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História Contemporânea:

Crises do
Mundo Capitalista
Material Teórico
A Guerra Fria: o Oriente Médio

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Andrea Borelli

Revisão Textual:
Profa. Ms. Rosemary Toffoli
A Guerra Fria: o Oriente Médio

• Antecedentes
• O pós II Guerra na região
• Os conflitos entre Israel e as nações árabes
• A Guerra Fria: surgimento e queda da URSS
• Cronologia URSS (1917-1991)

·· Nesta Unidade, vamos tratar do tema “A emergência da bipolaridade: o Oriente


Médio e a União soviética”.
·· Discutiremos a polarização da política mundial resultante do desenrolar da II
Guerra Mundial e a criação/desestruturação da União Soviética e as questões
relativas aos problemas na região do Oriente médio.

Para o estudo desta Unidade, primeiro leia atentamente o Material Teórico, ou seja, o texto
que servirá de base para todas as demais atividades da unidade. Leia-o, com muita atenção!
Em seguida, para verificar se houve uma suficiente compreensão do conteúdo, responda
às perguntas das Atividades de Sistematização, que tratam de problemas fundamentais sobre
o assunto abordado.
Foram disponibilizados, ainda, Materiais Complementares, para o caso de você desejar se
aprofundar em algumas questões trabalhadas no conteúdo.
Finalmente, realize a Atividade de Reflexão da Unidade.
Bom estudo! Lembro que seu tutor estará à sua inteira disposição e você pode contatá-lo a
qualquer tempo neste ambiente web-class.
Atenciosamente,
Profa. Dra. Andrea Borelli

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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

Contextualização
Um dos maiores momentos da vida da URSS, aconteceu em 1961.

Em 12 de abril de 1961, Yuri Gagarin foi o primeiro homem a


realizar uma órbita completa em torno do planeta.
Os soviéticos usaram esta conquista e a imagem de Gagarin como
uma arma de propaganda.
A sua imagem, preparado para a missão, circulou o mundo.
E o soviético se tornou capa da Times Magazine, uma das mais
importantes revistas estadunidenses.
O mesmo país, alguns anos depois, deixaria de existir e seu
desaparecimento colocou um ponto final na guerra fria.

No mesmo ano, o mundo acompanhava o julgamento do líder


nazista Adolf Eichmann, que aconteceu em Jerusalém.
A formação de Israel e os conflitos na região do Oriente Médio
somente aceleraram.

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Antecedentes
Durante o curso da I Guerra Mundial, os combates se estenderam por todos os territórios
ocupados pelos estados em conflito e isso levou o interesse dos envolvidos à região do Oriente Médio.
Procurando garantir o apoio dos árabes, o governo britânico organizou uma série de
negociações, entre 1915 e 1916, em que se comprometiam a garantir a formação de um estado
árabe independente, desde que eles auxiliassem na luta contra os otomanos que dominavam a
região. Estes acordos ficaram conhecidos como Correspondência McMahon–Hussein.

Arthur Balfour e cópia da Carta ao Barão de Barão de Rothschild

Fonte: Wikimedia Commons

Simultaneamente, em maio de 1916, os britânicos e os franceses assinaram, com o


conhecimento das autoridades russas, o acordo Sykes–Picot que dividia a região entre as duas
potências e ignorava o acordo com as tribos árabes.
Em 1917, os bolcheviques tornaram públicos os termos deste tratado, o que provocou
profundos descontentamentos na região.
Um terceiro entendimento realizado durante a guerra ficou conhecido como Declaração de
Balfour. Trata-se de uma carta do Primeiro Ministro Arthur Balfour ao Barão de Rothschild,
em que o governo britânico afirmava que apoiaria a imigração de judeus à região da Palestina.
Depois da guerra, o acordo de Sykes-Picot foi implementado após a Conferência de San
Remo em 1920. As decisões deste encontro permitiram que a Inglaterra assumisse o controle
da região da Palestina que ficaria sob mandato inglês até que a Liga das Nações considerasse
que a população local estivesse pronta para se governar.
Entre as décadas de 20 e 30, a demografia da região foi alterada dramaticamente pela
imigração de judeus europeus para a região.
Por volta de 1880, os judeus eram, aproximadamente, 6% dos habitantes na região, este
número subiu para 18% em 1931 e atingiu 31% em 1939.

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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

Essa imigração foi o resultado de uma série de questões, como a mudança da situação
política em vários estados, que passaram a professar crenças anti-semitas. Além disso, o
sionismo ganhou popularidade entre as comunidades judaicas da região.
O Sionismo, como proposta política, propunha que a população judia, dispersa pelo
mundo, tinha direito a retornar à sua região que, segundo a tradição, seria a região de Israel.
Simultaneamente, o sentido de autodeterminação ganhou cada vez mais espaços entre as
tribos árabes e entre os palestinos.
A situação de conflito entre os dois grupos era tensa e não conseguiam chegar a um acordo.
Depois da Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra renunciou o controle da região e a resolução
do problema foi colocada nas mãos da recém-criada Organização das Nações Unidas.

O pós II Guerra na região

Em 1947, a ONU apresentou uma proposta de divisão da região em dois estados separados:
um judeu e outro sob controle dos palestinos.
O estado judeu ficaria com 54% do território, mesmo representando somente 30% da
população geral da região; já o estado palestino que tinha 70% da população ficaria com 46%
do território.
A cidade de Jerusalém teria uma administração internacional e não faria parte de nenhum
dos dois estados.

Mapa da divisão proposta em 1947 Os representantes da comunidade judaica aceitaram a


proposta, mesmo que a considerassem inadequada, já a
comunidade árabe rejeitou a proposição e propunha um estado
binacional baseado em princípios democráticos e em igualdade
de direitos, contudo o plano não era bem visto pelos judeus.
Depois de um pesado lobby da comunidade judaica, a
Organização das Nações Unidas aprovou, em 29 de novembro
de 1947, a Resolução 181 que formava os estados palestino
e judeu e determinava que eles seriam estabelecidos em 1 de
julho de 1948.
Enquanto isso, o governo britânico informou que pretendia
retirar suas tropas da região em maio e isso trouxe o medo
de uma possível revolta que levasse a ONU a reconsiderar
a divisão apresentada na resolução 181. Por esse motivo,
em 14 de maio de 1948, os judeus que viviam na região
declararam que o estado de Israel seria formado observando
Fonte: Wikimedia Commons a divisão que os favorecia.
Imediatamente, os EUA reconheceram o estado recém-formado e iniciaram relações
diplomáticas com Israel, a mesma atitude foi tomada pela URSS.

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Os conflitos entre Israel e as nações árabes

O clima de tensão que marcou a votação da Resolução 181 estendeu-se para


conflitos armados.
Logo após a assinatura da resolução os conflitos escalaram. A luta começou com o ataque
a cidades judias, acampamentos etc. As forças de Israel, nesse momento, eram compostas
pelo Haganah, a milícia da comunidade judaica na Palestina e outros pequenos grupos
paramilitares: como o Irgun e o LEHI.
O objetivo das forças árabes era impedir o estabelecimento do estado de Israel, já os judeus
pretendiam garantir o controle dos territórios que a ONU tinha designado para eles.
Com a declaração de independência, as lutas se intensificaram devido à entrada dos outros
estados árabes no conflito. Depois de um ataque aéreo, a Tel Aviv, as forças do Líbano, Síria,
Iraque, Egito e Arábia Saudita, sob comando do Egito, invadiram a região.

O Capitão Avraham “Bren” Adan hasteando a As forças britânicas, estacionadas na região,


bandeira de Israel em Eilat, no final do conflito interferiam, mas somente nas áreas que foram colocadas
sob proteção da ONU, como a cidade de Jerusalém.
Apesar da ONU ter negociado dois acordos de cessar
fogo, a guerra continuou até 1949. Israel negociou os
acordos de paz com as várias nações árabes em separado;
garantindo que vários territórios fossem íntegrados ao
estado judeu. Os árabes tiveram conquistas individuais,
como o fato de que o Egito passou a controlar a Faixa
de Gaza. Esse conflito teve suas maiores consequências
sobre os palestinos que foram relocados para acomodar
estas decisões, as estatísticas apontam que quase 80%
desta população se tornou, de alguma forma, refugiada
de guerra. Por fim, o estado Palestino não foi formado
como determinava a Resolução 181.
Em 1956, o presidente o Egito, Gamal Abdel Nasser,
anunciou a nacionalização do Canal de Suez, uma importante
Fonte: Wikimedia Commons via comercial que era administrada por ingleses e franceses.

Assista parte do discurso de Nasser sobre a nacionalização do


canal: http://youtu.be/Qt1Xah1qR14

A atitude de Nasser aconteceu depois que os norte-amercianos e britânicos se recusaram,


depois de um acordo sobre o assunto, a financiar as obras da represa de Aswan.
A represa era uma obra fundamental para a modernização do país, pois garantia o
abastecimento de eletricidade para as áreas rurais, além de normalizar o fornecimento
de água.

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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

A recusa do financiamento aconteceu depois que o governo Nasser tomou algumas atitudes
consideradas “simpáticas” ao regime comunista, como o reconhecimento oficial do governo
comunista da China.
A França e a Inglaterra viam a ação de Nasser como uma “ameaça a seus interesses” e
procuraram o apoio de Israel para uma ação militar na região. Os israelenses concordaram
em participar da ação desde que recebessem o controle da faixa de Gaza e da península
do Sinai. Além disso, eles consideravam o movimento uma retaliação adequada pelo
envolvimento dos egípcios na resistência dos palestinos em território controlado por Israel.
Em 29 de outubro de 1956, as forças israelenses iniciaram suas manobras e os diplomatas
britânicos e franceses encaminharam um ultimato ao governo egípcio, exigindo a devolução do canal.
Os EUA e a URSS reagiram imediatamente, demandando o final das hostilidades e, através
da ONU, procuraram garantir a retirada das tropas de território egípcio.
Os ingleses e os franceses saíram da região, mas Israel permaneceu na Faixa de Gaza até
19 de março de 1957.
O conflito de Suez alterou a percepção sobre a política da região: os franceses e
britânicos perderam influência na política local, Nasser ganhou projeção como um dos
grandes defensores do nacionalismo árabe, Israel passou a projetar a imagem de um
estado militarmente forte, a ONU passou a ser vista como a melhor entidade para moderar
as relações na região. Contudo, apesar das mudanças, as questões entre Israel e os árabes
continuaram sem solução.
A situação dos palestinos tornou-se ainda mais complexa e, em 1964, a Organização
para a Libertação da Palestina foi criada para combater a presença israelense e lutar pela
constituição do estado palestino como determinado em 1947.
A organização acabou se dividindo em sub grupos, como o Fatah, contudo, todos agiam sob
a égide da OLP e, a partir de 1967, o grupo centrou suas ações em tentativas de desestabilizar
o Estado de Israel.
Em 5 de junho de 1967, as tropas israelenses atacaram o Egito, depois que o governo
daquele país tomou medidas para controlar o Estreito de Tiran e impedir a passagem de
navios israelenses.
Era o início da chamada Guerra dos Seis Dias.
Atacando em três frentes, os israelenses ocuparam a Faixa de Gaza e a Cisjordânia,
territórios ocupados pelos palestinos, e tomaram a Península do Sinai ao Egito, bem como as
Colinas de Golan à Síria.
Ainda como resultado deste conflito, a cidade de Jerusalém passou a ser controlada pelos
israelenses.
Em 22 de novembro de 1967, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a Resolução
242, cujas determinações mais importantes eram:

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I. Retirada das tropas de Israel de todos os territórios conquistados no
recente conflito.
II. Fim de todas as disputas e situações de conflito e respeito e reconhecimento
da soberania, integridade territorial e independência política de todos
os estados dessa área e seu direito de viver em paz dentro de fronteiras
seguras e reconhecidas, livres de ameaças ou atos de violência.
Fonte: http://www.un.org./en/sc/documents/resolutions/1967.shtml

A situação dos palestinos tornou-se ainda mais complexa, depois desse conflito e as ações
da OLP passaram a ser marcadas pela violência aberta. O Fatah assumiu o controle da
organização e, em 1969, Yasser Arafat tornou-se oficialmente o líder da organização.
A maior parte dos militantes do grupo passaram a residir na Jordânia e, em 1970, a
situação entre os palestinos e o governo local tornou-se muito tensa.
As forças da Jordânia, sob ordem do Rei Hussein, atacaram os refugiados palestinos, pois,
por ordem de Arafat, os membros da OLP apoiaram a tentativa de um golpe contra o governo
estabelecido.
O conflito escalou e as tropas da Síria, Iraque e Israel atacaram a Jordânia.
Os EUA e a URSS procuraram pressionar seus aliados demandando o final do conflito, o
que permitiu ao exército da Jordânia empurrar os guerrilheiros da OLP para os subúrbios de
Amman.
Em 25 de setembro, os termos da paz foram acertados e a OLP se retirou da Jordânia e
reconheceu a autoridade do Rei Hussein, que manteve sua ação contra os palestinos até que,
em 1971, eles foram totalmente expulsos do país.
Membro do Setembro Negro nos alojamentos israelenses O comando da OLP se transferiu para o Líbano
e os palestinos formam um novo grupo extremista,
o Setembro Negro, que recebeu este nome para
marcar o momento da expulsão da Jordânia.
A maior repercussão de ação do Setembro
Negro foi o ataque à delegação de Israel durante
as Olimpíadas de Munique, em 1972. Em 5 de
setembro, o grupo sequestrou 11 atletas israelenses
e 1 policial alemão e depois de algumas horas de
negociação, todos os reféns foram mortos e alguns
Fonte: Wikimedia Commons
dos responsáveis pelo ataque morreram durante a
tentativa de libertar os prisioneiros.

Veja o jornalista Jim Mc Kay, que acompanhou o sequestro e foi


o responsável pela transmissão das informações falando sobre
assunto: http://www.youtube.com/watch?v=4nOnRbTlWs0

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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

Golda Meir
Em virtude do acontecido, a Primeira Ministra de Israel,
Golda Meir, ordenou a Operação Ira de Deus, em 1972.
Essa operação clandestina foi implementada pela Mossad,
a central de inteligência de Israel e levou à perseguição e
eliminação de indivíduos alegadamente ligados ao ataque de
Munique.
Segundo informações tanto dos israelenses quanto dos
palestinos, a Operação permaneceu ativa por mais de vinte
anos e calcula-se que mais de 15 pessoas foram mortas.

A lembrança de que nos não esquecemos nem perdoamos.


Segundo registros, estes eram os dizeres do cartão que a Mossad
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/ mandava às suas vítimas algumas horas antes dos ataques.
File:Golda_Meir_03265u.jpg

Em 6 de outubro de 1973, durante o feriado judaico do Yom Kippur, as tropas do Egito e


da Síria atacaram Israel na tentativa de recuperar a Península do Sinai e as Colinas de Golan.
O ataque foi uma surpresa, pois as forças israelenses falharam em detectar a preparação das
tropas nos meses que antecederam ao ataque e isso levou a vitória tanto para os sírios, quanto
para as forças do Egito.
Por volta de 9 de outubro, as forças israelenses foram capazes de conter os avanços externos,
mas não possuíam equipamentos e suprimentos para uma ofensiva em larga escala.
Alegando que os estados árabes recebiam apoio da URSS, os estadunidenses decidiram
interferir e garantir que Israel recebesse o que fosse necessário para a ofensiva.
As forcas israelenses não só reconquistaram os territórios perdidos, como tomaram terras
da Síria e do Egito, durante o contra ataque.
Posto sem gasolina nos EUA, em 1973 Os estados árabes da OPEP, Organização
dos Países Exportadores de Petróleo,
declaram embargo aos EUA devido ao apoio
oferecido à Israel, o que ocasionou uma crise
de abastecimento naquele país e o aumento
do preço do barril gerou uma profunda crise
econômica em escala global.
Em 23 de outubro, a ONU ordenou o final
das agressões, contudo, Israel se recusou a
obedecer à determinação e os soviéticos se
prepararam para mandar tropas para apoiar
as forças do Egito. Temendo que o conflito
escalasse, os EUA pressionaram os israelenses
Fonte: http://we-make-money-not-art.com/archives/2009/08/
sorry-out-of-gas-architectures.php
a obedecer ao cessar fogo.

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Os EUA passaram a pressionar por uma solução amigável, devido aos problemas com o
petróleo e o secretário de estado, Henry Kissinger, conseguiu firmar acordos entre os estados
beligerantes, firmando compromissos de paz.
Em 1977, a situação política em Israel alterou-se, pois, pela primeira vez, o governo do
país passou a ser controlado por um partido de direita, o Likud, e elegeu como primeiro
ministro Menachem Begin, que governou até 1983.
Durante o governo de Begin, os israelenses passaram a mandar colonos para as regiões
conquistadas a partir de 1967, como a Samaria, a Galileia e a Judeia. Além disso, em 30 de
julho de 1980, através da chamada Lei de Jerusalém, o governo do Likud estabeleceu que a
cidade de Jerusalém passava a ser considerada a capital de Israel.

Conheça a íntegra da lei em:


https://www.knesset.gov.il/laws/special/eng/basic10_eng.htm

No âmbito externo, o governo de Begin foi marcado pelos Acordos de Camp David, em
1978, e pelo Acordo de Paz entre Israel e o Egito em 1979.
Os Acordos de Camp David foram assinados sob mediação dos EUA. Eram voltados para
dois temas diferentes: o primeiro, envolvia as discussões em torno dos territórios palestinos;
já o segundo, tratava das relações entre Egito e Israel.
Os acordos foram resultados de mais de um ano de negociações envolvendo Israel; os EUA,
de Jimmy Carter, e vários estados árabes. Contudo, terminou como um acordo bi-lateral com
o Egito, representado por Anwar El Sadat.

Begin, Carter e Sadat, na assinatura dos Acordos de Camp David

Fonte: Wikimedia Commons

Veja a reportagem da NBC sobre a assinatura dos Acordos de


Campi David: http://www.youtube.com/watch?v=GFUulLqPKcc

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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

O Acordo de Paz de 1979 propôs a normalização das relações entre o Egito e Israel. Os
israelenses concordaram em se retirar da Península do Sinai e os egípcios concordaram em
manter a região desmilitarizada. Além disso, o acordo permitia aos israelenses acesso ao Canal
de Suez e às áreas próximas. O mais importante, contudo, foi o fato do acordo confirmar que
o Egito reconhecia oficialmente o estado de Israel.
A reação dos outros estados árabes foi violenta e o Egito foi suspenso da Liga Árabe entre
1979 a 1989 e o presidente Sadat tornou-se impopular dentro e fora de seu país.
Em 6 de outubro de 1981, o Presidente Sadat foi assassinado durante uma parada militar
que matou 11 pessoas e feriu mais de 30.

Veja as imagens do atentado que causou a morte de Sadat em


1981: http://www.youtube.com/watch?v=hWM9AqTpMvo

Depois do acordo com o Egito e do silêncio da Síria e da Jordânia, o governo de Begin voltou
sua atenção às tropas da OLP de Yasser Arafat. Depois da expulsão da Jordânia, os palestinos
se fixaram no Líbano e passaram a atacar os israelenses a partir de bases naquele país.
Em 1982, Israel lançou a Operação Paz par a Galileia que era, na verdade, a invasão do
Líbano e a ocupação de Beirute.
As tropas da OLP foram forçadas a deixar o país e procurar abrigo na Tunísia, mas a invasão
repercutiu muito mal entre os aliados de Israel, especialmente devido à conivência das tropas com
o massacre de civis palestinos por tropas de cristãos maronitas, nos campos de Sabra e Shatila
A região era marcada pelos conflitos entre cristãos e muçulmanos e o Líbano estava em
guerra civil desde 1975 e a presença israelense ajudou a acirrar o conflito.

Leia a reportagem da revista Veja sobre os massacres de Sabra e


Shayila no Líbano:
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/crise_palestina/arquivo/reportagem_290982.html

Linha Verde de Beirute em 1982,


essa região separava as áreas cristãs e muçulmanas da cidade

Fonte: Wikimedia Commons

.
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O Primeiro Ministro, Menachem Begin, acabou renunciando ao cargo em 1984, quando a
opinião pública passou a demandar o final das hostilidades e a retirada das tropa israelenses
do Líbano, o que começou em 1985. Contudo, as tropas israelenses se mantiveram no sul do
Líbano, onde criou-se “zona de segurança” com pouco mais de 10 km de largura.
No mesmo período, consolidou-se o Hezbollah (“Partido de Deus”), organização xiita
libanesa que pretendia combater a presença de Israel no país. O Hezbollah foi organizado
e treinado pela Guarda Revolucionária Iraniana, fundada para defender o regime islâmico
estabelecido no Irã depois da ascensão do Aiatolá Khomeini, em 1979.
A situação dos palestinos nas regiões ocupadas por Israel tornou-se ainda mais dramática
e, em 1987, iniciou-se a Primeira Intifada.
Basicamente, a Intifada consistia em manifestações da população civil, que atacava os
soldados israelenses, com paus e pedras e estes, frequentemente, revidavam a bala, provocando
mortes e prejudicando a imagem de Israel para a opinião internacional.
A ONU apresentou uma série de documentos que condenavam a ação de Israel, mas os
governos israelense e norte-americanos ignoraram os avisos sobre a situação dos palestinos.
Palestino atira pedra A Primeira Intifada terminou em 1992, deixando claro o clima de
em tanque israelense
intolerância entre os envolvidos no conflito e mostrou a necessidade
de discussões efetivas sobre o tema.
Em outubro de 1991, a maior parte dos envolvidos
encontrou-se em Madrid para uma reunião sobre a questão das
relações entre Israel e os árabes e, principalmente, a questão
dos palestinos.
O encontro foi patrocinado pelos norte-americanos, representados
por George Bush e pelos soviéticos, sob o comando de Mikhail
Gorbachev. Depois da reunião de abertura, os israelenses travaram
Fonte: http://www.moderna-contemp.
conversas em separado com todos os seus vizinhos, por essa razão,
uerj.br/outros_materiais/imagens/árabes_
israel/1987/First_intifada.jpg
o encontro foi considerado um sucesso.

“Nós procuramos a paz, a paz real. E, por paz real, eu entendo a


realização de tratados. Se não podemos encontrar coragem para
colocar o passado de lado para nós mesmos, então, vamos fazê-lo
pelas crianças.”
George Bush - conferência de Madrid.

“Temos uma oportunidade única e seria imperdoável perder esta


oportunidade. O sucesso é interesse de todos.”
Mikhail Gorbachev - conferência de Madrid.

As conversações progrediram em segredo, sob a proteção do governo norueguês, na


cidade de Oslo. Os acordos determinaram a criação de uma Autoridade Nacional Palestina,

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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

com autonomia administrativa e policial em alguns pontos do território palestino, além disso,
previa a progressiva retirada das forças israelenses de Gaza e da Cisjordânia. Em troca, a OLP
reconhecia o direito de Israel à existência e renunciava formalmente ao terrorismo.
Em 13 de setembro de 1993, o presidente estadunidense Bill Clinton recebeu o primeiro
ministro israelense Yitzhak Rabin e o representante da OLP, Yasser Arafat.
O encontro marcou um dos momento emblemáticos do século XX, pois reuniu, para a
assinatura de um tratado de paz, dois homens conhecidos por suas posições opostas e pelo
fato de serem inimigos declarados.

Assinatura do tratado na Casa Branca

Fonte: Wikimedia Commons

Veja o vídeo mostrando a assinatura dos tratados de Oslo em


1993: http://youtube.com/watch?v=yS8rzRaxQWA

Os acordos não foram bem recebidos por todos os envolvidos, os grupos como o Hamas e
os ultra nacionalistas israelenses ficaram indignados com os termos acordados.

Arafat, Peres e Rabin na entrega do NobeL da Paz, em 1994


Em 1994, Yasser Arafat, Yitzhak Rabin
e Shimon Peres, que era ministro das relações
interiores de Israel, foram laureados com o
Prêmio Nobel da Paz por seus esforços pela paz
no Oriente Médio.

Veja a página da Fundação Nobel sobre


este prêmio:
http://goo.gl/6FMbvd
Fonte: http://historica.com.br/wp-content/uploads/2011/10/
Arafat_Peres_Rabin_Nobel_Paz.jpg

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Em abril daquele ano, Yasser Arafat retornou à Faixa de Gaza depois de 27 anos de exílio.
Obedecendo ao determinado pelos acordos de paz, as regiões de Gaza e Jericó tornaram-se
províncias autônomas sob controle da Autoridade Nacional Palestina, da qual Arafat se tornou
presidente na eleição de 1996.
Os colonos israelenses foram mantidos nestes territórios e, mesmo com a presença da
Autoridade Palestina, estas pessoas vivem sob proteção das tropas israelenses estacionadas
na região.
Em 4 de novembro de 1995, durante uma manifestação pela paz, Yitzhak Rabin foi
assassinado com três tiros por um extremista israelense chamado Yigal Amir, preso em seguida.
O atentado colocou o processo de paz em cheque, mesmo com Shimon Peres assumindo
interinamente o controle do estado, afinal, ele tinha agido em conjunto com Rabin nas
negociações com a OLP.

“Eu espero que todos nós - os israelenses e os palestinos - tenhamos


a habilidade de superar a tragédia e continuar com o processo de
paz no Oriente Médio.”
Yasser Arafat - sobre a morte de Rabin.

As eleições de 1996 em Israel foram cercadas de polêmicas sobre os acordos com os


palestinos e o eleito para primeiro ministro foi Benjamin Netanyahu, que governou até 1999.
Netanyahu paralisou a retirada das tropas israelenses das áreas ocupadas e intensificou os
assentamentos de colonos judeus em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental
“Oslo foi uma ilusão de paz sob a sombra do terrorismo. Eu parei esta louca corrida em
ceder as terras de Israel aos palestinos.”
Benjamin Netanyahu sobre os acordos de 1993.
O processo de paz, infelizmente, estagnou!

Importante!
Questões que dificultam o processo de paz:

• a existência de grupos radicais entre os israelenses e entre os palestinos, que


não aceitam fazer concessões;

• a situação de Jerusalém, que é disputada por todos os envolvidos;

• o problema dos colonos israelenses em território palestino, que demandam


proteção do governo de Israel;

• o problema dos refugiados palestinos, que afluem em grande número para as


áreas administradas pela Autoridade Palestina e que não tem condições de
sobrevivência;

• a questão do controle dos recursos hídricos do Rio Jordão, fundamental para


a agricultura da região.

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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

A Guerra Fria: surgimento e queda da URSS

Os anos de formação
A formação da URSS está diretamente ligada ao movimento que conhecemos como
Revolução Russa.
A Revolução Russa, que aconteceu em 1917, foi um processo único, pois, em seus primeiros
momentos, derrubou o regime czarista em favor de um governo liberal, mas sua principal
vitória foi a instalação de um novo tipo de regime: o comunismo soviético.
A criação da URSS foi um processo longo, marcado por longo e violento processo e,
oficialmente, o país só surgiu em 1922.
Entre 1918 e 1923, os russos enfrentaram uma guerra civil que envolvia os bolcheviques
e seus aliados, conhecidos como “vermelhos” e os anti-bolcheviques, que eram chamados de
“brancos”.

Foto tirada pelo diplomata norueguês A guerra devastou o país e trouxe uma grande miséria,
Fridtjof Nansen, em 1922, mostrando especialmente nas áreas rurais, devido à política do estado –
crianças russa por ocasião da grande fome conhecida como comunismo de guerra – que se baseava no
confisco de grãos e outros bens para atender às necessidades
do exército. Contudo, deve-se destacar que a grande fome que
devastou a Rússia, em 1921, foi ocasionada não somente pela
política comunista; a presença do país na I Guerra Mundial havia
iniciado o processo de drenagem dos recursos da população,
que foi agravado pelos atos do governo comunista.
Além das dificuldades internas, os russos se envolveram em
problemas externos.
A parte setentrional do país foi ocupada, até 1919, por
tropas inglesas, francesas e americanas e, simultaneamente,
a Rússia sofreu com a presença de tropas japonesas na área
mais oriental do território até 1922.
Por fim, entre 1919 e 1921, o regime comunista se envolveu
Fonte: Wikimedia Commons
em uma guerra com a Polônia, que foi finalizada com o Tratado
de Riga. Este tratado estabeleceu as fronteiras existentes entre
estes dois países durante o período entre guerras.
Em março de 1921, os marinheiros da fortaleza de Kronstadt, acompanhados por
soldados e civis, organizaram um levante contra os bolcheviques e o comunismo de
guerra. Liderados pelo marinheiro Stepan Petrichenko, os revoltosos foram rapidamente
controlados, mas o movimento alertou os líderes comunistas da necessidade de alterar os
rumos da economia.

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Ataque a Kronstadt

Fonte: Wikimedia Commons

As alterações operadas por Lenin nesse sentido ficaram conhecidas como NEP. A NEP
permitia que os agricultores retivessem parte de sua produção para o comércio e legitimava a
obtenção de lucro com a operação; além disso, o comércio a varejo foi liberado para o pequeno
empreendedor, contudo, o comércio de grande escala continuava sob controle do estado.
As medidas permitiram a recuperação da economia e a emergência de grupos, considerados
“capitalistas” pelos membros mais radicais do partido, como os kulaks, agricultores enriquecidos
pela liberação do comércio de alimentos.
Os descontentamentos com a NEP foram agravados pelo desemprego e pelo medo de
que a revolução perdesse seu dinamismo, o que facilitou a implementação do Primeiro Plano
Quinquenal, durante o período stalinista.

Mercado durante a NEP

Fonte: soviethistory.org

Em 1922, um tratado reuniu formalmente a Rússia, a Ucrânia, Belarus e a região Cáucaso,


formada pela Geórgia, Armênia e o Azerbaijão, em um novo país: a União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas.

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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

Os anos Stalin
A Revolução de 1917 levou ao poder o grupo político conhecido como bolcheviques,
dominado por Vladimir Lenin. O poder de Lenin era inquestionável, contudo, em 1922, ele
sofreu um devastador derrame que o impossibilitou de manter o controle sobre o grupo.
Uma luta pelo poder se desenvolveu entre duas figuras importantes do grupo: o Secretário
do Partido Comunista, Joseph Stalin e o Comissário para Guerra, Leon Trotsky.
De certa maneira, o embate era sobre o que a URSS se tornaria. Trotsky acreditava que a
revolução comunista deveria ser encorajada em todas as partes do mundo e que os soviéticos
deveriam apoiar e facilitar essas mudanças. Já Stalin propunha que o comunismo precisava
ser consolidado e estabelecer uma base concreta de poder na URSS, antes de apoiar a
disseminação da revolução.
Stalin utilizou sua posição como secretário do partido para colocar seus aliados em locais
chaves do Comitê Central, o que garantiu que ele se tornasse líder do partido em 1924.
Trotsky foi retirado do poder, exilado e assassinado no México, em 1940.
Stalin procurou consolidar seu poder pela eliminação de opositores e mesmo aliados que
poderiam eclipsar seu poder, como foi o caso de Lev Kamenev, que havia sido um aliado
próximo de Lenin.

Trotsky, Lenin e Kamenev, em 1920

Fonte: Wikimedia Commons

Nos anos seguintes, Stalin realizou expurgos maciços dentro da sociedade soviética, qualquer
pessoa suspeita de “deslealdade” foi morta, mandada para a prisão ou julgada publicamente e,
nesses julgamentos, eles “admitiam” que tinham cometido todos os tipos de crimes.
Entre os 139 membros do Comitê Central do Comunista, 93 foram condenados à morte;
já nas forças armadas, 81 dos 103 generais e almirantes foram mortos.
Calcula-se que 3 milhões de pessoas do partido comunista foram mortos.

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Além disso, Stalin iniciou uma campanha sistemática de propaganda para garantir que a
memória desses líderes fosse eliminada também. Com esse objetivo, fotografias e livros de
história foram alterados.
Observe a imagem a seguir:

Fonte: Wikimedia Commons

Nessa imagem, vê-se Lenin discursando e à direita estão Kamenev e Trotsky.


Agora, observe a versão alterada da fotografia.

Fonte: Wikimedia Commons

Nesta versão, não é possível ver nem Trotsky nem Kamenev!


Nos anos trinta, o Grande Terror tinha se espalhado por toda a sociedade e, aproximadamente,
20 milhões de russos foram confinados nos gulags – nome dado aos campos de trabalhos
forçados, que ficavam, geralmente, na Sibéria.

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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

Outras medidas de controle foram tomadas pelo governo, como o início de uma campanha
antirreligiosa que acusava as igrejas estabelecidas de promover a dominação do trabalhador, os
grupos étnicos foram “russificados”, ou seja, obrigados a aceitar a língua e os costumes russos.
Cartaz de Propaganda contra a Igreja,
que dizia que a religião era o ópio do povo

Fonte: soviethistory.org

A polícia política russa, a NKVD, foi responsável pela eliminação da maioria dos inimigos
de Stalin e dos críticos ao sistema.
Além disso, iniciou um controle rígido sobre os meios de comunicação para garantir o
controle político necessário para as medidas de modernização do país e, por volta de 1939,
o país era uma ditadura.
Outra medida adotada nesse sentido foi a Constituição de 1936, que criou o Soviet Supremo
e centralizou o poder nas mãos de Stalin. Este documento garantiu aos soviéticos o direito
ao voto – lembre-se que o único partido era o Partido Comunista – o direito ao trabalho, ao
descanso, ao lazer, à saúde, à educação, à moradia e à proteção aos idosos.
A situação econômica era uma das grandes questões que o governo Stalin precisava
equacionar e uma das saídas foi a coletivização da agricultura.
Ao final da década de 20, era claro que a agricultura era inadequada às necessidades do
país. Apesar do sucesso dos kulaks, a produção não era suficiente para garantir o atendimento
da demanda.
Em 1927, Stalin declarou que a solução para o problema era a unificação das pequenas
propriedade em fazendas coletivas. Essas fazendas coletivas, os kolkhoz, seriam capazes de
adquirir máquinas para uma produção mais eficiente e criariam um excedente que poderia
ser direcionado às cidades. Depois de dois anos, Stalin declarou a coletivização obrigatória,
contudo, a população resistiu à ideia e sabotou as colheitas, criando uma outra crise de
alimentos em 1931.
22
Stalin culpou os kulaks pelo acontecido e declarou guerra a eles, muitos foram executados
ou mandados para os gulags. Em 1939, 99% das terras tinham sido coletivizadas e 90% dos
camponeses viviam em kolkhoz, que eram controlados por oficiais dos governo.
Stalin atingiu a maioria de seus objetivos:
• a produção de grão cresceu para, aproximadamente, 100 milhões de toneladas em
1937;
• foi possível exportar grãos para outros países, ampliando a receita;
• 17 milhões de pessoas migraram para as cidades e isso favoreceu o processo de
industrialização;
• os kulaks foram eliminados e os camponeses passaram a ser controlados pelo governo.
Deve-se observar que as ações do governo custaram a vida de 3 milhões de kulaks e de
outros 5 milhões de soviéticos que morreram de fome entre 1930 e 1933, durante o processo
de implementação da coletivização.
Outra medida importante para o desenvolvimento econômico era a industrialização e, com
este objetivo, o governo de Stalin desenvolveu os Planos Quinquenais, entre 1928 e 1938.
Estes planos criaram metas de produtividade para as fábricas e concentraram-se nas
indústrias pesadas, garantindo o suprimento de carvão, petróleo, aço e eletricidade.
Várias indústrias e cidades foram criadas em áreas afastadas por jovens comunistas que
recebiam incentivos do estado para estas ações. A produção era incentivada por competições
entre os trabalhadores. Os que mais produziam recebiam medalhas e eram chamados de
Stakhanovites, em homenagem a Alexey Stakhanov que minerou 102 toneladas de carvão
em um período de 6 horas.

Alexey Stakhanov, ao centro

Fonte: Wikimedia Commons

Assista ao filme de propaganda soviética, mostrando Alexey


Stakhanov e outros mineradores no trabalho:
http://goo.gl/3Ag8so

23
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

Além dos incentivos à produtividade, os trabalhadores recebiam educação política, educação


formal e educação técnica.
A URSS também trouxe oportunidades para as mulheres, além de creches que acomodavam
as crianças para que elas pudessem trabalhar, também investia em sua educação. O governo
advogava os mesmos direitos para homens e mulheres e, por esse motivo, podiam se tornar
médicas, cientistas, metalúrgicas...
Os números obtidos por este esquema de produção eram fenomenais, entretanto, a
produção era voltada para a indústria pesada e pouco foi feito para iniciar a produção de bens
e consumo.
Nesse período, o estado ainda organizou uma série de grandes obras:
• a ferrovia Turquestão–Sibéria, que liga a Ásia Central à Sibéria;
• a hidroelétrica de Dneiper, uma das maiores da Ucrânia;
• o canal fluvial que liga o Mar Branco ao Báltico.
No que tange à política externa, em 23 de agosto de 1939, Stalin estabeleceu um pacto de
não agressão com a Alemanha Nazista, o pacto Molotov–Ribbentrop. Por esse acordo, além
de evitaram a guerra, a URSS e a Alemanha dividiriam o território da Polônia, invadido em
setembro daquele ano.

Cartoon “Rendezvous”, de David Low, publicado no Evening Standard, em 20 de setembro de


1939. Mostra o encontro de Stalin e Hitler. Hitler cumprimenta Stalin dizendo “A escória da
terra, eu acredito?” Stalin responde “O assassino sanguinário de trabalhadores, eu presumo?

Fonte: Wikimedia Commons

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Entre 1939 e 1940, o exército soviético ocupou e incorporou novos territórios como a
Lituânia, Letônia e a Estônia, além da Moldávia.
Em 1941, os soviéticos assinaram um acordo de não agressão com o Japão, contudo, em
junho desse ano, a URSS entrou efetivamente na II Guerra Mundial, depois da invasão da
Alemanha ao território soviético.
Em poucos meses, os alemães ocuparam Belarus, a maior parte da Ucrânia e cercaram a
cidade de Leningrado, atual São Petesburgo. As ações do exército vermelho salvaram Moscou
da ocupação, mas em junho de 1942, os alemães estavam nos portões de Stalingrado, atual
Volgogrado, e próximo aos campus de petróleo do Cáucaso.
Em 1943, os soviéticos lançaram uma vitoriosa contra-ofensiva em Stalingrado, que
culminou com a tomada de Berlim de 1945.
Durante os encontros de Yalta e Potsdan, a URSS e o restante dos aliados estabeleceram
as esferas de poder a serem observadas na Europa do pós- guerra.
A Alemanha foi dividida em áreas de influência e a cidade de Berlim, em quatro setores,
como mostra o mapa.

Fonte: Wikimedia Common

Em junho de 1948, os soviéticos iniciaram um bloqueio às áreas controladas pelos demais


aliados; o objetivo era controlar a entrada de suprimentos na cidade e, com isso, expulsar
os aliados.
O bloqueio estendeu-se até maio de 1949, mas não atingiu o desejado, já que os aliados
mantiveram a entrada de mercadorias por via aérea, em uma ação que envolveu as forças
aéreas britânicas, norte-americanas, canadenses, neozelandesa e sul-africana.

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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

Apoio aéreo contra o bloqueio de Berlim, em 1949

Fonte: Wikimedia Commons

Em 1949, a URSS reconheceu o governo comunista da China e, no ano seguinte, os


dois países assinaram um tratado que propunha uma aliança de 30 anos. Ainda em 1950,
iniciou-se a Guerra da Coreia (1950-1953), que marcou a deterioração das relações entre os
ex-aliados e acentuou a formação de novas alianças, baseadas nas aproximações entre países
capitalistas e comunistas.
A formação e consolidação de alianças militares foi uma das grandes ações dos soviéticos
nesse período e levou a formação do Pacto de Varsóvia, em 1955. O Pacto foi uma resposta
à formação da OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte – aliança militar que reuniu
os EUA, o Canadá e os países da Europa Ocidental.
Os primeiros signatários do tratado foram a URSS, a Albânia, a Polônia, a Tchecoslováquia,
a Hungria, a Bulgária, a Romênia e a Alemanha Oriental. O objetivo do pacto era garantir a
segurança dos membros perante ataques externos e determinava que as ações seriam decididas
coletivamente, contudo, como no caso da OTAN que era dominada pelos EUA, a URSS
controlava os caminhos adotados pelo grupo.
As forças do pacto foram utilizadas para conter movimentos de descontentamentos contra
o regime comunistas, como os ocorridos na Hungria, em 1956, na Tchecoslováquia, em 1968
e na Polônia, em 1981.
Em março de 1953, a morte de Stalin colocou Nikita Khrushchev na posição de Secretário
Geral do Partido Comunista e uma das principais figuras da política soviética no período, o
que se consolidou com sua ascensão a Primeiro Ministro em 1958.

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A era pós-Stalin
Em fevereiro de 1956, Nikita Khrushchev denunciou as práticas violentas do governo de
Stalin em uma discurso formal perante todos os membros do partido comunista, dando início
ao processo de desastalinização e aproximação com o Ocidente, o que gerou o afastamento
entre a URSS e a China.
A aproximação com os EUA foi abalada em 1962, com a chamada Crise dos Mísseis em
Cuba. O governo soviético tinha colocado tropas e armas na ilha de Cuba, com anuência do
regime pró-soviético de Fidel Castro.
Depois de duas semana muito tensas, a situação foi solucionada, mas o problema gerou
a criação de uma linha direta entre o governo estadunidense e soviético para facilitar as
discussões entre os dois países.
Em 1957, o mundo assistiu aos soviéticos lançarem o primeiro satélite artificial do mundo,
o Sputnik e, em 1961, Yuri Gagarin se torna o primeiro ser humano a orbitar a Terra.
Os avanços do programa espacial soviético eram evidentes e os norte-americanos
procuraram acelerar seu programa, o que resultou com a chegada do homem à Lua, em 1969.

Gagarin na capa da Revista Time

Fonte: Time Magazine

Assista à entrevista concedida por Gagarin, em 1961, para a


BBC de Londres: http://www.youtube.com/watch?v=MzzBr65ZFwM

Em 1964, o poder na URSS trocou de mãos: Khrushchev foi substituído por Leonid
Brezhnev.
Brezhnev foi o responsável pela elaboração de uma política externa que enunciava o direito
dos soviéticos de “proteger” os regimes comunistas aliados através da interferência militar.

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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

Trata-se da Doutrina Brezhnev, que serviu de base ideológica para a invasão da Tchecoslováquia,
em 1968, e para a invasão do Afeganistão, em 1979.
A presença dos soviéticos em território afegão acirrou o conflito e movimentou uma grande
resistência, os mujahideen, que recebiam dinheiro e armas de países como: EUA, Paquistão,
China, Arábia Saudita e Irã.
A situação dos soviéticos na região era dramática, pois equipamentos como mísseis norte-
americanos Stinger ajudavam a implacável resistência local a infringir grandes perdas, tanto
humanas, quanto materiais.
Em 1982, Brezhnev morreu e, entre 1982 e 1984, a URRS foi liderada pelos ex-
comandantes da KGB, Yuri Andropov e Konstantin Chernenko.

Os anos Gorbachev
A morte de Chernenko, em 1984, levou ao poder uma figura fundamental para as mudanças
que marcaram os últimos anos do século XX: Mikhail Gorbachev.
Ele chegou ao poder com o apoio de Andrei Gromyko, um dos mais poderosos ministros
do governo soviético.
Em seus primeiros discursos aos membros do partido, Gorbachev apresentou as propostas
que foram a marca de seu governo: a Perestroika e a Glasnost.
A Perestroika representava um conjunto de medidas voltadas para a restruturação e aceleração
do desenvolvimento econômico soviético e, para atingir este objetivo, foram propostas medidas
como a redução dos gastos com armamentos, a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão
e a diminuição da intervenção em outros estados do bloco.

Selo de divulgação das Perestroika

Fonte: Wikimedia Commons

A Glasnost, por sua vez, representava um conjunto de medidas voltadas a garantir a


“transparência” nas ações do governo e a reafirmação da liberdade de expressão para todos
os cidadãos soviéticos. Um exemplo concreto dessa nova postura foi o lançamento no país do
polêmico filme Repentance, do diretor Tengiz Abuladze, que apresentava uma crítica alegórica
ao período stalinista.

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Pôster do filme Repentance

Fonte: Qartuli Pilmi, 1987.

Outra medida anunciada por Gorbachev, no início de seu governo, foi o combate ao
consumo de bebidas alcoólicas, que para o governo era um dos grandes entraves para o
desenvolvimento da produção, contudo, a campanha foi uma das medidas mais impopulares
do governo.
Pôster criado para combater o consumo de bebidas alcoólicas

Fonte: tululuka.net

Em 1986, no 27º Congresso do Partido Comunista, Gorbachev retomou o tema da


reconstrução econômica, destacando a necessidade da iniciativa privada para essa mudança,
mas insistindo que esta deveria acontecer sob controle e limitada pelo estado. No mesmo
encontro, o governo apresentou sua proposta de desarmamento e aproximação ao governo
dos EUA.
Para reforçar a seriedade da Glanost, o governo permitiu que o dissidente Andrei Sacarov
deixasse o exílio em Gorgy e retornasse a Moscou.

29
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

Andrei Scararov ficou conhecido no ocidente por seu trabalho no desenvolvimento de


armas termo-nucleares para o programa de defesa soviético, contudo, foi o seu envolvimento
nas lutas por liberdades civis e reformas no estado que teve um profundo impacto nos países
ocidentais e, por esse motivo, em 1975, ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz.

“Liberdade de pensamento, a existência de uma opinião pública


informada, um sistema de educação de natureza pluralista, a
liberdade de imprensa, o acesso a outras fontes de informação;
todas esta coisas estão pouco disponíveis nos países comunistas.”
Discurso de Sacarov, lido por sua esposa Yelena Bonner, na cerimônia de entrega do Nobel da Paz, em 1975.

Sacarov com sua esposa, a ativista Yelena Bonner

Fonte: humanrightsfirst.org

Yelena Bonner teve uma trajetória pessoal marcada pela luta pelos direitos
humanos e seu trabalho foi reconhecido por diversas entidades, como a
Anistia Internacional. Sobre ela, você poderá ler a reportagem da Revista
Veja, quando de sua morte, no link:
http://veja.abril.com.br/blog/nova-york/direitos-humanos/adeus-yelena-bonner-parabens-suu-kyi/
Sobre o exílio do casal Sacarov, leia
BONNER SACAROV, Yelena. Companheiros de Solidão. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1987.

Em 1980, Sacarov foi preso e exilado depois de protestar publicamente contra o início da
Guerra do Afeganistão e somente no governo Gorbachev, ele foi libertado.
Ainda em 1986, um acidente na usina de força de Chernobyl, na Ucrânia, levou ao
vazamento de elementos radioativos por grande parte do país e da Europa.
O acidente teve proporções desastrosas e as autoridades soviéticas tentaram esconder as
consequências do vazamento, o que provocou indignação entre a população da região e da
comunidade internacional.

30
Calcula-se que a destruição do reator de Chernobyl 4 matou, aproximadamente, 30
funcionários e bombeiros nos primeiros meses depois do acidente, além de deixar 134 pessoas
doentes por exposição intensa à radiação.

Nos anos seguintes, vários casos de câncer foram diagnosticados na região do acidente e as
consequências podem ser sentidas mesmo depois de mais de 25 anos.

Veja a reportagem da NBC mostrando as primeiras declarações de


Gorbachev sobre o acidente: https://youtu.be/0k3wnXBE5S0

Veja a reportagem da TV Globo, feita em 2001, mostrando a região de


Chernobyl: https://youtu.be/BygxeniXsOY

As mudanças proposta continuaram a ser implementadas e as denúncias sobre os problemas


de corrupção no governo e da violência do período stalinista continuavam a se avolumar. Uma
parte dos políticos do partido passaram a demandar que as medidas fossem ainda mais radicais
e rápidas.
Entre esses políticos, estava o responsável sobre o partido em Moscou: Boris Yeltsin.
Gorbachev ficou furioso com o seu criticismo e o retirou do cargo, aprofundando as
divergências entre os dois e colocando Yeltsin na “oposição”.
Ao contrário de Yeltsin, Yegor Ligachev, que era um aliado próximo de Gorbachev, declarou
publicamente que ele havia exagerado e, de certa forma, sua fala representava uma outra
parcela dos membros do partido: aqueles que desejavam conter as mudanças.
Na 19ª reunião do partido, ocorrida em 1988, os ânimos estavam acirrados e a população
soviética acompanhou disputas acaloradas sobre os rumos que o país deveria seguir. Nesse
encontro, foi decidido que o governo conduziria as primeiras eleições relativamente livres do
país e oficialmente adotava a Glasnost como política oficial.
O desejo de radicalização das mudanças políticas reacendeu as diferenças entre os diversos
grupos étnicos da URSS.
Em 1988, os líderes da comunidade armênia, no Azerbaijão, passaram a demandar
liberdade para região NagornoKarabakh para que pudessem integrar a Armênia. As
tensões entre os grupos culminaram para um grande conflito armado, que se estendeu
até 1994.
Ainda em 1988, depois que o Paquistão e o regime pró-comunista do Afeganistão
negociaram diversos acordos de paz em Genebra, os soviéticos iniciaram a retirada de suas
tropas do território afegãos, marcando o final de quase uma década de ocupação.
A Guerra tinha deixado suas marcas na sociedade soviética, pois, além dos gastos, a guerra
deixou mais de 10.000 soldados mortos e mais de 30.000 feridos.
Deve-se destacar que a guerra provocou a morte de, aproximadamente, 70000 combates
afegãos, os Mujahideen, e mais de 800.000 civis afegãos.

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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

Tropas soviéticas deixando o Afeganistão

Fonte: Wikimedia Commons

As eleições de 1989 trouxeram diversas mudanças. A primeira foi o fato de que os eleitores
escolhiam seus candidatos de uma lista que continha opositores reais ao governo comunista,
como Andrei Sacarov.
Outra mudança importante foi o fato de que a eleição de Sacarov, que morreu de infarto,
ainda em 89, e de Boris Yeltsin criou uma oposição parlamentar real. Além disso, a relativa
liberdade dada aos eleitores permitiu que as repúblicas bálticas elegessem políticos alinhados
com as propostas de independência.
O clima de abertura política favoreceu a organização de manifestações públicas em várias
partes da URSS. Os protestos foram gerados pela escassez cada vez maior de objetos de
consumo, além disso, Gorbachev passou a ser visto como um obstáculo para as mudanças e
não mais seu principal realizador.
O clima de tensão foi agravado pelas demandas dos diversos grupos étnicos, como os
estonianos.
As três repúblicas do Báltico - Estônia, Letônia e Lituana - estavam sob domínio soviético
desde o final da II Guerra Mundial, contudo, as demandas pró-independência estavam
avançando e cada vez mais políticos ligados a esta proposta passaram a ocupar espaço no
estado e, em março de 1990, a Lituânia proclamou sua independência.
No âmbito externo, a preocupação do governo de Moscou era com a integridade dos
regimes comunistas na Europa e, por esse motivo, Gorbachev fez uma visita à Alemanha
Oriental.
Muitos observadoras consideram que essa visita precipitou os protestos em massa que
cortaram o país e, em novembro de 1989, o regime da Alemanha oriental foi destituído,
dando início à reunificação do país.
O momento mais marcante deste processo foi a destruição do Muro que dividia a cidade de
Berlim, um dos símbolos mais fortes da Guerra Fria.

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As pessoas andando sobre o Muro, em 1989

Fonte: Wikimedia Commons

Assista à reportagem da TV Globo, mostrando a queda do


Muro de Berlim: https://youtu.be/hNh_4SoTYhs

Em dezembro de 1989, Gorbachev encontrou com o presidente norte-americano, George


Bush, em Malta, e declarou o final do antagonismo entre os dois países.

Bush e Gorbatchev
“O mundo está deixando uma época para entrar
em outra. Nós estamos iniciando uma longa e
duradoura era de paz. A ameaça da força, da
desconfiança, das diferenças ideológicas e
psicológicas devem ser coisas do passado. Eu
asseguro ao Presidente dos EUA que eu nunca
iniciarei um ato agressivo contra os EUA.”
Gorbatchev, no Encontro de Cúpula de Malta, 1989.

“Nós podemos realizar uma paz duradoura e


transformar as relações entre Leste e Oeste para
uma de cooperação duradoura. Este é o futuro
que o Presidente Gorbatchev e eu iniciamos aqui
em Malta.”

Fonte: sekcastillohistory20.files.wordpress.com George Bush no Encontro de Cúpula de Malta, 1989.

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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

Em 1990, a Alemanha Oriental deixou o Pacto de Varsóvia em preparação para a unificação


com a Alemanha Ocidental; a Polônia e Tchecoslováquia também afirmaram seu desejo de
deixar a aliança. Diante dos protestos e da impossibilidade de manter o controle sobre a
política interna de seus aliados, os soviéticos, em 1991, abriram mão do controle sobre as
forças do pacto; poucos meses depois, a aliança deixou de existir oficialmente.
Em agosto de 1991, vários altos oficiais do governo, como o Ministro da defesa, Dimitry
Yazov, e membros da KGB prenderam Gorbachev, durante suas férias na Crimeia.
Os golpistas foram presos depois de três dias, graças à ação de Boris Yeltsin, que assumiu o
controle do governo. Imediatamente, Yeltsin baniu o Partido Comunista Soviético na Rússia,
reconheceu a independência das repúblicas Bálticas, Ucrânia e das outras repúblicas que
compunham a URSS e, por fim, declara a independência da Rússia.
Em setembro de 1991, os membros da assembleia soviética declaram a dissolução do
governo e final da URSS.

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Cronologia URSS (1917-1991)

Lenin trabalhando em 1918


Vladimir Lenin - 1917 -1924
Vladimir Ilich Ulyanov (n. 1870 - m. 1924)
• Líder dos Bolcheviques
• Revolução Russa
• Guerra Civil
• NEP - Nova Política Econômica
• Sofreu um atentado em 1918
• Sofreu um derrame em 1922, que o retirou Fonte: Wikimedia Commons

progressivamente do comando.

Joseph Stalin - 1924 - 1953 Stalin em 1943

Iosif Vissarionovich Dzhugashvili (n.1879 - m.1953)


• Não era um dos líderes do movimento bolchevique
• Derrotou seus opositores à sucessão de Lenin e governou
o país até sua morte.
• Coletivização da agricultura
• Industrialização rápida e eficiente
• Expurgos nos anos trinta - mortes e prisões em campos
de trabalhos forçados: os gulags
• Segunda Guerra Mundial
• Formação dos Blocos Fonte: Wikimedia Commons

• Corrida Nuclear

Georgy Malenkov -1953 - 1955 Retrato oficial de Malenkov

Georgy Maximilianovich Malenkov - (n.1902 - m.1988)


• Colaborador e aliado de Stalin
• Reduziu a produção de armas nucleares
• Procurou reduzir o poder da polícia política
• Procurou direcionar a produção industrial para bens de
consumo, mas sem resultados substanciais
• Procurou incentivar a produção agrícola nas fazendas coletivas
• Foi exilado dentro da URSS e perdeu seus cargos no Fonte: Wikimedia Commons
governo e no partido, por disputas internas
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Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

Nikolai Bulganin - 1955 - 1958 Retrato oficial de Bulganin

Nikolai Alexandrovich Bulganin - (n.1895 - m.1975)


• Foi ministro das forças armadas e aliado de Stalin
• Subiu ao poder com o apoio de Nikita Khrushchev e,
inicialmente, apoiou as mudanças propostas por ele.
• Ao longo de seu período no governo oscilou entre as
reformas propostas por Nikita Khrushchev e o grupo
conservador liderado por Vyacheslav Molotov.
• Foi exilado depois de uma tentativa de esvaziar a liderança
de Nikita Khrushchev Fonte: Wikimedia Commons

Nikita Khrushchev - 1958 - 1964 Nikita Khrushchev

Nikita Sergeyevich Khrushchev - (n. 1894 - m.1971)


• Denunciou as práticas violentas de Stalin, em 1956 e iniciou
o processo de destalinização do país
• iniciou a aproximação com os EUA, baseado na premissa da
coexistência pacífica
• Crise dos Mísseis
Fonte: Wikimedia Commons
• afastamento ideológico da China

Leonid Brezhnev - 1964-1982 Leonid Brezhnev

Leonid Ilyich Brezhnev - (n.1906 - m.1982)


• Sofreu revezes em sua carreira durante o período Stalin
• Foi um dos responsáveis pela queda de Khrushchev
• Primavera de Praga
• Doutrina Brezhnev
• Procurou manter boas relações com os EUA
• Invasão do Afeganistão

Fonte: Ulrich Kohls/Wikimedia Commons

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Iúri Andropov - 1982-1984
Iúri Andropov
Iúri Vladimirovitch Andropov (n.1914 - m.1984)
• Chefiou a KGB de 1967 a 1982
• Intensificou o controle da oposição ao governo
• Intensificou o controle do material, como música,
vindo do exterior
• Procurou combater a corrupção
Fonte: Wikimedia Commons

Konstantin Chernenko
Konstantin Chernenko - 1984-1985
Konstantin Ustínovitch Chernenko (n. 1911 - m.1985)
• Foi uma figura de poder durante o governo de Leonid Brezhnev
• Procurou reformar a estrutura administrativa
• Procurou manter boas relações com os países capitalistas

liveinternet.ru

Mikhail Gorbachev
Mikhail Gorbachev - 1985-1991
Mikhail Sergueievitch Gorbachev (n.1931)
• Glasnost
• Perestroika
• Acordos de redução de armas nucleares com o governo Reagan
• Acidente de Chernobyl
• Fim da URSS
Fonte: Wikimedia Commons

37
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

Material Complementar

Seguem algumas sugestões para aprofundar seus estudos.

Sites:
Núcleo de Estudos Contemporâneos da UFF. Conjunto de recursos sobre a questão
contemporânea
Disponível em: http://www.historia.uff.br/nec/

Filmes:
Pequena lista de filmes sobre o assunto produzidos sobre o tema:

Título Data Assunto


9º Pelotão 2005 Guerra do Afeganistão
Queda do Muro de Berlim e o fim do
Adeus Lênin! 1983
socialismo no leste europeu.
Conflitos militares entre EUA e URSS durante
Dr. Fantástico 1964
a Guerra Fria.
Ocupação da região da Palestina por
Exodus 1960
imigrantes judeus.
A questão da interferência americana no
Jogos do Poder 2007
Afeganistão.
Ocupação da região da Palestina por
Kedma 2002
imigrantes judeus.
Munique 2005 Resposta de Israel aos ataques de Munique.
A vida no Afeganistão durante a ocupação
O Caçador de pipas 2007
soviética e nos anos posteriores.
O dia do Perdão 2000 Guerra do Yom Kippur.
Os treze dias que Tensão entre EUA e URSS em 1962 (governo
2000
abalaram o mundo Kennedy).

38
Referências

DUPAS, Gilberto. Israel e Palestina. São Paulo: UNESP, 2002.

GORENDER, Jacob. O fim da URSS. São Paulo. Ed. Atual, 1991.

HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Cia das
Letras, 1995.

39
Unidade: A Guerra Fria: o Oriente Médio

Anotações

40

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