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Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Os mundos qualitativo e
quantitativo das coisas na saúde
Michelle Fernandez
Rafael Moreira
Bárbara Maia
Ranna Ferreira
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Michelle Fernandez
Rafael Moreira
Bárbara Maia
Ranna Ferreira
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
METODOLOGIA DE PESQUISA:
Os mundos qualitativo e
quantitativo das coisas na saúde
Editora CRV
Curitiba – Brasil
2023
Copyright © da Editora CRV Ltda.
Editor-chefe: Railson Moura
Imagem de Capa: Freepik
Diagramação e Capa: Designers da Editora CRV
Revisão: Os Autores
O46
Fernandez, Michelle
Metodologia de pesquisa: os mundos qualitativo e quantitativo das coisas
na saúde / Michelle Fernandez, Rafael Moreira, Bárbara Maia, Ranna Ferreira
– Curitiba: CRV, 2023.
136 p.
Bibliografia
ISBN Digital 978-65-251-5425-1
ISBN Físico 978-65-251-5427-5
DOI 10.24824/978652515427.5
2023
Foi feito o depósito legal conf. Lei nº 10.994 de 14/12/2004
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra
sem autorização da Editora CRV
Todos os direitos desta edição reservados pela Editora CRV
Tel.: (41) 3029-6416 – E-mail: sac@editoracrv.com.br
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Conselho Editorial: Comitê Científico:
Aldira Guimarães Duarte Domínguez (UNB) Ana Rosete Camargo Rodrigues Maia (UFSC)
Andréia da Silva Quintanilha Sousa (UNIR/UFRN) Carlos Leonardo Figueiredo Cunha (UFRJ)
Anselmo Alencar Colares (UFOPA) Cristina Iwabe (UNICAMP)
Antônio Pereira Gaio Júnior (UFRRJ) Edson da Silva (UFVJM)
Carlos Alberto Vilar Estêvão (UMINHO – PT) Evania Nascimento (UEMG)
Carlos Federico Dominguez Avila (Unieuro) Fernando Antonio Basile Colugnati (UFJF)
Carmen Tereza Velanga (UNIR) Francisco Jaime Bezerra Mendonca Junior (UEPB)
Celso Conti (UFSCar) Inez Montagner (UnB)
Cesar Gerónimo Tello (Univer. Nacional Janesca Alban Roman (UTFPR)
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Este livro passou por avaliação e aprovação às cegas de dois ou mais pareceristas ad hoc.
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SUMÁRIO
PREFÁCIO ...................................................................................9
Domício Aurélio de Sá
PARTE 1
CAPÍTULO 1
METODOLOGIA DE PESQUISA E MÉTODOS
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QUALITATIVOS .........................................................................13
CAPÍTULO 2
ABORDAGENS QUALITATIVAS PARA COLETA E
ANÁLISE DE DADOS ................................................................29
CAPÍTULO 3
TÉCNICAS QUALITATIVAS DE COLETA DE DADOS ...........45
CAPÍTULO 4
ANÁLISE DE DADOS QUALITATIVOS ....................................59
PARTE II
CAPÍTULO 5
PRIMEIRAS REFLEXÕES SOBRE O MÉTODO
QUANTITATIVO .........................................................................73
CAPÍTULO 6
A MEDIDA DO MUNDO .............................................................85
CAPÍTULO 7
DEFINIÇÃO DE “QUANTITATIVO” E “QUALITATIVO”
NOS ESTUDOS QUANTITATIVOS .........................................95
CAPÍTULO 8
A CLASSIFICAÇÃO DE VARIÁVEIS QUANTITATIVAS E
QUALITATIVAS COM EXEMPLOS PRÁTICOS ....................103
CAPÍTULO 9
POPULAÇÃO E AMOSTRA EM ESTUDOS
QUANTITATIVOS ....................................................................115
CAPÍTULO 10
CALCULANDO E INTERPRETANDO O Z-SCORE (Z-RES)123
ÍNDICE REMISSIVO ...............................................................131
Domício Aurélio de Sá
Departamento de Saúde Coletiva – IAM/Fiocruz
Coordenador do projeto (TED 192/2019)
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PARTE 1
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CAPÍTULO 1
METODOLOGIA DE PESQUISA
E MÉTODOS QUALITATIVOS
O termo “metodologia” faz referência à perspectiva sobre
a natureza da realidade (ontologia) e do conhecimento (episte-
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a) Definindo um problema
b) Objeto e objetivos
c) Pergunta de pesquisa
d) Revisão de literatura
e) Hipóteses e proposições
f) Metodologia
g) Análise
a) Quanto à abordagem
ou explicações;
• descreva a abordagem metodológica que escolheu e
justifique por que ela é apropriada para abordar a ques-
tão de pesquisa;
• discuta os pontos fortes e as limitações da metodologia
escolhida e explique como ela permite que se coletem
dados valiosos e válidos;
• justifique técnicas de amostragem, métodos de coleta de
dados e estratégias analíticas para garantir credibilidade
e confiabilidade das descobertas;
• discuta novas evidências, dados ou perspectivas que
traz para o campo e como eles aprimoram nossa com-
preensão do tópico sob investigação;
• destaque quaisquer novas descobertas, padrões ou
insights que surjam de sua pesquisa;
• discuta quaisquer proposições ou hipóteses teóricas
que gerou e como elas expandem nossa compreensão
do fenômeno que está sendo estudado;
• discuta como suas descobertas podem informar deci-
sões, moldar debates públicos ou contribuir para solu-
ções práticas para desafios sociais;
• discuta as implicações de sua pesquisa para estudos
futuros e caminhos para pesquisas futuras.
REFERÊNCIA
BOWER, Elizabeth; SCAMBLER, Sasha. The contributions
of qualitative research towards dental public health practice.
Community Dentistry and Oral Epidemiology, New Jersey,
v. 35, n. 3, p. 161-169, 2007.
MCKEOWN, Jane et al. The use of life story work with people
with dementia to enhance person‐centred care. International
Journal of Older People Nursing, New Jersey, v. 5, n. 2, p.
148-158, 2010.
2.1 Etnografia
c) Limites e possibilidades
fenômeno estudado.
A metodologia de estudo de caso é amplamente reconhecida
como uma abordagem de pesquisa apropriada para descrever,
explorar e compreender fenômenos em seu contexto da vida real,
que se concentra em analisar um caso específico em detalhes
– seja uma pessoa, um grupo, uma organização ou um evento.
Por meio dessa abordagem, é possível obter uma compreensão
abrangente e detalhada do caso estudado. No caso das ciências
da saúde, por exemplo, permite uma compreensão mais profunda
das experiências dos pacientes, das práticas clínicas, dos desafios
organizacionais e de questões de saúde pública, contribuindo
para a geração de conhecimento e aprimoramento das práticas e
políticas de saúde.
Permite, ainda, que os pesquisadores examinem relações
de causa e efeito, processos de mudança ao longo do tempo e
múltiplos fatores influenciadores. Além disso, o estudo de caso é
útil quando o pesquisador tem pouco controle sobre o fenômeno
em estudo, uma vez que é baseado em observação e análise de
eventos já ocorridos. Embora por vezes as fronteiras entre o fenô-
meno e o contexto estudado não sejam tão evidentes, os casos são
entendidos em seu contexto mais amplo em momentos específicos
do tempo (em que a pesquisa está sendo feita).
Por essa razão, o uso de estudos de caso possibilita uma
infinidade de aplicações para pesquisadores de todas as áreas
do conhecimento, fornecendo comparações entre casos seme-
lhantes, reforçando ou refutando teorias, destacando situações
atípicas, etc.; figura, portanto, como uma estratégia funda-
mental para melhor capturar a complexidade da sociedade e
40
3.2 Observação
3.3 Entrevistas
b) Roteiro
3.4. Conclusão
a) Preparo da pesquisa
c) Codificação
PARTE II
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CAPÍTULO 5
PRIMEIRAS REFLEXÕES SOBRE
O MÉTODO QUANTITATIVO
Falar sobre metodologia implica discutir sobre a medição e
o estudo de fenômenos. Isso nos leva a questionar os limites do
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tudo, já que medir é falar sobre algo, então parece que qualquer
coisa sobre a qual posso falar é passível de medição. A princípio,
pensamos dessa forma. É claro que teremos medidas, como, por
exemplo, a dor: ela não será tão objetiva quanto a altura. Mas o
fato de a dor ser subjetiva e autorreferente não significa que ela
não possa ser medida. A cor da pele também é autorreferente,
pois a pessoa descreve a cor que tem. Não podemos deixar de
medir apenas porque não é objetiva; devemos medir cientes de
que é uma medida autorreferente.
Estas são algumas notas conclusivas para refletirmos sobre
este capítulo: como um atributo essencialmente qualitativo se tor-
nou paradoxalmente quantitativo? Como leve e pesado se trans-
formaram em quilogramas? Como quente ou frio se tornaram
graus Celsius? Afinal, o mundo é quantitativo ou qualitativo? O
mundo é contínuo ou discreto?
Como mencionei anteriormente, ao darmos forma à natu-
reza, vestimos ela de acordo com nossas preferências. Estamos
revisando a revolução copernicana da medida, em que a Terra gira
em torno do Sol, e não o contrário. De maneira similar, estamos
fazendo uma analogia com o conhecimento: o objeto não é mais
o centro, mas, sim, o ser humano.
O objeto do conhecimento não é nada se ninguém falar
sobre ele. Existe algo no mundo que existe sem ser mencionado?
Podemos afirmar a existência de algo que não existe? Clara-
mente não. Quando nomeio algo, ele passa a existir. O centro do
conhecimento se torna o ser humano. Assim, é o ser humano que
fornece a forma para que a natureza possa se manifestar. Nesse
sentido, essa forma pode ser qualitativa ou quantitativa. Portanto,
82
REFERÊNCIA
DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Martins
Fontes, 2000.
É uma medida de tendência central para variáveis quantitativas que representa o valor médio
de um conjunto de dados. É calculada somando-se todos os valores e dividindo o resultado pelo
número total de observações. A média é sensível a valores extremos, pois leva em consideração
todos os dados. É representada pelo símbolo “μ” (média populacional) ou “x̄ ” (média amostral).
Moda
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É o valor que ocorre com maior frequência em um conjunto de dados. Em outras palavras, é o
valor mais comum. Um conjunto de dados pode ter uma moda (unimodal), duas modas (bimodal)
ou mais de duas modas (multimodal). A moda é útil para identificar padrões de ocorrência e
pode ser aplicada a dados qualitativos e quantitativos.
Mediana
É um valor que divide o conjunto de dados em duas partes iguais, quando os dados estão
ordenados em ordem crescente ou decrescente. Se houver um número ímpar de observações,
a mediana é o valor do meio; se houver um número par de observações, a mediana é calculada
como a média dos dois valores do meio. A mediana é uma medida robusta, não afetada por
valores extremos, e é aplicada aos dados quantitativos.
Fonte: elaboração própria.
REFERÊNCIA
CAMPBELL, N. R. Measurement. In: NEWMAN, J. The world
of mathematics. v. 3. Mineola: Dove Publications, 2000. p.
1797-1831.
continuação
Sexo Idade Escolaridade Salário
2 22 6 2.810
1 19 2 2.002
2 30 8 5.820
1 80 1 1.320
2 44 7 4.003
2 68 2 3.203
2 50 9 9.340
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1 30 8 4.520
Fonte: elaboração própria.
1. Analfabeto;
2. Lê e escreve;
3. Ensino fundamental incompleto;
4. Ensino fundamental completo;
5. Ensino médio incompleto;
V3 Escolaridade Qualitativa ordinal
6. Ensino médio completo;
7. Ensino superior incompleto;
8. Ensino superior completo;
9. Acima do ensino superior
completo.
Masculino 7 47%
Feminino 8 53%
Total 15 100%
8
7
6
5
4
3
2
1
MASCULINO FEMININO
MASCULINO FEMININO
5 salários-mínimos ou mais
5820
1320
4003 O lado fechado da barra indica a inclusão do valor que se inicia
3203 (l--). O contrário também se aplica: --l. Apenas traços indicam
9340 que o intervalo é aberto (--) e nenhum dos extremos é incluso.
4520
Fonte: elaboração própria.
SEXO
MASCULINO FEMININO
3
Frequência
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Idade
20 93 26,4 697,0
continua...
110
continuação
das pessoas em uma urna que abrigue todos os nomes. Por exem-
plo, se precisamos selecionar 100 pessoas de uma população de
1000, basta realizar o sorteio (sem reposição) dessas 100 pessoas
a partir desse cadastro. É importante destacar que, na prática,
utilizamos programas e planilhas computacionais que possuem
recursos para realizar esse sorteio.
A segunda forma é a amostragem sistemática (AS): como
o próprio nome sugere, envolve algum tipo de sistematização na
seleção aleatória dos participantes. Também requer um cadastro
B
Banco de dados 95, 96, 97, 98, 103, 104, 106, 112
C
Coleta de dados 9, 14, 17, 20, 21, 25, 30, 33, 35, 40, 45, 48, 54,
55, 56, 65, 73, 88, 115
E
Estudo de caso 14, 15, 34, 35, 39, 40, 43
Etnografia 15, 26, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 42, 43
F
Frequência absoluta 98, 99, 106, 111, 112
Frequência relativa 98, 99, 100, 106, 111, 112
Fundação Oswaldo Cruz 9, 55, 133, 134
P
Pesquisa qualitativa 14, 15, 16, 17, 20, 23, 24, 27, 29, 34, 35,
36, 49, 52, 57, 58, 69, 88, 89
Pesquisa quantitativa 13, 20, 88, 89
T
Tamanho da amostra 117, 118, 119, 120
Técnicas de pesquisa 13, 26, 27, 30, 58
Trabalho de campo 30, 31, 33, 36, 48, 49
132
V
Variável qualitativa 88, 91, 96, 97, 98, 99, 100, 101, 104, 105, 112
Bárbara Maia
Graduada em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (UFRN). Mestra em Estudos Urbanos e Regionais
(UFRN), na linha de pesquisa Estado, Sociedade e Políticas
Públicas. Doutoranda em Ciência Política no Instituto de Ciên-
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Michelle Fernandez
Doutora e mestre em Ciência Política pela Universidade de
Salamanca (2008-2012). Graduada em Ciência Política pela
Universidade de Brasília (2006). Foi pesquisadora visitante na
Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha), na Universi-
dade de Oxford (Inglaterra) e na Universidade de Manchester
(Inglaterra). É professora e pesquisadora no Instituto de Ciência
Política da UnB e pesquisadora-colaboradora do Instituto Aggeu
Magalhães – Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco (IAM – Fio-
cruz PE). Coordena o Núcleo de Estudos de Políticas de Saúde
(Nepos) dentro do Laboratório de Pesquisa em Comportamento
Político, Instituições e Políticas Públicas (LAPCIPP/UnB).
Rafael Moreira
Graduado em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Goiás (UFG – 2002) e em Filosofia pela
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE – 2021). Especia-
lista em Odontologia em Saúde Coletiva (UFG – 2003), mestre
em Saúde Coletiva pela Faculdade de Medicina de Botucatu
da Universidade Estadual Paulista (Unesp – 2005) e mestre em
Gerontologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Univer-
sidade Estadual de Campinas (Unicamp – 2009). Doutor em
Saúde Pública na Faculdade de Saúde Pública da Universidade
de São Paulo (FSP-USP), área de concentração em Epidemio-
logia (2009). Pesquisador Titular em Saúde Pública no Instituto
134
Ranna Ferreira
Enfermeira, formada pela Universidade de Pernambuco (UPE).
Pós-graduada em Saúde Coletiva, com Residência Multiprofis-
sional do Instituto Aggeu Magalhães – Fundação Oswaldo Cruz
SOBRE O LIVRO
Tiragem não comercializada
Formato: 14 x 21 cm
Mancha: 10,3 x 17,3 cm
Tipologia: Times New Roman 10,5 | 11,5 | 13 | 16 | 18
Arial 8 | 8,5
Papel: Pólen 80 g (miolo)
Royal | Supremo 250 g (capa)