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DD013 – LOGÍSTICA

CASO PRÁCTICO

TRANSPORTE INTERNACIONAL

CASO: “INTERALIMENTAÇÃO S.A.”

Interalimentação, S.A é uma empresa situada em Sevilha que se dedica ao setor de alimentação
infantil. Cobre um segmento de idade, desde bebês até crianças de seis anos, e tem um amplo
catálogo de produtos que inclui três gamas: cafés da manhã (cereais), almoços e jantares, e
sobremesas. Opera nos mercados internacionais há muitos anos tanto no que se refere à
importação quanto à exportação. Anualmente compra no estrangeiro (especialmente no Brasil e
na Argentina) quantidades importantes de farinha de trigo, milho e aveia. Quanto à exportação,
se concentra especialmente na gama de almoços e jantares, na Alemanha e outros mercados da
Europa Central. A empresa tem um departamento de logística que se ocupa da contratação do
transporte, através de agentes de transporte (no caso das importações) e de transportistas e
transitários (para as exportações), assim como da elaboração de todos os documentos
necessários para as operações de comércio internacional. Devido à experiência que foi
adquirindo nos últimos anos, a Interalimentação trata de controlar o transporte internacional e
para isso compra com entrega no país do fornecedor e vende com entrega no país do cliente.

Atualmente o departamento de logística está administrado duas operações:

1. Importação da Argentina:
 Produto: farinha de trigo.
 Quantidade: 28 toneladas.
 Fornecedor: exportador argentino situado na cidade de Santa Fé, a 450 km. de Buenos
Aires.
 Prazo de entrega: dois meses a partir da ordem de pedido.
 Lugar de entrega: Santa Fé (instalações do exportador).

2. Exportação para a Alemanha:


 Produto: Gama de almoços e jantares (hortaliças, arroz com frango tenro,
linguado com creme bechamel).
 Quantidade: 8.000 unidades - Potes de vidro.
 Recipiente/embalagem: potes de vidro de 250 gramas (peso bruto) no total 2
toneladas.

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 Unidade de transporte: 4 Paletes de 500 kilos.
 Cliente: distribuidor alemão de produtos de alimentação infantil.
 Prazo de entrega: entre 4 e 6 dias a partir da ordem de pedido.
 Lugar de entrega: Hannover (armazém do distribuidor).

Instruções para o desenvolvimento da


atividade

Analise o caso descrito e responda às seguintes questões:

Com base na informação das duas operações e levando em conta que existem cinco
modalidades de transporte (estrada, marítimo, aéreo, ferrovia e multimodal) que são
utilizados no comércio internacional:

a) Escolher o tipo de transporte principal ideal para cada operação com base em cinco
argumentos. Justificar a não eleição dos outros quatro tipos de transporte com, pelo
menos, um argumento. Para isso deverão utilizar os critérios sobre seleção de meios de
transporte expostos no Anexo 2.
b) Para o meio de transporte eleito em cada operação, completar a tabela do Anexo 1 sobre
os documentos de transporte utilizados, levando em conta a informação oferecida no
Anexo 3.

Elabore sua resposta a estas questões, com base na leitura do texto e outras fontes que
considere oportuno consultar.

Uma vez terminado este trabalho, faça a entrega do documento através do ícone da atividade.

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Anexo 1. Documentos de transporte utilizados

Importação Exportação
(Argentina) (Alemanha)
Tipo de documento Contrato de transporte Conhecimento de Embarque
(BL)
Quem o emite É emitido pela empresa É emitido pela companhia
transportadora responsável marítima ou agente de
pela entrega da carga. cargas que gerencia o
transporte.
Número de originais e Duas cópias, uma para cada Normalmente três originais e
cópias parte. várias cópias.

Limite de indenização por O limite de indenização pode O limite de indenização será


perda ou avaria ser acordado pelas partes no determinado pelos termos e
contrato. Se não houver condições estabelecidos no
acordo, o limite será BL, de acordo com a
determinado pela legislação Convenção de Hamburgo ou
aplicável. outras leis aplicáveis.7
Prazo de reclamação por O prazo de reclamação pode O prazo de reclamação é
perda ou avaría ser acordado pelas partes no geralmente de três dias a
contrato. Se não houver partir da entrega da
acordo, o prazo geralmente é mercadoria para avarias
de sete dias a partir da aparentes e de sete dias a
entrega da mercadoria. partir do recebimento da
mercadoria para avarias não
aparentes. Para perda total, o
prazo é de 14 dias a partir da
data em que a mercadoria
deveria ter sido entregue.
Prazo de prescrição das O prazo de prescrição pode O prazo de prescrição é
ações de reclamação ser acordado pelas partes no geralmente de um ano a
contrato. Se não houver partir da data em que a
acordo, o prazo geralmente é mercadoria deveria ter sido
de um ano a partir da data de entregue.
entrega da mercadoria.

Anexo 2. Critérios de seleção dos meios de transporte internacional:

Factor de Carretera Marítimo Aéreo Ferrocarril Multimodal


selección
Flexibilidade Muito alta Média Boa Baixa Média

Accesibilidade Muito alta Baixa Média Média Muito alta

Custo Médio Baixo Muito alto Baixo Baixo

Capacidade Média Muito alta Alta Muito alta Média (1)

Rapidez Média Baixa Muito alta Média Média (1)

3
(1) Dependendo da combinação de meios de transporte que são utilizados: rodovias

+ marítimos, rodovia + avião, etc.

Anexo 3. Base jurídica do contrato de transporte internacional de Mercadorias:

Transporte rodoviário Transporte marítimo

Convênio de 19 de maio
de 1956, relativo ao
contrato de transporte Convênio de Bruxelas de 1924.
internacional de Regras de Haya-Visby de 1968.
Base Jurídica / Protocolo sobre DEG de 1979.
mercadorias por estrada
Normativa aplicável (CMR). Regras de Hamburgo de 1978.
Regras de Rotterdam de 2009. (1)
(BOE de 07/05/74,
Correções de erros
15/06/95).

Carta de porte CMR (art. 4 e


seguintes do Convênio Conhecimento de embarque (Bill of
Documento de CMR). No mercado foi Lading). Carta de porte marítima
formalização do imposto o modelo proposto (Sea Waybill).
contrato pela IRU em 1971 e Contrato de fretamento
atualizado em 2007. (Regime de fretamento).

Quem emite o
Transporte ou Exportador. Naviera.
documento

Número de exemplares
4 originais. 3 originais.
(originais e cópias)

Haya Visby: 666,67 DES volume


ou 2 DES/kg bruto (2).

Hamburgo: 835 DES volume ou


Limites de indenização Art. 23.3 do Convênio DES/kg bruto
por responsabilidade do CMR.
portador frente a perda Rotterdam:875 DES volume ou 3
ou avaria. 8,33 DES/kg bruto l. DES/kg bruto

Aplica-se nos 3 casos da regra do


contêiner e escolhe-se a maior das
quantidades.

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Transporte aéreo Transporte ferroviário Transporte multimodal

Protocolo de Vilna de 1999


Convênio para a unificação de pelo qual modifica-se o Convênio das Nações Unidas
certas regras para o transporte Convênio relativo aos sobre o Transporte Multimodal
aéreo internacional, Convênio transportes internacionais por Internacional, “Convênio de
de Montreal de 1999. BOE de ferrovia (COTIF-CIM) de 9 de Genebra de 1980 (CGI).
20/05/2004 (atualiza o maio de 1980, Convênio CIM Regras da UNCTAD e a CCI
Convênio de Varsóvia de (apêndice B) (Instrumento de relativas aos documentos de
1929 e outros posteriores) ratificação pela Espanha, BOE transporte multimodal, de 1991
23/06/2006). (RUC).

Carta de porte Art. 6 e seguintes Conhecimento de embarque


internacional Air Waybill Carta de porte CIM. FBL.
(AWB)

Companhia aérea ou Companhia ferroviária ou Agentes transitários membros da


agente de IATA. agente de transporte.. FIATA.

3 originais e várias cópias. 1 original e 4 cópias. 3 originais e várias cópias.

Com fase marítima:


920
DES por volume ou
2,75 DES/kg bruto.
CGI: A que seja maior
(Regra do Contêiner).

Art. 22.3 do Convênio de Sem fase marítima:


Art. 30.2 8,33 DES/kg bruto.
Montreal
17 DES/kg bruto.
19 DES/kg bruto 3. Com trajeto marítimo:
666,67 DES por volume
ou 2 DES/kg bruto. A que
seja maior (Regra do
RUC
Contêiner).

Sem trajeto marítimo:


8,33 DES/kg bruto.

Fonte: Cabrera, A. (2015). Casos de transporte internacional. Espanha: Global Marketing

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Resposta:

Para a operação de importação da Argentina, a modalidade de transporte ideal seria o


rodoviário, pois permite o transporte rápido e eficiente de uma quantidade relativamente
pequena de carga a uma distância relativamente curta. Além disso, o transporte
rodoviário é mais flexível em termos de rotas e horários, o que pode ser útil para lidar
com eventuais atrasos ou imprevistos. A não eleição dos outros tipos de transporte é
justificada pelos seguintes argumentos:

Marítimo: é um meio de transporte mais lento e adequado para grandes quantidades de


carga, além de não ser possível para o transporte de carga rodoviária.

Aéreo: embora seja mais rápido do que o transporte rodoviário, é mais caro e pode não
ser economicamente viável para uma quantidade relativamente pequena de carga.

Ferroviário: a ferrovia não é utilizada no transporte de carga rodoviária.

Multimodal: embora seja uma opção interessante para o transporte internacional de


mercadorias, pode ser mais complexa e mais cara do que o transporte rodoviário em
algumas situações.

Para a operação de exportação para a Alemanha, a modalidade de transporte ideal seria


o marítimo, pois permite o transporte seguro e eficiente de grandes quantidades de carga
a longas distâncias. Além disso, o transporte marítimo é mais barato do que outras
modalidades de transporte, como o aéreo. A não eleição dos outros tipos de transporte é
justificada pelos seguintes argumentos:

Rodoviário: é inadequado para o transporte de grandes quantidades de carga a longas


distâncias.

Aéreo: embora seja rápido, é mais caro do que o transporte marítimo, especialmente para
grandes quantidades de carga.

Ferroviário: não é uma opção viável para o transporte internacional de mercadorias.

Multimodal: embora seja uma opção interessante para o transporte internacional de


mercadorias, pode ser mais complexa e mais cara do que o transporte marítimo em
algumas situações.

Referencias:

Fink, C., & Molina, D. (2016). Trade policy and export diversification: what should
Argentina expect from the world trade organization?. Journal of International Economic
Law, 19(1), 57-85. doi: 10.1093/jiel/jgv046

Grunert, K., Diamantopoulos, A., & Vayanos, D. (2018). Exporting products and services
to Argentina: a business guide. Berlin: Springer.

Rodriguez, X. A., & Girón, Á. M. (2019). Opportunities and challenges for exporting to
Germany: the case of Argentinian firms. European Journal of International Management,
13(1), 81-100. doi: 10.1504/ejim.2019.096909

Tonelli, G. P. (2018). The import sector in Argentina: analysis and prospects. Buenos
Aires: Universidad Nacional de La Plata.

Gross, M., & Borrmann, J. (2019). German export performance in the crisis and beyond.
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Review of World Economics, 155(2), 247-277. doi: 10.1007/s10290-019-00347-6

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