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Definição do conflito
Antecedentes
Mas também havia judeus estabelecidos por lá, algo em torno de 100 mil imigrantes
oriundos principalmente da Europa Oriental, que, nas décadas anteriores, tinham
deixado lugares como a Rússia e a Romênia por causa do antissemitismo em seus países
de origem. É provável que a convivência pacífica entre eles em nada tivesse sido
alterada não fosse um detalhe: o aumento incessante e exponencial da população
judaica. A imigração era incentivada pelo sionismo, movimento internacional criado
havia não muito tempo com o objetivo de fundar um Estado judeu em solo palestino.
Estima-se que, entre 1882 e 1903, os imigrantes tenham sido algo entre 20 mil e 30 mil.
Outros 35 mil chegariam até 1914. E mais 35 mil no período de 1918 a 1923. A Grã-
Bretanha apoiava o movimento e prometia aos sionistas algo difícil de cumprir: criar na
Palestina um “lar nacional” para os judeus viverem em segurança, sem violar os direitos
dos árabes que já moravam ali. Só que a imigração judaica em larga escala criava
óbvios conflitos entre os dois povos. Um deles, especialmente sangrento, ocorreria na
cidade de Jaffa logo no segundo ano de mandato, em maio de 1921. Teve como
resultado pelo menos uma centena de mortos, (ANTHONY, 1999, p. 570)
Revolta árabe
Nos anos seguintes, novos distúrbios foram se repetindo, ainda que menos intensos. Os
choques se tornaram comuns, em decorrência, principalmente, das disputas por terras e
por água, bens cada vez mais escassos e disputados devido ao aumento progressivo da
população. Até que, em 1929, uma chacina de judeus ocorreu em Hebron, (OMER,
2017, p. 43).
A revolta duraria três anos, até 1939. Começou com greves e protestos de rua contra o
domínio britânico, liderados pela elite árabe urbana, mas evoluiu para um movimento de
extrema violência capitaneado por camponeses nas zonas rurais. Os alvos, dessa vez,
não eram só os judeus, mas também as autoridades coloniais, que reprimiram
brutalmente o levante popular. Algumas estimativas indicam que o número de árabes
mortos durante a rebelião pode ter passado de 5 mil. Mais de 10% da população
islâmica masculina adulta, com idade entre os 20 e os 60 anos, teria sido atingida de
alguma maneira, entre mortos, feridos, presos e exilados, (idem).
A catástrofe
Entre 1945 e 1948, cerca de 85 mil judeus chegariam à “Terra Prometida” por vias
extraoficiais. Bloqueios navais e patrulhas de fronteira não surtiam o efeito desejado.
Até que os britânicos, na ânsia de deter o fluxo imigratório, deram um autêntico tiro no
pé. Em 1947, a Grã-Bretanha ordenou o retorno à Europa do navio Exodus, que havia
zarpado da França com mais de 4,5 mil judeus a bordo, a maioria absoluta composta de
sobreviventes do Holocausto. A embarcação foi cercada pela Marinha britânica na costa
da Palestina e impedida de atracar no porto de Haifa. O incidente deixou perplexa a
comunidade internacional, que ainda digeria o que havia acontecido com os judeus nos
sórdidos campos de concentração da Alemanha nazista durante a 2ª Guerra Mundial
(1939-1945).
Paralelamente, grupos armados eram organizados pelos judeus para infernizar a vida
dos mandatários. Um deles era a Haganah, embrião das atuais Forças de Defesa de
Israel. Havia também grupos terroristas criados por dissidentes da Haganah, como o
Lehi, também conhecido como Gangue Stern (nome de seu fundador, Avraham Stern), e
o Irgun, notório pelo atentado a bomba contra o Hotel King David, em Jerusalém, no
ano de 1946. O hotel era usado por oficiais e burocratas da Coroa Britânica e seus
familiares, àquela altura considerados tão inimigos quanto os árabes. Saldo da explosão:
91 mortos.
Uma guerra civil estava instaurada e o reflexo mais dramático dela parecia ser o êxodo
de palestinos. De 1947 a 1948, mais de 700 mil abandonariam seu lar e rumariam para
territórios vizinhos, formando gigantescos campos de refugiados. Uma das maiores
tragédias humanitárias do século 20, batizada pelos árabes de al-Nakbah (“A
Catástrofe”). Nas zonas rurais, algo entre 400 e 600 vilas palestinas foram saqueadas e
incendiadas pelos judeus, enquanto a população árabe urbana era praticamente
exterminada.
Causas politicas
A saída encontrada pela ONU foi decretar a criação de dois Estados distintos: o Estado
da Palestina e o Estado de Israel. A criação do Estado de Israel deu-se a partir da
resolução 181 da ONU, realizada em novembro de 1947. Essa resolução contou com 33
votos a favor da criação do Estado de Israel (incluindo o voto do Brasil) e 13 votos
contra. Com a decisão da ONU, foi determinado que 53,5% do território da Palestina
faria parte do Estado de Israel, enquanto 45,4% faria parte do Estado da Palestina (os
palestinos, mesmo tendo maior população, ficaram com parcela menor do território).
Jerusalém – reivindicada pelos dois – ficaria sob controle internacional. A criaçao do
Estado de Israel fez que o desejo de criar umm Estado da ´Palestina fosse mais almejada
pelos árabes e foi esse motive que fez com que entrassem em conflito porque eles
queriam que a Palestina fosse reconhecida pela ONU como um Estado como aconteceu
com Israel, (idem).
Sionismo
A origem dos conflitos entre árabes e israelenses está diretamente relacionada com o
surgimento do sionismo no final do século XIX. O sionismo teve origem oficialmente
em 1896, a partir de um livro publicado por um jornalista húngaro que se chamava
Theodor Herzl. Esse livro chamava-se O Estado Judeu e defendia a ideia da criação de
um Estado para os judeus. Nesta perspectiva o:
Causas regionais
Causas económicas
Outra causa tem a ver com a economia onde as potências capitalistas desejam
estabelecer um ponto estratégico na mais rica região petrolífera. Israel domina a maior
da economia da Palestina, ou seja, controla as actividades económicas como o de pesca,
agricultura assim como a água. Esta situação não agrada os palestinos, pois eles
entendem esta situação como sendo uma colonização económica e se sentem
dependentes e lutam para alcançar a sua soberania política, (ANTHONY, 1999, p. 580).
Causas religiosas
Sob o ponto de vista de CAMARGO (2013, P. 427), o conflito foi de carácter religioso,
devido a posição do judaísmo e do islão, um conflito étnico pelo antagonismo dos
judeus e dos árabes.
Fases do conflito