HISTÓRIA, CONCEITO DO

MDC, FATORAÇÃO MÚLTIPLA E

ALGORITMO EUCLIDIANO
Gabriel Pelegrini Dal Santo [1]

INTRODUÇÃO

O presente trabalho é sobre os conceitos e surgimento do máximo múltiplo comum, da

fatoração múltipla e do algoritmo Euclidiano, mais concretamente sobre sua origem, formação
e aplicação. O objetivo deste trabalho é demonstrar a importância dessa ciência no crescimento
humano e como fomos afetados por ela. Está organizado em fundamentação teórica que
compreende a aplicabilidade dos cálculos matemáticos. Resultados e discussões que mostram
a sua importância. A metodologia utilizada foi a pesquisa em artigos científicos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Quando pensamos em MDC, pensamos no nascimento e desenvolvimento dos

processos de divisibilidade, fatoração e multiplicidade, o que nos leva ao próprio processo da
contagem.
A Contagem, teve sua construção quando os nômades começaram a organizar grupos
sociais mais complexos, onde surgiu a necessidade de comprar conjuntos usando os dedos das
mãos e pés a fim de ter uma noção de quantidade, porém quando o elemento era maior que a
soma dos dedos dos pés e das mãos era utilizado pedras de cinco ou entalhes de bastão.
Com isso nota-se que os números fizeram parte do cotidiano do homem a milênios,
podendo se aplicar aos mais diversos conceitos, como: linguagem, matemática, desenho e
negócios, esse fato nos mostra como o sistema numérico se faz de grande importância. Um
exemplo interessante e local é o antigo sistema de numeração dos guaranis, que estão mais

1 Gabriel Pelegrini Dal Santo

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI. Turma FLC3823MAD – Matemática - 7º Semestre.
Prática Interdisciplinar história, conceito do MDC, fatoração múltipla e Algoritmo Euclidiano (MAD 108)
2 Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI.
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 próximos dos brasileiros.

Fonte:https://matematicasimplificada.com/sistemas-numeracao-numeros-romanos-
babilonicos-egipcios/
Aristóteles observou a muito tempo atrás, na época em que os humanos contavam apenas
até dois e todos os outros números que vieram após ele, eram chamados como muitos, “O uso
difundido atualmente do sistema decimal é apenas resultado do acidente anatômico de que quase
todo nós nascemos com dez dedos nas mãos e nos pés”. E assim, foram surgindo as mais variadas
formas de contar, existem objetos datados de 9000 a 6500 antes de Cristo, que foi descoberto
pelo geólogo Belga Jean de Heinzelin (1920-1998), a qual fazia escavações na fronteira do
Congo e Uganda no ano de 1950. Sua descoberta fica exposta no museu de Ciências Naturais,
em Bruxelas, o nome do artefato foi colocado como o osso de Ishango, que é feito de osso de
babuíno ou de algum outro mamífero, com um pedaço de quartzo alocado na sua extremidade,
apresentando 10cm de comprimento, o mesmo é dividido em três face que foram gravados três
conjuntos numéricos, onde foram notados indícios de contagem dos meses lunares, números
primitivos e invariáveis sequenciais, cálculos matemáticos simples, multiplicação e divisão,
porém, o seu objetivo original continua a ser objeto de debate e mistério.

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 Observando o desenvolvimento humanos, é comum ver em filmes, séries e livros,
pastores com saquinhos de pedras fixados a sua cintura, esses saquinhos continham uma
quantidade de pedrinhas que correspondiam a N ovelhas, assim quando cada ovelha saia do
pasto, ele colocava as pedras no primeiro saquinho em outro saquinho, e quando todas voltavam,
eles se dispuseram a contar conforme as pedras eram dispostas no saquinho.
Todo o processo de crescimento da população e desenvolvimento com as viagens
comerciais, foi-se passando o conhecimento de uma civilização a outra. Com as informações
sendo passadas surgiu uma das maiores sociedades da época, a sociedade romana foi uma das
que mais usufruiu de tais conhecimentos, impulsionando os ramos da ciência, levando assim a
Grécia, onde a matemática surgiu nas escolas pitagóricas e platônicas, tendo nesse período sido
uma criada uma das mais famosas obras matemáticas, pertencente ao grego Euclides de
Alexandria, tal obra é chamada de Os Elementos. Sua influência é tão grande, que seu livro foi
usado como base para o desenvolvimento da matemática que vemos atualmente.
Euclides, teve seu nome reconhecido como Euclides de Alexandria, devido a sua carreira
na cidade de Alexandria, alguns historiadores afirmam que ele foi um dos professores da grande
escola de matemática de Alexandria. Sendo o autor de algumas obras famosas até os dias atuais,
tais obras como: Geometria Plana, Aritmética (teoria dos números) e geometria espacial.
Em sua obra Os Elementos, Euclides nos traz uma língua lógica que apresenta o máximo divisor
comum, onde seus conceitos e métodos, poucos se diferem do que é apresentado hoje em dia.
No seu livro VII, Euclides expõe o método conhecido hoje em dia como Algoritmo Euclidiano
da divisão, a qual será apresentado abaixo, onde o mesmo se apresenta em sua forma

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praticamente original a mais de dois mil anos, fazendo exemplos com a forma aplicada na
atualidade.

Fonte:https://pt.khanacademy.org/computing/computerscience/cryptography/modarithmetic/a/t
he-euclidean-algorithm
Nos preceitos atuais, quando falamos de MMC, não nos distanciamos do que era aplicado
na época de Euclides, como nos exemplos abaixo, onde é possível notar a semelhança no
processo e no pensamento idealizador.

Exemplo 1: Divisores dos números: 4, 12 e 16:

D (4) = {1, 2, 4}
D (12) = {1, 2, 3, 4, 6, 12}
D (16) = {1, 2, 4, 8, 16}
Logo o MDC dos números é: {1, 2, 4}

Seguindo para outro exemplo, onde é possível afirmar que os números são primos entre si.

Exemplo 2: Divisores dos números: 3, 5, 14, 17

D (3) = {1, 3}
D (5) = {1, 5}
D (14) = {1, 2, 7, 14}
D (17) = {1, 17}
Logo o MDC dos números é: {1}

Nota-se que no exemplo acima, todos os números são primos entre si, onde o maior divisor
comum é apenas o um.

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 Fonte: Livro Uniasselvi

Segundo Hefez, (2016, p. 75), “como todo

número inteiro divide 0, o MDC de a e b,
em que a=b=0, é 0, pois esse é um divisor
comum de A e B é o único número
divisível por todos os divisores de 0.
Reciprocamente, se o MDC de a e b é 0,
então 0 divide a e divide b, mas o único
número divisível por 0 é o próprio 0, logo
a=b=0”.

Fatoração Múltipla, segue o princípio do MMC, porém temos que definir que os números são
Relativamente Primo.

Fonte: Livro Uniasselvi

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Apresentando um exemplo para o caso:
Cálculo do MDC (140,210).
140, 210

Agora, encontramos os números primos, que dividem ambos os números solicitados,

quando não houver mais divisões possíveis, o cálculo estará completado. Conforme abaixo:
140, 210 2
70, 105 5
14, 21 7
2, 3

Com isso, temos que o MDC (140,210) = 2·5·7 = 70.

Com o algoritmo de Euclides, temos uma facilidade para descobrir o valor do MDC entre
dois números. No exemplo anterior, utilizamos o modelo aplicado em sala atualmente.
O modelo apresentado por Euclides, demonstra a singularidade do processo, sem que seja feita
a fatoração.

Fonte: Livro Uniasselvi.

Abaixo o exemplo anterior de resolução pelo método de Euclides:

Cálculo o MDC (140,210) = MDC (140,210-140) = MDC (70,140-70) = MDC (70,70) = 70

Outro exemplo com maior aplicabilidade:

Calcular o MDC (42, 98)

MDC (42, 98) = MDC (42, 98-42) = MDC (42, 56) = MDC (42, 56-23) = MDC (42,14) = MDC

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(14, 42-14) = MDC (14, 28) = MDC (14, 28-14) = MDC (14, 14) = 14

Temos que o único método que usamos foi a divisão e o resto da divisão, fazendo com
que a maneira seja mais simples e facilitada, porém ainda há uma forma de melhorar a resolução
do problema, usando o Lema de Euclides. Como no exemplo:

Fonte: Livro Uniasselvi

Calcular o MDC (162,372)

MDC (162,372) = MDC (162,372 - 2·162) = MDC (48,162) =
MDC (48,162 - 3·48) = MDC (18,48) = MDC (18,48 – 2·18) =
MDC (12,18) = MDC (12,18 - 1·12) = MDC (6,12) =
MDC (6, 12- 2·6) = MDC (6,0) = 6
Com o método de Euclides, há uma grande melhora na construção e definição do número, esse
método, serviu de base para a criação do algoritmo euclidiano, ou método da divisão sucessiva
como ficou conhecido, a qual o teorema diz:

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Fonte: Livro Uniasselvi

“O método, chamado de Algoritmo de

Euclides, é um primor do ponto de vista
computacional e pouco conseguiu
aperfeiçoá-lo em mais de dois
milénios” (HEFEZ, 2016, p. 77).

Para pensarmos no algoritmo euclidiano, primeiro precisamos entender a premissa do

pensamento, ao calcularmos o MDC usando números primos, é aplicado a divisão e o seu
processo inverso, a fim de descobrir qual o próximo quociente e resto, visto que já temos o
divisor e o dividendo. Quando aplicado o lema de Euclides, como no modelo anterior, usamos o
múltiplo do número para que acelere o processo e elimine a repetição.
No algoritmo, tabela temos a informação, fazendo com que ela fique clara e prática ao
leitor e interpretador da questão, o método da divisão sucessiva, não só facilita a visualização,
como é mais prático até a sua aplicabilidade.
Exemplo: MDC (120,36)
Calcular o MDC (120,36)

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 Primeiro dividimos 120 por 36, com isso teremos um quociente de 3 e um resto de 12,
introduziremos na tabela abaixo.
Quociente

120 36

Resto 12

Com isso, pegamos o resto e aplicamos o mesmo método, dividindo 36 por 12,
descobrindo o quociente 3 e o resto 0.

3 3
Valor do MDC (36,12)
120 36 12

12 0

Finalizando o método, quando chegamos ao resto em 0, nisso teremos que o valor do

Dividendo é o valor do MDC de (36,12)

3 3

120 36 12

12 0

Quanto maior for o número e de divisões, maior será a tabela com o valor, com ela
chegamos ao valor mais rápido e mais organizado que os métodos apresentados anteriormente.

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 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Ao analisarmos os conhecimentos adquiridos conforme os anos, todos os métodos

utilizados e aplicado, veremos que a sociedade avançou em muitas coisas, princípios e
descobertas, mas no ramo matemático, seguimos os preceitos e fundamentos aplicados na Grécia
antiga, onde matemáticos e pesquisadores, criaram e formularam as fórmulas e métodos que
vemos hoje em dia.
Os estudos de Euclides e Alexandria, são uma das nossas maiores bases para a matemática
atualmente, junto com outros matemáticos notórios que a humanidade teve durante o passar dos
anos, é inegável o seu conhecimento e aplicabilidade da suas fórmulas e ensinamentos, a
formação do seu algoritmo é fundamental para resolver equações de diofantina, o teorema chines
do resto e o inverso multiplicativo de um número finito.

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REFERÊNCIAS

FREITAS, Adriana Natividade; FREITAS, Gisele Natividade. UMA ABORDAGEM DO

MDC E MMC DOS INTEIROS. 2017. 33 f. TCC (Graduação) - Curso de Matemática,
Universidade Federal do Amapá Curso de Licenciatura em Matemática - Unifap,
Macapá, 2017. Disponível em: https://www2.unifap.br/matematica/files/2017/07/tcc-
2017-Adriana-Natividade-Freitas-e-Gisele-Natividade-Freitas.pdf. Acesso em: 02 set.
2022.

DOMINGUES, Joelza Ester. Osso de Ishango: os primórdios da matemática da

África paleolítica. 2022. Disponível em: https://ensinarhistoria.com.br/osso-de-
ishango-primordios-da-matematica-na-africa-paleolitica/. Acesso em: 02 set. 2022.

VIEIRA, Marcelo Lopes. SISTEMAS DE NUMERAÇÃO: NÚMEROS EGÍPCIOS,

BABILÔNICOS E ROMANOS. 2022. Disponível em:
https://matematicasimplificada.com/sistemas-numeracao-numeros-romanos-
babilonicos-egipcios/. Acesso em: 02 set. 2022.

SANTOS, Leonardo Garcia dos; PITZER, Luiz Carlos. Aritmética e Teoria dos
Números. 2020. Disponível em:
https://www.uniasselvi.com.br/extranet/layout/request/trilha/materiais/livro/livro.php?c
odigo=240662. Acesso em: 02 set. 2022.

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