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Universidade Zambeze

Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades

Licenciatura em Sociologia

3º Ano Laboral

Práticas Profissionais em Sociologia

Papel da Responsabilidade Social dos Mega-Projectos Como Mecanismo para o


Desenvolvimento Local: estudo de caso: FASOREL, Ltd, Beira, bairro de Vaz

Discentes:

Albachir Alfene

Nazira Juma

Rosa Lourenço

Docente:

Prof. Doutor Pedrito Cambrão


Índice

Resumo............................................................................................................................................5

Abstract............................................................................................................................................5

Capítulo introdutório.......................................................................................................................6

1. 1 Introdução.................................................................................................................................6

1. 2 Objectivos.................................................................................................................................7

Geral................................................................................................................................................7

Específicos.......................................................................................................................................7

1. 3 Problematização........................................................................................................................8

1. 4 Hipóteses...................................................................................................................................9

1. 5 Justificativa...............................................................................................................................9

Capitulo I.......................................................................................................................................11

2. Revisão de Literatura.................................................................................................................11

2. 1 Contextualização: Origens e Evolução do Conceito de Responsabilidade Social Empresarial


.......................................................................................................................................................11

2. 2 Razões para as Empresas adoptarem práticas de RSE............................................................12

2. 3 Práticas de RS no Cenário Internacional................................................................................13

2. 4 Responsabilidade Social em Moçambique.............................................................................13

2. 5 Práticas de RS no Cenário Nacional.......................................................................................15

2. 6 Dimensões e Indicadores de Responsabilidade social....................................................16

2. 6. 1 Dimensões de Archie Carroll (1979)........................................................................16

2. 7 A Gestão da RS nas Organizações..........................................................................................17

Tabela 1: Características da RS externa e interna.........................................................................18

2. 8 Características básicas de uma empresa Socialmente Responsável.......................................19


2. 9 Responsabilidade Social, Filantropia e Caridade...................................................................19

3. Papel das Empresas na Sociedade.............................................................................................22

3. 1 Motivações da Responsabilidade Social Empresarial............................................................23

Capitulo II......................................................................................................................................24

3. 1 Enquadramento teórico...........................................................................................................24

3. 2 Acção Instrumental e Comunicativa.......................................................................................24

Capitulo III.....................................................................................................................................26

4. Enquadramento conceptual........................................................................................................26

4. 1 Comunidade............................................................................................................................26

4. 2 Desenvolvimento comunitário................................................................................................26

4. 3 Empresa..................................................................................................................................26

Capítulo IV: Metodologia..............................................................................................................27

5. Metodologia...............................................................................................................................27

5. 1 Técnicas de coleta de dados....................................................................................................27

5. 2 Entrevista semi-estruturada....................................................................................................27

5. 3 Pesquisa bibliográfica.............................................................................................................28

6. Perfil dos Entrevistados.............................................................................................................28

6. 1 Discussão de dados.................................................................................................................29

7. Conclusão..................................................................................................................................30

7. 1 Recomendações......................................................................................................................31

7. 2 Referências bibliográficas......................................................................................................32

7. 3 Anexo......................................................................................................................................34
Resumo

Pretendemos neste trabalho analisar a importância das actividades de Responsabilidade Social


das Empresas multinacionais para o desenvolvimento local, na cidade da Beira, no bairro de Vaz.
As transformações em curso no sistema mundial evidenciaram, dentre outros aspectos, a
necessidade de (re) significação da noção de desenvolvimento e a compreensão das modificações
significativas na relação Estado, mercado e sociedade. Nesse cenário, redefinem-se papéis de
actores sociais, que passam a fazer parte da efectivação de propostas de desenvolvimento que se
materializam nos espaços locais. Adoptamos a perspectiva teórica da Acção Instrumental e
Comunicativa de Jurgen Habermas (1987) O grupo optou por utilizar pesquisa qualitativa, pois
julgamos mais adequado para o nosso tema e, e com método de abordagem de procedimento
monográfico. Para a colecta dos dados foram priorizadas as técnicas de entrevista do tipo
semiestruturada e a observação directa. Os resultados indicam que a responsabilidade social é vista como
estratégia de desenvolvimento local pela comunidade ao redor da empresa, esta que por sua vez,
pouco ou nada tem feito para incentivar ou propicia o tal desenvolvimento.
Palavras-chave: desenvolvimento local. Comunidade. Empresa.

Abstract
In this work, we intend to analyze the importance of Social Responsibility activities of
multinational companies for local development, in the city of Beira, in the Vaz neighborhood.
The ongoing transformations in the world system highlighted, among other aspects, the need to
(re)signify the notion of development and understand the significant changes in the relationship
between State, market and society. In this scenario, the roles of social actors are redefined, and
they become part of the implementation of development proposals that materialize in local
spaces. We adopted the theoretical perspective of Instrumental and Communicative Action by
Jurgen Habermas (1987). The group chose to use qualitative research, as we considered it more
appropriate for our theme, and with a monographic procedure approach. For data collection,
semi-structured interview techniques and direct observation were prioritized. The results
indicate that the community around the company, which in turn has done little or nothing to
encourage or facilitate such development, sees social responsibility as a local development
strategy.
Keywords: local development. Community. Company.

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Capítulo introdutório

1. 1 Introdução
O presente trabalho fala sobre a responsabilidade social, concretamente sobre o papel das
empresas multinacionais para o desenvolvimento local, na cidade da beira, no bairro Vaz. Os
consideráveis investimentos estrangeiros que se têm verificado na indústria extractiva
moçambicana têm intensificado o debate sobre o impacto dos megaprojetos na economia
nacional. A questão que se tem levantado é sobre o contributo dos mega-projectos para o
desenvolvimento social e económico do País. Ou seja, há um conjunto de expectativas de
diferentes membros da sociedade perante as mudanças que este tipo de projetos provoca ao nível
nacional. A responsabilidade social empresarial tem sido adoptada pelos mega-projectos como
uma forma particular de responder a estas inquietações de desenvolvimento, sobretudo ao nível
das comunidades locais onde os mega-projectos operam.

Uma padronização da Responsabilidade Social Empresarial (RSE) pode ser encontrada na


definição da Comissão Europeia (2001), que agrupa este conceito nas seguintes dimensões: A de
natureza interna, externa e ambiental. A responsabilidade social interna abrange as práticas
responsáveis das empresas que condicionam os trabalhadores. Na perspetiva de Alineri (2008), a
responsabilidade social interna focaliza os funcionários das empresas e seus dependentes, e o seu
objetivo é motivá-los para um desempenho óptimo, criar um ambiente de trabalho favorável e
contribuir para seu bem-estar.

Na sua vertente externa a responsabilidade social empresarial compreende as relações da


empresa e sociedade na medida em que, tal como afirma Tourinho (2007) citado por Alineri
(2008), a empresa procura reduzir as diferenças entre a comunidade, bem como recompensar a
mesma pelo uso dos seus recursos. De acordo com a Comissão Europeia (2001), a
Responsabilidade Social externa está associada ao contexto territorial, quer local quer global, que
inclui, a cadeia de fornecimento e de clientes, os consumidores, a promoção do desenvolvimento
local, os direitos humanos. Deste modo na dimensão externa da RSE, a empresa se compromete
com os actores externos de modo a responder as expectativas dos mesmos.

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1. 2 Objectivos

Geral
 Analisar a importância das actividades de RS das Empresas multinacionais para o
desenvolvimento de local na cidade da Beira, no bairro de Vaz;

Específicos
 Descrever a ideia que os indivíduos têm sobre Responsabilidade Social, bem como as
actividades ligadas a Responsabilidade Social;
 Descrever a diferença entre Responsabilidade social, filantropia e caridade;
 Entender o papel das empresas na sociedade;

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1. 3 Problematização
Em primeiro lugar há que referenciar que a formulação do problema obedeceu a dois critérios
nomeadamente: No primeiro, a literatura consultada permitiu constatar algumas questões em
aberto e não resolvidas no debate sobre a responsabilidade social empresarial. O segundo aspeto
tem a ver com o interesse dos autores pela crescente divulgação e promoção da responsabilidade
social no contexto empresarial em Moçambique. Na visão de Crowther e Aras (2008), existe um
certo consenso que relaciona a responsabilidade social empresarial com a preocupação que as
corporações e multinacionais tem com o bem-estar das comunidades locais, bem como a
preocupação com o meio ambiente, promoção de boas relações laborais, e a qualidade dos
produtos das empresas.

Os argumentos a favor da RSE defendidos pela UN Global Compact (2007) apontam elementos
como o facto de estas práticas criarem infraestruturas e serviços básicos para as comunidades em
redor destas empresas, como escolas, postos de saúde, oficinas, fontenárias, criação de empregos,
entre outros, contribuindo assim para a melhoria das condições de vida e para o desenvolvimento
local. Santos (2012), por sua vez defende que “o surgimento de empresas socialmente
responsáveis é uma condição sine qua non para o desenvolvimento endógeno, fazendo com que a
empresa crie ativos na relação economia-sociedade-ambiente” (p.90).

Se este é considerado o lado optimista acerca da RSE, não podemos deixar de destacar autores
que, embora não estando contra estas práticas ao nível dos megaprojetos, são cépticos em relação
aos benefícios e a sua pertinência. No caso de Moçambique, as críticas lançadas a RSE apontam
que o dever dos megaprojetos é do pagamento de impostos e o cumprimento da lei, e que as
ações de cariz social devem ser feitas pelo governo (Castel-Branco, 2009; Selemane, 2012). As
críticas apontam que os incentivos fiscais concedidos a estas empresas, e a regulação reduzida
pelo Estado trazem apenas uma pequena porção dos rendimentos e das riquezas geradas por estas
actividades. Desta forma as empresas são acusadas de usar a RSE como uma capa para não
cumprirem as suas obrigações fiscais (Tourinho, 2007).

As conclusões apresentadas por Echave (2006) sustentam que as comunidades ligadas às


companhias petrolíferas tem um papel reduzido no processo de tomada de decisão sobre o
desenvolvimento das suas zonas, pois as comunidades tendem a negociar com as empresas sem

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preparação adequada, não definindo objetivos e estratégias, sem obter a informação necessária,
sem recursos, consultas e sem capacidade organizacional.

Deste modo temos como pergunta de partida: Qual é a contribuição da responsabilidade social
da empresa FASOREL, SARL BEIRA para o desenvolvimento local (Beira – Vaz)?

1. 4 Hipóteses
H1:A empresa FASOREL promove cursos de formação técnica para a comunidade local;

H2: A empresa FASOREL facilita o acesso a empregos para a comunidade local, contribuindo
assim, para o desenvolvimento do mesmo.

1. 5 Justificativa
Moçambique possui um enorme potencial energético, o que proporciona condições favoráveis
para a satisfação não apenas das suas necessidades domésticas bem como da região da África
Austral e não só. Com efeito, as descobertas de carvão mineral, cujas reservas são estimadas em
mais de 20 mil milhões de toneladas, e de gás natural, com uma estimativa de 277 mil milhões de
metros cúbicos, associadas aos abundantes recursos hídricos cujo potencial é de 18.000 MW,
colocam Moçambique numa posição bastante privilegiada, como uma referência energética
mundial na região e no mundo. E, de acordo com o Instituto Nacional de Petróleo (2012), o país
possui reservas de gás comparáveis às reservas do Iraque.

Biggs prognostica que Moçambique está prestes a tornar-se num exportador de recursos naturais
de classe mundial com projeções que indicam que vai registar um rápido e prolongado aumento
de receitas provenientes de recursos minerais nas próximas décadas (2012:7). Estas perspectivas
trazem esperança ao desenvolvimento do país agregado ao facto de apresentar melhorias de
crescimento económico anual de 6% a 8% nos últimos anos.

Nos últimos anos produziu-se uma evolução na forma de considerar o sector privado dentro das
políticas de cooperação para o desenvolvimento (Ramiro, 2012:199), e Moçambique não foi
excepção levando essa prática a um nível interno e incorporando as empresas nas estratégias da
luta contra pobreza extrema.

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Seguindo essa perspectiva de pensamento, importa realçar a importância do papel da
Responsabilidade social empresarial levada a cabo por empresas multinacionais de possuírem a
possibilidade de beneficiar ou contribuir para o desenvolvimento de Moçambique no geral e, de
forma forma particular, na cidade Beira no bairro de Vaz.

A ciência além de propor políticas que ajudem a mitigar/controlar problemas socialmente


produzidos, ela também destina-se a compreender as reiais causas destes problemas. A
pertinência sociológica do trabalho está no facto de o tema demonstrar a possibilidade de analisar
sociologicamente, a importância que a responsabilidade social empresarial tem no
desenvolvimento local.

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Capitulo I

2. Revisão de Literatura

2. 1 Contextualização: Origens e Evolução do Conceito de Responsabilidade Social


Empresarial
Etimologicamente a palavra responsabilidade deriva do Latim respondere. Deste modo
responsabilidade é a qualidade de responsável, que responde por actos próprios ou de outrem,
que deve satisfazer os seus compromissos ou de outrem. A Responsabilidade social Empresarial
é um termo recente, no entanto, a preocupação com a ética nos negócios e as dimensões sociais
destas atividades existem há já longo período de tempo. As práticas de negócios baseadas em
princípios morais, o controlo da “avidez” e da “cobiça” eram defendidas por pensadores
anteriores ao cristianismo como Cícero no Iº século Antes de Cristo. O Islamismo e a Igreja
Cristã na idade média condenavam publicamente certas práticas de negócios, com destaque para
a usura. (Blowfield e Frynas, 2005).

Numa perspetiva histórica a RSE é uma manifestação atual de debates antigos sobre o papel dos
negócios na sociedade. O fenómeno novo neste debate é o facto de estes debates relacionarem a
RSE com temas como o desenvolvimento, ambiente, direitos humanos, e tem uma amplitude
global em comparação com os períodos anteriores.

A responsabilidade social corporativa era aceite como doutrina nos EUA e Europa até o século
XIX, quando o direito de conduzir negócios de forma corporativa era uma questão de
prerrogativa do Estado ou Monarquia e não um interesse econômico privado (Ashley, 2000 apud
Hood, 1998). Com a independência dos EUA, os estados americanos começaram a aprovar a
legislação o que permitisse a auto-incorporação (Self-incorporation) como alternativa à
incorporação por acto legislativo específico, inicialmente para serviços de interesse público,
como, por exemplo, a construção de canais, e, posteriormente, para propósitos de condução de
negócios privados. Desta forma, até ao início do séc. XX a premissa fundamental da legislação
sobre corporações era de que seu propósito era a realização de lucros para seus acionistas
(Ashley, 2000).

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A questão da responsabilidade e discricionariedade dos dirigentes de empresas tornar-se-á
pública com o célebre julgamento na Justiça Americana do caso Dodge versus Ford. Tratava-se
da amplitude da autoridade de Henry Ford, presidente e acionista maioritário, em tomar decisões
que contrariavam interesses de um grupo de acionistas da Ford, John e Horace Dodge. Em 1916,
Henry Ford, argumentando a realização de objectivos sociais, decidiu não distribuir parte dos
dividendos esperados, revertendo-os para investimentos na capacidade de produção, aumento de
salários e como fundo de reserva para a redução esperada de receitas devido ao corte nos preços
dos carros (Ashley, et al, 2000).

2. 2 Razões para as Empresas adoptarem práticas de RSE


O Sector Empresarial enfrenta uma série de pressões e incentivos internos e externos que quando
tomadas com conjunto podem contribuir para um maior envolvimento da comunidade
empresarial em acções de RSE. Esta inclui a busca de novas oportunidades de negócio através de
inovações ambientais e sociais, recrutamento e retenção de pessoal, gestão de risco de reputação,
pressões de Organizações Não-Governamentais (ONGs) 1, Sindicatos e consumidores, exposição
à imprensa, leis e regulamentos do governo. (KPMG, 2007) ApudMapengo (2008: p.11).

Assim a RSE passou a ser um jogo sem regras nem árbitros: as empresas fazem na
arbitrariamente, preocupando-se apenas com o crescimento da visibilidade da sua imagem. Esta
situação não estimula o surgimento de instituições credíveis para gerir recursos de
responsabilidade social. É preciso assumir o lado mais dramático da pobreza: é ter-se recursos e
não se ser capaz de usá-los! Ou nem mesmo saber que se tem. (KPMG, 2007) ApudMapengo
(2008: p.12).

Como nos lembra Bueno (2003, p.28) citado por ApudMapengo (2008: p.12).

“Uma empresa socialmente responsável, como nos tem ensinado os colegas do Instituto
Ethos, deve cumprir uma série de obrigações e compromissos, que incluem uma relação
saudável com os funcionários, a obediência irrestrita às leis do País, uma comunicação
ética e transparente, a preservação do meio ambiente e, o que seria óbvio, a fabricação
e distribuição de produtos com qualidade e (importantíssimo!) não lesivos à sociedade
(a lista inclui outros itens).” As empresas podem buscar na actuação socialmente
responsável um diferencial de mercado que, entre outros benefícios, as credencia a ser
1

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fornecedoras de grandes empresas que adoptam essa forma de gestão como critério de
selecção.

2. 3 Práticas de RS no Cenário Internacional


Segundo Mapengo (2008: p.25), no cenário internacional muitas são as pesquisas e relatos de
exemplos de práticas e acções de RSE com foco nos diferentes públicos, conforme anteriormente
abordado. Faz pois necessário analisar alguns desses exemplos numa tentativa de
operacionalização de uma série de indicadores de RSE que se tem estado a abordar no âmbito do
presente trabalho.

Bacellar e Knorich (2004) ApudMapengo (2008: p.25), por exemplo, relatam o caso do Grupo
Pão de Açúcar que criou em Dezembro de 2002 o projecto Caras do Brasil para incentivar a
produção e a comercialização de produtos que tenham o desenvolvimento sustentável como base
de produção, valorizando aspectos como geração de riqueza das comunidades e fixação nos seus
locais de origem. O projecto procura atender também o consumidor consciente, que avalia não só
o produto final, mas também toda a cadeia produtiva, da produção ao descarte.

Segundo Mapengo (2008: p.25), o Grupo Pão de Açúcar apresenta, assim, uma série de critérios
e pré-requisitos para as empresas, entidades ou comunidades interessadas em figurar como
fornecedoras de mercadorias, tais como:

 Ser uma empresa legalmente constituída, portanto, habilitada a emitir nota fiscal de
venda, de recolha de impostos e de encargos cabíveis.
 Obedecer a todas as leis nacionais, dos estados e municípios, exigências administrativas,
tratados e acordos internacionais dos quais Moçambique é signatário.
 Possuir conta bancária – pessoa jurídica – em nome do emissor da nota fiscal.
 Demonstrar e praticar repúdio ao trabalho infantil.
 Respeitar os direitos dos povos indígenas.
 Respeitar os direitos de uso da terra de longo prazo.

2. 4 Responsabilidade Social em Moçambique


Durante as últimas três décadas, Moçambique sofreu profundas transformações
socioeconómicas, jurídicas e políticas. Após o fim da guerra civil dos 16 anos em 1992,

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Moçambique tem vindo a registar um dos mais altos crescimentos económicos no continente
africano, com um crescimento estimado na ordem dos 7% na última década. (Brynildsen e
Nombora, 2013). Dispondo de uma vasta reserva de recursos naturais, Moçambique tem sido um
dos destinos privilegiados do investimento direto estrangeiro.

Assim as empresas multinacionais que exploram estes recursos naturais são consideradas actores
chaves na divulgação da Responsabilidade social empresarial em Moçambique. As companhias
multinacionais estão engajadas em atividades de Investimento Social Corporativo (CSI), como
parte do compromisso com o governo, e por esta via se beneficiam de benefícios fiscais e
administrativos. (Global Compact, 2007).

No que diz respeito às pequenas e médias empresas do sector privado local, existe pouco
envolvimento destas nas iniciativas de responsabilidade social empresarial, na medida em que a
RSE não é vista por estas empresas como uma estratégia chave para os seus negócios, mas sim, a
RSE está dependente de recursos financeiros disponíveis.

Do lado governamental, a RSE é da tutela do Ministério da Mulher e Acão Social (MMAS). O


papel fundamental do ministério é de promover a cidadania empresarial, liderança política em
questões chave, coordenar as atividades de RSE a nível central e descentralizado, garantir o
conhecimento da perspetiva governamental da RSE. Em 1994 o governo moçambicano aprovou
a lei nº 4/94 de 13 de Setembro, iniciativa da qual contribuiu a Fundação para o
Desenvolvimento da Comunidade. Esta lei permitia a isenção fiscal das companhias que
doassem valores monetários para o desenvolvimento de iniciativas sociais e culturais.

No que concerne as empresas detidas pelo estado, é importante notar que durante duas décadas,
constituíram os principais atores corporativos em Moçambique. Após a adopção de políticas de
privatização pelo governo no princípio dos anos 90, parte considerável das empresas detidas pelo
estado, foram privatizadas. No entanto algumas destas empresas não sobreviveram tendo as suas
atividades reduzido a níveis mínimos, tal não se verificou com as companhias responsáveis pela
prestação de serviços como abastecimento de energia, telecomunicações e transporte. (UN
Global Compact, 2007).

A noção de responsabilidade social das empresas detidas pelo estado estava relacionada com o
sentido de prestígio nacional, onde estas eram chamadas a contribuir financeiramente em

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situações conjunturais como calamidades naturais. Por outro lado as suas ações se resumiam a
construção de infantários para os filhos de funcionários, e apoio a iniciativas desportivas e
atividades recreativas. Os investimentos sociais nestas empresas não seguiam estratégias ou
políticas específicas. (UN Global Compac, 2007).

2. 5 Práticas de RS no Cenário Nacional


Segundo Mapengo (2008: p.33), no contexto empresarial moçambicano, algumas iniciativas de
RSE começam a emergir, face a uma economia de mercado cada vez mais competitiva e a um
consumidor que começa a estar mais consciente e exigente. Embora pouco documentadas e
divulgadas, procura-se de seguir apresentar algumas dessas práticas de RSE que tem vindo a ser
adoptadas por empresas baseadas em Moçambique.

Na sua revista de bordo ÍNDICO, a Linhas aéreas de Moçambique (LAM) demonstra que, entre
os anos 2004 e 2006, quase triplicou o valor investido em acções de RSE, programa que tem
como premissa as políticas de benefícios sociais e o acordo Empresa – sindicato, bem como a de
patrocínios e apoios definidas e aprovadas pelo conselho de administração da empresa e que
estão em consonância com a Missão, visão e valores desta transportadora aérea de bandeira.
(LAM, 2007) Apud Mapengo (2008: p.33).

Segundo Mapengo (2008: p.33), trata-se de um programa que está dividido em duas vertentes, a
interna e externa. A empresa procura adequar os seus serviços, em particular na contínua
satisfação dos seus colaboradores mediante os chamados benefícios de recompensa adaptadas às
novas tendências de gestão das organizações. E reforçando a auto-estima e orgulho de ser
moçambicano. (LAM, 2007).

Nos últimos vinte anos, a LAM levou a cabo iniciativas de RSE, com o objectivo de garantir um
clima propício à boa vontade e satisfação dos colaboradores, as acções de assistência social
direccionadas aos seus colaboradores e familiares. Tais acções incidiram especialmente no
regulamento de benefícios sociais, dos quais se destacam a concessão de facilidades de
transporte aéreo para colaboradores e seus familiares, assistência medica no Pais e no exterior,
apoio na aquisição de material escolar para os filhos, para além de outro tipo de apoios. (LAM,
2007) Apud Mapengo (2008: p.33).

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Segundo Mapengo (2008: p.34), no âmbito da RSE externa, foi criado o Fórum Empresarial para
o Meio Ambiente (FEMA), ONG estabelecida em Moçambique desde 1996 com vista a
representar o sector privado no que concerne a questões ambientais. O FEMA integra hoje, mais
de noventa das maiores empresas privadas do país e concentra a sua atenção nas seguintes Áreas-
chaves:

 Promoção e divulgação direccionada ao aumento da consciencialização ambiental das


organizações privadas e investidores em várias partes do País;
 Assistência Técnica com vista a facilitar e a promover investimentos em empresas
ambientalmente sãs, que ajudarão a minimizar a poluição ambiental e a melhorar a gestão
de recursos.

A sua missão é de promover o desenvolvimento sustentável em Moçambique, através da:

 Facilitação do diálogo entre os sectores público e privado, relativamente ao


desenvolvimento sustentável, sua legislação, políticas e práticas;
 O apoio aos seus membros com perícia relevante ou informação, incluindo exemplos das
melhores práticas do sector empresarial;
 Demonstração dos benefícios associados e oportunidade de desenvolvimento sustentável
para o sector empresarial e industrial.
2. 6 Dimensões e Indicadores de Responsabilidade social
2. 6. 1 Dimensões de Archie Carroll (1979)

Ser socialmente responsável implica maximizar os efeitos positivos sobre os stakeholders


(funcionários, clientes, Consumidores, comunidade, fornecedores, governo, proprietários e
empregadores). Para atingir tal objectivo, Archie Carroll, em 1979, propõe a subdivisão da RSE
nas dimensões económica, legal, ética e filantrópica, como se esquematiza na figura abaixo e se
explica a seguir. (Filho, 2003) Apud Mapengo (2008: p.14).
 A responsabilidade Económica: Envolve as obrigações da empresa de serem produtivas
e rentáveis. A responsabilidade social da actividade de negócios é económica por
natureza, pois a instituição de negócios é a unidade económica básica de nossa sociedade.
 A responsabilidade Legal: Corresponde às expectativas da sociedade de que as
empresas cumpram suas obrigações de acordo com o arcabouço legal existente.

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 A Responsabilidade ética: Refere-se às empresas que, dentro do contexto em que se
inserem, tenham um comportamento apropriado de acordo com as expectativas existentes
entre os agentes da sociedade.
 A responsabilidade Filantrópica: Reflecte o desejo comum de que as empresas estejam
activamente envolvidas na melhoria do ambiente social. Esta última dimensão da
responsabilidade social vai, portanto, além das funções básicas tradicionalmente
esperadas da actividade empresarial, e pode ser considerada como uma extensão da
dimensão ética.

2. 7 A Gestão da RS nas Organizações


De acordo com Mapengo (2008: p.19), as organizações que adoptam a filosofia e práticas da
RSE tendem a ter uma gestão mais consciente e maior clareza quanto à própria missão.
Conseguem um melhor ambiente de trabalho, com maior comprometimento de seus
funcionários, relações mais consistentes com os seus fornecedores e clientes e melhoram a sua
imagem na comunidade. Tudo isso, contribui para a sua permanência e seu crescimento,
diminuindo o risco de mortalidade, que é alto entre os novos negócios.

Mueller (2003) Apud Mapengo (2008: p.19), esclarece que enfrentar as exigências sociais requer
dinamismo na gestão da RSE da empresa. As acções de gestão das empresas devem basear-se
num foco de actuação das acções sociais previamente definido. Esta etapa faz parte de um longo
e contínuo processo que compreende a gestão da RSE. Nesse caso, o exercício da cidadania
empresarial se dá em duas dimensões: a gestão da responsabilidade social interna e a gestão da
responsabilidade social externa. Por outras palavras, a gestão da responsabilidade social implica
na gestão das exigências de todos os stakeholders.
Mueller (2003) Apud Mapengo (2008: p.20), lista algumas das acções que a empresa pode
implementar, visando a prática da responsabilidade social interna:

 Cuidar da qualidade de vida do trabalhador e investir nas instalações sanitárias;


 Atender às necessidades básicas dos trabalhadores fornecendo cestas básicas para os seus
dependentes e realizando obras de infra-estrutura, como por exemplo, a criação de
refeitório para o seu público interno, para empresas terceirizadas e contratadas;

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 Criar o hábito do uso de uniforme, contribuindo para melhorar as condições de segurança
no trabalho;
 Buscar um Plano de Saúde e assistência odontológica que atenda a todos os trabalhadores
e familiares;
 Cuidar das condições de habitação dos trabalhadores;
 Implementar um Plano de Cargos e Salários.

Como já foi mencionado anteriormente, algumas empresas preferem investir no exercício da


responsabilidade social externa, que tem como foco a comunidade, estando as suas acções
orientadas para áreas como a educação, a saúde, a assistência social e a ecologia. Ainda de
acordo com Mueller (2003) Apud Mapengo (2008: p.21), a realização de acções de
responsabilidade social externa pode ocorrer através de:

 Doações de produtos, equipamentos e materiais em geral;


 Transferência de recursos em regime de parceria para órgãos públicos e ONGs,
beneficiando escolas públicas, visando uma educação de qualidade, viabilizando cursos
técnicos, estágios e a formação de futuros profissionais;
 Prestação de serviços voluntários para a comunidade pelos trabalhadores da organização,
reformando creches e asilos;
 Aplicação de recursos em actividades de preservação do meio ambiente, adoptando uma
praça, reciclando o lixo da empresa ou através da colecta selectiva;
 Patrocínio para projectos sociais do governo;
 Investimento directo em projectos sociais criados pela própria organização;
 Investimento em programas culturais.

Tabela 1: Características da RS externa e interna


RS EXTERNA RS INTERNA

Comunidade Publico interno


Foco Educação Educação
Salários
Assistência social Assistência medica

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Área de actuação Ecologia Odontologia
Doações
Programas de voluntariado Instrumentos de recursos
Instrumentos Parcerias humanos
Programas e projectos Planos de previdência
Retorno de imagem Retorno de produtividade
Tipo de retorno Retorno Publicitário Retorno para accionistas
Retorno para os accionistas
Fonte. Adaptado pelos autores, 2023

2. 8 Características básicas de uma empresa Socialmente Responsável


Segundo Monteiro (2012: P.10), apesar das diversidades na abordagem do tema, existem
algumas condições mínimas que uma empresa deve atender para que seja considerada
socialmente responsável, atendendo a três características básicas que a sua conduta deve
respeitar.

Furtado (2003, p.10) Apud Monteiro (2012: P.10), cita algumas características de uma empresa
socialmente responsável:
 Reconhece os impactos que causam suas actividades sobre a sociedade na qual está
inserida;
 Gere os impactos económicos, sociais e ambientais de suas operações, tanto a nível local
como global; e,
 Realiza esses propósitos através do diálogo permanente com suas partes interessadas, às
vezes através de parceiras com outros grupos e organizações.

Monteiro (2012: P.10, as questões sociais são concepções que ainda hoje geram pouca clareza
por parte das empresas, fazendo com que esta defende cada vez mais da filosofia, da estratégia
organizacional e dos valores individuais de cada gestor dentro da organização.

2. 9 Responsabilidade Social, Filantropia e Caridade


As dificuldades na compreensão do conceito de responsabilidade social, por vezes levam a uma
associação do mesmo com o conceito de filantropia. No entanto existe uma diferença entre

19
ambos, e tal como afirma Elenice Santos (2003), a responsabilidade social não é sinónimo de
filantropia, mas representa a sua evolução ao longo do tempo. Através da digressão pelas
diferentes análises sobre a filantropia, pudemos constatar que a sua definição é feita em função
da primazia deste conceito em relação a responsabilidade social no seu todo.

As posições sobre a relação da filantropia com a responsabilidade são divergentes: por um lado
certas correntes afirmam não existir qualquer relação entre a filantropia e a responsabilidade
social das empresas; por outro lado a filantropia é abordada como um dos pilares da
responsabilidade social e como uma estratégia de gestão das corporações, e por fim ela é também
analisada como uma estratégia de marketing das empresas.

A Filantropia é uma acção de caridade dirigida à comunidade, desvinculada do planeamento


estratégico da empresa. De acordo com Maia (2002) apud Santos (2003), a filantropia difere da
responsabilidade social, na medida em que a filantropia é uma ação social, seja ela praticada
isoladamente ou sistematicamente, e nada diz sobre a visão da empresa e sobre o seu plano
estratégico. Diferem também quanto a divulgação, porque na filantropia não se procura associar
a imagem da empresa com a ação social, e nos compromissos de responsabilidade social existe
transparência na atuação da empresa para multiplicar as iniciativas sociais. (Araújo, 2002).

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social (2002), instituição brasileira que se


dedica à disseminação da prática da responsabilidade social empresarial, distingue a filantropia
da responsabilidade social nos seguintes termos: “A filantropia trata basicamente da acção social
externa da empresa, tendo como beneficiário principal a comunidade em suas diversas formas
(conselhos comunitários, organizações não-governamentais, associações comunitárias etc.). A
responsabilidade social faz parte do planeamento estratégico da empresa, é um instrumento de
gestão”.

Keith Diener elabora o conceito de filantropia corporativa, e defende que a filantropia é um dos
pilares da pirâmide da responsabilidade social empresarial, no entanto ela se distingue dos outros
três pilares: Responsabilidade económica, legal e ética (Diener, 2013). Os modelos de filantropia
são distinguidos entre filantropia estratégica e a filantropia não-estratégica, tendo como base o
impacto da filantropia na promoção dos objetivos da empresa (McAlister e Ferrell, 2002 citado
por Diener, 2013).

20
A filantropia não-estratégica, também conhecida como filantropia altruísta ou benevolente,
envolve o apoio que as empresas dão ao bem-estar social, sem a preocupação com o impacto
financeiro ou nos rendimentos da empresa. A filantropia estratégica, por outro lado, conjuga os
dois objectivos: beneficiar o bem-estar social e garantir o lucro da empresa (Mass e Liket, 2011
apud Diener, 2013).

Embora a distinção de filantropia estratégica e não-estratégica seja adoptada com frequência,


alguns autores optam em classificar a filantropia de acordo com a motivação da empresa ou dos
negócios (Diener, 2013). Porter e Kramer, como exemplo, identificam três categorias de
filantropia: filantropia de obrigação comunal, filantropia de boa vontade, e filantropia de doação
estratégica (Porter e Kramer, 2002). A filantropia de obrigação comunal tem como definição “o
suporte do bem-estar cívico, apoio a organizações educacionais, tendo como motivação o desejo
das empresas de serem bons cidadãos” (Porter e Kramer, 2002, p.15).

A filantropia de boa vontade são contribuições a causas apoiadas pelos empregados da empresa,
clientes, ou líderes comunitários, onde a motivação da empresa é a necessidade de melhorar as
relações com estes parceiros. (Porter e Kramer, 2002). Finalmente Porter e Kramer definem a
filantropia de doação estratégica como a acção voltada para o aumento da competitividade no
contexto empresarial. (Porter e Kramer, 2002).

A motivação da empresa para o engajamento em ações de cariz filantrópico é sem dúvidas


importante, todavia outras análises buscam compreender a filantropia numa perspectiva de
utilidade de marketing. Varadarajan e Menon (1988) , examinam o alinhamento da filantropia
com o marketing para os interesses da empresa. Este fenómeno conhecido como marketing
causal é definido como o processo de formulação e implementação de actividades de marketing
caracterizadas pela oferta da empresa em forma de contribuição, de uma quantia específica para
uma dada causa.

Diener (2013) faz uma distinção entre a filantropia e caridade, que não raras vezes, são tomadas
como conceitos sinónimos. A caridade se distingue da filantropia corporativa, pois ela é uma
acção da empresa fora dos motivos convencionais que são a ajuda comunitária e a melhoria dos
negócios da empresa. Nestes termos a caridade nunca pode ser vista como filantropia e vice-
versa, porque a filantropia envolve o requisito adicional de maximizar os objetivos da empresa.

21
3. Papel das Empresas na Sociedade
A discussão sobre a responsabilidade social empresarial na actualidade tem suas raízes nas ideias
sobre a relação entre empresas e a sociedade. Quais são as expectativas e o papel que se exige
das empresas perante os diversos actores sociais tais como a sociedade civil, governo,
comunidades, ONG`s, etc? Nesta etapa procuramos analisar a evolução e o contexto da relação
entre empresa e sociedade, e sobretudo destacar os marcos teóricos que concebem esta relação
nas sociedades contemporâneas.

A compreensão do papel das empresas nas sociedades actuais se enquadra num contexto de
economia neoliberal e de livre concorrência, em que o estado redefine o seu papel e objectivos,
onde já não possui na sua totalidade a capacidade de provedor de bens e serviços (De Fillippis,
2004), edesta forma, as parcerias privadas e público-privadas procuram preencher este vazio
deixado pela “demissão deliberada” do Estado.

Este cenário tem implicações nas concepções sobre a responsabilidade social das empresas,
sendo que a sua adopção pode ser uma estratégia adaptativa das empresas a estes novos cenários,
como também o resultado de pressões da sociedade para uma gestão ética e moral dos negócios.
Através da observação das mudanças nas relações das empresas e da sociedade, Elisabete
Siqueira mostra que estas sofreram mutações ao longo dos tempos. Para esta autora a discussão
da responsabilidade social é uma tentativa de restabelecer uma tradição de 2000 anos atrás, onde
as actividades comerciais estavam intimamente relacionadas com a comunidade (Siqueira et. al,
2009).

O papel das empresas na sociedade foi analisado por diferentes perspetivas teóricas, tendo-se
destacado, as teorias instrumentais, as teorias integrativas, e também pelas contribuições teóricas
da sociologia da empresa. A teoria instrumental tem sua origem nas perspectivas utilitaristas
desenvolvida por Bentham, Locke, Js. Mill e Adam Smith, que olham para os homens como
seres racionais que para o alcance dos seus objetivos, analisam os seus custos e benefícios
(Turner, 2005). O interesse individual é central à perspetiva utilitarista.

Seguindo esta vertente alguns autores defendem que as empresas devem funcionar para
realização do benefício próprio. Milton Friedman (1970) sobre este aspeto enunciou a célebre
frase: “só existe uma única responsabilidade dos negócios – usar seus recursos e desenvolver

22
actividades destinadas a aumentar os seus lucros, desde que esta respeite as regras do jogo, o que
quer dizer, a companhia deve se engajar na livre competição, sem recurso a fraude ou engano.”
Assim a RSE é apenas uma ferramenta estratégica para as empresas atingirem os seus objetivos
económicos.

Robert Dahl (1972) defende que “qualquer grande corporação deve ser vista como um
empreendimento social, isto é, uma entidade cuja existência é justificada para servir causas
públicas ou sociais” (p. 18). Já Carroll (1979) nesta vertente, afirma que os negócios
acompanham as expectativas económicas, legais, éticas e discricionárias que as sociedades têm
das organizações num dado contexto temporal.

3. 1 Motivações da Responsabilidade Social Empresarial


As motivações que justificam as práticas da RSE das empresas nas sociedades capitalistas de
hoje têm uma origem diversificada e complexa. De acordo com Almeida (2010) as justificativas
para o exercício da RSE podem ser distinguidas segundo as suas motivações, que podem ser
internas e externas. As motivações internas têm origem na consciência individual do decisor ou
no desejo de integração no meio social e económico, por meio de identificação com o discurso e
práticas dominantes (Almeida, 2010). As motivações externas têm origem na pressão exercida
pelo mercado para a adopção de uma prática geradora de vantagens competitivas, como também
uma forma de legitimar a empresa perante o público (Almeida, 2010).

A abordagem de Santos (2012) apresenta um conjunto de motivações de natureza reactiva do que


proactiva por parte da empresa. São três as motivações que o autor apresenta. Em primeiro lugar
se situam as pressões dos clientes, e a cedência a esta pressão, é um mecanismo de acesso ao
mercado; Em segundo lugar as motivações de natureza defensiva ou reactiva, têm subjacente a
tentativa de melhorar a imagem da empresa ou de restaurar a confiança perdida; Em último, as
empresas através da RSE visam limitar a intervenção pública nos seus negócios, passando a ideia
de que têm capacidade por elas próprias, de pautarem o seu código de conduta e produzirem o
seu quadro de regras de funcionamento para além do exigível pelo Estado.

Em jeito de síntese, entendemos que a motivação da RSE é o resultado do cruzamento de


factores internos e externos. No contexto dos modelos de produção capitalista, as empresas
procuram legitimar a sua existência perante a sociedade contribuindo para o bem-estar comum e
23
melhoria das condições de vida nas comunidades, e ao mesmo tempo gerando lucro para seus
acionistas. Deste modo, Almeida (2010) defende que as grandes transformações se dão ao nível
da sociedade e estas influenciam nas mudanças de comportamento das empresas.

Se nos primórdios da revolução industrial e no advento do capitalismo as empresas não tinham


preocupações com os impactos sociais e ambientais das suas actividades, na actualidade a
sociedade civil é mais exigente na responsabilização das empresas pelos seus actos. Assim a
RSE se torna numa questão de sobrevivência das empresas num mundo cada vez mais
competitivo. Deste modo realçamos que a RSE não é uniforme no seu todo pelo facto das suas
motivações serem diversas. Os autores são unânimes em aceitar que a mudança da estrutura
social influencia a mudança dos comportamentos dos gestores das empresas e corporações, que
passam a pautar pela ética empresarial na gestão dos seus negócios, como também na relação
com os seus parceiros.

Capitulo II

3. 1 Enquadramento teórico
De modo a trazer uma pespectiva sociológica para este trabalho, adoptamos a teoria da Acção
Instrumental e Comunicativa de Jurgen Habermas. Com o processo de modernização passou a
prevalecer nas sociedades industriais uma forma de racionalidade: a racionalidade instrumental.
Essa racionalidade define-se pela relação meios-fins, ou seja, pela organização de meios
adequados para atingir determinados fins ou pela escolha entre alternativas estratégicas com
vistas à consecução de objetivos.

3. 2 Acção Instrumental e Comunicativa


O desenvolvimento do conhecimento científico e técnico, ao propiciar o crescimento e o
aperfeiçoamento das forças produtivas, provê o sistema capitalista de um mecanismo regular que
assegura a sua manutenção. Desta forma, “se institucionaliza a introdução de novas tecnologias e
de novas estratégias”, isto é, “institucionaliza-se a inovação enquanto tal”, cumprindo a ciência e
a técnica o papel de legitimar a dominação (Habermas 1987d, p. 62).

24
Com o crescimento das forças produtivas, modificaram-se as atribuições do Estado. A empresa
passou, de forma crescente, a intervir no planeamento da vida econômica, direcionando decisões
que anteriormente cabiam à esfera social, e assumindo atribuições que eram tradicionalmente da
competência dos aparelhos do Estado. Este, por sua vez, passou a intervir diretamente na
economia, assumindo, no capitalismo contemporâneo, a função de preservar as relações de
produção, submetendo-se às determinações do capital global, com o qual busca conciliar os
interesses nacionais. (Habermas 1987d, p. 62).

Procurando compensar as disfunções do sistema capitalista, as sociedades industriais


desenvolvidas adotaram o Estado de Bem-estar, que busca proporcionar à população condições
de educação, saúde, habitação e trabalho. Promovendo à população segurança social e
oportunidades de promoção pessoal, esse programa estatal pretende garantir, ao mesmo tempo,
“a forma privada de revalorização do capital” (1987d, p. 70).

Na medida em que a racionalidade instrumental da ciência e da técnica penetra nas esferas


institucionais da sociedade, transforma as próprias instituições, de tal modo que as questões
referentes às decisões racionais baseadas em valores, ou seja, em necessidades sociais e
interesses globais, que se situam no plano da interação, são afastadas do âmbito da reflexão e da
discussão. A racionalidade instrumental, na trajetória de ampliação de seu campo de atuação,
substituiu de forma crescente o espaço da interação comunicativa que havia anteriormente no
âmbito das decisões práticas que diziam respeito à comunidade. Dessa forma, caem por terra as
antigas formas ideológicas de legitimação das relações sociais de poder. Com esse tipo de
racionalidade não se questiona se as normas institucionais vigentes são justas ou não, mas
somente se são eficazes, isto é, se os meios são adequados aos fins propostos, ficando a questão
dos valores éticos e políticos submetida a interesses instrumentais e reduzida à discussão de
problemas técnicos. (Habermas 1987d, p. 62).

A penetração da racionalidade instrumental no âmbito da ação humana interativa, ao produzir um


esvaziamento da ação comunicativa e ao reduzi-la à sua própria estrutura de ação, gerou, no
homem contemporâneo, formas de sentir, pensar e agir – fundadas no individualismo, no
isolamento, na competição, no cálculo e no rendimento –, que estão na base dos problemas
sociais. (Habermas 1987d, p. 62).

25
A ideologia do neoliberalismo, desencarregando o Estado da sua responsabilidade social, e a
rápida capitalização externa do país trazem consigo inúmeros custos sociais. Convivemos
diariamente com a violência, a miséria e o desemprego, e, muitas vezes, um sentimento de
perplexidade e impotência nos invade.

Capitulo III

4. Enquadramento conceptual

4. 1 Comunidade
Para Homero (1978:108), a comunidade é o primeiro grupo social que manifesta uma certa auto
– suficiência. A comunidade é rural merce de uma prolongada e continua interação homem-
natureza em que se criou um ambiente essencialmente caracterizado por uma paisagem
humanizada pela actividade agrícola e pecuária.

O sociólogo José Artur Rios, citado por Neto & Garcia (1987:9), considera a comunidade como
sendo “um grupo humano vivendo em área geográfica contígua, possuindo as mesmas tradições,
os mesmos interesses e a consciência de participação em ideias e valores comuns. É comunidade
sobretudo, a comunicação entre pessoas e que seu limite é a impossibilidade dos participantes se
conhecerem e trocarem mútuas experiencias.

4. 2 Desenvolvimento comunitário
De acordo com Souza, citado por Vala (2002:4), desenvolvimento comunitário é um processo
global, que pode ser pensado e implementado tanto numa pequena comunidade, como numa
nação como um todo. O desenvolvimento comunitário, para além do factor de crescimento
económico, contempla o progresso tecnológico e institucional, controlado e dirigido pela
população, a serviço dessa população e para o seu bem-estar. O desenvolvimento comunitário
pressupõe um conjunto planeado de acções, contemplando as várias dimensões das necessidades
vitais de uma população.

26
4. 3 Empresa
Uma empresa é aquela que se situa no âmbito da economia de um país. A Empresa é o lugar
onde se sente a tensão entre o factor economia e as outras dimensões essenciais ao bem da
comunidade, tais como a cultura, os valores do espirito, a corresponsabilidade comunitária.
Rego, Morreira e Sarrico (2003).

Na óptica de Souza e Clemente (2004:11), as empresas são organizações que envolvem recursos
humanos, materiais e financeiros, e que podem ser analisados segundo diferentes pontos de vista.

Capítulo IV: Metodologia

5. Metodologia
A metodologia é compreendida como sendo a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata
de toda ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. Kauark, Manhães &
Medeiros (2010), é a explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário,
entrevista), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas
de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de
pesquisa.

5. 1 Técnicas de coleta de dados


Os documentos são fontes primárias ou secundárias de pesquisa.

As fontes primárias são os documentos que gerarão análises para posterior criação de
informações. Podem ser decretos oficiais, fotografias, cartas, artigos. As fontes secundárias são
as obras nas quais as informações já foram elaboradas, como livros, apostilas, teses e
monografias (Kauark, Manhães & Medeiros, 2010).

5. 2 Entrevista semi-estruturada
Segundo Gerhardth & Silveira (2009), entrevista é uma forma de interacção social, ou seja, um
diálogo assimétrico em que uma das partes busca obter informações sobre um determinado
assunto e a outra se apresenta como fonte de informação.

27
5. 3 Pesquisa bibliográfica
Segundo Zenella (2013), consiste no levantamento e busca de informações relevantes antes de se
de ir no campo, isso inclui o esclarecimento de alguns conceitos, dados estatísticos e outras
informações.

Capítulo V: Apresentação e Discussão dos Dados

No presente capítulo dedicamos o espaço para apresentação do perfil dos entrevistados,


apresentação dos seus discursos e posteriormente discussão dos resultados.

6. Perfil dos Entrevistados


Aos indivíduos que vivem ao redor da empresa foram entrevistados 9 indivíduos dos quais
quatro (4) do sexo feminino e quatro (5) masculinos.

No Identificação Género Nível Académico Área de Formação Ocupação

1 I. 1 F Médio Sem Formação Doméstica

2 I.2 F Básico Sem formação Desempregada

3 I.3 F Básico Sem Formação Negociante

4 I.4 F Médio Informática Sem ocupação

5 I.5 M Básico Sem formação Biscato

6 I.6 M Médio Sem formação Negociante

7 I.7 M Médio Sem formação Estudante

8 I. 8 M Médio Electricidade Electricista

9 I. 9 M Médio Gestão de Estudante


Recursos
Humanos

28
6. 1 Discussão de dados
Neste subtítulo será apresentados os dados recolhidos, relacionar com o tema e posteriormente
interpreta-los, apropriamo-nos das entrevistas semi-estruturadas afim de facilitar e delimitar
claramente o contexto das nossas questões ao longo do trabalho.

I. 1: Sim, eu sou pai de três crianças, tenho que criar despesas para sustentar a própria família.
A empresa não pratica a responsabilidade social. A empresa deve melhorar no aspecto da
responsabilidade social.

I. 2: sim, é um acto de assumir uma responsabilidade, pode ser de mim ou da comunidade. É


muito necessária. Através da responsabilidade social saberemos controlar o bem-estar das
pessoas. Sim, é para o bem-estar da sociedade. A empresa não prática nenhuma
responsabilidade social, a empresa não é de boas maneiras, assumir a responsabilidade com os
outros.

I. 3: sim, é ser responsável. Sim, facilitar o acesso a agua, criação de condições saudáveis. É
boa, embora haja danos no ambiente. A empresa deve melhorar na área de emprego, dar cesta
básica, pode melhorar a imagem da empresa.

I. 4: ele diz estar muito indignado com a empresa, diz que desde que a empresa começou com os
trabalhos já não há paz naquela zona. O único acto de responsabilidade social que a empresa
fez naquela comunidade foi a colocação de uma torneira, pelo qual são ameaçados diariamente.
A empresa não dá nada, nem sequer 5lt de óleo dão quando chega dezembro. Não temos boa
relação. A empresa deve reassentar a população para uma outra área.

I. 5: fizemos greves para a empresa melhorar a atenção para a nossa comunidade, eles estão a
comer dinheiro com governo, porque aqui ainda não fizeram nada. Na verdade, a empresa não
tem feito muito para a comunidade, para os trabalhadores, eles dão Kit nos finais de ano e não
ajuda a minimizar os impactos ambientais. A empresa deve melhorar começando por minimizar
os impactos ambientais, praticar a responsabilidade social, dar kit a comunidade, dar um pouco
dos produtos que a empresa fabrica, melhorar a comunicação com a comunidade local.

29
7. Conclusão
Em jeito de conclusão, importa referir que apesar de responsabilidade social empresarial ser
novo conceito tanto no contexto africano como no Moçambicano, ela é implementada em
Moçambique sobretudo pelas empresas multinacionais. Outro aspecto é a possibilidade da
prática da responsabilidade social procurar evitar situações conflituosas com a comunidade em
que ela esta inserida.

A prática demonstra que um programa de responsabilidade social só traz resultados positivos


para a sociedade, e para a empresa, se for realizada de forma autêntica. A empresa precisa ter a
cultura de responsabilidade social incorporada ao seu pensamento, desenvolver programas
sociais, não apenas para divulgar a imagem da empresa, mas sim, de forma compensatória
produzir resultados sustentáveis ao longo do tempo.

A responsabilidade social é vista como um mecanismo ou estratégia para o desenvolvimento


local por parte das populações. A FASOREL-SARL, no bairro de Vaz, pouco tem-se mostrado
como essa força que impulsiona e incentiva o desenvolvimento local, isso porque uma empresa
socialmente responsável assume o papel de um agente do desenvolvimento local, juntamente
com outras entidades comunitárias e o próprio governo.

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7. 1 Recomendações
Durante a materialização da pesquisa, varias questões relacionadas ao tema em causa foram
levantadas e como forma de contribuir para a resolução e melhoria alguns aspectos relevantes da
empresa no desenvolvimento local, usando a responsabilidade social como factor impulsionador,
damos as seguintes recomendações:

 A FASOREL, SARL BEIRA, deve apostar mais na questão da responsabilidade social


ética como forma a desenvolver a comunidade local e na melhoria da sua imagem,
tornando-se assim, a empresa muito mais competitiva no mercado.
 Os projectos implementados pela empresa socialmente responsável correspondem de
certa maneira as expectativas da comunidade que estão inseridas. A empresa deve apostar
mais nos investimentos locais para aumentar as oportunidades de emprego não só para o
público-alvo assim como para a comunidade local.
 Hoje, o sector privado é visto como o motor do desenvolvimento, mas isto não significa
que governo não tenha papel a desempenhar na sociedade. É nesta ordem que apela-se ao
governo maior intervenção na qualidade das suas decisões com vista a melhoria do bem-
estar social.
 Por ultimo, não menos importante, recomendamos que mais estudos sejam feitos nesta
área de forma profunda com o intuito de a tornar mais interessante para os vários
investigadores assim como para novos investidores nessa área.

31
7. 2 Referências bibliográficas
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Souza, Ademir Clemente, 5ªed – São Paulo: Atlas, 2004.

33
7. 3 Anexo
Secção I. Perfil do Inquerido

Função/Ocupação _______________________.

Género:

Masculino ______ ; Feminino_______;

Nível Académico _____; Médio ______; Superior _____;

Área de Formação _____________________.

Secção II. Questões relacionadas ao tema.

1. Já ouviu falar da responsabilidade social?

Sim_______; Não______

2. O que entende por responsabilidade social?


3. Existem dispositivos legais que reconhecem a RS na empresa?
4. Qual é o papel das empresas na sociedade?
5. Como acha que a RS pode ajudar no desenvolvimento local?
6. Quais são os desafios que encontram aquando da implementação da RS?
7. Que praticas / acções a empresa tem levado a cabo, isso na implementação da RS?

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