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Introdução..........................................................................................................................2
Objectivos..........................................................................................................................3
Geral..................................................................................................................................3
Específicos.........................................................................................................................3
Metodologia.......................................................................................................................3
Problema ou problematização...........................................................................................4
Justificativa........................................................................................................................4
Literatura teórica...............................................................................................................6
Conclusão........................................................................................................................13
Referências Bibliográficas...............................................................................................14
Introdução
No presente trabalho irei falar da desigualdade económica, isso no contexto
moçambicano.
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Objectivos
Geral
Analisar as desigualdades sociais influenciam na exclusão social;
Específicos
Avaliar as tendências das desigualdades económica em Moçambique a nível
nacional;
Estimar os níveis da desigualdade económica em Moçambique a nível nacional;
Descrever as desigualdades regionais na Educação, Saúde e Emprego;
Metodologia
O método científico representa o processo racional que se emprega na investigação. É a
linha de raciocínio adoptada no processo de pesquisa (Carvalho, 2009).
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Problema ou problematização
A literatura económica reúne evidência significativa de que desigualdades econômicas,
sobretudo quando extremas, prejudicam o crescimento econômico e, ao fazê-lo, podem
agravar a pobreza.
Nos últimos dez anos foram realizados vários estudos sobre condições de vida e pobreza
em Moçambique nomeadamente os Inquéritos aos Agregados Familiares Sobre
Condições de Vida (IAF 1996/97 e IAF 2002/03). Estes inquéritos recolheram muita
informação sobre o nível de renda dos agregados familiares e outro tipo de informação
útil para a análise da desigualdade económica e do desenvolvimento humano em
Moçambique. Por outro lado, os Recenseamentos Gerais da População e Habitação
realizados pelo INE, de dez em dez anos, para além da contagem da população,
recolhem outro tipo de informações sobre as condições de vida que podem ser usadas
para a análise da desigualdade económica e do desenvolvimento humano em
Moçambique.
Justificativa
A desigualdade econômica, a depender de sua intensidade, é causa direta de problemas
sociais, políticos e até mesmo econômicos. Nesse caso, ela é alvo de nossa preocupação
se e na medida em que consideramos esses problemas importantes em si mesmos. .
Desigualdades econômicas estão também associadas a desigualdades políticas
(democracias enfraquecidas, tendendo a plutocracias) (Cohen 2009).
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Literatura teórica
A literatura sobre a desigualdade é muito diversa. A presente pesquisa não busca
analisar e nem explicar a natureza da desigualdade, uma vez que o foco da pesquisa está
na medição da desigualdade portanto neste ponto, apresentam-se de forma sucinta
algumas das muitas abordagens existentes sobre a desigualdade.
A desigualdade pode ser abordada do ponto de vista das ciências exactas e das ciências
sociais.
Amartya Sen (1992), um dos autores mais citados na literatura sobre desigualdade, trata
da desigualdade no que concerne à qualidade de vida, àquilo que uma pessoa é capaz de
ser e fazer. A desigualdade crucial na perspectiva de Sen é a falta de liberdade, na forma
de privações de capacidades (Sen, 1992 apud Therborn, 2001).
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Em Rousseau (1753) assume-se que na espécie humana existem duas espécies de
desigualdade: (i) uma por ele definida como sendo natural ou física, considerando que
foi estabelecida pela natureza, e que consiste na diferença das idades, saúde, das forças
do corpo e das qualidades do espírito, ou da alma; a outra (ii) que se pode chamar de
desigualdade moral ou política, porque depende de uma espécie de convenção, e que foi
estabelecida ou, pelo menos, autorizada pelo consentimento dos homens. Consiste esta,
nos diferentes privilégios de que gozam alguns com prejuízo dos outros, como ser mais
ricos, mais honrados, mais poderosos do que os outros, ou mesmo fazerem-se obedecer
por eles (Rousseau, 1753 apud Oliveira, 1989).
Segundo Schumpeter, um país pode ser muito rico e seus habitantes muito pobres. Ou
pode ser tão rico e seus habitantes desfrutarem de um padrão de vida superior ao de um
país que tenha uma renda per capita maior. O que determina essa diferença é o perfil da
distribuição de renda, ou seja, como a riqueza total que é produzida no país se distribui
entre os habitantes (Schumpeter, 1908).
De acordo com Lamas (2005), a desigualdade é vista não apenas como diferença de
renda, mas também de qualidade e acessibilidade a serviços sociais básicos (educação e
saúde, por exemplo), oportunidade de emprego, protecção dos direitos humanos e
acesso ao processo decisório (poder político e de representação). A desigualdade
assume diferentes ângulos. Não há dúvidas que a desigualdade é um tema vasto,
múltiplo e complexo, como todos os outros que dizem respeito à vida social.
Portanto, não há outro recurso para respeitar a sua complexidade e relevância senão
simplificá-lo, reduzi-lo a “fatias” analíticas, privilegiando ângulos específicos. A
presente pesquisa analisa a desigualdade do ponto de vista sócio-económico, analisando
a desigualdade económica e do desenvolvimento humano.
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Por isso, a desigualdade constitui uma preocupação de muitos países, principalmente os
emergentes e em desenvolvimento, que apresentam grandes desigualdades entre os
membros da sociedade, como é o caso de Moçambique.
De acordo com Lamas (2005), a desigualdade é vista não apenas como diferença de
renda, mas também de qualidade e acessibilidade a serviços sociais básicos (educação e
saúde, por exemplo), oportunidade de emprego, protecção dos direitos humanos e
acesso ao processo decisório (poder político e de representação).
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Desigualdades Regionais: Emprego, Educação e Saúde
Na avaliação da pobreza que tem sido feita pelas autoridades moçambicanas,
concretamente pelo INE e MEF, desde 2001, vários indicadores têm sido utilizados para
medir as desigualdades. Contudo, neste trabalho, como resultado do uso dos
fundamentos do CVP, serão consideradas as atividades praticadas por chefes das
famílias (para representar as oportunidades de emprego), o analfabetismo (para
representar o acesso à educação) e o acesso à saúde. No que se refere às oportunidades
de emprego entre as regiões urbanas e rurais, entre os anos 2014/15, a distribuição se
mostrava desigual. Conforme o gráfico 02 abaixo, na região rural quase 83,7% de
chefes dos agregados familiares eram ocupados em atividades agrárias; somente 15,1%
(5,5% de operários não agrícolas e 9,6% de comércio e serviços) tinham um emprego
não agrário. Todavia, nas áreas urbanas, cerca de 26,7% desses chefes eram ocupados
em atividades agrárias e 64,4% (20,7% de operários não agrícolas e 43,7% de comércio
e serviços) em outras atividades fora da agricultura.
Por outro lado, parte da população que está ligada às atividades não agrícolas (indústria,
comércio e serviços), tem potencial de auferir um rendimento melhor para um estilo de
vida digno, devido à produtividade e estabilidade do emprego nestes setores.
Com efeito, uma mudança nos níveis de pobreza pode ser separada em dois
componentes: um componente de crescimento, traduzindo o efeito da mudança na renda
média, enquanto a distribuição permanece constante, e um componente de redistribuição
quando a mudança na pobreza decorre da mudança na distribuição, enquanto a renda
média permanece constante. Quando, num artigo influente publicado pelo Banco
Mundial, Dollar (2000) argumentou que o “crescimento é bom para os pobres”, ele
assumiu como verdadeira uma relação direta entre os ganhos dos extratos médios e os
dos mais pobres. Centrado num período longo de tempo – 20 anos –, considerou uma
distribuição homogênea ao longo do período. Esta conclusão é muito difícil de ser
sustentada empírica ou teoricamente. Comparando, por exemplo, as experiências
brasileiras e indiana nos anos 80, Datt e Ravallion (1992) encontraram que, no caso do
Brasil, o índice de pobreza teria caído cerca de 5%, se o crescimento tivesse sido
distribuído de forma neutra. Em contraste, os efeitos distributivos contribuíram para a
redução da pobreza na Índia, ainda que o crescimento tivesse tido uma importância
maior.
Recentemente, Sainz e Fuente (2001) da CEPAL mostraram que nas últimas duas
décadas o crescimento na América Latina, além baixo, foi fortemente desigual. Durante
os anos 80 e 90, as famílias pobres tiveram um crescimento de renda real menor do que
a média. Observaram que, se nos anos 80 o colapso no crescimento da renda afetou
fortemente os pobres, nos anos 90, na presença de um baixo crescimento como o que se
deu em muitos países, a renda dos mais pobres não recuperou o que havia perdido.
Concluíram os autores que houve, na América Latina, uma assimetria entre crise e
crescimento: concentração de renda, no primeiro caso; e rigidez, no segundo.
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Conclusão
A desigualdade refere-se a uma distribuição não igualitária ou não proporcional pelos
membros de uma região, país ou de uma sociedade de oportunidades, recursos,
rendimentos, consumo, salários, acesso aos serviços públicos, como saúde, educação, e
outros serviços básicos para usufruírem de uma vida digna, e ao espaço político e à
identidade social para uma boa convivência em sociedade.
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Referências Bibliográficas
Ali, Rosimin. 2009. “Níveis e Tendências da Desigualdade Económica e do
Desenvolvimento Humano em Moçambique: 1996-2006”. In Pobreza, Desigualdade e
Vulnerabilidade em Moçambique, Editado pela Marimbique – Conteúdos e Publicações,
Lda, 121-150, Maputo: IESE.
Cohen, Joshua, “Money, politics, political equality”. In: J. Cohen, Philosophy, Politics,
Democracy (Cambridge, MA: Harvard University Press, 268-302.
DOLLAR, D. Kraay. (2000). “Growth is Good for the Poor”, Policy Research Working
Paper, World Bank.
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REIS, Elisa. 2002. Dossie Desigualdade. Revista Brasileira de Ciências Sociais 15 (42).
Associação de Pós-Graduação e Pesquisa em ciências Sociais.
Rohwerder, Brigitte. 2016. Poverty and Inequality: Topic guide. Birmingham: GSDRC,
University of Birmingham.
UNICEF, UN Women, UNDP e OHCHR. 2014. TST issues brief: Promoting equality,
including social equity.
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