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Havia nessa divisão uma grande contradição, pois os judeus, que correspondiam a 30% da

população, ficariam com uma parcela maior do território. Os palestinos, por sua vez,
correspondiam a 70% da população e ficariam com uma parcela menor. Além disso, as
autoridades árabes alegaram que o seu território concentrava as terras menos férteis e que
eles teriam acesso mais limitado à água potável.

A proposta foi aceita pelos judeus, mas foi rejeitada pelos árabes. Mesmo assim, foi
aprovada em Assembleia Geral da ONU no dia 29 de novembro de 1947. No ano seguinte,
os britânicos se retiraram da Palestina, e, em 14 de maio de 1948, foi proclamada a
fundação do Estado de Israel.
Conflitos recentes

No ano de 2000, teve início a Segunda Intifada, liderada pelo Hamas. Uma ofensiva
palestina foi montada contra Israel, que novamente respondeu duramente, além de demolir
casas de palestinos e iniciar a construção do Muro da Cisjordânia ou Muro de Israel, em
2002. Milhares de mortes aconteceram em ambos os lados da guerra, que se estendeu até
2004, com a morte do líder do Hamas.

Acordos de paz foram feitos, e, assim, teve início a desocupação por parte de Israel da
Faixa de Gaza e de partes da Cisjordânia, ações que resultaram no recebimento do Prêmio
Nobel pelo primeiro-ministro israelense Ariel Sharon.

Em 2006, a vitória do Hamas sobre o Fatah nas eleições da Autoridade Nacional Palestina
elevou novamente a tensão na região, o que se intensificou com o não reconhecimento do
pleito por parte dos EUA, União Europeia e outros países ocidentais. Os atentados
terroristas, sobretudo com carros-bombas, prosseguiram sobre Israel, que buscava várias
tentativas de eliminar o Hamas, incluindo a adoção de embargos econômicos sobre Gaza, o
que afetava também a população civil.

Em 2008, um acordo de cessar-fogo foi realizado entre o Hamas e Israel por mediação do
Egito. No entanto, seis meses depois, o acordo não foi renovado, pois os judeus
recusaram-se a findar o bloqueio econômico então adotado. Assim, continuamente, a região
é alvo de novos ataques e disputas.

Em 2014, novas ofensivas aconteceram quando três jovens judeus foram assassinados em
um ato atribuído ao Hamas, que negou a autoria. Com isso, um jovem palestino foi
assassinado por um extremista judeu, rompendo com a frágil paz da região. Houve ataques
dos dois lados, mas Israel, por ter melhores defesas e armamentos, também teve
vantagens sobre a Palestina.

Cerca de 65 soldados israelenses foram mortos, enquanto mais de dois mil palestinos,
combatentes e civis, foram assassinados no conflito. Por essa razão, muitos países,
incluindo o Brasil, passaram a questionar a atuação de Israel na região.
Questão palestina

O clinflito entre palestinos e israelenses, como percebemos, acontece por décadas e tem
como questão central o domínio da Palestina. Entretanto, nos últimos anos, muitas críticas a
Israel vêm ocorrendo pela forma como essa situação tem sido conduzida, sobretudo pela
violência desproporcional utilizada contra as populações palestinas.

O Estado de Israel defende-se argumentando que sua ação se dá apenas como forma de
garantir a segurança de sua própria população e combater ações terroristas, como as que
são atribuídas ao Hamas, a organização que comanda a Palestina desde 2006 e que, como
vimos, é vista como terrorista por Israel.

Entretanto, as ações desproporcionais que muitos criticam não são apenas militares, as
quais, em sua maioria, resultam na morte de civis inocentes sem ligação alguma com
grupos como Fatah e Hamas. Muitos, ainda, apontam que existe na região um regime
segregacionista parecido com o apartheid, que existiu na África do Sul.

O jornalista Mohammed Omer aponta as dificuldades na vida da população palestina na


Faixa de Gaza.|2| Ele afirma que os palestinos frequentemente têm seu suprimento de gás,
água potável e energia elétrica cortado. Ele também menciona a dificuldade que os
palestinos na região têm de obter alimentos, além dos frequentes bombardeios que vitimam
inocentes e destroem escolas e hospitais.

Além disso, muitos criticam o fato de Israel, ainda hoje, não permitir o retorno dos
descendentes dos refugiados que abandonaram a região depois da guerra travada em
1948. Por fim, os assentamentos israelenses na Cisjordânia e as expulsões de moradores
palestinos de suas casas para a construção desses assentamentos têm sido alvo de críticas
recentes.

O que se percebe nesse conflito é que a sua resolução está longe de chegar, pois, mesmo
com acordos momentâneos de paz, basta uma pequena faísca para reacender novamente
as batalhas, elevando novamente o número de mortos. Ao mesmo tempo, vem sendo difícil
a criação do Estado palestino, pois as disputas territoriais ainda são intensas, embora tal
Estado seja internacionalmente reconhecido por vários países.

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