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Descrição

A pesquisa em Artes Visuais e a sua dimensão prática na construção de


conhecimento sobre o fazer artístico e os objetos culturais.
Propósito
Compreender a pesquisa em Artes Visuais na academia e os modelos de
projetos para entender a prática de produção de conhecimento sobre os
objetos artístico-culturais e históricos, assim como para ofertar a plena
dimensão de não separar a docência e a pesquisa.
OBJETIVOS
Módulo 1
Identificar o histórico e o status quo da pesquisa em Arte nas universidades do
Brasil
Módulo 2
Reconhecer a estruturação de um projeto de pesquisa em Artes Visuais
Módulo 3
Formular novas formas de escrita em projetos de pesquisa em Arte
Introdução
Para toda pesquisa se faz necessária a delimitação de uma pergunta sobre o
que será abordado. É essa pergunta que conduzirá todo processo e será
responsável pela motivação à procura de respostas. Neste tema, você será
provocado a entender o que é a pesquisa em Artes Visuais. Por conta disso,
serão propostos objetos de pesquisa. Ofertaremos dados e informações, e
você deve fazer as buscas, organizar os documentos e criar interpretações,
para que a pesquisa possa ser conduzida. Vamos lá?
Como pesquisar artes visuais e qual o seu histórico no Brasil?
Neste vídeo, a professora abordará as características da pesquisa em Artes
Visuais e seu histórico no Brasil.
Módulo 1
Identificar o histórico e o status quo da pesquisa em Arte nas
universidades do Brasil
Pesquisa em Arte nas universidades do Brasil
Pesquisador, você sabe do que precisa? Escolher um assunto, delimitar um
objeto, criar perguntas e investigar sobre elas. Reúna dados e estude as
informações coletadas. Depois, veja se é capaz de responder algumas
perguntas sobre o que aprendeu.
Vamos lá?
Demonstração
Qual e como é o cenário das pesquisas sobre Artes Visuais realizadas no
Brasil?
Essa informação pode ser encontrada em qualquer lugar? Com qualquer um?
Não! Essa busca deve ser feita nas academias, nas universidades.

Logo da e-MEC
O Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de Educação Superior, do
Ministério da Educação (Cadastro e-MEC), é um importante instrumento de
pesquisa para o levantamento dos cursos vigentes. Tomando como premissa
os cursos de bacharelado, por meio da palavra-chave “Artes Visuais” chega-se
a um panorama composto por 27 cursos de bacharelados em atividade,
ofertados em 13 estados, além do Distrito Federal: Bahia, Espírito Santo,
Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco,
Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
A seguir é possível verificar a localização e o componente curricular de alguns
casos selecionados. Confira exemplos de graduações em instituições públicas
e componentes curriculares, de acordo com o cadastro e-MEC.
Região Sudeste - MG, RJ e SP.
Clique nas palavras.
MG UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI
RJ UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
SP UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Região Sul - RS e SC.
Clique nas palavras.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
RS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
SC FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Região Centro-Oeste – GO e MS.
Clique nas palavras.
GO UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
MS UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL
Região Nordeste – BA e PB.
Clique nas palavras.
BA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
PB UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Os dados levantados e apresentados acima nos ajudam na compreensão, a
partir do recorte “instituições públicas” e “bacharelado em Artes Visuais”, da
distribuição dessa oferta de formação no território nacional, como o mapa que
segue.
Veja que há maior concentração de ofertas de cursos de bacharelado em Artes
nas regiões Sudeste e Sul, seguidas das regiões Centro-Oeste e Nordeste. Na
região Norte, apenas o estado do Pará apresentou oferta de graduação, dentro
do recorte de levantamento aqui apresentado.
Levantamento no e-mec, a partir do filtro "bacharelados em artes visuais em
funcionamento no Brasil".
Certamente surgem perguntas a partir da verificação desses dados. É sobre a
potencialidade destes que vamos colocar a “mão na massa” a partir de agora,
ou seja, construindo um cenário de práticas de pesquisa a partir dos dados
apresentados até aqui.
Cabe destacar, antes de prosseguirmos, que uma pesquisa quantitativa se
torna importante pela potencialidade da verificação dessas informações e
“compreensão profunda de certos fenômenos sociais apoiados no pressuposto
da maior relevância do aspecto subjetivo da ação social”. (GOLDENBERG,
2004, p. 49).
O contexto nos trouxe novas perguntas, certo? Então, vamos lá.
Podemos prosseguir com uma pergunta norteadora: em que medida esses
dados levantados no e-MEC refletem o cenário de pesquisas em Artes nas
universidades do Brasil?

Mão na Massa
1. Sobre a institucionalização da pesquisa em Artes no Brasil, é correto
afirmar que:

Teve início com a criação da Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de


Janeiro, no século XVIII, por iniciativa de Dom João VI.

As primeiras tentativas de institucionalização ocorreram na década de 1930,


através do Decreto-lei nº 25/1937, que criou a Faculdade de Filosofia, Ciências
e Letras da USP.

Apesar de já haver tentativas de institucionalização desde a década de 1930, a


pesquisa em Artes só veio a ocorrer sistematicamente a partir da década de
1970.

Foi implementada sistematicamente na USP, ainda durante a década de 1930,


por influência de docentes estrangeiros como Lévi-Strauss, Roger Bastide e
Jean Maügué.

Teve seu início em 1980, a partir do primeiro título de doutorado em Poéticas


Visuais, totalmente elaborado a partir de pesquisa específica em Artes
Comentário
2. A oferta de cursos de bacharelado em Artes Visuais no Brasil:

Concentra-se na região Norte do Brasil.

Inexiste na iniciativa pública.

Prioriza a formação clássica, de influência francesa.

Ocorre principalmente no eixo Sudeste-Sul do Brasil.

Não possuem Conceito de Curso satisfatório.


Comentário
3. Sobre o objeto de pesquisa, é correto afirmar que:

Quanto menos conhecido, menor será a sua originalidade.

Não precisa ser relevante para o campo de conhecimento.

Um mesmo objeto pode resultar em diferentes pesquisas.

A abundância de fontes indica um objeto pouco conhecido.

Não é possível ter um objeto sem fontes bibliográficas sobre ele.


Comentário
4. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estipula sete competências
específicas para o campo “Linguagens e suas Tecnologias” na etapa do
Ensino Médio. Dentre elas está a mobilização de práticas de linguagem no
universo digital, considerando suas dimensões técnicas, críticas,
criativas, éticas e estéticas. Assinale a alternativa que traz uma linguagem
especificamente digital:

Vídeos.

Pinturas.

Gravuras.

Performances.

Podcasts.
Comentário
5. Considere o texto a seguir:

“Como uma pesquisa em Arte, e especialmente em Artes Plásticas, pode


encontrar espaço, no campo das Ciências Humanas, ao lado de
disciplinas patenteadas como a História da Arte ou a Estética, em outros
termos, disciplinas que visam um avanço do conhecimento e que, quanto
a seus métodos, se esmeram notadamente em manipular conceitos em
vez de pincéis ou tesouras? Esta é uma das questões que a presente
comunicação se propõe a abordar. Assim, apegar-me-ei mais
particularmente a situar o uso que se faz do conceito em Artes Plásticas,
pois um pesquisador em Artes Plásticas, a despeito de alguns, utiliza os
conceitos. Longe de desdenhá-los, ele os usa e os trabalha. Mas ele os
trabalha de maneira diferente. Em troca, é diferentemente trabalhado por
eles. Por que razões? Porque ele trabalha também (no) o campo do
sensível. Um pesquisador em Artes Plásticas, com efeito, opera sempre,
por assim dizer, entre conceitual e sensível, entre teoria e prática. entre
razão e sonho. Mas que a palavra entre, aqui, absolutamente não nos
iluda, pois, para nosso pesquisador, se trata de operar no constante
vaivém entre esses diferentes registros”.

LANCRI, Jean. Modestas proposições sobre as condições de uma


pesquisa em Artes Plásticas na universidade. O meio como ponto zero.
Porto Alegre: UFRGS, 2002.

Considerando o exposto no texto, é correto afirmar que o(a)


pesquisador(a) em Artes:

Ignora os conceitos.

Trabalha na dimensão objetiva.

Faz uso apenas da prática.

Alia conceitos à sensibilidade.

Preocupa-se apenas com a poética.


Comentário
6. Para a iniciar a elaboração de um projeto de pesquisa nas Artes é
fundamental haver:

Uma questão.

Uma obra de arte.

Um(a) artista.

Uma hipótese.

Uma conclusão.
Comentário
Como você se saiu? Vamos pensar essas questões a partir de um
pesquisador?
A professora Adriana Nakamuta conta a trajetória dela e serve como reflexão
das questões que você realizou. Vamos assistir:
Teoria na prática
O breve levantamento na plataforma digital do Ministério da Educação (e-MEC)
nos mostra dados sobre a formação em Artes Visuais no Brasil, a partir de uma
amostragem do ensino público, na modalidade bacharelado.
Essa plataforma se apresenta como uma importante fonte de pesquisa, em
caráter digital, para levantamento de dados quantitativos. Outrossim, é por
meio desses dados que podemos delinear uma análise qualitativa sobre essa
amostragem, para ponderar sobre as especificidades das formações e a
consolidação de grupos de pesquisa no Brasil dentro das universidades.
Observe duas realidades: a composição do curso da Universidade Federal da
Paraíba e da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A partir dos dados
apresentados, podemos concluir que uma contém temáticas regionais como
“História da Arte na Paraíba” na formação de um pesquisador e, na outra, em
decorrência do seu próprio histórico oriundo da AIBA e da Escola Nacional de
Belas Artes, a formação do pesquisador concentra-se nas subdivisões de
habilitação em Pintura e/ou Escultura.
A estrutura curricular também vai conduzir ao aparecimento de grupos de
pesquisa, formação/criação de cursos de pós-graduações e até mesmo
especialidades de estudos em determinadas instituições. Para isso, observe,
por exemplo, duas plataformas de projetos de pesquisa.
Clique nas barras para ver as informações.
UFPB
A plataforma da UFPB apresenta projetos relativos aos acervos de arte na
Paraíba.
Grupo de pesquisa em Artes da UFPB, 2021.
UFMG
A plataforma da UFMG apresenta projetos com pesquisas que dialogam sobre
técnicas e procedimentos tradicionais como arte em barro – já que Minas
possui um rico acervo de esculturas devocionais históricas, diversidade de
linguagens – e cinema e teatro, e temas contemporâneos, como experiências
decoloniais.
Grupos de pesquisa em Artes da UFMG, 2021.
As plataformas são importantes instrumentos de pesquisas que, por sua vez,
colaboram com o mapeamento das informações relativas aos grupos de
pesquisas, aos pesquisadores envolvidos e às temáticas/objetos em
desenvolvimento. Os resultados das pesquisas compõem os periódicos
científicos, também liderados por grupos e pesquisadores nas universidades,
assim como os informes e exposições dos resultados em eventos científicos
realizados pelas associações organizadas.
Clique no botão para ver as informações.
Verificando o aprendizado
1. Com o conhecimento adquirido a partir do conteúdo do Módulo 1,
julgue cada afirmativa a seguir como verdadeira (V) ou falsa (F) e, então,
assinale a alternativa correta:

I. A criação da área de Artes no CNPq ocorreu na década de 1980, a partir


dos esforços da ANPAP, fundada na década de 1970, por iniciativa do
corpo docente da USP.
II. Em 2016, o censo do CNPq apontou que 5% das linhas de pesquisa
registradas concentraram-se em Linguística, Letras e Artes.
III. A pesquisa em Artes no Brasil conta com o apoio de associações
como a ANPAP, o CBHA e a FAEB.
IV. A pesquisa em Arte no Brasil tem como desafio consolidar-se como
saber científico que apresenta suas próprias especificidades.

F-V-V-V.

F-V-F-V.

F-F-V-V.

V-V-F-V.

V-F-V-V.
Comentário
2. Conforme Fortin e Gosselin (2014, p. 1), a pesquisa nas Artes engloba
três tipos diferentes de abordagens: a pesquisa sobre Artes, para as
Artes e em Artes. Assinale a alternativa que contém a relação correta
entre o tipo de pesquisa e seu respectivo exemplo:

Pesquisa em Artes – compreensão de determinada técnica para


desenvolvimento de estudos e treinos para aprimoramento de menor impacto.

Pesquisa sobre Artes – compreensão do impacto dos dispositivos eletrônicos


entre dançarinos e iluminação.

Pesquisa em Artes – tem por resultado tanto um produto textual quanto uma
obra de arte.

Pesquisa para Artes – compreensão da biografia de determinado artista para


análise do contexto histórico social da época.

Pesquisa sobre Artes – exclusiva para doutorados, tem por resultado produtos
textuais que fazem grande uso de imagens.
Comentário
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MÓDULO 2
Reconhecer a estruturação de um projeto de pesquisa em Artes Visuais
Construindo um projeto de pesquisa
Neste vídeo, a professora Flávia Miguel de Souza apresentará alguns
caminhos para se delimitar as escolhas de pesquisa em Artes Visuais.
Fluorita - pintura a óleo.
Introdução
Para o desenvolvimento de um projeto de pesquisa em Artes Visuais, é
importante compreender a sua relevância dentro do campo científico e,
sobretudo, a sua viabilidade técnica. É por meio da observação/análise pelos
pares – ou pelos grupos que se estruturam no Brasil – que se torna possível
verificar se uma pergunta formulada para dar início a uma pesquisa, as fontes
levantadas e o objeto de estudo selecionado se encaixam nesse cenário
nacional.
Em resumo, é preciso ter em mente:
Como e de que maneira minha pesquisa contribui para a área de Artes?
Quais os impactos dos resultados obtidos para a produção de conhecimento
sobre/das Artes?
Vamos compreender dois pontos importantes:
 O cenário de grupos e linhas e das associações de divulgação dos
resultados de pesquisa em Artes do Brasil.
 As especificidades de um projeto de pesquisa em Artes.
É importante, então, saber o que anda sendo pesquisado, não é verdade?
Vamos lá:
Demonstração
De acordo com censo realizado em 2016 pelo CNPq, dentre 147.392 linhas de
pesquisa registradas, 5% se concentraram em Linguística, Letras e Artes. No
repositório digital da CAPES foram encontrados registros de 78.463 resultados
de dissertações sob a palavra-chave “Artes Visuais”, sendo 57.841
dissertações de mestrado e 17.984 teses de doutorado. Em 2019, foram
registrados 5112 trabalhos.
Clique no botão para ver as informações.
Na busca pelo Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil, do CNPq, a
palavra-chave “Artes Visuais” retornou 91 linhas de pesquisa registradas,
distribuídas por 60 grupos, em diferentes universidades brasileiras.
Confira a seguir a relação dos grupos e linhas de pesquisas registradas na
base de dados do CNPq.
Região Norte - PA
Clique nas palavras.
PA Universidade Federal do Pará
Região Nordeste - AL, BA, CE, MA, PB e SE
Clique nas palavras.
AL Instituto Federal de Alagoas – Matriz
Universidade do Estado da Bahia
BA Universidade Federal da Bahia
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
CE Instituto Federal do Ceará – Reitoria
MA Universidade Federal do Maranhão
PB Universidade Federal da Paraíba
SE Universidade Federal de Sergipe
Região Centro-Oeste - DF e MS
Clique nas palavras.
DF Universidade de Brasília
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
MS
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Região Sudeste - ES, MG, RJ e SP
Clique nas palavras.
ES Universidade Federal do Espírito Santo
Universidade Federal do Maranhão
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET)
MG Universidade do Estado de Minas Gerais
Universidade Federal de Juiz de Fora
Universidade Federal de Minas Gerais
Colégio Pedro II
RJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Federal Fluminense
Universidade de São Paulo
Universidade Estadual de Campinas
SP
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP)
Universidade Federal de São Paulo
Região Sul - PR, RS e SC
Clique nas palavras.
Universidade Federal do Paraná
Universidade Estadual do Paraná
PR
Universidade Estadual de Maringá
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul
RS Universidade Federal de Santa Maria
Universidade Federal do Rio Grande
SC Universidade do Estado de Santa Catarina
No mapa abaixo é possível observar a distribuição territorial dos Grupos de
Pesquisa no Brasil.
Representação cartográfica da distribuição de grupos de pesquisa em Artes
Visuais no Brasil.
Também é possível visualizar as temáticas abordadas nas linhas de pesquisa,
por ordem de recorrência.
Clique no botão para ver as informações.
A criação da área de apoio à pesquisa em Artes dentro do CNPq foi
profundamente beneficiada pela atuação do então técnico da instituição, Silvio
Zamboni, que buscava a oficialização da área de Artes como campo de
pesquisa científica.
As pesquisas em Artes estão inseridas na grande área de Linguística, Letras e
Artes no sistema de pesquisa nacional.

Logo da Capes e do CNPq


A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
fundação do Ministério da Educação (MEC), também é um órgão importante
para compreender a estruturação das pesquisas em Artes, fomentadas pela
CAPES. Esta desempenha papel fundamental na expansão e na consolidação
da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados
da Federação. Em 2007, passou também a atuar na formação de professores
da educação básica, ampliando o alcance de suas ações na formação de
pessoal qualificado, no Brasil e no exterior.
No que tange à área de Artes, enfrentamentos ocorrem em relação à
valorização da área em defesa de sua especificidade, especialmente na
garantia de recursos para o desenvolvimento das pesquisas.
(CAPES, 2020)
Muitas informações, não é verdade? Até aqui, aprendemos que para fazer uma
pesquisa não basta apenas ter uma ideia e escrever sobre ela. Existem grupos
de pesquisa, linhas de pesquisa, um campo inteiro de estudos para organizar e
conhecer.
No primeiro módulo, vimos um campo em dificuldade, e agora ele ganhou
corpo e pesquisa. O desafio é montar o seu próprio currículo e pensar: se eu
precisasse me filiar a alguma área, qual seria? Vamos colocar a mão na
massa.

Mão na Massa
1. Sobre as agências federais de fomento à pesquisa, assinale a
alternativa que traz a associação correta entre agência e respectivo
objetivo:

ANPAP − entidade de natureza científico¬-artístico-¬educativa, sem fins


lucrativos, que congrega pesquisadores.

CAPES − desempenha papel fundamental na expansão e consolidação da pós-


graduação stricto sensu (mestrado e doutorado).

CNPq – associa professores e pesquisadores dedicados a estudos no campo


da História da Arte brasileira e internacional.

CAPES − estimula, por meio de seus colóquios anuais, a divulgação das


pesquisas realizadas no Brasil.

FAEB − lidera movimentos em prol das Artes Visuais, Dança, Música e Teatro
na educação brasileira.
Comentário
2. A Universidade Federal da Bahia (UFBA) foi fundada em 1808, quando o
Príncipe Regente Dom João VI instituiu a Escola de Cirurgia da Bahia −
primeiro curso universitário do Brasil. Ainda no século XIX, incorporou a
Academia de Belas Artes, fundada em 17 de dezembro de 1877. Sobre o
ensino e pesquisa em Artes Plásticas na UFBA podemos afirmar que:

Oferece duas opções de bacharelado (Artes Plásticas e Design) e uma opção


em licenciatura (Desenho e Plástica).

Dentre os grupos de pesquisa ativos está o MAMETO, dedicado à pesquisa


sobre processos criativos em Artes Visuais.

Em 1978, a instituição implantou o Curso de Especialização em Conservação e


Restauração de Bens Culturais Móveis.

Em 1968, a Academia de Belas Artes se integrou ao sistema de Ensino


Superior da Universidade por meio do Plano de Reestruturação da UFBA.

A Escola de Belas Artes agregou instituições particulares que existiam em


Salvador, como o Conservatório de Música e a Escola de Belas Artes Dona
Carmen Trápaga Simões.
Comentário
3. No Brasil, a institucionalização da pesquisa nas Artes teve seu início na
década de 1970. Trata-se de um obstáculo para o trabalho dos(as)
pesquisadores(as) nesse campo de conhecimento:

A pouca variedade de temas de pesquisa.

A implementação da Base Nacional Comum Curricular.

O diminuto reconhecimento da Arte como saber científico.


A impossibilidade de escrever sobre processos subjetivos.

A ausência de instituições de ensino em Arte no País.


Comentário
4. Conforme Oliveira e Charreu (2016, p. 372), a “investigação baseada
nas artes” é um tipo de investigação de orientação qualitativa que utiliza
procedimentos artísticos para revelar aspectos que não são visíveis em
outro tipo de investigação, como as experiências de alteridade entre as
figuras de pesquisador(a), leitor(a), colaborador(a), e suas próprias
interpretações sobre essas experiências. Considerando essa breve
conceituação, podemos afirmar que nesse tipo de investigação a Arte é:

O objeto de pesquisa.

O recorte.

Os próprios dados.

O método.

A conclusão.
Comentário
5. FUNDEP − 2018 − Prefeitura de Santa Bárbara − MG − Professor – Artes
(Adaptado)

“A busca de um ensino de Arte em perspectiva do futuro, contra toda


forma de reprodução burguesa e alienante, deve propor um currículo
consequente, que alcance a grande maioria da população. Essa ação
pedagógica é a luz que enxergamos no fim do túnel – deve nascer do real,
sempre de maneira crítica e criativa.”

AZEVÊDO. In: Som, gesto, forma e cor. Dimensões da Arte e seu ensino,
2003.

Considerando as concepções do autor, assinale a alternativa incorreta:

O ensino de Arte de qualidade não deve ser efetivado como um ato político.

O ensino de Arte deve garantir a todos o acesso a conteúdos vivos e


concretos, ligados às realidades sociais e suas contradições.

Arte é linguagem de poder e de dizer coisas que não cabem simplesmente nas
palavras.

Todas as linguagens artísticas podem dialogar com a política, as ideologias, as


ciências, a filosofia e, ainda, com as guerras, as injustiças e, acima de tudo,
com o amor.

O ensino em Arte, em sua contemporaneidade, busca englobar métodos


formais e não formais.
Comentário
6. Conforme Fortin e Gosselin (2014, p. 1), a pesquisa nas Artes engloba
três tipos diferentes de abordagens: a pesquisa sobre Artes, para as
Artes e em Artes. Assinale a alternativa que contém a relação correta
entre o tipo de pesquisa e seu respectivo exemplo:

Pesquisa em Artes – compreensão de determinada técnica para


desenvolvimento de estudos e treinos para aprimoramento de menor impacto.

Pesquisa sobre Artes – compreensão do impacto dos dispositivos eletrônicos


entre dançarinos e iluminação.

Pesquisa em Artes – tem por resultado tanto um produto textual quanto uma
obra de arte.
Pesquisa para Artes – compreensão da biografia de determinado artista para
análise do contexto histórico social da época.

Pesquisa sobre Artes – exclusiva para doutorados, tem por resultado produtos
textuais que fazem grande uso de imagens.
Comentário
Se eu quiser fazer um projeto de pesquisa, como eu faço?
Neste vídeo, a professora Flávia Miguel de Souza apontará possibilidades de
como se iniciar um projeto de pesquisa em Artes Visuais.
Teoria na prática
Visto a exposição do panorama dos grupos e das linhas de pesquisa, bem
como suas temáticas no Brasil, vamos conhecer associações de apoio à
pesquisa como a Associação Nacional de Pesquisadores em Artes
Plásticas (ANPAP), o Comitê Brasileiro de História da Arte (CBHA), e a
Federação de Arte/Educadores do Brasil (FAEB).
Segundo descrição em seu site (2020), a Associação Nacional de
Pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP) é uma entidade de natureza
científico¬-artístico-¬educativa, sem fins lucrativos, que congrega
pesquisadores, centros e instituições para promover, desenvolver e divulgar
pesquisas no campo das Artes Plásticas e Visuais. Foi fundada em 1987, a
partir de mobilizações do então técnico do CNPq, Silvio Zamboni, no meio
acadêmico das Artes. Cruz (2012) aponta que:
Conforme Zamboni, em meados de 1980 o CNPq não dispunha de uma
área de Artes, e as pesquisas acabavam por ampliar o volume de
trabalhos junto às Ciências Humanas e Sociais. Muitos trabalhos
chegavam ao CNPq, às vezes mal formulados, em parte devido ao pouco
conhecimento dos procedimentos necessários para solicitar auxílio à
referida agência. Também, porque em grande parte os solicitantes não
respondiam ao perfil científico e tecnológico atendido pelo CNPq; ou por
falta de tradição e recursos humanos capacitados na área, o que acabou
por determinar a precariedade inicial das atividades de pesquisa em
Artes.
(CRUZ, 2012, p. 6)
Diante de tal contexto, Zamboni alertou sobre a urgência de se criar uma
associação que respaldasse as pesquisas em Artes no Brasil. Confira as
principais:
Clique nas barras para ver as informações.
ANPAP
A ANPAP foi fundada como espaço de articulação do saber científico em Artes,
como também de articulação política em prol da inserção e consolidação das
Artes no espaço social da pesquisa científica no País.
Por meio de encontros nacionais, publicações de boletins, anais e
realização de editais de submissão de trabalhos científicos, a ANPAP
contribui com a pesquisa em Artes e sua divulgação.
CBHA
Fundado em 1972, o Comitê Brasileiro de História da Arte (CBHA) é uma
associação de professores e pesquisadores dedicados a estudos no campo da
História da Arte brasileira e internacional.
Filiado ao Comité International d'Histoire de l'art (CIHA), o CBHA busca
estabelecer condições de intercâmbio com pesquisadores e instituições
internacionais e estimular, por meio de seus colóquios anuais, a
divulgação das pesquisas realizadas por seus membros, promovendo a
comunicação e a troca de conhecimentos entre a disciplina e campos
correlatos.
FAEB
A Federação de Arte/Educadores do Brasil (FAEB), conforme descrito em seu
site (2020), congrega ações de professores e pesquisadores responsáveis por
uma significativa produção de conhecimento referente a temas da educação
básica, do ensino superior e da pós-graduação, bem como dos processos
educativos informais e não formais das áreas artísticas (Artes Visuais, Dança,
Música e Teatro). É a primeira entidade civil voltada para a pesquisa e o ensino
das áreas artísticas, em âmbito nacional, congregando associações e uma rede
de representantes estaduais em todas as regiões do País, vinculados/as às
redes de educação municipal, estadual, universidades e institutos federais,
além de professores que atuam em contextos de educação não formal.
Segundo o site da ConFAEB (2020), a FAEB foi criada em 1987 e, desde
então, lidera movimentos em prol das Artes Visuais, Dança, Música e
Teatro na educação brasileira. Contribuiu em encaminhamentos com
parlamentares da constituinte de 1988 e com o Conselho Federal de
Educação durante a elaboração das diretrizes para o ensino superior e
básico.
A Federação representa o Brasil junto ao Conselho Latino-Americano de
Educação pela Arte (CLEA), junto à International Society for Education through
Art (InSEA) e junto à Organização Ibero-americana de Educação pela Arte
(OIE). Dialoga assim com uma rede de entidades que almejam o fortalecimento
da criação artística e o acesso à cultura.
Desde 1988, realiza anualmente o Congresso Nacional da Federação de
Arte/Educadores do Brasil (ConFAEB), evento acadêmico que reúne
profissionais do campo da Arte/Educação.
Devido às medidas de isolamento social impostas pela pandemia de Covid-19,
que inviabilizou a realização de eventos na modalidade presencial em 2020, a
diretoria da FAEB decidiu, como procedimento agregador e fortalecedor da
rede de atuação no país, a realização online de Encontros Regionais da FAEB
(ENREFAEB), sendo o ENREFAEB Nordeste o primeiro encontro.
ANPAP, CBHA e FAEB representam as associações onde os pesquisadores
da área de Artes se reúnem, compartilham interesses e lutam pela
consolidação da área.
Começamos pelo levantamento dos cursos e chegamos às associações. O que
isso representa dentro de uma prática de pesquisa em Artes? Quatro pontos
importantes devem ser considerados:
1
A existência dos cursos – aumento e incrementos nos currículos – refletem a
formação de pesquisadores em Artes no Brasil e a maneira como estão
abrigados nas universidades. Vale destacar que há inúmeros cursos de
licenciatura em Artes – públicos ou privados – dedicados à formação do
docente que atuará, especialmente, no Ensino Básico.
2
As composições desses cursos, suas especificidades, levaram a organização
de grupos de pesquisa com especialidades vinculadas aos seus docentes-
pesquisadores. São nítidas as características que diferem uns dos outros e, ao
mesmo tempo, percebe-se uma tendência de cursos e grupos de pesquisa
dedicados aos processos artísticos – estudos das poéticas visuais, nos quais
se inclui a produção do artista-pesquisador – e da história e crítica de Arte.
3
Verificar essas fontes de pesquisa (e-Mec, CAPES, CNPq, ANPAP, CBHA,
ConFAEB), com o levantamento dos dados quantitativos e qualitativos,
demonstra a possibilidade de compreensão do “cenário” da pesquisa em Artes
no Brasil e nos mostra questões práticas que podem ser levantadas, como, por
exemplo, qual o impacto de pesquisas nessa área na sociedade.
4
Pensando em resultados e no impacto da produção científica no campo das
Artes para a sociedade, temos exemplos claros desses quesitos, como: o
conhecimento de artistas e obras desconhecidos da História da Arte; a revisão
de parâmetros que conduziram o estudo da Arte até o presente momento,
centrado nos modelos europeus, que deixaram de fora muitas produções
artísticas de grande relevância, como a produção eclética do século XIX; o
reconhecimento da importância dos elementos artísticos e decorativos para a
História da Arte, compreendendo a sua relevância para conhecimento dos
usos, costumes e cultura de determinadas épocas; entre tantas outras
possíveis e necessárias.
Clique no botão para ver as informações.
Verificando o aprendizado
1. UFMT − 2017 − UFMT − Técnico em Assuntos Educacionais

A coluna da esquerda apresenta perguntas às quais um projeto de


pesquisa deve responder e a da direita, os elementos do projeto. Numere
a coluna da direita de acordo com a da esquerda.
1. Quem e onde pesquisar?
2. O que pesquisar?
3. Por que pesquisar?
4. Para que pesquisar?
5. Como pesquisar?
6. Quando pesquisar?
( ) Cronograma
( ) Justificativa
( ) Dados de identificação e tema
( ) Objetivo geral
( ) Problema e embasamento teórico
( ) Objetivos específicos e método

Assinale a alternativa que contém a sequência correta:

6, 3, 4, 2, 5, 1.

4, 1, 3, 5, 6, 2.

6, 3, 1, 4, 2, 5

3, 2, 5, 4, 1, 6.

1, 3, 5, 6, 4, 2.
Comentário
2. Conforme Ferreiro e Teberosky (1986), a psicogênese da escrita
relaciona-se à formulação de hipóteses a respeito do código linguístico,
desenvolvendo através dos níveis pré-silábico, silábico, silábico-
alfabético, alfabético. Considerando o enunciado, assinale a alternativa
que apresenta a correta associação entre nível de desenvolvimento e seu
respectivo aspecto:

Alfabético – não ocorre diferenciação entre escrita e desenho.

Silábica – compreende o uso social da escrita: comunicação.

Pré-silábica – preocupação com as questões ortográficas.


Silábica – não relaciona a escrita com a fala.

Alfabética – compreende o uso social da escrita: comunicação.


Comentário
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MÓDULO 3
Formular novas formas de escrita em projetos de pesquisa em Arte
A pesquisa em arte atual
A professora Luana Cardoso da Costa apresentará o estado da questão na
pesquisa em Artes Visuais, mostrando as linhas de pesquisa e um balanço
sobre a área.
Artista trabalhando em um ateliê. Arte e Escultura.
Premissa
“(...) pesquisa em Arte é qualquer pesquisa que se desenvolva no campo da
Arte. Ora, a Arte, enquanto área do conhecimento humano, abarca um amplo
espectro de expressões e manifestações” (ZAMBONI, 2012, p. 05), mas há
uma, em específico que se dedica ao trabalho em criação artística, feito por
artistas que buscam atingir no final o produto, a obra de arte. Claro que dentro
dessas pesquisas também se enquadram as ligadas à História e Teoria da
Arte, à Curadoria, à Arte-Educação, à Restauração, à Sociologia da Arte,
espalhadas pelo Brasil, como já vimos na conformação dos grupos de
pesquisas, associadas às formações em Artes Visuais. Mas aquelas dedicadas
a atingir um produto, a obra, não apenas a escrita, são nosso ponto de
destaque.
Resumindo
A pesquisa que investiga o objeto de arte, com base na própria existência da
coisa em si, com fontes secundárias de pesquisa − como manuais, arquivos
textuais e iconográficos (imagens) − e apoiada em guias, tratados, coleções,
revistas e livros, representam parte dos projetos de pesquisa em Artes nas
universidades. Desde a criação dos primeiros grupos consolidados no Brasil,
são desenvolvidas pesquisas com resultados apresentados em periódicos e
eventos científicos, mas apresentaremos as que tiveram como resultado
esperado a conclusão de uma obra. É sobre essa tipologia de projeto que
vamos estudar.
A seguir, um projeto que pode ser usado como exemplo para desenvolver.
Demonstração
Xeroperformance, de 1980, é uma obra bidimensional do artista plástico
pernambucano Paulo Bruscky, fruto das suas pesquisas e produções sobre as
possibilidades criativas de arte-xerox. Ele é considerado um dos grandes
nomes da Arte Contemporânea em Pernambuco e da renovação artística
nesse cenário, explorando um instrumento da época – a máquina de xerox –
entre outras como radiografias e eletrocardiogramas. É fruto de uma geração
que se dedica à Arte conceitual no Brasil, com pesquisas tecnológicas e
políticas.
“Xeroperformance”,
de Paulo Bruscky, 1980.
O corpo, elemento importante nessa obra, é parte da produção e meio da ação.
Na imagem, vemos a obra sempre produzida e o produto final. Mas também é
preciso considerar que a própria ação, a performance, é a obra.
Esse é o campo das Artes Visuais nos anos 1980, ampliado com possibilidades
emergentes com questões tecnológicas, conceituais e políticas, para além das
questões históricas e historiográficas.
Paulo Bruscky, com essa obra/performance, questiona não apenas os
processos, mas a própria Arte. Coloca em debate a cópia e o original, a
reprodutibilidade, o ser humano e a máquina, os novos tempos e os novos
dilemas. E como isso aparecerá nas pesquisas em Artes? Em teses,
dissertações, artigos e, principalmente, com mobilizações de grupos e nas
associações, nos coletivos de Artes e nas novas expografias e exposições.
Pierre Baqué, em Metodologias comparadas da pesquisa universitária em
Artes Plásticas e em Artes Aplicadas (2002), investiga o que é uma tese em
Artes Plásticas.
Para ele, corresponde a:
[...] um trabalho de pesquisa universitária e artística que traz uma
resposta prática e teórica a uma questão bem circunscrita relativa às
Artes Plásticas. Factualmente, resultam disso dezenas ou trezentas
páginas de texto ‘erudito’ e um conjunto de obras (pinturas, esculturas,
desenhos, objetos diversos, filmes, fotos, multimídia etc). Texto e obra
constituem um todo coerente, rigoroso e artístico, apesar de sua
heterogeneidade.
(FABRIS apud BAQUÉ, 2002, p. 177)

Cartaz de divulgação da 20ª


Edição da Bienal Internacional de São Paulo, 1989.
O que Bruscky e outros artistas da mesma geração, dos anos 1980, mostram?
Clique no botão para ver as informações.

Mão na Massa
1. Sobre a escrita nas pesquisas em Artes, avalie cada afirmativa a seguir
e, então, assinale a alternativa que indica somente as afirmativas
corretas.

I. A escrita é um lugar de incorporação de conhecimento sensível, bem


como conhecimento teórico.
II. A escrita criativa dispensa o caráter fictício, não sendo assim
considerada pela poética artística, mas sim pela dimensão científica do
fazer arte.
III. Escritos autoetnográficos geralmente não se concentram tanto na
história objetiva, mas sim visam comunicar aspectos da experiência
pessoal do autor.
IV. A parte escrita de um trabalho acadêmico nas Artes pode incluir todos
os tipos de narrativas e textos criativos.

Assinale a alternativa correta:

I, III e IV.

I, apenas.

III e IV.

III, apenas.

II e III.
Comentário
2. IDECAN − 2016 − SEARH − RN − Professor − Pedagogia − Anos Iniciais
(Adaptado)

Sobre o desenvolvimento da escrita, analise as afirmativas a seguir.

I. É através da linguagem falada que a escrita vai se desenvolver, e o ato


de desenhar é um estímulo.
II. Cabe à Pedagogia desenvolver atividades que proporcionem o
desenvolvimento da escrita, com práticas pedagógicas que provocam
experiências estimuladoras.
III. A escrita é inata a todos os seres humanos; ou seja, não precisa ser
ensinada ou estimulada de qualquer maneira.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):


I, II e III.

I, apenas.

I e II, apenas.

II, apenas.

II e III, apenas.
Comentário
3. Sobre a Federação de Arte/Educadores do Brasil (FAEB) é correto
afirmar que:

Congrega apenas ações educativas formais de professores e pesquisadores


em Artes no Brasil.

Desde 1988 realiza anualmente o Congresso Nacional da Federação de


Arte/Educadores do Brasil (ConFAEB).

Desde 2018 realiza os Encontros Regionais da FAEB (ENREFAEBs), sendo o


ENREFAEB Nordeste o primeiro encontro.

Representa o Brasil no Comité International d'Histoire de l'art (CIHA), buscando


estabelecer condições de intercâmbio com pesquisadores e instituições
internacionais.

Foi fundada em 1987, a partir de mobilizações do então técnico do CNPq,


Silvio Zamboni, responsável pela criação da área de Artes nesse instituto.
Comentário
4. Sobre a criação da área de Artes no CNPq e a concentração das linhas
de pesquisa, julgue cada afirmativa a seguir como verdadeira (V) ou falsa
(F) e, então, assinale a alternativa correta:

I. A criação da área de Artes no CNPq ocorreu na década de 1980, a partir


dos esforços da ANPAP, fundada na década de 1970, por iniciativa do
corpo docente da USP.
II. Em 2016 o censo do CNPq apontou que 5% das linhas de pesquisa
registradas concentraram-se em Linguística, Letras e Artes.
III. A pesquisa em Artes no Brasil conta com o apoio de associações
como a ANPAP, o CBHA e a FAEB.
IV. A pesquisa em Arte no Brasil tem como desafio consolidar-se como
saber científico que apresenta suas próprias especificidades.

F-V-V-V.

F-V-F-V.

F-F-V-V.

V-V-F-V.

V-F-V-V.
Comentário
5. FGV − 2016 − SME − SP − Professor – Arte

Assinale a afirmativa que caracteriza corretamente os pressupostos das


pesquisas contemporâneas em cultura visual.

A educação em cultura visual busca fornecer uma definição do que é Arte,


distinguindo-a dos artefatos que não almejam expressar o belo.

O ensino e aprendizagem da cultura visual deslocam seu foco de interesse


para o estudo formal da obra, seu estilo e estrutura de composição.
Em função do caráter transdisciplinar do campo da cultura visual, a Arte deixa
de ter natureza ou valor distintivo, reduzindo-se a artefato cultural.

Os currículos da cultura visual a apresentam como construção social,


abordável a partir de perspectivas inclusivas.

A cultura visual deve ser extraída do contexto geral da cultura, e, ao fazê-lo,


evidencia as qualidades essenciais da Arte e do objeto estético.
Comentário
6. IBADE − 2019 − Prefeitura de Vilhena − RO − Professor − Pedagogia

Sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), pode-se afirmar que é:

Um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e


progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem
desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.

Uma lei que visa assegurar os direitos de aprendizagem e desenvolvimento


dos alunos da Educação Superior, em conformidade com o que preceitua o
Plano Nacional de Educação (PNE).

Um documento normativo que se aplica à educação escolar e à educação não


formal, tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996).

Um pacto que está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que
visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva, como fundamentado na Constituição Federal Brasileira
de 1988.

Um pacto que está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que
visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva, como fundamentado na Bíblia Sagrada.
Comentário
Tem dúvidas? Então vamos Sanar!
A professora Luana Cardoso da Costa ensinará as dinâmicas fundamentais da
pesquisa em Artes Visuais.
Teoria na Prática
Como seria o fazer artístico como processo de conhecimento? Vejamos o caso
das obras da artista plástica mineira Beatriz Rauscher, que tem em sua
trajetória de pesquisa inicial a herança prática da xilogravura, redimensionada
em termos teóricos e conceituais, em sua dissertação de mestrado, para
grandes imagens plotadas e projetadas de troncos de árvores. Veja que a
madeira, matriz da técnica de xilogravura, agora é fonte principal e imagética
da pesquisa da artista.
Clique nas setas para ver o conteúdo.
Imaterial e frágil, 2004.
Imaterial e frágil, de Beatriz Rauscher, 2004.
Sem título. Quase fotografia, 1995.
Sem título. Quase fotografia, de Beatriz Rauscher, 1995.
Segundo a artista,
[...] o tema das relações entre natureza e cultura e as temáticas dedicadas
à problematizarão do espaço urbano são focos de interesse de pesquisa
circunscritos no campo das Poéticas Visuais.
(RAUSCHER, 2009, p.63)
De um processo relativamente “simples”, como a xilogravura, a artista busca
compreender e questionar a gráfica contemporânea. Gravar, imprimir e
multiplicar são conceitos-ações que a artista problematiza em sua pesquisa ao
mesmo tempo em que apresenta esses resultados. Assim são as imagens
[troncos de madeira] plotadas e projetadas que apresentamos neste tema.
Para ela, o grande questionamento está centrado em “será possível, ainda
hoje, pensar na subversão, no alargamento ou no deslocamento do conceito de
gravura? Qual é o estado da questão?”
Resposta
Em resposta, Rauscher afirma que se propôs a “indagar a impressão, a indagar
a projeção e a indagar a própria imagem, sob o enfoque dos processos
híbridos e, desse modo, colocar questões específicas dos processos e técnicas
da gráfica contemporânea, capitais para a reflexão das Artes Visuais na
contemporaneidade” (RAUSCHER, 2009, p.74).

Elevador, intervenção em
espaço público, Beatriz Rauscher, 2001.
E em uma prática institucional expositiva, como isso se daria? Como pensar na
pesquisa que fomenta [aplica] os resultados obtidos em e/ou sobre Artes em
atividades culturais para grande público?
Um ótimo exemplo são os estudos recentes de revisões historiográficas com
pesquisas de historiadoras feministas da Arte “que fizeram um amplo trabalho
de recuperação de nomes de mulheres artistas para uma tentativa de inclusão
no discurso tradicional da disciplina” (TVARDOVSKAS, 2011, p. 4), uma vez
que essa “literatura artística” foi assentada, prioritariamente, na valorização do
“artista/homem gênio”.
Segundo Luana Tvordovskas, “variadas pesquisadoras investiram em
compreender tanto a ausência das artistas mulheres nos cânones da
História da Arte quanto recuperar os nomes de artistas notáveis, buscando
igualar em seus discursos os valores de suas produções” (2011, p. 01, grifo
nosso).
A aplicação prática desses estudos tem resultado em exposições que vêm
ocorrendo em muitos museus brasileiros. É o caso da agenda de exposições
de 2019 do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, MASP, na
cidade de São Paulo, referentes à “Tarsila Popular”, “Lina Bo Bardi”, “Djanira
da Motta e Silva”, entre outras, vinculadas ao programa expositivo de temática
História das mulheres, Histórias feministas.
Veja abaixo algumas exposições de Tarsila Popular:
Clique nas setas para ver o conteúdo.

O Mamoeiro, de 1925, da fase Pau-Brasil.


O Mamoeiro, de 1925, da fase Pau-Brasil. Exposição Tarsila Popular. Museu
de Arte de São Paulo (MASP), 2019.
O lago (1929) e Manacá (1927).
O lago, 1929, e Manacá, 1927. Exposição Tarsila Popular. Museu de Arte de
São Paulo (MASP), 2019.
Clique no botão para ver as informações.
A arte que inspira e ensina
Neste vídeo, a professora Luana Costa apresentará a relação das pesquisas
em Artes Visuais e a Educação, à luz de seu caráter científico.
Verificando o aprendizado
1. Considere o texto a seguir:
“De casca de árvore e cascas de crustáceos a teias de bicho-da-seda e
respiração humana, a natureza molda o design inovador e os processos
de produção de Neri Oxman. Como designer, arquiteta e diretora
fundadora do The Mediated Matter Group no MIT Media Lab, Oxman
desenvolveu não apenas novas maneiras de pensar sobre materiais,
objetos, edifícios e métodos de construção, mas também novas
estruturas para colaborações interdisciplinares − e até mesmo
interespécies. Sua abordagem pioneira, a qual ela chama de “ecologia
dos materiais”, reúne ciência de materiais, tecnologias de fabricação
digital e design orgânico para criar novas possibilidades para o futuro.
Embora individualmente essas obras sejam belas e revolucionárias,
juntas elas apresentam uma nova filosofia de projetar, fazer − e até
desfazer − o mundo ao nosso redor.”

Texto descritivo da exposição “Neri Oxman: material ecology”, no


Museum of Modern Art (MoMA), 14 de maio a 18 de outubro de 2020.

Considerando o texto que traz um breve exemplo da interdisciplinaridade


das Artes com demais campos de conhecimento, podemos afirmar que:

A Arte distingue-se de outras linguagens por não ser científica, apesar de


educativa em sua subjetividade.

A ciência precisa se adequar aos padrões estéticos artísticos, rompendo com


as metodologias tradicionais de pesquisa.

A produção artística pode ser uma forma de linguagem científica que


complementa ou desconstrói parâmetros objetivos.

Os designs científicos diferenciam-se da poética artística por dispensarem


contextos sociais de produção.
Somente através da beleza a Ciência pode ser visualmente compreensível,
mesmo que carregada de complexidade.
Comentário
2. Instituto Federal do Espírito Santo – 2013 − Professor do Magistério do
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico.

Segundo Edgard de Assis Carvalho, no artigo “Arte-Ciência, religação


indispensável para a educação no século XXI”, a Unesco (Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), ao promover
os quatro pilares da educação para o século XXI em torno de quatro
formas de aprendizagem: conhecer, fazer, viver junto e ser, estava
imbuída da ideia de que a humanidade não pode ser concebida como um
meio de obter lucros e vantagens para poucos, mas como um fim a ser
construído por todos e para todos. Contudo, traduzir esses pilares para a
sala de aula não constitui uma tarefa fácil. Marque a alternativa que NÃO
apresenta obstáculos para que a ideia apregoada pela Unesco se efetive
no campo da educação:

Fragmentação do ensino e condicionamento da educação às condições do


mercado.

Separação da cultura científica da cultura das humanidades.

Manutenção de certezas reconhecidas pela ciência moderna.

Repetição de atividades para o adestramento do pensamento.

Conexão entre sociedade e indivíduo, consciente e inconsciente, Arte e


Ciência.
Comentário
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Conclusão
Considerações Finais
“A pesquisa em Arte e sobre a Arte traz em si o paradoxo da subjetividade
como fio condutor de um pensamento estruturado pela objetividade” (FREDDI,
2011, p.02). Vimos que a demanda/oferta de cursos que formam
pesquisadores em/sobre Artes espalham-se pelo Brasil, com particularidades
nacionais e regionais. A partir deles, grupos e associações foram sendo
estruturados e organizados para constituição da área, ao mesmo tempo em
que em defesa de pautas para valorização do conhecimento que se produz
sobre as Artes.
Associações como ANPAP, CBHA e FAEB fomentam a divulgação dos
resultados de pesquisa em Artes no Brasil. Articulam demandas e fortalecem
os espaços dedicados à publicação dos resultados das pesquisas.
Pesquisadores-artistas, pesquisadores-historiadores e críticos e
pesquisadores-curadores cumprem papéis importantes na sociedade para a
valorização da cultura, a formação crítica do indivíduo e a produção de
conhecimento científico sobre as Artes.
Podcast
Neste podcast o Prof. Rodrigo Rainha irá apresentar um balanço sobre a
pesquisa em Artes Visuais e seu impacto na educação.
Referências
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISADORES EM ARTES PLÁSTICAS.
ANPAP. Sobre a ANPAP. Consultado em meio eletrônico em: 19 dez. 2020.
BAQUÉ, Pierre. Metodologias comparadas da pesquisa universitária em
Artes Plásticas e em Artes Aplicadas. In: BRITES, Blanca et al. O meio como
ponto zero: metodologia da pesquisa em artes plásticas. Editora da
Universidade/UFRGS e PPGAV/IA/UFRGS, 2002.
BRUSCKY, Paulo. Xeroperformance, 1980. In: XAVIER, Mariana Merino de
Freitas. Piada explicada: imagem e humor em uma pesquisa em poéticas
visuais. Instituto de Artes, Universidade do Rio Grande do Sul, abril 2011.
CONGRESSO NACIONAL DA FEDERAÇÃO DE ARTE/EDUCADORES DO
BRASIL. CONFAEB. Apresentação. Consultado em meio eletrônico em: 19
dez. 2020.
COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL
SUPERIOR. CAPES. Informação institucional. Consultado em meio
eletrônico em: 19 dez. 2020.
CRUZ, Maira Xavier. As artes no campo científico brasileiro: o processo de
inserção da área junto ao CNPq, no sistema de pós-graduação (CAPES) e
a construção da ANPAP. Seminário de Pesquisa em Educação da Região
Sul, v. 9, 2012.
FEDERAÇÃO DE ARTE/EDUCADORES DO BRASIL. FAEB. Sobre a FAEB.
Consultado em meio eletrônico em: 19 dez. 2020.
FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana; LICHTENSTEIN, Diana Myriam.
Psicogênese da língua escrita. Rio de Janeiro: Artmed, 1986.
FORTIN, Sylvie; GOSSELIN, Pierre. Considerações metodológicas para a
pesquisa em Arte no meio acadêmico. ARJ − Art Research Journal/ Revista
de Pesquisa em Artes, c. 1, n. 1, pág. 1-17, 2014.
FREDDI, Helena Escobar da Silva. A poética e o pesquisador: reflexões
sobre as reverberações subjetivas na pesquisa acadêmica em Artes. Revista
Belas Artes, v. 6, p. 1-11, 2011.
GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa
qualitativa em Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Record, 2004.
MOREIRA, Maria Carla Guarinello de Araújo (org.). Arte em pesquisa.
Londrina: Eduel, 2005.
OLIVEIRA, Marilda Oliveira de; CHARREU, Leonardo Augusto. Contribuições
da perspectiva metodológica “Investigação baseada nas Artes” e da
A/R/Tografia para as pesquisas em educação. Educação em revista, v. 32,
n. 1, 2016.
RAUSCHER, Beatriz. Cruzamentos gráficos. Laboratório de imagens
impressas e projetadas. Revista OuvirEVer, Uberlândia, n. 06, 2009, p. 63-75.
RAUSCHER, Beatriz. Memorial ilustrado de uma professora-pesquisadora-
artista-etc. Universidade Federal de Uberlândia, 2019, p. 24.
TVARDOVSKAS, Luana Saturnino. Teoria e crítica feminista nas Artes
Visuais. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História, ANPUH, São Paulo,
julho 2011, p. 1-16.
ZAMBONI, Silvio. A pesquisa em Arte: um paralelo entre Arte e Ciência.
Campinas: Editora Autores Associados, 2012.

Explore+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, assista ao vídeo:
 Conversa com um artista – Nuno Ramos e Manuel Costa Pinto −, no
Canal Café Filosófico, da TV Cultura.
Pesquise na internet:
 Todas as obras já expostas na Bienal de São Paulo, em seu site oficial.

Conteudista
Adriana Sanajotti Nakamuta
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