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Anápolis - Goiás
2023
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
CSEH - NELSON DE ABREU JÚNIOR
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
Anápolis - Goiás
2023
INTRODUÇÃO
Após conseguir o título de doutor ele retorna para Senegal onde ele assume a
cadeira de professor na Universidade de Dakar que posteriormente será renomeada
para Universidade Cheikh Anta Diop (UCAD). E com sua paixão por química e física
ele, em 1966, cria nesta universidade o primeiro laboratório de datação de fósseis
arqueológicos por meio do radiocarbono, e neste mesmo laboratório ele realizou
testes de melanina em múmias egípcias onde lhe permitiria provar que os antigos
egípcios tinha a pele negra. Na década de 1970, Cheikh Anta Diop se fez presente
em um comitê científico da UNESCO, que dirigia a redação de um História Geral do
continente africano e também participou de um colóquio internacional na cidade do
Cairo onde ele conseguiu confrontar os resultados de sua pesquisa com as ideias de
outros grandes especialistas mundiais, e em seguida lhe dada a oportunidade de
escrever a redação do capítulo nomeado à origem do antigos egípcios. A maior
parte dos especialistas entraram de acordo com as ideias de Cheikh Anta Diop e
Théophile Obenga, mas ainda assim a comunidade científica ficou divida sobre o
conceito.
HIPÓTESES
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1- Sua importância vem da necessidade de conectar a história da África Preta com a
história de uma das maiores civilizações que já existiu que é a Civilização Egípcia,
trazendo historiadores competentes e corajosos para trazerem tal tema à tona, para
demonstrar que o “pobre” mundo Preto construiu boa parte da cultura ocidental.
2- É um campo no qual foi iniciado pelo autor Cheik Anta Diop que estuda a
civilização egípcia partindo de que ela é uma civilização negra-africana.
3- Essa influência é por vezes esquecida e quando se é lembrada é feita de maneira
que a influência do negro se torna rasa e quase nula e mesmo depois de Cheikh
Anta Diop fazer um trabalho provando essa influência de maneira direta, argumentos
contra essa ideia ainda surgem.
4- Diop fundamentou suas ideias em escritas antigas, especialmente de Heródoto e
Estrabão. Sua principal argumentação fica em torno da ideia de que os antigos
egípcios possuíam características físicas semelhantes às dos africanos negros
contemporâneos, incluindo a cor da pele, os tipos de cabelo, a forma do nariz e dos
lábios. Para comprovar essa afirmação, ele se valeu de evidências de campos como
antropologia e arqueologia, sugerindo que a cultura egípcia estava profundamente
enraizada nas tradições das populações africanas negras.
OBJETIVOS
Objetivo Geral:
Objetivos Específicos:
Partindo do conceito de Egito Negro dado por Cheikh Anta Diop que o apresenta,
em seu livro Egito Negro em A Origem da Civilização Africana: Mito ou Realidade,
da seguinte maneira:
Os antigos egípcios eram Negros. O fruto moral da sua civilização deve ser
contado entre os espólios do mundo Preto. Em vez de apresentar-se a
história como um devedor falido, este mundo Preto é o próprio iniciador da
civilização "ocidental" ostentada diante de nossos olhos hoje. (DIOP, 1967 p.
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Estas três escritas distintas são a escrita hieroglífica onde os signos se separam
em duas classes, a primeira sendo os famosos ideogramas que são desenhos que
são utilizados para designar uma certa palavra ou frase e o segundo sendo os
fonogramas que são os sons utilizados a cerca dos ideogramas, depois temos a
escrita hierática que é a escrita cursiva dos hieróglifos, ela surge em torno da III
Dinastia, e por último a escrita demótica que é uma simplificação da escrita hierática,
que aparece em torno da XXV Dinastia, e nesta escrita pode se observar uma
semelhante origem com a escrita meroítica núbia. Podemos ver essa difusão da
escrita egípcia em praticamente todo o continente africano como a grande
semelhança ,que os pictogramas dos Kikuyu do Quênia e da mesma forma os
pictogramas nsibidi dos Efik no sudeste da Nigéria, apresentam diante dos
pictogramas egípcios, também podemos citar vários lugares que apresentam
grandes familiaridades com os hieróglifos egípcios como os signos da escrita de
Serra Leoa, Libéria e os Bamum de Camarões, podendo ainda analisar os
hieróglifos dogon, bambara e bozo. Como podemos ver a transmissão de cultura do
Egito para a África e da África para o Egito é evidente.
Então quando Cheikh Anta Diop inicia suas pesquisas na década de 1940, a
África Negra não integrava de maneira alguma um campo histórico, e se via que o
Egito estava integrado ao mundo Oriental e ao mundo mediterrâneo, seja
geográfica, antropológica e culturalmente, assim, nesse contexto de hostilidade e
escuridão quw C. A. Diop começa a questionar, através de pesquisas científicas
metódicas, os fundamentos da imagem na qual o Ocidente atribuía a África Negra,
fazendo um renascimento da África com o desenvolvimento de uma consciência
histórica.
É no sentido de dar continuidade na luta de Cheikh Anta Diop que nasce a obra
citada anteriormente, A Consciência Histórica Africana, organizado por Babacar
Mbaye Diop, que é professor do departamento de filosofia na Universidade Cheikh
Anta Diop em Senegal, e Doudou Dieng, que é doutor em filosofia pela Universidade
de Rouen na França, semdom uma compilação de textos de várias áreas de
conhecimento, e a obra se inicia com o texto do professor Bwemba Bong membro do
Círculo Samory e do Groupe de Réflexion Sur la Culture Africaine pour la
Renaissance du Peuple Noir, evidenciando a dominação ideológica que o ocidente
tem sobre a África, produzindo falsificações de todos os sentidos sobre a história e a
vida dos africanos, com o objetivo de mantê-los na escravidão, não só de maneira
física, mas sim de maneira intelectual, para se libertar o povo africano necessita
analisar seu próprio passado gerando assim uma memória histórica e essa memória
engrena em revoltas e na formação da consciência histórica no qual insere a história
africana na história mundial, e os ocidentais ignoram esse fato, como diz Bong:
Essa visão de cultura para Jaeger vem de uma cultura como valor a ser cultivado
distinguindo assim grupos que possuem cultura em detrimento de outros grupos e
referindo-se a esses grupos como incultos, ou seja, desprovidos de qualquer valor
cultural, e é partindo dessa visão que surge a divisão entre o ser “civilizado” e o ser
“selvagem”, onde o primeiro grupo reivindica a posição de superioridade sobre o
segundo o subjugando e essa imposição gera sobre os os dominados um processo
de deterioração da própria identidade cultural, pois percebem que sua cultura não
passa de reflexo da civilização que os domina. E é por isso que Frantz Fanon (2008)
diz que
Por essa reflexão de Fanon, não podemos analisar o eurocentrismo sem fazer um
vinculo com o colonialismo. E no esforço de driblar a deformação cultural na qual o
eurocentrismo impõe em outras culturas surgem intelectuais africanos em especial
Cheikh Anta Diop, que buscam criar esse novo paradigma epistemológico que se
contrapõe a dominação europeia, que é a afrocentricidade, ela estabelece uma lugar
do psicológico do povo africano e recupera a originalidade epistêmica da África,
Molefi Kete Asante define a afrocentricidade da seguinte forma:
Como podemos ver esse novo paradigma não se trata de somente inverter a
pirâmide, nem de constituir uma nova versão africana do eurocentrismo e sim o
contrário, trata-se de igualar e trazer novas visões. A afrocentricidade não tem o
objetivo apenas de resgatar o passado da Etiópia, da Núbia e do Egito, mas
socializar os saberes produzidos por africanos contemporâneos, seja no continente
africano ou fora dele.
METODOLOGIA
jan fev mar abr mai jun julh ago set out nov dez
Período
Etapas
Adequações
do projeto de X
pesquisa
Leitura e
Levantamento X X X X X X X X X
bibliográfico
Tabulação / X X X
análise dos
dados /
Transcrição
Escrita dos X X X X X X X X X
capítulos
(I;II;III ??)
Qualificação X
Revisão e
redação final X
Defesa do X
TCC
REFERÊNCIAS
DIOP, Cheikh Anta. The African Origin of Civilization: mith or reality? Westport:
Lawrence Hill, 1974.