ [...] o que se entende como


realidade está composto pelos
pontos de vista dos
participantes na ação, ou seja, o
produto das experiências
design
subjetivas e intersubjetivas dos
indivíduos”
(ROMERO, Mônica Pujol. Design: apontamentos para definir o campo.
In: BELLUZO, Gisela; LEDESMA, Maria (Org.). Novas fronteiras do
design gráfico. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2011, p. 19).

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A construção do objeto de pesquisa

EM CIÊCIA DA INFORMAÇÃO

O fenômeno base
é a informação
design O dado
interpretado por
alguém e que se
torna em uma
informação

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A construção do objeto de pesquisa

EM CIÊCIA DA INFORMAÇÃO

Origem
Coleta
Armazenamento
Recuperação
design
Organização
Fluxo
Tratamento
Transmissão
Transformação
Utilização
...

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A construção do objeto de pesquisa

EM CIÊCIA DA INFORMAÇÃO
No fundo profissionais de outras áreas também
já utilizam a informação como objeto.

design
Qual é o pulo do gato?
O que nos faz entender
Compreender as
O que é que uma coisa, um
potencialidades
Informação? fenômeno, um fato, um
da informação.
evento, uma manifestação
(natural) é informação?

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A construção do objeto de pesquisa

EM CIÊCIA DA INFORMAÇÃO

“Toda cultura científica deve começar com uma catarse


intelectual e afetiva. Resta, então, a tarefa mais difícil: colocar
a cultura científica em estado de mobilização permanente,
design
substituir o saber fechado e estatístico por um conhecimento
aberto e dinâmico, dialetizar todas as variáveis experimentais,
oferecer enfim à razão razões para evoluir” (Bachelard, 1996,
p. 183) – Palestra do Prof. Dr. Edivanio D. de Souza [PPGCI/UFAL]
RECORRÊNCIA + VIGILÂNCIA + RUPTURA

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A construção do objeto de pesquisa

EM CIÊCIA DA INFORMAÇÃO

- Demarcação do objeto
[ o que é que contorna o objeto científico?
design Diferenciando-o do senso comum e descentralizando o indivíduo]

A coisa em si não é a informação mas é dotada de


informatividade.

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LETRADOS

Em um texto de ensaio crítico, refletir acerca das


abordagens metodológicas do projeto.
Abordagem Prescritiva e Abordagem Descritiva.

O QUE É A TAREFA FINAL: Deve-se considerar a possibilidade de


desenvolver o projeto pelas duas
Partindo o objetivo geral do
abordagens e, como modo de gerar
projeto de mestrado (o que
Tarefa conhecimento multidisciplinar, buscar
se pretende entregar),
final da compreender quais outros saberes
escrever um texto que reflita
(áreas) podem contribuir para a
disciplina acerca da abordagem teórico-
análise dos dados de pesquisa (em
metodológica da pesquisa.
ambos os caminhos/abordagens)

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Em um texto de ensaio crítico, refletir acerca das


abordagens metodológicas do projeto.
Abordagem Prescritiva e Abordagem Descritiva.

QUAL É A ESTRUTURA DA TAREFA FINAL:


- Introdução
Tarefa - Desenvolvimento
- Considerações finais
final da
disciplina
QUAL É A LINGUAGEM:
- Livre (texto, infográfico, vídeo/mini curta!)
- Criativa
- Diversa

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