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Ciência & Arte - Filosofia da Arte

Carlos João Correia, Universidade de Lisboa


I

Gauguin. D'où venons-nous ? Que sommes-nous ? Où allons-nous ?. 1897-1898


II

Joseph Kosuth. One and Three Chairs. 1965


III

Francis Alÿs. O Embaixador. 2001


Magritte. La Trahison des images. 1929
“Em que consiste a arte de uma
obra de arte? Onde reside? Não há
dúvida de que nos interessa saber
o que une, sob a designação
comum de “arte”, Oliver Twist de
Dickens, Spem in alium de Tallis,
Pink and Gold de Flavin, As
Variações para uma porta e um
suspiro de Balanchine, Einstein on
the Beach de Wilson e Glass, o
Partenon e inúmeros outros
objectos incógnitos e olvidados. “

Jerrold Levinson. “Defining Art Historically”


(1979)
1ª dificuldade
“a estética é para mim como a ornitologia deve ser para os pássaros”
Barnett Newman

“como se os pássaros tivessem que tomar


notas dos ornitólogos sobre o que
significava ser efectivamente um pássaro”
Arthur C. Danto. The Abuse of Beauty. 2
“ Mesmo que se consiga realizar uma análise
estética ou um sistema estético que explique a arte
ou a pintura ou o que quer que seja, tal não tem
realmente valor porque a estética é para mim como
o ornitólogo deve ser para os pássaros.”
Barnett Newman. “ Interview with Emile de Antonio (1970) ” in Selected Writings and
Interviews. Ed. John P. O’Neill. Berkeley/Los Angeles: University of California Press. 1992,
304
“Dada a dificuldade de dizer algo de positivo e verdadeiro acerca da arte, pode
ser tentador rejeitar em bloco a questão da arte. (…) Barnett Newman sugeriu
que os artistas precisam tanto da teoria da arte como as aves da ornitologia. Mas
há uma verdadeira questão aqui que merece ser examinada, precisamente por
ser tão enigmática. E quanto mais os artistas põem em causa a noção do que é
a arte, mais enigmática parece tornar-se. A questão torna-se mais evidente
perante objectos ansiosos. Contudo, assim que reconhecemos a questão pode
tornar-se igualmente intratável quando consideramos as principais tendências da
arte. Vale certamente a pena dedicar alguma energia à tentativa de responder à
questão, ou pelo menos mostrar que não pode ser respondida.”

Nigel Warburton. the Art Question 2003, 4; O que É a arte?, 2007: 17/18)
2ª dificuldade

Berys Gaut
“(1) Nem todas as obras de arte são belas, elegantes ou
graciosas
(2) Nem toda a arte é emocionalmente expressiva
(3) Nem toda a arte é intelectualmente desafiante
(4) Nem toda a arte tem uma forma coerente e complexa
(5) Nem toda a arte tem um sentido complexo
(6) Nem toda a arte está preocupada com a originalidade
Berys Gaut (7) Nem todas as obras de arte expressam um ponto de vista
individual
(8) Nem todas as obras são o resultado de um grau elevado
de skill [habilidade]
(9) Nem todas as obras de arte se inscrevem em géneros
artísticos já estabelecidos
(10) Finalmente, nem todas as obras de arte são o resultado
da intenção de fazer arte”

Berys Gaut. “’Art’ as a Cluster Concept” in Noël Carroll (ed.). Theories of Art Today.
Madison, Wisconsin/London: The University of Wisconsin Press. 2000, 31-32.
“(1) Nem todas as obras de arte são belas, elegantes ou
graciosas

Picasso. Les demoiselles d'Avignon. 1907


(2) Nem toda a arte é emocionalmente expressiva

Josef Albers. Homage to the Square


(3) Nem toda a arte é intelectualmente desafiante

Giotto
(4) Nem toda a arte tem uma forma coerente e complexa

Kazimir Malevich
Quadrado Negro
c.1915
(5) Nem toda a arte tem um sentido complexo

Esopo
(6) Nem toda a arte está preocupada com a originalidade
(7) Nem todas as obras de arte expressam um ponto de vista
individual
(8) Nem todas as obras são o resultado de um grau elevado
de skill [habilidade]

Marcel Duchamp. In the Advance of a Broken Arm. 1915/1964


(9) Nem todas as obras de arte se inscrevem em géneros
artísticos já estabelecidos
(10) Finalmente, nem todas as obras de arte são o resultado
da intenção de fazer arte

Chauvet

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