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ESCOLA DE ENGENHARIA
ENGENHARIA CIVIL
TÓPICO 6
PROJETO EM PERFIL – CURVAS VERTICAIS
O projeto de uma estrada em perfil é constituído de uma poligonal contínua, em cujos vértices
das rampas das retas que formam as poligonais, há a concordância curvas verticais. Esta linha
do perfil é denominada de “greide”. As retas que formam as poligonais são definidas pela sua
declividade, que é a tangente do ângulo que fazem com a horizontal. Na prática, a declividade
é expressa em porcentagem. As curvas verticais, mais usuais, são expressas por parábolas do
2º grau, que têm como principal característica, conduzir a curvatura, de um raio infinito, junto
à tangente, ao raio central da parábola.
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Nos trechos onde a água de chuva não pode ser retirada no sentido transversal à pista, por
exemplo, em cortes extensos ou em pistas com guias laterais, o perfil deverá garantir condições
mínimas para o escoamento no sentido longitudinal. Nesses casos, é aconselhável o uso de
rampas com inclinação não inferior a 0,5% em estradas com pavimento de alta qualidade e 1%
em estradas com pavimento de média e baixa qualidade.
Quando a topografia da região atravessada for favorável e as condições locais permitirem,
poderão ser usados trechos em nível (rampa com inclinação 0%), desde que haja condições
para a perfeita drenagem da pista e caimentos transversais suficientes para a drenagem da pista.
O termo Comprimento Crítico de Rampa é usado para definir o máximo comprimento de uma
determinada rampa ascendente na qual um caminhão pode operar sem perda excessiva de
velocidade.
Abaixo está representado um quadro com a indicação dos máximos comprimento de trechos
em rampa, recomendados pelo manual do DNER.
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A = i1 - i2
Os sinais das rampas podem ser obtidos nas expressões abaixo e o valor é dado em
declividade percentual.
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sendo:
f = a. x2 (equação da parábola simples)
b = [i1 - i2] / 2 (inclinação das rampas segundo a simetria no PIV)
Obs.: os sinais de “a” e “b” podem ser visualizados segundo o sentido da soma gráfica das
funções, como mstra a figura anterior.
dy/dx = 2ax + b = 0
2a. L/2 + [i1 - i2] / 2 = 0
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y = A/2L. x2 + i1. x + c
y = - A/2L. x2 + i1. x
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No projeto do greide de uma rodovia, há critérios técnicos que estabelecem limitações quanto
ao comprimento máximo e/ou mínimo das curvas de concordância vertical (L), que devem ser
observados quando do projeto.
As normas do DNER estabelecem as limitações de comprimento de curvas verticais, para fins
de projetos de rodovias, com base em critérios que consideram o conceito de distância de
visibilidade.
Segundo o conceito de distância de visibilidade, deve-se dotar o projeto de condições
necessárias de visibilidade nas curvas verticais, de forma que o motorista tenha o espaço
necessário para uma frenagem segura diante de um obstáculo, ou visibilidade para efetuar uma
ultrapassagem. Segundo o critério adotado pelo DNER:
Visibilidade de Ultrapassagem
Visibilidade de Parada
S ≥ Dp
sendo:
S = distância de visibilidade do motorista
Dp = Distância de Visibilidade de Parada
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Considera que um motorista, com os olhos postados a 1,10 m de altura sobre a pista (h1), deverá
ser capaz de enxergar um obstáculo de 0,15 m de altura acima da pista (h2), definida a distância
de parada Dp.
Observado este critério, há duas situações geometricamente distintas a considerar, dependendo
das posições do motorista e do obstáculo em relação à curva, conforme os casos apresentados
a seguir.
2º Caso: O motorista, antes da curva, enxerga o obstáculo situado após a curva (S=Dp > L),
conforme a seguir:
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O critério refere-se à visibilidade noturna, orientada pelo alcance do facho de luz dos faróis
dos carros. Durante o dia e no caso de pistas iluminadas artificialmente, geralmente não
ocorrem problemas de visibilidade. Para pistas não iluminadas, a pista é iluminada pelos faróis
do veículo, a uma distância de visibilidade de parada, por hipótese, situada a h3 = 0,61 m acima
do plano da pista, supondo que seu facho luminoso diverge de a = 1 do eixo longitudinal do
veículo.
Também no caso das curvas verticais côncavas há duas situações a considerar, dependendo das
posições do veículo (de seus faróis) e do ponto mais distante da área suficientemente iluminada
em relação à curva, conforme os casos apresentados a seguir.
1º Caso: Os faróis do veículo e o ponto mais distante iluminado estão dentro da curva (S = Dp
≤ L), conforme a seguir:
2º Caso: Os faróis do veículo, situados antes da curva, iluminam o ponto mais distante,
localizado após a curva (S = Dp > L), conforme a seguir:
L=K.A
onde:
L = comprimento da parábola, em metros.
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Em uma rodovia Classe III, em relevo plano, concordar uma curva vertical em um ponto de
vértice de dois trechos em rampa, o primeiro com declividade ascendente de 4% e o segundo,
descendente, com 2%. O PIV está na estaca 320 + 15,0 m e cota 631,552 m. Para determinar
o comprimento da curva, utilizar o quadro de Características Técnicas de Rodovias Novas,
do Manual do DNER. Deseja-se saber:
- Estacas e cotas do PCV e PTV;
- Cota na estaca do PIV e nas estacas correspondentes aos quartos da curva.
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Comprimento da curva:
Pelo quadro proposto, Curva convexa, Rodovia Classe III e relevo plano, têm-se:
L = K. A
A = + 4 – (-2) = 6%
L = 29 . 6 = 174 ›› adotamos:
L = 180 m
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EXERCÍCIO PROPOSTO
Será lançada uma curva vertical na interseção de duas rampas, uma com -2% e a segunda,
com +6%. O PCV está na cota 631 m e estaca 201 + 12,00 m e o PIV na estaca 206 + 2,00
m. Pede-se para determinar as cotas no greide nas estacas 203 e 209.
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