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Contabilidade I

Sebenta teórica

Responsável da Unidade Curricular:

Solange Santos
Índice
Acrónimos e siglas
1. Introdução
1.1 – Considerações gerais
1.2 – Compra e venda
1.3 – Pensamento contabilístico e enquadramento
teórico
2. Normalização contabilística
2.1 – Enquadramento
2.2 – Estrutura concetual
3. Conceitos fundamentais
3.1 – Património
3.2 – Conta
3.3 – Inventário
3.4 – Balanço
3.5 – Demonstração dos Resultados
3.6 – Outras DFs
4. Balanço inicial / Variações patrimoniais / Balanço Final
4.1 – Diário
4.2 – Razão
4.3 – Balancete de verificação do razão
4.4 – Balanço Final e Demonstração dos Resultados
4.5 – Apuramento de resultados
5. Análise e expressão contabilística de operações
relacionadas com:
5.1 – Meios financeiros líquidos
Contabilidade I – ii – Solange Santos
Índice (cont.)

5.2 – Inventários
5.2.1 – Compras e outras operações com Fornecedores
5.2.3 – Vendas e outras operações com Clientes
5.2.4 – Mensuração de inventários
5.2.5 – Sistemas de inventários
5.3 – Outras operações
5.3.1 – Operações contabilísticas com letras
5.3.2 – Imposto sobre o rendimento
5.4 – Investimentos
5.4.1 – Ativos Fixos Tangíveis
5.4.2 – Ativos intangíveis
5.4.3 – Investimentos em curso
5.4.4 – Depreciações / Amortizações
5.4.5 – Desreconhecimento do AFT
5.4.6 – Locações: financeiras versus operacionais
6. Operações de fim de período
6.1 – Procedimento e DFs
6.1.1 – Lançamentos de regularização e retificação
6.1.2 – Periodização económica
7. Bibliografia

Contabilidade I – iii – Solange Santos


Acrónimos e siglas
A – Ativo
AI – Ativo(s) Intangível(eis)
AFT – Ativo Fixo Tangível
C – Crédito
CIVA – Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado
CIRC – Código do Imposto sobre o Rendimentos de pessoas Coletivas
CIRS – Código do Imposto sobre o Rendimentos de pessoas Singulares
CMVMC – Custo da Mercadoria Vendida e da Matéria Consumida
CNC – Comissão de Normalização Contabilística
D – Débito
DC – Diretriz Contabilística
DCs – Diretrizes Contabilísticas
DL – Decreto-Lei
DF – Demonstração Financeira
DFs – Demonstrações Financeiras
DR – Demonstração dos Resultados
EC – Estrutura concetual
FSE – Fornecimentos e Serviços Extrenos
G – Gastos
IAS – International Accounting Standards
IASB – International Accounting Standard Board
IFRS – International Financial Reporting Standards
IRC – Imposto sobre o Rendimentos de pessoas Coletivas
IRS – Imposto sobre o Rendimentos de pessoas Singulares
IVA – Imposto sobre o Valor Acrescentado
JV – Justo Valor
NCRF – Norma Contabilística de Relato Financeiro
NCRF-PE – Norma Contabilística de Relato Financeiro para Pequenas Entidades
P – Passivo
POC – Plano Oficial de Contabilidade
R – Rendimentos
RAI – Resultado Antes de Impostos
RBV – Resultado Bruto das Vendas
RL – Resultado Líquido
RITI – Regime do IVA nas Transmissões Intracomunitárias
S.f. – stock final
S.i. – stock inicial
SII – Sistema de Inventário Intermitente ou Periódico
SIP – Sistema de Inventário Permanente
SL – Situação Líquida
SNC – Sistema de Normalização Contabilística
UE – União Europeia

Contabilidade I –4– Solange Santos


1. Introdução

1.1 Considerações gerais

Empresa

Conjunto organizado de meios materiais e


humanos, voltados para a produção de
bens e/ou para a prestação de serviços.

Fases do ciclo de vida

– Institucional

– Funcionamento

– Liquidação

Contabilidade I –5– Solange Santos


1.2. A Compra e a Venda

A compra e venda constitui o elemento base da


empresa comercial e industrial. Tal operação origina,
entre o comprador e o vendedor, uma troca que implica
vários documentos.

– Nota de encomenda
– Guia de Remessa
– Fatura

Vendedor Documentos Comprador

(1)
Vendas Compras

(2)
Armazém Armazém

(3)
Contabilidade Contabilidade

Contabilidade I –6– Solange Santos


1.2. A Compra e a Venda

Documentos

Emitidos pelo comprador Emitidos pelo vendedor

Fase Documento Fase Documento

Entrega - Guia remessa


- Talão receção

- Nota de Liquidação - Fatura


encomenda - Nota débito
Encomenda - Nota crédito

- Requisição Pagamento - Recibo

Liquidação e - Fatura-recibo
pagamento - Venda a dinheiro
simultâneos

Contabilidade I –7– Solange Santos


1.2. A Compra e a Venda

Nota de encomenda

Documento emitido pelo comprador, ponde se


especificam os seguintes elementos:
– Mercadoria que pretende adquirir.
– Prazos de entrega esperados.
– Modalidades de pagamento desejáveis.
– Quantidades pretendidas.
– Respetivos preços.

Este documento é emitido, pelo comprador, em


duplicado.
O original é enviado ao vendedor/fornecedor.
O duplicado permanece na posse do comprador.

Nota
Aquando da receção da mercadoria, deve-se
conferir se o recebimento está conforme a
encomenda.

Contabilidade I –8– Solange Santos


Nota de encomenda

1 - Identificação do comprador (firma, morada, NIF, capital social)


2 - Nº da nota de encomenda e data de emissão
3 - Identificação do vendedor (firma e morada)
4 - NIF do vendedor
5 - Quantidade encomendada
6 - Descrição das mercadorias encomendadas
7- Preços unitários das mercadorias
8 - Condições de venda (local de entrega)
9 - Assinatura do comprador e carimbo da empresa
1.2. A Compra e a Venda

Guia de Remessa

Documento emitido pelo vendedor.


Destina-se a acompanhar a mercadoria até ao
armazém ou estabelecimento do comprador.
Através deste documento o comprador
verifica/confirma se a mercadoria entregue está
de acordo com a sua encomenda.

A guia de remessa é considerada um documento


de transporte de mercadoria e deve obedecer a
determinados requisitos que se encontram no
Decreto-Lei nº 45/89 de 11 de Fevereiro.

Contabilidade I – 10 – Solange Santos


Guia de remessa

1 - Identificação do vendedor
2 - Nº Guia de remessa e data de emissão
3 - Identificação do comprador: (firma e morada)
4 - NIF do comprador
5 - Código de mercadoria para uso do vendedor
6 - Descrição das mercadorias
7- Quantidades enviadas
8 - Preço unitário das mercadorias
9 - Indicação da taxa do IVA
10 - Valor da mercadoria com IVA incluído
11 - Locais de carga, data e hora a que teve início o transporte
1.2. A Compra e a Venda

Fatura

Documento base da compra e venda a crédito.


É emitida pelo vendedor e nela são exarados todos
os elementos ligados à transação efetuada.

Fatura-recibo

Nas vendas a dinheiro a fatura assume a forma de


fatura-recibo.

Valor da fatura =
Preço da mercadoria – descontos + despesas +
IVA

Contabilidade I – 12 – Solange Santos


Fatura ou fatura-recibo

1 - Identificação do vendedor
2 - Nº da fatura e data emissão
3 - Identificação do comprador (firma e morada)
4 - NIF do comprador
5 – Referência da Guia de Remessa
6 - Condições de pagamento
7 - Código da mercadoria para o vendedor
8 - Descrição das mercadorias enviadas, descontos concedidos,
despesas a incluir, assinatura do vendedor.
9 - Quantidades enviadas
10 - Preço unitário de venda da mercadoria enviada.
11 - Taxa do Iva.
12 - Valor da mercadoria c/ IVA.
13 - IVA da fatura.
14 – Total.
15 - Local de carga, data e hora a que teve início o transporte.
1.2. A Compra e a Venda

Fatura

Para além dos elementos atrás identificados, a partir


de 1 de janeiro de 2022, as faturas (exceto as que
forem emitidas em papel) passam a ter de
incorporar obrigatoriamente um código de barras
bidimensional, vulgarmente como por QR Code,
conforme previsto no artigo 7.º do Decreto-Lei n.º
28/2019, de 15 de fevereiro.
O artigo 23º do CIRC também prevê a incorporação
do QR Code.

É no CIVA onde encontramos a discriminação dos


elementos a incorporar obrigatoriamente:

Nas faturas – artigo 36º; e


Nas faturas simplificadas – artigo 40º.

A não inclusão do QR Code pode motivar a aplicação


da coima prevista no n.º 3 do artigo 128.º do
Regime Geral das Infrações Tributárias.

Nota: o QR Code passa também a ter de ser incorporado


nas Notas de Débito, Notas de Crédito e nos Orçamentos.

Contabilidade I – 14 – Solange Santos


1.2. A Compra e a Venda

Nota de débito

Documento usado para debitar um certo valor a


outrem.

Esta operação origina um aumento da dívida do


devedor.

Deverá emitir-se uma nota de débito nos


seguintes casos:

– Erros de cálculo, para menos, no valor da


fatura; e
– Despesas por conta do comprador não incluídas
na fatura.

Contabilidade I – 15 – Solange Santos


Nota de débito

1 - Identificação do vendedor.
2 - Nº da nota de débito e data emissão.
3 - Identificação do comprador.
4 - NIF do comprador.
5 - Indicação da fatura a que se refere a retificação.
6 - Discriminação da retificação:
- Facto que a originou.
- Taxa de IVA.
- Assinatura do vendedor.
7 - Valor da retificação e do IVA.
8 - Valor da nota de débito.

Contabilidade I – 16 – Solange Santos


1.2. A Compra e a Venda

Nota de crédito

Tem função inversa à da nota de débito. Reduz a


dívida do devedor e o crédito do credor.

Deverá emitir-se uma nota de crédito nos


seguintes casos:
– Erros de cálculo a fatura que incluía um valor
superior ao que era devido.
– Descontos indevidamente não incluídos na
fatura.
– Devolução de mercadorias pelo comprador.

Contabilidade I – 17 – Solange Santos


Nota de crédito

1 - Identificação do vendedor.
2 - Nº da Nota de Crédito.
3 - Localidade e data de emissão.
4 - Identificação do comprador. (firma, morada e NIF).
5 - Quantidade, qualidade e referência da mercadoria.
6 - Preços unitários e totais.
7 - Descontos (caso existam).
8 - Taxa IVA e respetivos cálculos.
9 - Assinatura do vendedor

Contabilidade I – 18 – Solange Santos


1.2. A Compra e a Venda

Recibo

Documento emitido em duplicado pelo vendedor.


Serve de comprovativo do pagamento efetuado pelo
comprador.

1 – Identificação. do vendedor.
2 - Nº do recibo
3 - Data de emissão.
4 - Valor expresso em algarismos.
5 - Valor por extenso.
6 - Referência à transação a que o recibo dá quitação.
7 - Assinatura do vendedor.
8 - Identificação do comprador.
Contabilidade I – 19 – Solange Santos
1.3 Pensamento contabilístico e
enquadramento teórico

A Contabilidade, além de ser uma ferramenta de


informação à tomada de decisão da gestão, é, também,
uma doutrina com diversas dimensões que vão além da
mera esfera económico-financeira, incluindo, assim, a
dimensão:
– Ambiental – evidenciando a conduta a nível ambiental
das entidades; e
– Social – evidenciando a contribuição, das entidades, a
nível social.

Como qualquer doutrina, a Contabilidade foi evoluindo


ao longo dos tempos, sendo, por isso, considerada um
construto social.
Uma das alterações mais marcantes foi a passagem de
um registo de partida simples (método unigráfico) para
um registo de partida dobrada (método digráfico), a
partir do século XV.

Contabilidade I – 20 – Solange Santos


1.3 Pensamento contabilístico e
enquadramento teórico

Partida simples (método unigráfico) – registo numa


única conta sem qualquer contrapartida.
Partida dobrada (método digráfico) – registo em, duas
ou mais contas, sendo que o total a débito terá de ser
igual ao total a crédito (matéria analisada mais à frente).

Contabilidade I – 21 – Solange Santos


1.3 Pensamento contabilístico e
enquadramento teórico

Divisão da Contabilidade

Considerando o período a que a relevação dos


factos respeita

– Contabilidade previsional, orçamental, apriorista ou


ex-ante:
Exprime os resultados das previsões e permite a
elaboração de fundamentados planos de atividade e
a formulação de regras a que a ação se deve
subordinar.

– Contabilidade histórica, à posteriori ou ex-post:


Proporciona uma visão retrospetiva da gestão,
mostrando até que ponto os objetivos fixados
foram alcançados.

Contabilidade I – 22 – Solange Santos


1.3 Pensamento contabilístico e
enquadramento teórico

Divisão da Contabilidade

Considerando a especialização que a contabilidade tem


vindo a sofrer

– Contabilidade financeira:
Debruça, sobretudo, sobre o relato financeiro
externo, incluindo a preparação e a apresentação
das DFs.

– Contabilidade de gestão e de custos:


Serve para mensurar, acumular e controlar os
custos, a fim de determinar o custo dos produtos
vendidos e dos serviços prestados e de avaliar o
desempenho operacional da empresa.

Contabilidade I – 23 – Solange Santos


1.3 Pensamento contabilístico e
enquadramento teórico

Divisão da Contabilidade

Considerando âmbito da contabilidade

– Contabilidade privada:
Inclui a contabilidade empresarial e a contabilidade
das entidades sem fins.

– Contabilidade pública:
Inclui a contabilidade das entidades públicas.

Contabilidade I – 24 – Solange Santos


2. Harmonização e normalização
contabilística
2.1 Enquadramento
A Normalização Contabilística consiste na
definição de um conjunto de regras e princípios
com vista:
– À elaboração de um quadro de contas a ser seguido
por todas as unidades económicas.
– À definição do conteúdo e da movimentação e
articulação das contas definidas no quadro anterior.
– À conceção de mapas modelo para as
demonstrações financeiras (DFs).
– À definição de regras/princípios uniformes sobre
mensuração dos elementos patrimoniais e
determinação dos resultados de cada período.

Objetivo:
Comparabilidade

– No tempo – os mesmos procedimentos adotados ao


longo dos vários períodos económicos.
– No espaço – utilização em diversas empresas de
métodos e terminologias comuns.

Contabilidade I – 25 – Solange Santos


2. Harmonização e normalização
contabilística
2.1 Enquadramento
Vantagens da Normalização

Ao nível da Empresa

Comparabilidade – posição relativa dentro do setor.


Eficiência – melhor organização e melhor qualidade da
informação.

Ao nível da profissão em Contabilidade

Passa a dispor de um código de princípios e


procedimentos mais abrangente.

Ao nível da Didática e da Pedagogia

Quadro teórico menos discutível e subjetivo.


Esforço crítico orientado para descobertas necessárias.

Contabilidade I – 26 – Solange Santos


2. Harmonização e normalização
contabilística
2.1 Enquadramento
Vantagens da Normalização

Ao nível da análise macro-empresarial

Permite a obtenção de estatísticas setoriais e nacionais


através de uma metodologia comum e válida.
Auxilia no conhecimento da economia nacional.
Constitui uma ferramenta de análise e previsão mais
eficaz à disposição dos empresários.

Ao nível da Tributação

Procedimentos uniformes e mais objetivos; controlo


mais fácil dos elementos que servem de base ao
estabelecimento da tributação das empresas; maior
justiça fiscal.

Contabilidade I – 27 – Solange Santos


2. Harmonização e normalização
contabilística
2.1 Enquadramento
Normalização Contabilística em
Portugal: evolução (resumo)

1ª Fase (até 1977)


1977 – Aprovação do primeiro Plano Oficial de
Contabilidade (POC/77).
Forte influência da normalização contabilística francesa).

1986 – Adesão de Portugal à União Europeia (UE)


1989 – Revisão do POC para transpor a IV Diretiva
(POC/ 89- cap. 1 a 12, DL 410/89 – Disposições
relativas a contas anuais individuais).
1991 – Publicação do DL 238/91 para implementar a
VII Diretiva (cap. 13 e 14 do POC – Disposições
relativas a contas consolidadas).

Contabilidade I – 28 – Solange Santos


2. Harmonização e normalização
contabilística
2.1 Enquadramento
Normalização Contabilística em
Portugal: evolução (resumo)
(cont.)

A partir de 1991 – Publicação de Diretrizes


Contabilísticas (DCs)
As DCs tinham como objetivo atualizar e harmonizar o
POC face ao desenvolvimento da contabilidade ao nível
internacional. Esse desenvolvimento foi preconizado
eminentemente pelo International Financial
Standards Board (IASB).

A partir de 2005 – Adoção das normas


internacionais pelas empresas cotadas da UE
– A UE impôs às empresas cotadas dos Estados
Membros a adoção das normas internacionais de
contabilidade emitidas pelo IASB: as International
Financial Reporting Standards/ International
Accounting Standards (IFRS/IAS) na elaboração das
suas contas consolidadas a partir de janeiro de 2005.

Contabilidade I – 29 – Solange Santos


2. Harmonização e normalização
contabilística
2.1 Enquadramento
Normalização Contabilística em
Portugal: evolução
2009

A Comissão de Normalização Contabilística (CNC)


elaborou o Sistema de Normalização Contabilística
(SNC), já aprovado pelo Decreto-Lei nº 158/2009, de 13
julho, que previa, a partir de 01.01.2010, o seguinte:

– Revogação do POC e adoção do (SNC) com:

– Adoção das Normas Contabilísticas de Relato


Financeiro (NCRF) e de novos modelos de DFs.

– Adoção de uma única norma pelas empresas de


pequena e média dimensão – Norma Contabilística
de Relato Financeiro para Pequenas Entidades (NCRF
– PE), a qual é uma simplificação das NCRF, e
adoção de modelos de demonstrações financeiras
simplificados.

– Existência, pela primeira vez em Portugal, de uma


Estrutura Concetual.

– Existência de um Quadro de Contas comum aos dois


níveis de normalização.
Contabilidade I – 30 – Solange Santos
2. Harmonização e normalização
contabilística
2.1 Enquadramento

Normalização Contabilística em
Portugal: evolução

2011

Publicado o Decreto-Lei nº 36-A/2011, de 9 de março


aprovando os regimes de normalização contabilística
para as microentidades e para as entidades do setor não
lucrativo.

2015 (última atualização)

Através do Decreto-Lei nº 98/2015, de 2 de junho,


transpõe-se para a ordem jurídica interna a Diretiva
2013/34/EU do Parlamento Europeu e do Conselho
(Diretiva da Contabilidade).

Na sequência desta transposição, a primeira versão do


SNC sofre algumas alterações, sendo publicados uma
série de Avisos e de Portarias que, no seu conjunto,
formam o novo SNC.

Contabilidade I – 31 – Solange Santos


Sistema de Normalização
Contabilística (atual)
DL nº 98/2015, de 2 de junho – Aprova o novo Sistema
de Normalização Contabilística.
DL nº 192/2015, de 11 de setembro – Aprova o Sistema
de Normalização Contabilística para as Administrações
Públicas.
Portaria nº 218/2015, de 23 de julho e Declaração de
Retificação nº 41-A/2015, de 21 de setembro – Aprova
o novo Código de Contas.
Portaria nº 220/2015, de 24 de julho e Declaração de
Retificação nº 41-B/2015, de 21 de setembro – Aprova
os novos Modelos de Demonstrações Financeiras.
Aviso nº 8254/2015, de 29 de julho e Declaração de
Retificação nº 917/2015, de 19 de outubro – Aprova a
nova Estrutura Concetual.
Aviso nº 8255/2015, de 29 de julho e Declaração de
Retificação nº 914/2015, de 19 de outubro – Aprova a
nova NCRF para as Microentidades.
Aviso nº 8256/2015, de 29 de julho e Declaração de
Retificação nº 918/2015, de 19 de outubro – Aprova as
novas 28 NCRF.
Aviso nº 8257/2015, de 29 de julho e Declaração de
Retificação nº 915/2015, de 19 de outubro – Aprova a
nova NCRF para Pequenas Entidades.
Aviso nº 8258/2015, de 29 de julho – Aprova duas
normas interpretativas.
Aviso nº 8259/2015, de 29 de julho e Declaração de
Retificação nº 916/2015, de 19 de outubro – Aprova a
nova NCRF para Entidades do Setor Não Lucrativo.

Contabilidade I – 32 – Solange Santos


Sistema de Normalização
Contabilística – NCRF
NCRF 1 – Estrutura e Conteúdo das Demonstrações Financeiras
NCRF 2 – Demonstração de Fluxos de Caixa
NCRF 3 – Adoção pela primeira vez das NCRF
NCRF 4 – Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas
Contabilísticas e Erros
NCRF 5 – Divulgação de Partes Relacionadas
NCRF 6 – Ativos Intangíveis
NCRF 7 – Ativos Fixos Tangíveis
NCRF 8 – Ativos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades
Operacionais Descontinuadas
NCRF 9 – Locações
NCRF 10 – Custos de Empréstimos Obtidos
NCRF 11 – Propriedades de Investimento
NCRF 12 – Imparidade de Ativos
NCRF 13 – Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em
Associadas
NCRF 14 – Concentrações de Atividades Empresarias
NCRF 15 – Investimentos em Subsidiárias e Consolidação
NCRF 16 – Exploração e Avaliação de Recursos Minerais
NCRF 17 – Agricultura
NCRF 18 – Inventários
NCRF 19 – Contratos de Construção
NCRF 20 – Rédito
NCRF 21 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes
NCRF 22 – Subsídios e Outros Apoios das Entidades Públicas
NCRF 23 – Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio
NCRF 24 – Acontecimentos Após a Data do Balanço
NCRF 25 – Impostos Sobre o Rendimento
NCRF 26 – Matérias Ambientais
NCRF 27 – Instrumentos Financeiros
NCRF 28 – Benefícios dos Empregados

Em caso de lacuna de regulamentação no SNC


deve-se recorrer às IFRS
Normativo internacional
Conceptual Framework for Financial Reporting

IFRS 1 – First-time Adoption of International Financial Reporting


Standards
IFRS 2 – Share-based Payment
IFRS 3 – Business Combinations
IFRS 4 – Insurance Contracts
IFRS 5 – Non-current Assets Held for Sale and Discontinued
Operations
IFRS 6 – Exploration for and Evaluation of Mineral Resources
IFRS 7 – Financial Instruments: Disclosures
IFRS 8 – Operating Segments
IFRS 9 – Financial Instruments
IFRS 10 – Consolidated Financial Statements
IFRS 11 – Joint Arrangements
IFRS 12 – Disclosure of Interests in Other Entities
IFRS 13 – Fair Value Measurement
IFRS 14 – Regulatory Deferral Accounts
IFRS 15 – Revenue from Contracts with Customers
IFRS 16 – Leases
IFRS 17 – Insurance Contracts

IAS 1 – Presentation of Financial Statements


IAS 2 – Inventories
IAS 7 – Statement of Cash Flows
IAS 8 – Accounting Policies, Changes in Accounting Estimates and
Errors
IAS 10 – Events after the Reporting Period
IAS 11 – Construction Contracts
IAS 12 – Income Taxes
IAS 16 – Property, Plant and Equipment
IAS 17 – Leases
IAS 18 – Revenue

Contabilidade I – 34 – Solange Santos


Normativo internacional (cont.)

IAS 19 – Employee Benefits


IAS 20 – Accounting for Government Grants and Disclosure of
Government Assistance
IAS 21 – The Effects of Changes in Foreign Exchange Rates
IAS 23 – Borrowing Costs
IAS 24 – Related Party Disclosures
IAS 26 – Accounting and Reporting by Retirement Benefit Plans
IAS 27 – Separate Financial Statements
IAS 28 – Investments in Associates and Joint Ventures
IAS 29 – Financial Reporting in Hyperinflationary Economies
IAS 32 – Financial Instruments: Presentation
IAS 33 – Earnings per Share
IAS 34 – Interim Financial Reporting
IAS 36 – Impairment of Assets
IAS 37 – Provisions, Contingent Liabilities and Contingent Assets
IAS 38 – Intangible Assets
IAS 39 – Financial Instruments: Recognition and Measurement
IAS 40 – Investment Property
IAS 41 – Agriculture

Contabilidade I – 35 – Solange Santos


2.2 Estrutura concetual (EC)

De que trata a EC?


§5

– Do objetivo das DFs.


– Das características qualitativas que determinam
a utilidade da informação contida nessas
demonstrações.
– Da definição, reconhecimento e mensuração dos
elementos a partir dos quais se constroem tais
demonstrações.
– Dos conceitos de capital e de manutenção de
capital.

Contabilidade I – 36 – Solange Santos


2.2 Estrutura concetual (EC)

O que são as DFs? (§8)

São mapas que agregam a informação financeira


da empresa, nomeadamente:
– O Balanço.
– A Demonstração dos Resultados.
– A Demonstração das alterações na posição
financeira.
– A Demonstração dos Fluxos de Caixa.
– As Notas às DFs.

Quais são os objetivos das DFs? (§12 a


§14)

– Proporcionar informação acerca da posição


financeira, do desempenho e das alterações na
posição financeira que ocorreram no período.
– Essa informação deve ser útil a um vasto leque
de utentes na tomada de decisões económicas.

Contabilidade I – 37 – Solange Santos


2.2 Estrutura concetual (EC)

Destinatários da informação
financeira (stakeholders) §9

Investidores
Preocupam-se com os riscos inerentes aos seus
investimentos e com a taxa de rendimento que lhes
é proporcionada. Assim sendo, necessitam de
informação que os ajude a determinar se devem
comprar, deter ou vender.

Trabalhadores e Grupos Representativos


Estão interessados, não só na informação acerca da
estabilidade e rendibilidade das entidades patronais,
como também na informação para avaliar a
capacidade da empresa em proporcionar
remunerações, pensões de reforma e oportunidades
de emprego.

Financiadores
Estão interessados em informação que lhes ajude a
determinar se os seus empréstimos e respetivos
juros serão pagos e se as datas de vencimento
serão cumpridas.

Contabilidade I – 38 – Solange Santos


2.2 Estrutura concetual (EC)

Destinatários da informação
financeira (stakeholders) §9

Fornecedores e outros credores comerciais


Estão interessados em informação que lhes permita
determinar se as quantias que lhes são devidas
serão pagas nas respetivas datas de vencimento.

Clientes
Têm interesse em informação acerca da
continuidade da empresa, especialmente quando
têm com ela envolvimentos a longo prazo, quando
estão dependentes dela, ou quando lhes fizeram
adiantamentos significativos.

Governo
Estão interessados na distribuição dos recursos e,
portanto, nas atividades das empresas.

Público em geral

Contabilidade I – 39 – Solange Santos


2.2 Estrutura concetual (EC)

Características qualitativas da
informação financeira
§24 a §42

Compreensibilidade
Informação rapidamente compreensível pelos utentes.

Relevância
Útil na tomada de decisões dos utentes.

Materialidade
Com capacidade de influenciar as decisões económicas
dos utentes.

Fiabilidade
Estar liberta de erros materiais e de juízos prévios.

Representação fidedigna
Ser fiável e representar fidedignamente as transações e
outros acontecimentos.

Contabilidade I – 40 – Solange Santos


2.2 Estrutura concetual (EC)

Características qualitativas da
informação financeira (cont.)
§24 a §42

Substância sob a forma


As operações devem ser contabilizadas atendendo à sua
substância e realidade financeira e não apenas à sua
forma legal.

Neutralidade
Deve ser neutra, livre de preconceitos.

Prudência
É possível integrar nas contas um grau de precaução ao
fazer as estimativas exigidas em condições de incerteza.
Porém, não deve ser permitida a criação de reservas
ocultas ou provisões excessivas ou a deliberada
quantificação de ativos e proveitos por defeito ou de
passivos e custos por excesso.

Plenitude
Completa, dentro dos limites da materialidade e do
custo.
Contabilidade I – 41 – Solange Santos
2.2 Estrutura concetual (EC)

Características qualitativas da
informação financeira (cont.)
§24 a §42

Comparabilidade
– No espaço – As empresas devem adotar a
normalização a fim de se conseguir a comparabilidade
entre elas.

– No tempo – A divulgação e quantificação dos efeitos


financeiros de operação e de outros acontecimentos
patrimoniais devem ser registados de forma
consistente pela empresa e durante a sua vida,
promovendo a sua comparabilidade ao longo do
tempo.

Contabilidade I – 42 – Solange Santos


2.2 Estrutura concetual (EC)

Pressupostos da informação financeira


(§22 a §24)

Regime do Acréscimo (periodização económica)


Os factos patrimoniais são reconhecidos no período em
que ocorrem, independentemente do momento do seu
recebimento ou pagamento. São, assim, registados e
relatados contabilisticamente nas DFs dos períodos a que
correspondem.

Continuidade
Pressupõe-se que há continuidade das operações e da
empresa, que continuará a operar no futuro.
Não é expectável que a empresa venha a liquidar, nem a
reduzir drasticamente o nível das suas operações.

Contabilidade I – 43 – Solange Santos


3. Conceitos fundamentais
3.1. Património

Conceito

Conjunto de valores sujeitos a uma gestão para


a obtenção de um determinado fim.

Conjunto de bens, direitos e obrigações de uma


empresa, em determinada data, devidamente
valorado, organizados atingir um determinado
fim.

Composição Conjunto de elementos


patrimoniais heterogéneos

Massas patrimoniais Ativo


Passivo

“É o valor que resulta de se


Valor do património subtrair aos ativos o valor
dos passivos”

Contabilidade I – 44 – Solange Santos


3. Conceitos fundamentais
3.1. Património

Elementos das DFs


§47 a §49
Os efeitos das transações e de acontecimentos que
ocorrem na empresa são agrupados em grandes
classes de acordo com as suas características
económicas.
Elementos relacionados com a mensuração
da posição financeira da empresa (Balanço).

Bens e direitos – recursos controlados


pela entidade como resultado de
Ativo acontecimentos passados e dos quais se
espera que fluam para a entidade
benefícios económicos futuros.

Obrigações – obrigações presentes


Passivo provenientes de acontecimentos
passados; espera-se que da liquidação
dessas obrigações resulte um exfluxo de
recursos da entidade.

Capital É o valor residual dos ativos depois de


próprio deduzidos todos os passivos.
Contabilidade I – 45 – Solange Santos
3. Conceitos fundamentais
3.1. Património

Elementos relacionados com a mensuração


do desempenho da empresa

(Demonstração dos Resultados)

Medida de desempenho: Lucro

Réditos e ganhos – aumento nos


benefícios económicos da
empresa durante o período
Rendimentos contabilístico, que resultam no
aumento dos ativos ou na
diminuição dos passivos e,
consequentemente, no aumento
do Capital Próprio.

Gastos e perdas – diminuição dos


benefícios económicos durante o
Gastos período contabilístico, que resulta
na diminuição dos ativos ou na
assunção de passivos e,
consequentemente, na
diminuição do Capital Próprio.

Contabilidade I – 46 – Solange Santos


3. Conceitos fundamentais
3.1. Património

Reconhecimento e Mensuração

Contabilizo ou não contabilizo?


(§80 a §96)

Reconhecimento
Processo de incorporação no Balanço e na
Demonstração dos Resultados de um item que
satisfaça a definição de um dos elementos
patrimoniais, bem como as regras de
reconhecimento desse elemento.

Por quanto contabilizo?


(§97 a §99)

Mensuração – processo de determinação das


quantias monetárias pelas quais os elementos
patrimoniais das DFs devem ser reconhecidos.

Contabilidade I – 47 – Solange Santos


3. Conceitos fundamentais
3.1. Património

Como determinar a quantia a


reconhecer?

Custo histórico
Ativo: valor pago para adquirir os ativos.
Passivo: valor daquilo que foi recebido em troca
da obrigação.

Custo corrente
Ativo: valor que seria pago atualmente para
adquirir os ativos.
Passivo: valor que seria pago atualmente para
liquidar a obrigação.

Valor realizável
Valor de liquidação dos Ativos e Passivos.

Contabilidade I – 48 – Solange Santos


3. Conceitos fundamentais
3.1. Património

Como determinar a quantia a


reconhecer?
(cont.)

Valor presente
Ativo: valor atualizado dos fluxos de caixa que se
espera que o item gere no decurso normal da
atividade.
Passivo: valor atualizado dos fluxos de caixa que
se espera que sejam necessários para liquidar os
passivos no decurso normal da atividade.

Justo valor
Quantia pela qual um ativo pode ser trocado ou
um passivo liquidado, entre partes conhecedoras
e dispostas a isso, numa transação em que não
exista relacionamento entre elas.

Contabilidade I – 49 – Solange Santos


3. Conceitos fundamentais
3.2. Conta

Conceito
Conjunto de elementos patrimoniais com
características semelhantes, expresso em
unidades monetárias.

Requisitos básicos da conta


Homogeneidade: cada conta deve conter
elementos com as mesmas características.
Integralidade: todos os elementos que
apresentam características comuns devem fazer
parte da mesma conta.

Partes constitutivas
Título: expressão que designa a conta.
Valor: qualidade, expressa em unidades
monetárias contida na conta.

Contabilidade I – 50 – Solange Santos


3. Conceitos fundamentais
3.2. Conta

Representação gráfica das contas

D (Deve) Título da Conta H (Haver)

Débito Crédito

Saldo
É a diferença entre o total dos débitos (D) e o
total dos créditos (C)

Contabilidade I – 51 – Solange Santos


3. Conceitos fundamentais
3.2. Conta

Representação gráfica das contas

Conta
Saldo devedor (Sd) C
+
Débitos > Créditos D Sd
ou seja, D = C + Sd

Saldo nulo Conta


D C
Débitos = Créditos

Conta
Saldo credor (Sc) D
Débitos < Créditos
+
Sc C
ou seja, C = D + Sc

Contabilidade I – 52 – Solange Santos


3. Conceitos fundamentais
3.2. Conta

Classificação das contas

Contas coletivas e contas elementares


As primeiras, são formadas pelas contas da
mesma natureza; as segundas são as que
contêm um elemento.

Contas subsidiárias e contas divisionárias


Nas primeiras registam-se, provisoriamente, os
factos respeitantes a outra conta do mesmo
grau, designada de conta principal.
As contas divisionárias ou subcontas são
divisões das contas coletivas.

Contas do 1º grau, 2º grau, do 3º grau...


As contas de 1º grau evidenciam diretamente
a decomposição do ativo, do Passivo e do
Capital Próprio.
As contas de 2º grau resultam do
desdobramento das contas do 1º grau e assim
sucessivamente.
Contabilidade I – 53 – Solange Santos
3. Conceitos fundamentais
3.2. Conta

Movimentação das contas

Contas do Ativo

+ -
D Ativo e de Gastos H

Extensão Inicial Diminuições


e
Aumentos

Contas do Passivo, Capital Próprio e


Rendimentos

- +
D Passivo, CP e Rendimentos H

Diminuições Extensão Inicial


e
Aumentos

Contabilidade I – 54 – Solange Santos


3. Conceitos fundamentais
3.2. Conta

Movimentação das contas

Nota
Estas regras resultam daquele que se designa
por Método Digráfico ou Método das Partidas
Dobradas.

Características
A um ou mais débitos corresponde sempre um
ou mais créditos de igual montante.

Total dos débitos = Total dos créditos

Total dos saldos devedores


=
Total dos saldos credores

Contabilidade I – 55 – Solange Santos


Estrutura das contas segundo o
SNC
Seguindo a estrutura definida no SNC, as
organizam-se ao longo de 8 classes.

Quadro de contas
(Portaria nº 218/2015, de 23 de julho)

Contas Balanço
Classe 1 – Meios financeiros líquidos
Classe 2 – Contas a receber e a pagar
Classe 3 – Inventários e ativos biológicos
Classe 4 – Investimentos
Classe 5 – Capital, reservas e resultados transitados

Contas de Resultados

Classe 6 – Gastos
Classe 7 – Rendimentos
Classe 8 – Resultados

Contabilidade I – 56 – Solange Santos


3. Conceitos fundamentais
3.3. Inventário
Conceito
É uma relação/listagem em determinada data, dos
elementos patrimoniais de uma empresa, com a
indicação do seu valor.

Fases do inventário
– Identificação
– Descrição e classificação
– Valoração

Classificação dos inventários

Quanto à disposição
– Simples
– Classificados

Quanto ao âmbito
– Gerais
– Parciais

Quanto à apresentação
– Analítico
– Sintético
Contabilidade I – 57 – Solange Santos
3. Conceitos fundamentais
3.4. Balanço

Conceito
Trata-se de uma DF que evidencia a composição e o
valor do património numa determinada data,
expressando a relação entre o Ativo, o Passivo e a
Situação Líquida (SL).

Cenários possíveis

Ativo > Passivo: A – P > 0


SL positiva > 0  SL Ativa

A = P + SLA

Ativo = Passivo: A – P = 0
SL nula = 0  SL Nula

Ativo < Passivo: A – P < 0


SL negativa < 0  SL Passiva

A + SLP = P

Contabilidade I – 58 – Solange Santos


Representação horizontal
O Ativo figura no lado esquerdo e o Passivo e Capital
Próprio (CP) no lado direito.
ATIVO CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Ativo não corrente Capital próprio
Ativos fixos tangíveis Capital subscrito
Propriedades de investimento ...
Goodwill Reservas (…)
Ativos intangíveis Resultados transitados
Ativos biológicos Excedentes de revalorização
Participações financeiras - MEP Ajustamentos/outras variações no
Outros investimentos financeiros CP
Créditos a receber Resultados líquido do período
Ativos por impostos diferidos Interesses que não controlam
Total Capital Próprio
Ativo corrente
Inventários PASSIVO
Ativos biológicos Passivo não corrente
Clientes Provisões
Estado e outros entes públicos Financiamentos obtidos
Capital subscrito e não realizado Outras contas a pagar
Outros créditos a receber …
Diferimentos
Passivo corrente
Ativos financeiros detidos para
Fornecedores
negociação
Adiantamentos de clientes
Outros ativos financeiros
EOEP
Ativos não correntes detidos para
venda Financiamentos obtidos
Caixa e depósitos bancários Outras dívidas a pagar
Diferimentos

Total do Passivo
Total do Ativo
Total do CP e Passivo
Representação vertical
Surge o Ativo em primeiro lugar, seguido do CP e,
por fim, do Passivo.
Ativo NOTAS XX YY N
Ativo não corrente
Ativos fixos tangíveis
Propriedades de investimento
Goodwill
Ativos intangíveis
….

Ativo corrente
Inventários
Ativos biológicos
Clientes

Total do Ativo
Capital Próprio e Passivo
Capital Próprio
Capital subscrito

Total Capital Próprio
Passivo não corrente
Provisões

Passivo Corrente
Fornecedores
Adiantamentos de clientes

Total do Passivo

Total do Capital P. e Passivo


3. Conceitos fundamentais
3.4. Balanço

Classificação dos balanços

Quanto ao momento temporal


– Balanço inicial
– Balanço final
– Balanço intermédio

Quanto à sua estrutura ou apresentação


– Analítico
– Reduzido (PE)

Quanto à sua disposição


– Simples
– Classificado

Contabilidade I – 61 – Solange Santos


3. Conceitos fundamentais
3.4. Balanço

Ativo corrente versus Ativo não corrente


(NCRF 1: §14 a §16)

Um Ativo deve ser classificado como corrente


quando:
– Se espera que seja realizado, consumido ou
vendido no decurso do ciclo operacional.
– Seja detido com a finalidade de ser negociado.
– Se espera que seja realizado até 12 meses após
a data do balanço.
– É caixa ou equivalente de caixa.

Ou seja, são os ativos que se espera que


permaneçam na empresa até 12 meses, ou
aqueles que se adquirem com o intuito de serem
negociados.

Os restantes ativos serão classificados como “não


correntes”.

Contabilidade I – 62 – Solange Santos


3. Conceitos fundamentais
3.4. Balanço

Passivo corrente versus Passivo não corrente


(NCRF 1: §17 a §24)

Um Passivo deve ser classificado como


corrente quando:
Se espera que seja liquidado durante o ciclo
operacional normal da entidade.
– Seja detido com a finalidade de ser negociado.
– Se espera que seja liquidado até 12 meses
após a data do balanço.
– Não se tenha o direito incondicional de diferir a
liquidação do passivo pelo menos 12 meses após
a data do balanço.

Isto é, são os passivos cuja liquidação deva ser


efetuada até um prazo máximo de 12 meses.

Os demais passivos serão classificados como não


correntes.
3. Conceitos fundamentais
3.4. Balanço

Factos patrimoniais

Factos permutativos (ou qualitativos)


Provocam alterações na composição do património, mas
não no seu valor.

Factos modificativos (ou quantitativos)


Provocam alteração quer na composição, quer no valor
do património:
– Factos modificativos negativos: implicam diminuição
do valor do património.
– Factos modificativos positivos: implicam aumento do
valor do património.

Contabilidade I – 64 – Solange Santos


3. Conceitos fundamentais
3.5 Demonstração de resultados

A Demonstração dos Resultados (DR) oferece uma


visão dinâmica, ao revelar o que ocorreu entre dois
momentos da vida da empresa, normalmente entre o
início do ano (01.01.N) e o final do mesmo ano
(31.12.N).

Trata-se de um quadro formado por dois membros.


No primeiro, inscrevem-se os gastos (G) suportados
pela empresa.
No segundo, inscrevem-se os rendimentos (R) obtidos
pela mesma.
A diferença permite determinar o resultado obtido
durante um determinado período:

R > G => Lucro


R = G => Resultado Nulo
R < G => Prejuízo

Contabilidade I – 65 – Solange Santos


3. Conceitos fundamentais
3.5 Demonstração de resultados

Considera-se que os Gastos decorrem de


operações que provocam um consumo do
património da entidade, enquanto os
Rendimentos decorrem de operações que
provocam uma recuperação ou um aumento do
património.

Da diferença entre os Gastos e os Rendimentos,


obtém-se o Resultado Líquido (RL) evidenciado na
DR.

Resultado Líquido (RL) =


Rendimentos (R) – Gastos (G)

RL = R - G

Contabilidade I – 66 – Solange Santos


Demonstração de Resultados
Gastos Rendimentos
CMVMC Vendas
Fornecimentos e serviços externos Prestação de serviços
Gastos com o pessoal Subsídios à exploração
Provisões do período Variação dos inventários da
Perdas por imparidade produção
Perdas por reduções do justo valor Trabalhos p/ a própria entidade
Outros gastos e perdas Reversões
Gastos de depreciação e de Ganhos por aumentos do justo
amortização valor
Gastos e perdas de financiamento Outros rendimentos e ganhos
Juros e rendimentos similares
Resultado líquido do período €

Balanço
Ativo Capital Próprio e Passivo

Ativos não correntes Capital Próprio


Ativos correntes Capital
...

Resultado líquido do período €

Total do capital Próprio

Passivo
Dívidas a terceiros
Total do Passivo
Total do Ativo ............. € Total do Cap. Próprio e Passivo .... €
Contabilidade I – 67 – Solange Santos
3. Conceitos fundamentais
3.6 Outras DFs

Anexo 5 da Portaria nº 220/2015, de24 de julho


3. Conceitos fundamentais
3.6 Outras DFs

Anexo 5 da Portaria nº 220/2015, de24 de julho


Balanço inicial da Empresa “ABC, Lda.” em 1.1.N

Ativo Capital Próprio


e Passivo
Ativo não
corrente Capital Próprio
A. Fixos. Tangíveis €13.900.000 Capital €16.830.000
A. Intangíveis €180.000 Total C. Próprio €16.830.000
Out. inv. financeiros €2.000.000
Passivo
Ativo Corrente Passivo não
Inventários €3.000.000 corrente
Clientes €450.000 Provisões
Outros A. €200.000
Financeiros €200.000 Passivo
Depósitos a prazo €800.000 Corrente
Depósitos à ordem €245.000 Fornecedores €2.000.000
Caixa €5.000 Estado e OEP €200.000
Financiamentos
obtidos €1.550.000

Total do Passivo €3.950.000

Total do Ativo Total do CP e


€20.780.000 €20.780.000
Passivo

Nota:
A conta Capital serve para registar as primeiras entradas dos
sócios/acionistas (capital social) aquando da constituição da
sociedade (esta matérias será mais desenvolvida em
Contabilidade II)
Exemplo

Considere que a ABC, Lda. realizou as


seguintes operações:

1. Levantou €50.000 do Banco A.


2. Recebeu um cheque de €100.000 do cliente
XYZ, Lda. para pagamento das suas dívidas.
3. Pagamento à Compras, S.A. com um cheque
sobre o Banco A no valor de €150.000.
4. Comprou a prazo €200.000 de mercadorias.
5. Vendeu, a pronto pagamento, €650.000 de
mercadorias que lhe tinham custado
€470.000.
6. Pagou €50, em dinheiro, a renda de uma
garagem que tinha arrendado.
7. Pagou de prémio de seguro de acidentes de
trabalho €400, em dinheiro.
8. A empresa recebeu uma comunicação do
Banco A, informando que lhe foram
debitados €20.000 relativos a juros.

Como se registam estas operações?

Contabilidade I – 71 – Solange Santos


4. Balanço inicial/variações
patrimoniais/Balanço final
4.1. Diário

Diário

Serve para fazer o registo cronológico, em


assentos separados, de cada uma das
operações patrimoniais.
(Registo cronológico - ordem de datas)

Traçado do Diário (modelo clássico)

a) b) c) d) e) f)

a) n.º do lançamento.
b) preposição “a”.
c) cabeçalho e descrição do lançamento.
d) n.º de fólio no razão geral.
e) coluna auxiliar das importâncias.
f) coluna principal das importâncias.

Contabilidade I – 72 – Solange Santos


4. Balanço inicial/variações
patrimoniais/Balanço final
4.1. Diário

Outro Traçado
Débito Crédito Valor
Data N.º (código
registo Descrição da (código
da conta) da conta)
operação

Exemplo:
Dia 21/02: Recebimento de Clientes......... €50 000
Dia 02/03: Pagamento a fornecedores.... €150 000

1 Funchal, 21 Fevereiro de n
€50 000
Caixa
a Clientes
N/ Recibo nº xxx ...

02/03

2 Fornecedores

a Caixa
Recibo nº xxx de ... €150 000
4. Balanço inicial/variações
patrimoniais/Balanço final
4.2. Razão
Razão
Serve para fazer o registo das operações do
diário, ordenadas a débito e a crédito, em
relação a cada uma das respetivas contas.
Permite conhecer o estado e a situação de cada
conta, sem recorrer ao exame e separação de
todos os lançamentos cronologicamente
escriturados no diário.
(Registo sistemático – ordem de contas)

Traçado do razão

Deve Título da Conta Haver

a) b) c) d) e) a) b) c) d) e)

a) ano
b) mês e dia
c) preposição “a” (lado esquerdo) e “de” (lado direito)
d) contrapartida da conta a movimentar
e) importância
Contabilidade I – 74 – Solange Santos
4. Balanço inicial/variações
patrimoniais/Balanço final
4.2. Razão

Exemplo
Dia 21/02: Recebimento de Clientes......... €50 000
Dia 02/03: Pagamento a fornecedores.... €150 000

Deve Bancos Haver


N
21 a Clientes €50 000 N Fornecedores €150 000
Fev. 2 de
03

Deve Clientes Haver


N de Bancos €50 000
Fev 21

Deve Fornecedores Haver


N 02 a Bancos €150 000
03
4. Balanço inicial/Variações
patrimoniais/Balanço final
4.3. Balancete de Verificação do Razão

Balancete de verificação do razão

Resume todos os movimentos efetuados no


razão.
Traduz-se num resumo do valor acumulado dos
movimentos a débito e a crédito efetuados
durante um determinado período de tempo,
assim como dos saldos finais das contas.

Traçado do balancete

Contas Débitos Créditos Saldos


Devedores Credores

Total D C Sd Sc

Contabilidade I – 76 – Solange Santos


Organização Contabilística

Os factos patrimoniais
dão origem a Documentos

recibos, letras, faturas, etc.

que são registados por ordem de


Diário
diariamente no datas

por ordem de
e no Razão
contas

Periodicamente por contas e


Balancetes
elaboram-se subcontas

que no fim do
período permitem Balanço Demonstração dos
a construção de: resultados

Outras peças
contabilísticas

Contabilidade I – 77 – Solange Santos


4. Balanço inicial/Variações
patrimoniais/Balanço final
4.4 Balanço Final e Demonstração de
Resultados

Apuramento de resultados
Os lançamentos de apuramento dos resultados têm por
finalidade transferir para as contas de resultados (classe
8) os saldos evidenciados nas contas de Gastos e de
Rendimentos, a fim de determinar o RL da empresa.

O SNC define, no modelo reduzido de DR por Natureza a


seguinte divisão:

Resultados

Resultado antes de depreciações, gastos de


financiamento e impostos

Resultado operacional (antes de gastos de


financiamento e impostos)

Resultado antes de impostos

RL do período
Contabilidade I – 78 – Solange Santos
4.5 Apuramento de resultados

Gastos Rendimentos
Resultado operacionais
operacionais antes de
exceto exceto reversões
depreciações, de depreciações e
depreciações, gastos de
juros suportados juros obtidos
financiamento
e impostos e impostos

Resultado
Gastos de operacional Rendimentos de
depreciações e (antes de reversões de
de amortizações gastos de depreciações
financiamento
e impostos)

Juros, dividendos
Gastos e perdas Resultados
e out. rendimentos
de financiamento antes de
similares
impostos

-
Imposto sobre o
rendimento do
período
=
Resultado Líquido do
Período
Contabilidade I – 79 – Solange Santos
4.5 Apuramento de resultados

8111 – Resultados antes de depreciações, gastos de


financiamento e impostos

Contas 61, 62, 63,


65, 66, 67, 68 Contas 71 a 78
(exceto 761)

Transferência dos Transferência dos


gastos rendimentos

8112 – Resultados operacional (antes de gastos de


financiamento e impostos)

8111
8111

Transferência do Transferência
prejuízo (Sd) do lucro (Sc)

761 – Reversões de
64 – Gastos de depreciação e depreciações
de amortização
e de amortizações

Transferência dos Transferência dos


gastos rendimentos

Contabilidade I – 80 – Solange Santos


4.5 Apuramento de resultados

8113 – Resultados antes de impostos (RAI)

8112 8112
Transferência do Transferência
prejuízo (Sd) do lucro (Sc)

69 – Gastos e perdas 79 – Juros, dividendos e


outros rendimentos
de financiamento similares
Transferência dos Transferência dos
gastos rendimentos

Daqui resultam dois cenários


possíveis

Contabilidade I – 81 – Solange Santos


4.5 Apuramento de resultados

1º cenário:
RAI positivo
Rendimentos > Gastos

812 – Impostos sobre o resultado do período

Registo do gasto
relativo ao imposto Saldo devedor (Sd)

818 – Resultado líquido do período

8113 - RAI

Transferência do
gasto imposto (Sd)
Transferência do lucro
antes de impostos (Sc)

Contabilidade I – 82 – Solange Santos


4.5 Apuramento de resultados

2º cenário:
RAI negativo
Rendimentos < Gastos

818 – Resultado líquido do período

8113 - RAI

Transferência do
prejuízo (Sd)

Contabilidade I – 83 – Solange Santos


4.5 Apuramento de resultados

Notas importantes

No 2º cenário, considera-se que a empresa obteve


prejuízo. Assim, não há lugar imposto sobre o
rendimento e o RAI passa a ser igual ao RL.

Caso haja impostos diferidos, têm que ser considerados


no cálculo do RL.

Um RL positivo tem sempre saldo credor (R > G).


Representa uma variação patrimonial positiva.
No Balanço, surge com saldo credor no CP.

Um RL negativo tem sempre saldo devedor (R < G).


Representa uma variação patrimonial negativa.
No Balanço, surge com saldo devedor no CP.

Contabilidade I – 84 – Solange Santos


Demonstração dos Resultados por natureza
RENDIMENTOS E GASTOS
Vendas e serviços prestados
Subsídios à exploração
Ganhos/perdas imputados de subsíd., assoc. e empreend. conj.
Variação nos inventários na produção
Trabalhos para a própria entidade
CMVMC
Fornecimentos e serviços externos
Gastos com o pessoal
Imparidade de inventários (perdas/reversões)
Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões)
Provisões (aumentos/reversões)
Outras imparidades (perdas/reduções)
Imparidade de inv. não deprec./amortiz. (perdas/reversões)
Aumentos/reduções do justo valor
Outros rendimentos
Outros gastos

Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e


impostos

Gastos/reversões de depreciações e de amortizações


Imparidade de investimentos deprec./amortiz. (perdas/reversões)

Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e


impostos)

Juros e rendimentos similares obtidos


Juros e gastos similares suportados

Resultado antes de impostos

Imposto sobre o rendimento do período

Resultado líquido do período


Demonstração dos Resultados por funções

Vendas e serviços prestados


Custo das vendas e dos serviços prestados

Resultado Bruto

Outros rendimentos
Gastos de distribuição
Gastos administrativos
Gastos de investigação e desenvolvimento
Outros gastos

Resultado Operacional
(Antes de gastos de financiamento e impostos)

Gastos de financiamento (líquidos)

Resultados antes de impostos

Imposto sobre o rendimento do período

Resultado líquido do período

Contabilidade I – 86 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística
de operações relacionadas com:

5.1 Meios financeiros líquidos

Nota de enquadramento do SNC


Esta classe destina-se ao registo dos meios
financeiros líquidos que incluam, quer dinheiro e
depósitos bancários, quer todos os ativos e
passivos financeiros mensurados ao justo valor,
cujas alterações sejam reconhecidas na
Demonstração dos Resultados.

Meios líquidos Instrumentos


imediatos financeiros

Operações financeiras de curto


Meios líquidos de
prazo, com vista a maximizar a
pagamento pertença da
aplicação de fundos disponíveis.
empresa (conta caixa),
assim como as quantias São mensurados ao justo valor,

depositadas na banca sendo as alterações de valor


(depósitos bancários, à reconhecidas na Demonstração

ordem ou a prazo). dos Resultados.

Contabilidade I – 87 – Solange Santos


11 – Caixa
Ativos financeiros que incluem os meios líquidos de
pagamento de propriedade da empresa, tais como
notas de banco, moedas metálicas de curso legal,
cheques e vales postais, nacionais e estrangeiros.
Contas divisionárias
11 Caixa
11.1 Caixa A
11.2 Caixa B
...
11.9 Transferências de caixa

Recibo: Constitui o documento base do movimento


de caixa, sendo o documento comprovativo do
pagamento de determinada quantia.

= Movimentação =
+ -
D 11 Caixa C
Saldo inicial Pagamentos
Recebimentos

NOTA: É importante a criação de um fundo fixo de caixa,


para controlo dos pagamentos a efetuar. O fundo fixo de
caixa limita o numerário existente em caixa a um
determinado valor pré-fixado.
11 – Caixa

Lei nº 92/2017 de 22 de agosto, passa a proibir


pagamentos em numerário por valores superiores a
€3.000:
“Obriga à utilização de meio de pagamento específico em
transações que envolvam montantes iguais ou superiores
a € 3 000, alterando a Lei Geral Tributária e o Regime
Geral das Infrações Tributárias”.
11 – Caixa
O artigo 63.º-E da Lei Geral Tributária, passa a
ter a seguinte redação:
1 — É proibido pagar ou receber em numerário em transações de
qualquer natureza que envolvam montantes iguais ou superiores a € 3
000, ou o seu equivalente em moeda estrangeira.
2 — Os pagamentos realizados pelos sujeitos passivos a que se refere
o n.º 1 do artigo 63.º -C respeitantes a faturas ou documentos
equivalentes de valor igual ou superior a € 1 000, ou o seu equivalente
em moeda estrangeira, devem ser efetuados através de meio de
pagamento que permita a identificação do respetivo destinatário,
designadamente transferência bancária,
cheque nominativo ou débito direto.
3 — O limite referido no n.º 1 é de € 10 000, ou o seu equivalente em
moeda estrangeira, sempre que o pagamento seja realizado por pessoas
singulares não residentes em território português e desde que não
atuem na qualidade de empresários ou comerciantes.
4 — Para efeitos do cômputo dos limites referidos nos números
anteriores, são considerados de forma agregada todos os pagamentos
associados à venda de bens ou prestação de serviços, ainda que não
excedam aquele limite se considerados de forma fracionada.
5 — É proibido o pagamento em numerário de impostos cujo
montante exceda € 500.
6 — O disposto neste artigo não é aplicável nas operações com
entidades financeiras cujo objeto legal compreenda a receção de
depósitos, a prestação de serviços de pagamento, a emissão de moeda
eletrónica ou a realização de operações de câmbio manual, nos
pagamentos decorrentes de decisões ou ordens judiciais e em situações
excecionadas em lei especial.
12 – Depósitos à ordem
Meios de pagamento existentes em contas à vista
em instituições de crédito.

Contas divisionárias:
12 Depósitos à ordem
121 Banco A
122 Banco B
...
= Movimentação =

+ -
D 12 Depósitos à Ordem C

Saldo inicial
Cheques emitidos
Depósitos efetuados
Transferências para
Cobranças (títulos, terceiros
cheques)
Transferências para
Transferências de 3os outras contas de
depósitos
Juros vencidos pelos
depósitos

NOTA: As reconciliações bancárias surgem como um importante


mecanismo de controlo que consiste na comparação periódica do
saldo das contas de depósitos bancários existente na
contabilidade e o valor evidenciado no extrato bancário;
havendo diferenças, as mesmas têm de ser justificadas.
Contabilidade I – 91 – Solange Santos
= Considerações importantes =
Normalmente, o saldo na conta de Depósitos à Ordem
é devedor na contabilidade do depositante e credor
na contabilidade do banco.

Exceção: descobertos bancários


Estabelece-se um acordo com o banco para que seja
possível utilizar dinheiro, para além da quantia à
ordem, fixando-se um limite de valor e de tempo
tempo.

O valor a descoberto corresponde a um Passivo e gera


o pagamento de juros.

= Contabilização dos juros =


Juros de descobertos bancários
6911 – Juros de
12 – Depósitos à ordem financiamentos obtidos

€ €

Juros de depósitos à ordem

7911 – Juros Obtidos 12 – Depósitos à Ordem

€ €
Contabilidade I – 92 – Solange Santos
13 – Outros depósitos à ordem
Nesta conta podem ser registados os depósitos a
prazo.

Só podem ser movimentados, sem alteração da taxa de


juro, após a data pré-fixada.

Contas divisionárias (exemplo):


13 Outros depósitos bancários
131 Depósitos a prazo
1311 Banco A
13111Conta nº xxxx
1312 Banco B
13121 Conta nº zzzz

= Movimentação =
Constituição do depósito
12 Depósitos à ordem 131 – Depósitos a prazo

€ €

Levantamentos ou transferências
131 – Depósitos a prazo 12 – Depósitos à Ordem

€ €

Vencimento dos juros


7911 – Juros Obtidos 12 – Depósitos à Ordem

€ €
Contabilidade I – 93 – Solange Santos
Mensuração em moeda
estrangeira

Os meios financeiros líquidos em moeda estrangeira são


contabilizados ao câmbio do dia em que são adquiridos.

Aquando da elaboração das DFs, o seu valor é expresso


ao câmbio em vigor nessa data (31.12.N).

= Contabilização das Diferenças de Câmbio =

Diferenças desfavoráveis (negativas)

Câmbio de fim de período < Câmbio da data da operação

12 Depósitos à ordem 692X – Dif. câmbio desfav.

€ €

Diferenças favoráveis (positivas)

Câmbio de fim de período > Câmbio da data da operação


12 Depósitos à ordem 7861 – Dif. câmbio fav.


Contabilidade I – 94 – Solange Santos


14 – Instrumentos financeiros
Notas de enquadramento do SNC
Inclui os instrumentos financeiros que não sejam caixa
nem depósitos bancários, e que sejam mensurados ao JV
cujas alterações sejam reconhecidas na DR.
Aqui se incluem os Ativos Financeiros Detidos Para
Negociação (adquiridos com a finalidade de venda num
prazo muito próximo).
Reconhecimento e mensuração inicial
Os ativos financeiros detidos para negociação são
reconhecidos pelo custo.

Os custos de transação diretamente atribuíveis à


aquisição do ativo financeiro passam a ser incluídos no JV,
caso a mensuração subsequente não seja o JV (NCRF 27,
§10).
Mensuração:
À data do balanço, o valor do ativo deve ser ajustado
para o seu JV (valor de mercado).

– Se o valor de mercado for menor que o preço de


aquisição, ajusta-se o ativo e regista-se uma perda
(661 – Perdas por reduções de JV).

– Se o valor de mercado for maior que o preço de


aquisição, ajusta-se o ativo e regista-se um ganho
(771 – Ganhos por aumentos de JV).

Contabilidade I – 95 – Solange Santos


Método do custeio das saídas
A NCRF 27 é omissa neste aspeto. Mas para os
inventários (NCRF 18), o SNC prevê os seguintes
métodos:
– Custo específico para ativos distintos.
– Custo médio ponderado ou First In First Out (FIFO)
para ativos iguais.
Por analogia, propomos usar os mesmos métodos de
custeio nos instrumentos financeiros.

= Movimentação =

Aquisição de títulos

12 Depósitos à ordem 14 Instrumentos financeiros

€ €

Rendimento dos títulos (juros/dividendos)

7912 / 7921 12 – Depósitos à Ordem


€ €

Alienação dos títulos

14 Instrumentos financeiros 6862 / 7862 12 – Depósitos à Ordem

Pelo valor Pelo valor


do activo de venda
Contabilidade I – 96 – Solange Santos
5. Análise e expressão contabilística
de operações relacionadas com:

5.2. Inventários
5.2.1 Compras e Outras Operações com
Fornecedores

31 – Compras
Nesta conta regista-se o custo das aquisições de
matérias-primas e de bens armazenáveis destinados ao
consumo ou à venda. Devem, também, ser incluídas as
despesas adicionais com as compras.

Custo de aquisição = Preço de Compra + Despesas


com a compra (transportes, seguros, etc.)
31 Compras
311 Mercadorias
3111 Mercado nacional
3112 Países comunitários
3113 Países terceiros
312 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
313 Ativos biológicos
...
317 Devoluções de compras
318 Descontos e abatimentos em compras

Contabilidade I – 97 – Solange Santos


22 – FORNECEDORES

Regista os movimentos com os vendedores de bens


e serviços, com exceção dos destinados aos
investimentos da entidade.

Enquadra-se na definição de passivo financeiro,


enquanto obrigação contratual de entregar dinheiro
a outra entidade (NCRF 27, §5).

= Movimentação =

- +
D 22 – Fornecedores C

Pagamentos Saldo inicial

Notas de crédito de Faturas de fornecedores


fornecedores
Notas de débito de
Devolução de compras fornecedores

Contabilidade I – 98 – Solange Santos


= Movimentação =

Pela compra

Compra a prazo

221 Fornecedores c/c 31X Compras

€ €
Fatura
Nota: posteriormente terá de se proceder ao registo do
pagamento.

Compra a pronto
11 Caixa/ 12 Dep. Ordem 31X Compras

€ €
Fatura - Recibo

Pelos gastos com a compra

11 Caixa/ 12 Dep. Ordem/ 221


Fornecedores c/c / 278 Out. Dev.
Cred. 31X Compras

€ €

Contabilidade I – 99 – Solange Santos


= Movimentação =

Devolução de compras

317 Devolução de Compras 221 Fornecedores c/c

€ €
Nota de crédito
do fornecedor

Proposta de desdobramento

317 Devoluções de compras


3171 Devoluções de mercadorias
3172 Devoluções de matérias-primas, subsidiárias e
de consumo
31721 Matérias-primas
31722 Matérias subsidiárias
31723 Materiais diversos
31724 Embalagens de consumo

Contabilidade I – 100 – Solange


Santos
Descontos e abatimentos em compras

Descontos comerciais
Descontos obtidos na compra de mercadorias, tais
como:
– Descontos de quantidade.
– Abatimentos de revenda.
– Bónus.
Normalmente estão relacionados com quantidades.

Descontos incluídos na fatura: regista-se a fatura


pelo valor líquido (Valor Mercadoria - Desconto)
31 / 221 ......... Valor líquido

Desconto obtido fora da fatura: o fornecedor emite


uma Nota de Crédito com o desconto. Este desconto
diminui o valor da compra e regista-se a crédito na
subconta de compras 318.
221 / 318 ......... Valor do desconto

Descontos financeiros

Descontos de pronto pagamento ou de antecipação de


pagamento. Geralmente estão relacionados com prazos
de pagamento.

Incluídos na fatura ou fora dela


221/782 ......... Valor do desconto
Contabilidade I – 101 – Solange
Santos
225 – Fornecedores – faturas em receção e
conferência

Na subconta 225 registam-se as compras cujas


faturas, recebidas ou não, estão por lançar na
subconta 221 (Fornecedores c/c), por ainda não
terem chegado à empresa até essa data ou ainda
não terem sido conferidas.

= Movimentação =

Pelas faturas recebidas e não conferidas, ou ainda


não recebidas:

225 Fornecedores – Faturas em


receção e conferência 31 Compras

€ €

Pela contabilização definitiva da fatura:


225 Fornecedores – Faturas em
221 Fornecedores c/c receção e conferência

€ €

Contabilidade I – 102 – Solange


Santos
228 – Adiantamentos a fornecedores

A subconta 228 serve para registar as entradas


relativas a fornecimentos de terceiros cujo preço
não esteja previamente fixado.

Pela receção da fatura, estas verbas serão


transferidas para a conta 221 – Fornecedores c/c.

Adiantamentos monetários versus não monetários

Adiantamentos monetários:
Trata-se de adiantamentos a fornecedores relativos a
transações sem preço fixado.

Adiantamentos não monetários:


Trata-se de adiantamentos a fornecedores relativamente
a transações com preço fixado.

Contabilidade I – 103 – Solange Santos


Adiantamentos monetários
(Sem preço fixado)

Pelo adiantamento ao fornecedor

11/12 228 Adiantamentos a fornecedores


€ €
Valor do
adiantamento

Pelo registo da fatura do fornecedor

221 Fornecedores c/c 31x Compras

€ €
Valor da fatura

Pela regularização do adiantamento (aquando da


receção da fatura)

228 Adiantamentos a fornecedores 221 Fornecedores c/c

€ €
Anulação do
adiantamento

Contabilidade I – 104 – Solange Santos


Adiantamentos não monetários
(com preço fixado)

Pelo adiantamento ao fornecedor

11/12 39X Adiantamentos p.c. compras

€ €
Valor do
adiantamento

Pelo registo da fatura do fornecedor

221 Fornecedores c/c 31x Compras

€ €
Valor da fatura

Pela regularização do adiantamento (aquando da


receção da fatura)
39X Adiantamentos por conta de
compras 221 Fornecedores c/c

€ €
Anulação do
adiantamento

Contabilidade I – 105 – Solange Santos


Mensuração das dívidas a pagar em moeda
estrangeira

As operações em moeda estrangeira são registadas ao


câmbio da data considerada para a operação, salvo se o
câmbio estiver fixado pelas partes ou garantido por uma
terceira entidade.

À data de referência do Balanço, as dívidas a terceiros


são atualizadas com base no câmbio em vigor nessa data,
se em relação a elas não existir a referida fixação ou
garantia de câmbio.

= Contabilização das diferenças de câmbio=

Diferenças de câmbio favoráveis (câmbio no fim do


período < câmbio da operação)

221 – Fornecedores c/c 7861 – Dif. Câmbio Fav.

€ €

Diferenças de câmbio desfavoráveis (câmbio no fim


do período > câmbio da operação)
221 – Fornecedores c/c 6928 – Dif. Câmbio desfav.

€ €

Contabilidade I – 106 – Solange Santos


Exemplo
Em 30.04.N , a empresa ABC recebeu a fatura do
fornecedor Y no valor de 1.000 USD (o câmbio do USD à
data era de €0,9), relativa à compra de matérias-primas.
A fatura foi paga por transferência bancária, a 20-05-N
(nesta data a taxa de câmbio era de €0,8).

Registo:
Fatura do Fornecedor Y (30-04-N):
221 Fornecedores c/c 312 Compras

€ 900 € 900

Pagamento da Fatura (20-05-N):

221 – Fornecedores c/c 12 – Dep. Ordem 7861 – Dif. Câmbio Fav.

€ 900 Si €900 € 800 € 100

Contabilidade I – 107 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.2. Inventários
5.2.2 Vendas e Outras Operações com Clientes

21 – Clientes
Regista os movimentos com os compradores de
mercadorias, de produtos e de serviços. Enquadra-se na
definição de ativo financeiro, enquanto direito contratual
de receber dinheiro de outra entidade (NCRF 27, §5).

= Movimentação =
+ -
D 21 Clientes C

Saldo Inicial Pagamentos de clientes


Vendas a crédito Notas de crédito
Notas de débito Regularizações de
adiantamentos de clientes

Contas divisionárias:
21 Clientes
211 Clientes c/c
212 Clientes títulos a receber
218 Adiantamentos de clientes
219 Perdas por imparidade acumuladas

Contabilidade I – 108 – Solange Santos


211 – Clientes C/C

Regista os movimentos efetuados pela empresa com os


seus clientes, desde que:
(i) Não sejam titulados e
(ii) Sejam da atividade corrente da empresa.

= Movimentação =

+ -
D 211 Clientes C/C C
Saldo inicial Pagamentos de clientes
Vendas
Saque de títulos aos clientes
Notas de débito
Notas de crédito
Anulação de letras
Devoluções de vendas
(Reforma, devolução,
Regularizações de
recambio) adiantamentos de clientes

Contabilidade I – 109 – Solange Santos


71 – Vendas

Nesta conta, registam-se os rendimentos da venda, a


clientes, de bens que decorrem da atividade normal da
empresa.

Os valores inscritos nesta conta representam a principal


fonte de receitas da empresa.

Contas divisionárias:
71 Vendas

711 Mercadorias

712 Produtos acabados e intermédios

713 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos

714 Ativos biológicos

...

717 Devoluções de vendas

718 Descontos e abatimentos em vendas

Contabilidade I – 110 – Solange Santos


= Movimentação =

Pela venda

Pelo rendimento da venda


711 Vendas merc. 211 Clientes c/c
€ €
Fatura

Pelo custo das mercadorias vendidas


32 Mercadorias 611 CMV

€ €
Preço de custo

Despesas com a venda

1. Despesas por conta do vendedor

11/12
6253 Transporte de mercadorias

6263 Seguros

6268 Serviços diversos


Outros serviços

Contabilidade I – 111 – Solange Santos


= Movimentação =

2. Despesas por conta do cliente

2.1 Bens transportados por uma terceira empresa

Pagamento à transportadora

6253 Transporte de Mercadorias


11/12

Nota de débito enviada ao cliente

211 Clientes c/c


7888 Outros não especif.

2.2 Bens transportados pela própria empresa

Nota de débito enviada ao cliente

725 Serviços Secundários 211 Clientes c/c

Contabilidade I – 112 – Solange Santos


= Movimentação =

Devoluções de vendas

Pela diminuição do proveito da venda

211 Clientes c/c 717 Devolução de Vendas

€ €
Valor da
devolução

Pela anulação do custo da mercadoria vendida

611 CMV 32 Mercadorias

€ €
Devolução pelo
preço de Custo

Contabilidade I – 113 – Solange Santos


Descontos e abatimentos em vendas

Descontos comerciais

Descontos concedidos na venda de mercadorias, tais


como:
– Descontos de quantidade.
– Abatimentos de revenda.
– Bónus.
Normalmente relacionado com quantidades.

Incluídos na fatura: Contabiliza-se a fatura pelo valor


líquido (Valor da mercadoria – Desconto concedido)
211/711.........Valor Líquido

Fora da Fatura: A empresa emite uma Nota de Crédito


ao cliente. Este descontos diminuem o valor das vendas
através da subconta de compras 718.
718/211.........Valor do desconto

Descontos financeiros

Descontos de pronto pagamento concedidos ou por


antecipação de pagamento.
Normalmente estão relacionados com os prazos de
recebimento.

Incluídos na fatura ou fora dela:


682 / 211.........Valor Desconto
Contabilidade I – 114 – Solange Santos
Síntese da movimentação da conta 71 –
Vendas e da conta 61 – CMVMC

Obtenção do rendimento líquido da Venda

71 Vendas

717 Devolução de vendas 711 Vendas Merc.


718 Desc. e Abatimentos

Obtenção do Custo da Venda

32 Mercadorias 612 CMV


Si

Compras
Custo da Custo da Custo
Venda Venda da
Custo da devolução
devolução

Contabilidade I – 115 – Solange Santos


218 – Adiantamento de clientes

Nesta conta registam-se as entregas feitas, por


clientes, relativas a fornecimentos que a empresa terá
de lhes efetuar, mas cujo preço ainda não foi fixado.

Aquando da emissão da fatura, estas verbas são


transferidas da subconta 218 (Adiantamento de
clientes) para a subconta (Clientes c/c).

Aditamentos monetários
Versus
não monetários

Adiantamentos monetários
Trata-se de adiantamentos recebidos de clientes
relativamente a transações sem preço fixado.

Adiantamentos não monetários


Trata-se de adiantamentos recebidos de clientes
relativamente a transações com preço fixado.

Contabilidade I – 116 – Solange Santos


Adiantamentos monetários
(Sem preço fixado)

Pela adiantamento do cliente

218 Adiant. Clientes 11/12

€ €

Valor do
adiantamento

Pela emissão e registo da fatura (registo do


rendimento aquando da emissão da fatura)
711 Vendas merc. 211 Clientes c/c

€ €
Valor da fatura

Pela regularização do adiantamento (aquando da


emissão da fatura)
211 Clientes c/c 218 Adiant. Clientes

€ €
Anulação do
adiantamento

Contabilidade I – 117 – Solange Santos


Adiantamentos não monetários
(com preço fixado)

Pelo adiantamento do cliente:

276 Adiantamento por conta


de vendas 11/12

€ €

Valor do
adiantamento

Pela emissão e registo da fatura (registo do


rendimento aquando da emissão da fatura)
711 Vendas merc. 211 Clientes c/c

€ €

Valor da fatura

Pela regularização do adiantamento (aquando da


emissão da fatura)

211 Clientes c/c 276 Adiant. p.c. vendas

€ €
Anulação do
adiantamento

Contabilidade I – 118 – Solange Santos


Mensuração das dívidas a receber em
moeda estrangeira

As operações em moeda estrangeira são registadas à taxa


de câmbio da data da operação, salvo se o câmbio estiver
fixado pelas partes ou garantido por terceira entidade.

À data do Balanço, as dívidas de terceiros resultantes de


operações são atualizadas com base na taxa de câmbio
em vigor nessa data, caso não haja a referida fixação ou
garantia de câmbio.

= Contabilização das diferenças de câmbio =

Diferenças de câmbio favoráveis (taxa de câmbio no fim do


período > taxa de câmbio na data da operação)

211 Clientes c/c 7861– Dif. câmbio Fav.


€ €

Diferenças de câmbio desfavoráveis (taxa de câmbio no


fim do período < taxa de câmbio na data da operação)

211 Clientes c/c 692X – Dif. câmbio desfav.

€ €

Contabilidade I – 119 – Solange Santos


Exemplo

Em 30.04.N , a empresa ABC vendeu a prazo, ao Cliente


Y, mercadorias no valor de 1.000 USD (o câmbio do USD
nessa data era de €0,9).

O cliente Y saldou a sua dívida, a 20-05-N, realizando


uma transferência bancária a dívida (o câmbio do USD
nesta data era de €0,8).

Fatura da Empresa ALFA (30/04/N):

711 Vendas merc 211 Clientes c/c

€900 €900

Recebimento da Fatura (20/05/N):

211 12 Dep. Ordem 6928 Dif. câmbio desf.

Si €900 €900 €800 €100

Contabilidade I – 120 – Solange Santos


219 – Perdas por imparidade
acumuladas

Por vezes, as empresas deparam-se com dívidas de


clientes cuja cobrança é duvidosa, podendo mesmo
virem a ser consideradas incobráveis – e.g., falência do
cliente.

Neste caso, a empresa poderá reconhecer um gasto que


irá compensar este “prejuízo” não totalmente certo.

À luz do nº 1 do artigo 28º-A, este valor é considerado,


para efeitos fiscais, como um gasto, desde satisfeitos
determinados requisitos – e.g., que o gasto esteja
reconhecido na contabilidade evidenciando-o como uma
“cobrança duvidosa”.

O artigo 28º-B do CIRC esclarece que “[p]ara efeitos da


determinação das perdas por imparidade […],
consideram-se créditos de cobrança duvidosa aqueles em
que o risco de incobrabilidade esteja devidamente
justificado” – e.g., créditos em mora há mais de 6 meses
após a data de vencimento e terem sido feitas diligências
para a sua boa cobrança.

Contabilidade I – 121 – Solange Santos


219 – Perdas por imparidade
acumuladas

Nota

Considerando o princípio contabilístico da prudência, o


gasto a reconhecer na contabilidade pode e deve diferir
do gasto fiscalmente aceite, ie, independentemente da
antiguidade da dívida. Para isto pode ser criada uma
provisão (conta 67).

Fiscalmente, a percentagem do crédito em dívida aceite


como gasto em função da sua antiguidade está definida
nº 2 do artigo 28º-B:

– Em mora há mais de 6 meses e até 12 meses: 25%.


– Em mora há mais de 12 meses e até 18 meses: 50%.
– Em mora há mais de 18 meses e até 24 meses: 75%.
– Em mora há mais de 24: 100%.

Estas percentagens aplicam-se à totalidade do crédito


sobre o cliente faltoso, incluindo juros de mora, quando
aplicável.

Contabilidade I – 122 – Solange Santos


219 – Perdas por imparidade
acumuladas

= Movimentação =

Aquando do reconhecido do crédito de cobrança


duvidosa

6511 – perdas por imparidade


– Em dívidas a receber – 219 Clientes – Perdas por
Clientes imparidade acumuladas

% aceite % aceite
fiscalmente fiscalmente

Reversão ou anulação do crédito de cobrança


duvidosa – e.g., o cliente, finalmente pagou.

76211 – Reversões – De
219 Clientes – Perdas por perdas por impar. – Em dív.
imparidade acumuladas a receber - Clientes
Valor da Valor da
reversão/anulação reversão/anulação

Contabilidade I – 123 – Solange Santos


219 – Perdas por imparidade
acumuladas

Nota

No caso de a dívida ser considerada incobrável,


reconhece-se o seu gasto, anulando o saldo que
constava na conta do cliente.

= Movimentação =

683 – Outros gastos – Dívidas


incobráveis 21X – Clientes

% aceite % aceite
fiscalmente fiscalmente

Contabilidade I – 124 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2.3 Imposto sobre o Valor Acrescentado

243 – Imposto sobre o Valor Acrescentado


(IVA)

Nesta subconta registam-se as situações decorrentes da


aplicação do Código do Imposto sobre o Valor
Acrescentado (CIVA).

Estão sujeitas a este imposto (artigo 1º do CIVA):

– Operações de transmissão de bens e prestação de


serviços efetuadas em território nacional, a título
oneroso, por um sujeito passivo agindo como tal.

– Operações de importações de bens, ou seja, as


aquisições efetuadas a países terceiros, isto é, não
pertencentes à União Europeia (UE);.

– Operações intracomunitárias efetuadas em território


nacional, tal como definidas e reguladas no Regime do
IVA nas Transações Intracomunitárias (RITI).

Contabilidade I – 125 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2.3 Imposto sobre o Valor Acrescentado

243 – Imposto sobre o Valor Acrescentado


(IVA)

Isenções
Regra Geral
Só quem liquida IVA, nas vendas e prestação de
serviços, é que tem direito a deduzir o IVA suportado nas
suas aquisições.

1. Isenção simples (artigo 9º CIVA):


Quando o sujeito passivo não liquida nem deduz o IVA.
Nestes casos, o IVA suportado é uma componente do
custo dos seus produtos/serviços, repercutindo-se no seu
preço de venda (IVA oculto).

Fornecedor Sujeito Passivo Cliente

Vende €1.000 + €220 Vende €2.000 (não liquida IVA)

Suporta €220
(22% de IVA)

Contabilidade I – 126 – Solange Santos


V. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2.3 Imposto sobre o Valor Acrescentado

243 – Imposto sobre o Valor Acrescentado


(IVA)

Isenções

2. Isenção completa (artigo 14º CIVA):

Trata-se de uma isenção, na verdadeira aceção da


palavra, porque o sujeito passivo, apesar de não
liquidar o IVA nas suas operações, tem direito a
deduzir o IVA suportado nas suas aquisições.
É o que sucede na vendas de bens para países
comunitários ou terceiros (transmissão
intracomunitária).

Fornecedor Operador Isento Cliente

Vende €1.000 + €220


Vende €2.000 + €0 (IVA)

IVA dedutível: €220


IVA liquidado: €0
IVA a recuperar: €220

Contabilidade I – 127 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2.3 Imposto sobre o Valor Acrescentado

243 – Imposto sobre o Valor Acrescentado


(IVA)

Inversão do sujeito passivo de IVA

Nota
Por força do artigo 36º do Decreto-Lei nº 197/2012, de
24 de agosto, é possível haver uma inversão do sujeito
passivo de IVA.
Nestes casos, haverá lugar à autoliquidação do imposto
por parte do adquirente dos bens e/ou serviços.

A autoliquidação de IVA está sujeita ao cumprimento de


determinadas regras:
– O adquirente terá, obrigatoriamente de ser sujeito
passivo de IVA em Portugal e de gozar do direito de
deduzir, total ou parcialmente, esse imposto.
– A fatura emitida do vendedor ou prestador do serviço
terá de incluir a expressão “IVA – Autoliquidação” (n.º
13 do artigo 36 do CIVA).

A autoliquidação de IVA está limitada a algumas


atividades – e.g., construção civil.

Contabilidade I – 128 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2.3 Imposto sobre o Valor Acrescentado

243 – Imposto sobre o Valor Acrescentado


(IVA)

Caracterização
O IVA é um imposto:
– Sobre o consumo (incide sobre a despesa).
– Plurifásico.
– Garante uma igualdade tributária.
– Assenta na compensação nas fronteiras.
– Com pagamentos fracionados.
– Geralmente é suportado pelo consumidor final e não
pela empresa.

Valor tributável
Valor sobre o qual incide a taxa do imposto; é
constituído pelo valor das vendas e serviços faturados,
deduzidos de eventuais descontos, bónus ou
abatimentos.
Apuramento do imposto

O valor a pagar ao Estado será a diferença entre o


valor liquidado nas vendas e o valor suportado nas
compras.
Contabilidade I – 129 – Solange Santos
Exemplo

Agente Compra Venda IVA 22% IVA 22% IVA a pagar


Económico (C) (V) Compras Vendas ao Estado

Produtor - € 100 - € 22 €22

Grossista € 100 € 150 € 22 € 33 € 11

Retalhista € 150 € 220 € 33 € 48,40 € 15,40

Consumidor
Final
€ 220 € 48,40 - -
€ 48,40

Notas
É o consumidor final que suporta os €48,40 de IVA.
O consumidor final adquire o bem por € 268,40 que
resulta de € 220 + € 48,40.
Os € 48,40 são entregues nos cofres do Estado através
de pagamentos fracionados, efetuados pelos 3 primeiros
agentes económicos.
O imposto final é proporcional ao preço de venda final
do bem (22% de € 220).
O imposto incide sobre todas as fases do circuito
económico.
O produtor e os intermediários não são afetados pelo
imposto, posto que entregam ao Estado a diferença
entre o que cobram a jusante e o que pagam a
montante.
Contabilidade I – 130 – Solange Santos
5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2.3 Imposto sobre o Valor Acrescentado

243 – Imposto sobre o Valor Acrescentado


(IVA)

Taxas
O artigo 18º do CIVA define as taxas de IVA vigentes que
variam consoante:
– O local onde as operações são realizadas (no
continente ou nas regiões autónomas)
– A natureza da transação.

Taxa de IVA Continente Madeira Açores


Taxa normal 23% 22% 18%

Taxa intermédia 13% 12% 9%

Taxa reduzida 6% 5% 4%

Contabilidade I – 131 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2.3 Imposto sobre o Valor Acrescentado

243 – Imposto sobre o Valor Acrescentado


(IVA)

Contas divisionárias

243 – Imposto sobre o valor acrescentado (IVA)


2431 – IVA – Suportado
2432 – IVA – Dedutível
2433 – IVA – Liquidado
2434 – IVA – Regularizações
2435 – IVA – Apuramento
2436 – IVA – A pagar
2437 – IVA – A recuperar
2438 – IVA – Reembolsos a recuperar
2439 – IVA – Liquidações oficiosas

Contabilidade I – 132 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2.3 Imposto sobre o Valor Acrescentado

243 – Imposto sobre o Valor Acrescentado


(IVA)

2431 – IVA Suportado

A conta 2431 é de uso facultativo.


– Debita-se pelo IVA suportado em todas as
aquisições de inventários, investimentos ou
outros bens e/ou serviços .
– Credita-se por contrapartida da subconta 2432
(IVA dedutível), relativamente às parcelas
dedutíveis e de imposto não dedutível, por
contrapartida das contas inerentes às
respetivas aquisições.
– Também se credita por contrapartida da
subconta 6812 (Impostos Indiretos) em
determinadas situações – e.g., dificuldades de
imputação a custos específicos.

Contabilidade I – 133 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2.3 Imposto sobre o Valor Acrescentado

243 – Imposto sobre o Valor Acrescentado


(IVA)

2431 – IVA Suportado

Proposta de contas divisionárias


2431 IVA Suportado
24311 Relativo a inventários
243111 Aquisições território nacional
2431111 Taxa reduzida – 6%
2431112 Taxa intermédia – 13%
2431113 Taxa normal – 23%
243112 Aquisições países comunitários
243113 Aquisições países terceiros
....
24312 Relativo a ativos fixos tangíveis
24313 Relativo a outros bens e serviços

Contabilidade I – 134 – Solange Santos


2431 – IVA Suportado

= Movimentação =

Pela aquisição de inventários

11/12/221

31 Compras
Valor dos
bens sem
imposto

31 Compras
2431 – IVA Suportado
Imposto
Imposto não
suportado dedutível

2432 – IVA Dedutível


Imposto
dedutível

Contabilidade I – 135 – Solange Santos


2431 – IVA Suportado

= Movimentação =

Pela aquisição de Ativos Fixos Tangíveis

11/12/2711 43x

Valor dos
bens sem
imposto
2431 – IVA Suportado
Imposto 43x
suportado

Imposto
não
dedutível

2432 – IVA Dedutível

Imposto
dedutível

Contabilidade I – 136 – Solange Santos


2431 – IVA Suportado

= Movimentação =

Pela aquisição de outros bens e serviços

11/12/278 62x

Valor dos
bens sem
imposto

2431 – IVA Suportado


Imposto
suportado 62X / 6812

Imposto
não
dedutível

2432 – IVA Dedutível


Imposto
dedutível

Contabilidade I – 137 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2.3 Imposto sobre o Valor Acrescentado

243 – Imposto sobre o Valor Acrescentado


(IVA)

2432 – IVA Dedutível

Registam-se nesta conta os montantes do IVA


suportado que, dada a sua natureza, sejam passíveis
de dedução (é caso das aquisições diretamente
relacionadas com a atividade da empresa).

Não há lugar a qualquer dedução de IVA nos seguintes


casos:
– Despesas com viaturas de turismo, barcos de
recreio, helicópteros, aviões, motos e motociclos.
– Despesas respeitantes a combustíveis, exceto no
caso do gasóleo, cujo imposto é dedutível na
proporção de 50%.
– Despesas de transporte e viagens de negócios,
incluindo as portagens.
– Despesas com alojamento, alimentação, bebidas.
– Despesas de divertimento e de luxo.

Contabilidade I – 138 – Solange Santos


2432 – IVA Dedutível

NOTA

Sempre que uma fatura incluir IVA, mas não


discriminar o seu valor, pode-se determinar o seu valor
da seguinte forma:

IVA = Valor da fatura x taxa


1 + taxa

Contabilidade I – 139 – Solange Santos


2432 – IVA Dedutível
= Movimentação =
A movimentação desta conta depende do facto
de ter sido utilizada ou não a conta 2431 IVA
suportado.

1. Caso se utilize a conta 2431m – IVA suportado

2431 – IVA Suportado 2432 – IVA dedutível 2435 – IVA apuramento

Pelo imposto Apuramento do


dedutível IVA

2. Caso não se utilize a conta 2431 – IVA suportado

11/12/221 31 Compras
Valor dos
bens sem
imposto +
imposto não
dedutível

2432 – IVA Dedutível 2435 – IVA apuramento

Imposto
Dedutível Apuramento do IVA

Contabilidade I – 140 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2.3 Imposto sobre o Valor Acrescentado

243 – Imposto sobre o Valor Acrescentado


(IVA)

2433 – IVA Liquidado

Esta conta será creditada nas seguintes situações:


– IVA liquidado nas faturas emitidas pela empresa.
– Autoconsumo externo (afetação/utilização de bens
da empresa para fins alheios aos da empresa, desde
que, na sua aquisição, tenha havido dedução total ou
parcial do imposto suportado).
– Transmissão de bens ou prestação de serviços
gratuitos pela empresa.
– Ofertas de existências próprias.

Esta conta debita-se por crédito da conta 2435 – IVA


apuramento.
Esta conta evidencia a dívida ao Estado decorrente da
venda de bens e/ou prestação de serviços.

Contabilidade I – 141 – Solange Santos


2433 – IVA Liquidado

= Movimentação =

Venda e/ou prestação de serviços

71 /72 11/12/211

Valor do bem
ou da prestação
de serviço

2433 IVA Liquidado


Imposto
devido

Ofertas de inventários próprias


38x – Reclassificação e
Regularização de Inventários e 6884 – Ofertas e
Ativos Biológicos amostras de inventários

2433 – IVA Liquidado

 Não é obrigatória a liquidação de IVA quando a oferta não


exceda 5‰ do volume de negócios ou €50/unidade (IVA excluído).

Contabilidade I – 142 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2.3 Imposto sobre o Valor Acrescentado

243 – Imposto sobre o Valor Acrescentado


(IVA)

2434 – IVA Regularizações

Esta conta regista as regularizações/correções de


imposto apuradas nos termos do CIVA, suscetíveis de
serem incluídas na declaração periódica de IVA.

Estas regularizações, motivadas por (i) erros ou


omissões no apuramento do imposto, (ii) devoluções,
(iii) descontos e abatimentos, (iv) rescisões ou reduções
de contratos, (v) anulações e incobrabilidade de
créditos, (vi) roubos, sinistros, etc., conforme situações
previstas no CIVA, poderão originar imposto a favor do
sujeito passivo ou a favor do Estado.

Contabilidade I – 143 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2.3 Imposto sobre o Valor Acrescentado

243 – Imposto sobre o Valor Acrescentado


(IVA)

2434 – IVA Regularizações

Nesta conta, debita-se o imposto resultante de


operações que reduzem os montantes liquidados pela
empresa ou que aumentam o imposto suportado e
dedutível.

Exemplos:

– Descontos concedidos a clientes.


– Devoluções de vendas por clientes.
– Anulação de entregas dos adiantamentos dos
clientes.

Contabilidade I – 144 – Solange Santos


2434 – IVA Regularizações

= Movimentação =

Devolução de vendas
717

211 Valor dos bens


devolvidos

2434

Imposto
da devolução

Descontos e abatimentos em vendas ou desconto de


pronto pagamento concedidos fora da fatura

718/682

Desconto
211
concedido
2434

Imposto
do desconto

Contabilidade I – 145 – Solange Santos


2434 – IVA Regularizações
Adiantamento de clientes

Pelo adiantamento

218/276 11/12

Valor do
adiantamento

2433 – IVA Liquidado


Imposto devido

Pela venda ou prestação de serviços


71/72
11/12/211
Preço dos bens

2433 – IVA Liquidado

Imposto devido

Pela regularização /anulação do adiantamento


211 218/276

Adiantamento

2434

Correcção do
imposto

Contabilidade I – 146 – Solange Santos


2434 – IVA Regularizações

Nesta conta credita-se o imposto resultante de


operações que aumentam o montante liquidado pela
empresa ou que reduzem o imposto suportado e
dedutível.

Exemplos

– Descontos obtidos de fornecedores.


– Devoluções de compras.
– Anulação de adiantamentos a terceiros.

Contabilidade I – 147 – Solange Santos


2434 – IVA Regularizações

= Movimentação =

Devoluções de compras

317 221

Valor dos bens


devolvidos

2434

Correção do
IVA

Descontos e abatimentos em compras ou desconto


de pronto pagamento obtidos fora da fatura

221
318/782
Valor do
desconto

2434

Correção do Imposto

Contabilidade I – 148 – Solange Santos


2434 – IVA Regularizações

Adiantamentos a fornecedores

Pelo Adiantamento

11/12 228/39

Adiantamento

2432

Imposto dedutível

Aquando da receção da fatura do fornecedor

221 31x

Valor dos bens

2432

Imposto dedutível

Contabilidade I – 149 – Solange Santos


2434 – IVA Regularizações

Adiantamentos a fornecedores (cont.)

Pela regularização /anulação do adiantamento

228/39 221

Valor do
adiantamento

2434
Correção do
imposto

Contabilidade I – 150 – Solange Santos


2434 – IVA Regularizações

Sinistros em inventários

38x – Reclassificação e
Regularização de Invent. 6841 – Sinistros
e Ativos Biológicos (perdas em inventários)

Custo dos
inventários
sinistrados

2434
Correcção
Imposto

Contabilidade I – 151 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2.3 Imposto sobre o Valor Acrescentado

243 – Imposto sobre o Valor Acrescentado


(IVA)

2435 – IVA Apuramento

Esta conta recolhe os saldos das subcontas 2432, 2433,


2434 e 2437, de forma a apurar o imposto a pagar, ou
a determinar o crédito de imposto, num determinado
período.

Esta conta:

– Debita-se pelos saldos devedores das subcontas


2432 (IVA Dedutível), 2434 (IVA regularizações) e 2437
(IVA a recuperar); e

– Credita-se pelos saldos credores das subcontas 2433


(IVA liquidado) e 24342 (IVA regularizações).

Contabilidade I – 152 – Solange Santos


2435 – IVA Apuramento

O saldo final da subconta 2435 é transferido para as


subcontas:

– 2436 - IVA a pagar – quando o seu saldo é credor.

– 2437 - IVA a recuperar – quando o seu saldo é


devedor (neste caso, pode-se reportar o crédito de
imposto para o período seguinte ou pedir o seu
reembolso; caso se peça o reembolso, transfere-se
o saldo desta subconta para a 2438 – Reembolsos
Pedidos.

Contabilidade I – 153 – Solange Santos


2435 – IVA Apuramento

= Movimentação =

2435

2432 2433

Imposto Imposto
suportado liquidado
e
dedutível

2434 2434
Regularizações Regularizações
a favor da a favor do
empresa Estado

2437

Crédito s/ o
Estado
reportado ao
período
anterior

Contabilidade I – 154 – Solange Santos


2435 – IVA Apuramento

2436 – IVA a pagar

11/12 2436 – IVA a pagar 2435 – IVA Apuramento

b) a)

a) Contabilização do IVA apurado pela Empresa (quando


o saldo da subconta IVA apuramento é credor); neste
caso à lugar a imposto a pagar ao Estado.
b) Pagamento do imposto.

2437 – IVA a recuperar

2438 – Reembolsos
2435 – IVA Apuramento 2437 – IVA a recuperar Pedidos

a) b)
C)

a) Transferência do saldo devedor da subconta 2435, isto


é, do crédito de imposto apurado no período em causa.
b) Pedido de reembolso.
c) Transferência, no período seguinte, do crédito de
imposto cujo reembolso não foi solicitado.

Contabilidade I – 155 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2.3 Imposto sobre o Valor Acrescentado

243 – Imposto sobre o Valor Acrescentado


(IVA)

O IVA nas transações intracomunitárias

O RITI foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 290/92, que


transpôs para o direito nacional a diretiva n.º 91/680/CEE
de 16 de dezembro.
Na sequência do referido decreto, a CNC aprovou, na
altura, a DC n.º 11 – Iva Intracomunitário.

Contabilidade I – 156 – Solange Santos


O IVA nas transações intracomunitárias

Nas operações efetuadas entre sujeitos passivos


residentes no território nacional, a liquidação do
imposto é efetuada por quem vende os bens ou presta
os serviços.

Nas transmissões de bens efetuadas entre sujeitos


passivos localizados em países diferentes, funciona a
regra do destino, pelo que as operações passam, neste
caso, a ser tributadas no país de destino dos bens e/ou
serviços.

Nas aquisições intracomunitárias cabe ao adquirente


liquidar e deduzir o IVA, enquanto que nas aquisições a
países terceiros o IVA é liquidado no país de destino.
Neste caso, o IVA é liquidado pelos serviços
alfandegários.

Aquisição intracomunitária ≠ Importação

Transmissão intracomunitária ≠ Exportação

Contabilidade I – 157 – Solange Santos


Exemplo (mercado nacional)

A empresa ABC, sediada no Funchal, vende à empresa


XYZ, sediada em Lisboa, mercadorias no valor de €500,
sujeitas a IVA à taxa legal de 23%.

– Contabilização na Empresa ABC –


Débito Crédito
21 Clientes
21.1 Clientes c/c
21.1.1 Clientes Nacionais €615

71 Vendas
71.1 Mercadorias
71.1.1 Transmissões merc. Nac.
71.1.1.1 Sujeitas a IVA
71.1.1.1.3. À taxa Normal - 23% €500

24 EOEP
24.3 IVA
24.3.3 IVA Liquidado
24.3.3.1 Transações Internas
24.3.3.1.3 À taxa normal – 23% €115

Contabilidade I – 158 – Solange Santos


Exemplo (mercado comunitário)

A empresa ABC, sediada no Funchal, adquiriu à empresa


XYZ, com sede em Londres, mercadorias no valor de
€500.

– Contabilização na Empresa ABC –

Débito Crédito
31 Compras
31.2 Mercadorias
31.2.2 Aquisição em países
comunitários
31.2.2.2.1 Com IVA dedutível €500
24 EOEP
24.3 IVA
24.3.2 IVA Dedutível
24.3.2.2 Aquisição em países
comunitários
24.3.2.2.3 À taxa normal – 22% €110
22 Fornecedores
22.1 Fornecedores c/c
22.1.2 Fornecedores Comunitários €500

24 EOEP
24.3 IVA
24.3.3 IVA Liquidado
24.3.3.1 Transações Internas
24.3.3.1.3 À taxa normal – 22% €110

Contabilidade I – 159 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2. Inventários
5.2.4 Mensuração de Inventários

NCRF 18 - Inventários

Mensuração das entradas

Custo de aquisição/compra
Inclui o preço de compra, os direitos de importação e
outros impostos não recuperáveis, bem como eventuais
custos de transporte, manuseamento e outros custos
diretamente atribuíveis à sua aquisição.
São deduzidos os descontos comerciais (§11).

Custo de produção ou de conversão


Inclui os custos diretamente relacionados com as
unidades de produção (e.g., MOD), a imputação
sistemática dos gastos gerais de produção fixos e
variáveis que sejam incorridos ao converter as matérias
em bens acabados (§12).

Contabilidade I – 160 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2. Inventários
5.2.4 Mensuração de Inventários

Mensuração das saídas


(NCRF 18 - §23 a §27)

Fórmulas de custeio
– Custo específico
– Custo médio ponderado
– FIFO (first in first out – primeira entrada,
primeira saída)

Contabilidade I – 161 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2. Inventários
5.2.4 Mensuração de Inventários

Métodos de custeio das saídas


– Custo específico –
(§24 da NCRF 18)

Quando as mercadorias ou produtos são


distintos, devem ser atribuídos os seus custos
específicos. Os produtos são avaliados pelo seu
preço real, ou seja, por todos os encargos de
compra que lhe sejam diretamente imputáveis.

Exige a perfeita identificação dos artigos em


armazém, permitindo, deste modo, o
conhecimento do custo específico/real de cada
saída.

É de aplicação específica nalguns ramos de


atividade, nomeadamente ourivesarias, comércio
de automóveis, comércio de antiguidades, etc.,
isto é, em artigos com características únicas.

Contabilidade I – 162 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2. Inventários
5.2.4 Mensuração de Inventários

Métodos de custeio das saídas


– FIFO –
(§25 da NCRF 18)

Considera-se que as primeiras unidades a entrar


em armazém são as primeiras a sair. Ou seja, os
inventários vendidos e/ou consumidos são
valorados pelos preços mais antigos.

Assim,
Os inventários ficam valorados aos preços/custos
mais recentes.
Os custos das vendas/consumos, sendo os mais
antigos, podem mostrar-se bastante aquém dos
preços de mercado, principalmente se a rotação
for lenta.

Contabilidade I – 163 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2. Inventários
5.2.4 Mensuração de Inventários

Métodos de custeio das saídas


– Custo médio ponderado –
(§25 da NCRF 18)

O inventário é visto como um todo, pelo que os


lotes perdem a sua individualidade .
As saídas dos inventários são valorizados ao
custo médio ponderado da compra e do valor dos
stocks em armazém.

Custo total do Custo total das


Custo médio inventário existente + novas entradas
=
ponderado Quantidade total do inventários existente
e das novas entradas

Critério mais utilizado na prática e o de mais fácil


aplicação aos processos computorizados.

Contabilidade I – 164 – Solange Santos


Métodos de custeio das saídas
– FIFO e Custo médio ponderado –
(§25 da NCRF 18)

Exemplo
A empresa ABC, Lda. comercializa a mercadoria M.
Em 31 de janeiro de N apresentava em armazém um
inventário de 400 unidades de mercadoria M valorados
a €1,50/unidade.
Durante o mês de fevereiro realizou o seguinte
movimento em armazém:

1. Venda a pronto de 250 unidades de Mercadoria M


a €1,75/unidade.
2. Compra a pronto de 400 unidades de Mercadoria
a €1,9/unidade. Despesas de compra: €40.
3. Compra a pronto de 200 unidades de Mercadoria
a €2,1/unidade.
4. Venda a pronto de 600 unidades de Mercadoria a
€2,5/unidade
5. Devolução de 80 unidades de Mercadoria vendida
no dia 4.

Preencha a ficha de armazém para a mercadoria em


causa, supondo que os inventários são avaliados tendo
por base o método do FIFO ou do Custo Médio
Ponderado.

Contabilidade I – 165 – Solange Santos


Exemplo (FIFO)
Exemplo (Custo médio ponderado)
5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2. Inventários
5.2.5 Sistemas de Inventário

Sistemas de inventário

Quando os inventários são vendidos, a quantia


escriturada desses inventários deve ser reconhecida como
um gasto do período em que o respetivo rédito seja
reconhecido (NCRF 18, §34).

O que se pretende com a movimentação das contas de


inventários?
1) Conhecimento em qualquer momento da quantidade
e valor dos stocks da empresa.
2) Apuramento do custo dos produtos vendidos e
consumidos e, consequentemente, do resultado apurado
nas vendas.

Há duas possibilidades de movimentação dos inventários:


‒ Sistema de Inventário Permanente (SIP).
‒ Sistema de Inventário Intermitente ou Periódico (SII).

Contabilidade I – 168 – Solange Santos


Sistema de inventário permanente

Este sistema permite um conhecimento


permanente do valor dos stocks em armazém, do
custo das vendas e do respetivo resultado, uma
vez que cada entrada e saída de bens gera
movimentos nas contas de inventário.

Notas importantes
A conta 31 geralmente está saldada.
Da contabilidade sabemos sempre e a qualquer
momento:
‒ Os inventários existentes em armazém através
do saldo da conta 32.
‒ O custo das mercadorias vendidas e das
matérias consumidas (CMVMC) através do
saldo da conta 61.
‒ O valor das vendas líquidas, através do saldo
da conta 71.

Resultado Bruto das Vendas (RBV) = VL – CMVMC

RBV = saldo da conta 71 – saldo da conta 61

Contabilidade I – 169 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2. Inventários
5.2.5 Sistemas de Inventário

Sistema de inventário permanente

O saldo final da conta de 32 – Mercadorias evidencia


o valor das mercadorias existentes em armazém,
valoradas, sempre, ao preço de custo.

A conta 31 – Compras permite-nos conhecer o valor


das mercadorias: (i) trata-se de uma conta
transitória, (ii) no fim de cada período encontra-se
sempre saldada, uma vez que os seus valores são
transferidos para a respetiva conta de inventários (32
ou 33).

A conta 61 – CMVMC debita-se pelo custo dos bens


que vão sendo vendidos ou consumidos; por
contrapartida, creditam-se as respetivas contas de
inventários (32 ou 33), podendo fazer-se por cada
operação de venda ou de consumo, ou por valores
periódicos acumulados diários, mensais, ou outros.

Contabilidade I – 170 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2. Inventários
5.2.5 Sistemas de Inventário

Sistema de inventário permanente

= Movimentação =

31 - Compras 22/11/12

(1) (2) (1)

32 - Mercadorias 61 - CMVMC

Si) (4)
(4)
(2)

71 - Vendas 21/11/12

(3) (3)

(1) Compra a pronto ou a prazo


(2) Transferência de Compras para Mercadorias
(3) Venda a pronto ou a prazo
(4) Custo das mercadorias vendidas
5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2. Inventários
5.2.5 Sistemas de Inventário

Sistema de inventário permanente


Compras
311 - Mercadorias (compras)
312 - MP, subsid. e de cons.
(compras)
Valor sem IVA
221 - Fornecedores c/c
12 - Dep. à Ordem
11 - Caixa
2432 - IVA - Dedutível Valor com IVA
IVA

Entrada em armazém
311 - Mercadorias (compras)
32 - Mercadorias 312 - MP, subsid. e de cons.
33 - MP, subsid. e de consumo (compras)
Valor sem IVA Valor sem IVA

Contabilidade I – 172 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2. Inventários
5.2.5 Sistemas de Inventário

Sistema de inventário permanente

Devoluções de compras, descontos ou


abatimentos
221 - Fornecedores c/c 317 - Devoluções de compras
12 - Dep. à Ordem 318 - Desc. e abatimentos em
11 - Caixa compras
Valor com IVA Valor sem IVA

2434 - IVA - Regularizações


IVA

317 - Devoluções de compras


318 - Desc. e abatimentos em 32 - Mercadorias
compras 33 - MP, subsid. e de consumo
Valor sem IVA Valor sem IVA

Contabilidade I – 173 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2. Inventários
5.2.5 Sistemas de Inventário

Sistema de inventário permanente


Vendas
211 - Clientes c/c
12 - Dep. à Ordem
11 - Caixa 71 - Vendas
Valor com IVA Valor sem IVA

2433 - IVA - Liquidado


IVA

Saída de armazém (pelo preço de custo)

32 - Mercadorias
61 - CMVMC 33 - MP, subsid. e de consumo
Valor sem IVA Valor sem IVA

Contabilidade I – 174 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.2. Inventários
5.2.5 Sistemas de Inventário

Sistema de inventário permanente


Devolução de vendas

717 - Devolução de vendas


Valor sem IVA
211 - Clientes c/c
12 - Dep. à Ordem
11 - Caixa
2434 - IVA - Regularizações Valor com IVA
IVA

Anulação da saída de armazém (pelo preço de


custo)

32 - Mercadorias
33 - MP, subsid. e de consumo 61 - CMVMC
Valor sem IVA Valor sem IVA

Contabilidade I – 175 – Solange Santos


Sistema de inventário permanente
- Variação da produção -

Embora nas empresas industriais a movimentação


dos inventários se processe no âmbito da
contabilidade de custos, nada impede que a
contabilidade financeira registe as operações
efetuadas com produtos resultantes da produção.

Em vez da entrada em armazém, por via das


compras, passamos a ter as entradas resultantes
da produção.

Contabilidade I – 176 – Solange Santos


Sistema de inventário permanente
- Variação da produção -

Pela entrada em armazém dos Produtos Acabados

73 – Variação nos 34 – Produtos


inventários da produção Acabados

Pela saída de armazém dos Produtos Acabados


(aquando a venda)

34 – Produtos 73 – Variação nos


Acabados inventários da produção

Nota
A diferença entre o Sf e o Si, corrigida de eventuais
operações não relacionadas com a produção ou venda
dá-nos variação da produção.

Contabilidade I – 177 – Solange Santos


Sistema de inventário intermitente ou
periódico

Neste sistema, o valor dos stocks em armazém


só se reflete na contabilidade periodicamente
(geralmente no final de cada período).
É nesta altura que as empresas levam a cabo
tarefas de inventariação física dos bens em stock
(inventário anual), a fim de confrontarem os
bens existentes em armazém e os que se
encontram registados no sistema informático.

A conta de mercadorias não é movimentada


durante o exercício económico, pelo que o seu
saldo representa o valor do stock no início do
período.

Contabilidade I – 178 – Solange Santos


Sistema de inventário intermitente ou
periódico

Durante o período económico


‒ Não transferimos o saldo da conta 31 para a
conta 32.

‒ Aquando das vendas, apenas registamos o


rendimento da venda (conta 71) e não o seu
gasto (conta 61).

‒ O CMVMC é determinado, matematicamente, no


fim de cada período, após a confirmação do
valor dos inventários finais (S.f.).

Contabilidade I – 179 – Solange Santos


Sistema de inventário intermitente ou
periódico

Resultado Bruto das Vendas = VL – CMVMC

Logo,

CMVMC = Si + Compras - Sf +/- Reg. Inventários

Legenda:

S.i. (Stock inicial) – valor obtido no balanço do início do


período, pelo saldo da respetiva conta de inventários.
Compras - Saldo da conta compras (conta 31).
S.f. (Stock final) – valor obtido por contagem física e
confrontado com o valor registado no sistema informático.
Regularização de Inventários - saldo da conta 38.

Contabilidade I – 180 – Solange Santos


Sistema de inventário intermitente ou
periódico

= Movimentação =

31 - Compras 22/11/12

(1) (3) (1)

32 - Mercadorias 61 - CMVMC

S.i.) (4) (4)


(3)

71 - Vendas 21/11/12

(2) (2)

Movimentos durante o período

Movimentos no fim do período

(1) Compra a pronto ou a crédito.


(2) Venda ou pronto ou a crédito.
(3) Transferência, no final do período, do saldo da conta
compras para Mercadorias.
(4) Registo no final do exercício do custo das
mercadorias vendidas.
Contabilidade I – 181 – Solange Santos
Sistema de inventário intermitente ou
periódico

Compras
311 - Mercadorias (compras)
312 - MP, subsid. e de cons.
(compras)
Valor sem IVA
221 - Fornecedores c/c
12 - Dep. à Ordem
11 - Caixa
2432 - IVA - Dedutível Valor com IVA
IVA

Devoluções de compras, descontos ou


abatimentos

221 - Fornecedores c/c 317 - Devoluções de compras


12 - Dep. à Ordem 318 - Desc. e abatimentos em
11 - Caixa compras
Valor com IVA Valor sem IVA

2434 - IVA - Regularizações


IVA

Contabilidade I – 182 – Solange Santos


Sistema de inventário intermitente ou
periódico

Vendas

211 - Clientes c/c


12 - Dep. à Ordem
11 - Caixa 71 - Vendas
Valor com IVA Valor sem IVA

2433 - IVA - Liquidado


IVA

Devoluções de vendas

717 - Devolução de vendas


Valor sem IVA
211 - Clientes c/c
12 - Dep. à Ordem
11 - Caixa
2434 - IVA - Regularizações Valor com IVA
IVA

Contabilidade I – 183 – Solange Santos


Sistema de inventário intermitente ou
periódico
- Variação da produção -

No SII, relativamente aos inventários provenientes


da produção, é adotado o seguinte procedimento
(no final de cada período económico):
‒ O valor do S.i. encontra-se registado a crédito na
conta 34 (Produtos acabados e intermédios).
‒ Debita-se a conta 34 (Produtos acabados e
intermédios) é pelo valor do S.f. inventariado;
‒ Credita-se a conta 73 (Variação nos inventários
da produção) pelo mesmo valor.

34 – Prod. acabados 73 – Variação nos


inventários da produção
e intermédios

Sf Si Si Sf

Contabilidade I – 184 – Solange Santos


Sistema de inventário intermitente ou
periódico
- Variação da produção -

Exemplo
Extrato do balancete de verificação da Sociedade ABC,
em 30 de Setembro de N.

Contas Movimento a Movimento a


Débito Crédito
...

Compras €200.000

Mercadorias €15.000
Vendas €300.000
...

Pedidos:
1) Identificar o sistema de inventário utilizado pela
ABC.
R.: Sistema de Inventário Periódico ou Intermitente.
Justificação
‒ O saldo da conta Compras não foi transferido para a
conta Mercadorias; isto leva a crer que essa
transferência somente será efetuada no fim do
período económico.

‒ A conta Mercadorias não é movimentada durante o


período económico.

‒ Não há qualquer registo na conta do CMVMC.


Contabilidade I – 185 – Solange Santos
Sistema de inventário intermitente ou
periódico
- Variação da produção -

Exemplo

Pedidos:
2) Determine o valor do stock inicial
R.: A conta de mercadorias não é movimentada
durante o período económico, pelo que o seu saldo
representa o valor do stock inicial do período.

Logo, o valor do stock inicial é de €15.000.

3) Determine o resultado das vendas (ou resultado


bruto) obtido até 30.09.N, sabendo que a variação
dos stocks foi de €5.000.
Resultado Bruto das Vendas (RBV) = VL – CMVMC
= €300.000 – €195.000 = €105.000

Logo,

CMVMC = Si + Compras - Sf +/- R.inv.


= €15.000 + €200.000 – €20.000 = €195.000

Var. dos stocks = S.f. – S.i.  €5.000 = S.f. – €15.000


 S.f. = €20.000

Contabilidade I – 186 – Solange Santos


Sistema de inventário intermitente ou
periódico
- Variação da produção -

Exemplo
Extrato do balancete de verificação da ABC, em 30.09.N
(em euros)

Contas Movimento Movimento


a Débito a Crédito
...

Compras €380.000 €380.000

Mercadorias €400.000 €392.000


CMVMC €392.000

Vendas €8.000 €530.000


...

Pedidos
1) Identificar o sistema de Inventário utilizado pela ABC.
R.: Sistema de Inventário Permanente.

Justificação

A conta Compras está saldada, o que significa que o


valor das compras foi transferido para a conta
Mercadorias.

Há registos na conta CMVMC (registando-se o


rendimento das venda e o respetivo gasto, aquando da
saída das mercadorias de armazém.

A conta Mercadorias evidência os stocks em armazém.


Contabilidade I – 187 – Solange Santos
Sistema de inventário intermitente ou
periódico
- Variação da produção -

Exemplo

2) Determine o valor do S.i. sabendo que a variação de


stocks até 30-09-N era de €12 000 negativos.

R.: A conta Mercadorias é movimentada durante o


período económico, pelo que o seu saldo
representa o valor do stock final do período:
S.f. = €400.000 – €392.000 = €8.000

Variação de stocks = -€12.000, logo


- €12.000 = S.f. – S.i. 

 - €12.000 = €8.000 – S.i. 

 S.i. = €20.000

3) Determine o resultado das vendas (ou resultado


bruto) obtido até 30-09-N.

RBV = VL – CMVMC =
= (€530.000 – €8.000) – €392.000 =
= €522.000 – €392.000 =
= €130.000

Contabilidade I – 188 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas:
5.2. Inventários
– Reclassificação e regularização de inventários e
ativos biológicos –

Conta 38 - Reclassificação e regularização de


inventários e ativos biológicos -

Esta conta destina-se a registar todas as variações em


inventários que não advenham de operações de compras,
de vendas ou de consumos.

Exemplos:
‒ Quebras e sobras de inventários.
‒ Ofertas de inventários.
‒ Transferências entre contas de inventários.
‒ Transferências de e para ativos fixos tangíveis.

Notas importantes
Esta conta não surge no balanço, uma vez é usada para
regularizar o saldo das contas 32, 33, 34 e 37.
Trata-se, portanto, de uma conta transitória que deve
estar saldada. Dependendo do sistema de inventário
utilizado será saldada em diferentes momentos:
No caso do SIP, a transferência do saldo é constante e
permanente, enquanto que, no SII, a transferência é
efetuado apenas no fim de cada período económico.
Contabilidade I – 189 – Solange Santos
Sistema de inventário permanente
Ofertas de Fornecedores
Oferta

7848 – Outros ganhos 382 – Rec. e Reg. Inv. e


(Ganhos em inventário Ativos Biol. (Mercadorias)

Valor da Oferta

Regularização dos inventários em armazém


382 – Rec. e Reg. Inv. e
Ativos Biol. (Mercadorias) 32 – Mercadorias

Transf. do valor da oferta

Sobras (a registar)

Sobra:
7842 – Sobras (Ganhos em 382 – Rec. e Reg. Inv. e
inventários) Ativos Biol. (Mercadorias)

Valor da Sobra

Regularização dos inventários em armazém


382 – Rec. e Reg. Inv. e
Ativos Biol. (Mercadorias) 32 – Mercadorias

Transf. do valor da Sobra

Contabilidade I – 190 – Solange Santos


Sistema de inventário permanente

Nota importante
Se a empresa considerar as sobras normais, pode optar
por não fazer qualquer lançamento, assumindo que tais
sobras afetam o custo unitário do restante stock,
mantendo-se o valor global do mesmo.
Caso opte por registar as sobras, deverá usar a conta
7842.

Ofertas a clientes de inventários próprios


Oferta a clientes

382 – Rec. e Reg. Inv. e 6848 – Outras perdas


Ativos Biol. (Mercadorias) (Perdas em inventários)

Custo dos inventários oferecidos

6812 –Impostos
2433 – IVA - Liquidado indiretos

IVA liquidado

Regularização dos inventários em armazém


382 – Rec. e Reg. Inv. e
32 – Mercadorias
Ativos Biol. (Mercadorias)

Saída de armazém dos


inventários oferecidos
Contabilidade I – 191 – Solange Santos
Sistema de inventário permanente

Quebras (a registar)
Quebra
382 – Rec. e Reg. Inv. e
6842 – Quebras (Perdas
Ativos Biol. (Mercadorias)
em inventários)
Custo invent.
sinistrados

2434
Correção
Imposto

Regularização dos inventários em armazém

382 – Rec. e Reg. Inv. e


32 – Mercadorias
Ativos Biol. (Mercadorias)

Custo dos inventários inutilizados

Nota importante
Se a quebra for considerada normal, a empresa pode
optar por não fazer qualquer lançamento, assumindo que
tais quebras afetam o custo unitário do restante stock,
mantendo-se o valor global do mesmo.
Caso opte por registar as sobras, deverá usar a conta
6842 – Perdas em inventários – Quebras.
Contabilidade I – 192 – Solange Santos
Sistema de inventário permanente

Sinistros (não coberto pelo seguro)

Registo do Sinistro

382 – Rec. e Reg. Inv. e


Ativos Biol. (Mercadorias)
6841 - Sinistros
Custo invent.
sinistrados

2434
Correção
Imposto

Regularização dos inventários em armazém

382 – Rec. e Reg. Inv. e


32 – Mercadorias Ativos Biol. (Mercadorias)

Transf. Custo dos invent. sinistrados

Contabilidade I – 193 – Solange Santos


Sistema de inventário permanente

Sinistros (coberto pelo seguro)

Sinistro
382 – Rec. e Reg. Inv. e
Ativos Biol. (Mercadorias)
6841 - Sinistros
Custo invent.
sinistrados

2434 – IVA Regularizações

Correção
Imposto

Regularização dos inventários em armazém


382 – Rec. e Reg. Inv. e
32 – Mercadorias Ativos Biol. (Mercadorias)

Transferência do custo dos


inventários sinistrados

Indemnização recebida
7841 –Sinistros (Ganhos em
inventários) 11/12/278

Valor da indemnização

Contabilidade I – 194 – Solange Santos


Sistema de inventário permanente

Transferência de inventários para ativos fixos


tangíveis (AFT)
Afetação dos inventários a AFT
382 – Rec. e Reg. Inv. e
Ativos Biol. (Mercadorias) 43X - AFT

Transf. para AFT


(valor contabilístico)

Regularização dos inventários em armazém


382 – Rec. e Reg. Inv. e
32 – Mercadorias Ativos Biol. (Mercadorias)

Regularização

Contabilidade I – 195 – Solange Santos


Sistema de inventário permanente

Transferência de AFT para inventários

Afetação dos AFT


382 – Rec. e Reg. Inv. e
Ativos Biol. (Mercadorias)
43X- AFT

Transf. do AFT
(valor contabilístico)

Regularização dos inventários em armazém

382 – Rec. e Reg. Inv. e


Ativos Biol. (Mercadorias) 32 – Mercadorias

Regularização

Contabilidade I – 196 – Solange Santos


Sistema de inventário permanente

Beneficiação de inventários usados

Registo

74 - Trabalhos para a pp entidade 382 – Rec. e Reg. Inv. e


74x – Inventários usados Ativos Biol. (Mercadorias)

Valor acrescentado pela


empresa

Regularização dos inventários em armazém

382 – Rec. e Reg. Inv. e


Ativos Biol. (Mercadorias) 32 – Mercadorias

Regularização

Contabilidade I – 197 – Solange Santos


Sistema de inventário intermitente

Os registos a fazer pelas ofertas de fornecedores, sobras,


ofertas a clientes, etc. são os mesmos quer se recorra ao
SIP ou ao SII, exceto no que concerne à regularização de
inventários em armazém, que só é feira no fim do
período económico, transferindo o saldo da conta 382
para a conta 32.

Caso a conta 382 tenha saldo credor:


‒ Debita-se a 382.
‒ Credita-se a 32.

Caso a conta 382 tenha saldo devedor:


‒ Credita-se a 382.
‒ Debita-se a 32.

O CMV só se determina depois de conhecido o


stock final, através de contagem física e/ou
informação do sistema de gestão de stocks,
aplicando-se a seguinte fórmula:

CMVMC = Si + Compras - Sf  Regularização de Stocks

Contabilidade I – 198 – Solange Santos


Sistema de inventário intermitente
38 Reclassificação e Regularização de Inventários
e ativos biológicos

7841 Sinistros 6841 Sinistros


7842 Sobras 6842 Quebras

Sinistros/Sobras Sinistros/Quebras

7848 – Outros 6848 – Outras


ganhos (Ganhos perdas (Perdas em
em inventários) inventários)
Ofertas de Ofertas de
inventários inventários
de terceiros a terceiros

74x Inventários
32/33
usados
Transferências
Beneficiação de entre
inventários contas de
usados inventários

43 AFT 43 AFT

Transferências de Transferências
AFT para AFT

Contabilidade I – 199 – Solange Santos


NCRF 17 – Agricultura

A NCRF 17 aplica-se ao produto agrícola, colhido dos


ativos biológicos no momento da colheita. Após esta
fase, aplica-se a NCRF 18 — Inventários.
Esta Norma não trata do processamento do produto
agrícola após a colheita – e.g., transformação das
uvas em vinho; este processamento exclui-se da
definição de atividade agrícola.
A atividade agrícola cobre uma vasta gama de
atividades, como por exemplo:
‒ Criação de gado.
‒ Silvicultura.
‒ Cultivo de pomares e de plantações.
‒ Floricultura.
‒ Aquacultura (incluindo criação de peixes).

Conceitos (NCRF 17, §6)


‒ Ativo biológico: é um animal ou planta vivos.
‒ Produto agrícola: é o produto colhido dos ativos
biológicos da entidade.

Contabilidade I – 200 – Solange Santos


NCRF 17 – Agricultura

Mensuração
(NCRF 17, §13)

O ativo biológico deve ser mensurado pelo JV ao qual


se deduzem os custos de alienação.

(NCRF 17, §14)

O produto agrícola colhido dos ativos biológicos deve


ser mensurado pelo seu JV, deduzido dos custos no
ponto de venda, no momento da colheita.

Contabilidade I – 201 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas:
5.3. Outras Operações
5.3.1 Operações contabilísticas com Letras

Letra

Trata-se de um título de crédito mediante o qual uma


determinada pessoa ou entidade (sacador) ordena a
outrem (sacado) o pagamento de uma certa importância
(valor nominal da letra) numa determinada data
(vencimento).
Conta 212 – Clientes - Títulos a Receber
Regista as dívidas de clientes que se encontram
representadas por letras ou outros títulos de crédito.
Conta 222 – Fornecedores – Títulos a Pagar
Regista as dívidas a fornecedores que se encontram
representadas por letras ou outros títulos de crédito.
5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas:
5.3. Outras Operações
5.3.1 Operações contabilísticas com Letras

= Letras a receber =

Saque da letra
Corresponde à emissão da letra. Trata-se da ordem a
alguém (sacado) para que proceda ao pagamento de
uma certa quantia, na data de vencimento.

D 212 – Clientes Títulos a receber


C 211 – Clientes c/c

Recebimento da letra
D 11/12 – Caixa/Depósitos à Ordem
C 212 – Clientes – Títulos a receber

Endosso da letra
Consiste na transmissão da letra a outrem.
Endossante: Entidade que transmite a letra.
Endossado: Entidade que a recebe por endosso.
Na escrita do endossante
D 221 – Fornecedores c/c
C 213 – Clientes Títulos Endossados

Na escrita do endossado
D 212 – Clientes Títulos a receber
C 211 – Clientes c/c
Contabilidade I – 203 – Solange Santos
5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas:
5.3. Outras Operações
5.3.1 Operações contabilísticas com Letras

Desconto da letra

Consiste na realização antecipada do valor da letra,


permitindo que o portador realize o valor da letra antes
da data do seu vencimento.

Porém, o desconto de letras implica o pagamento de


encargos relativos ao período compreendido entre a
data do desconto e a do vencimento da letra.

Um desconto bancário implica o reconhecimento de:


‒ Um ativo relativo a letras sacadas e não vencidas e,
‒ Um passivo relativo às responsabilidades assumidas
na operação de desconto.

= Movimentação =

D 121 Vo (Valor líquido de encargos: Vo = VN - E)


D 691 E (Encargos suportados com o desconto)
C 2514 VN (Valor nominal da letra)

Contabilidade I – 204 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas:
5.3. Outras Operações
5.3.1 Operações contabilísticas com Letras

Desconto da letra (cont.)

= Movimentação =

Débito dos encargos ao cliente:


D 211 – Clientes c/c
C 691 – Gastos de financiamento – Juros suportados

No vencimento, se o cliente paga a letra:


D 2514 – Financiamentos obtidos – Letras
C 212 – Clientes – Títulos a receber

No vencimento, se o cliente não paga a letra:


D 2514 – Financiamentos obtidos – Letras
C 12 – Depósitos à Ordem

Contabilidade I – 205 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas:
5.3. Outras Operações
5.3.1 Operações contabilísticas com Letras

Reforma da letra

Trata-se de substituir uma letra, total ou parcialmente,


antes do seu vencimento, por uma outra ou por
outras, com vencimento posterior.

Duas situações

Reforma parcial: O aceitante paga Reforma total: O aceitante


uma parte da letra antiga, substitui a letra antiga na sua
aceitando uma letra nova pelo totalidade por uma nova letra
valor restante. com vencimento numa data
posterior.

Reforma parcial
1) Anulação da letra a reformar.
2) Recebimento/amortização de parte da dívida.
3) Saque da nova letra.

Reforma Total não há lugar a qualquer amortização


referida em 2).

Contabilidade I – 206 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas:
5.3. Outras Operações
5.3.1 Operações contabilísticas com Letras

Reforma da letra

= Movimentação =
1) Pela anulação da Letra a reformar:

212 Clientes – Tít. receber 211 Clientes c/c

Vn Vn

2) Pela amortização/recebimento de parte do Valor

Nominal:
Nota: este lançamento não se efetua no caso de uma
reforma total.

211 Clientes c/c 11/12

A A

Contabilidade I – 207 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas:
5.3. Outras Operações
5.3.1 Operações contabilísticas com Letras

Reforma da letra

= Movimentação =

3) Pelo Saque da Nova Letra:


3.1) Com encargos incluídos: VN’ = (VN –A) + E
3.2) Sem encargos incluídos: VN’ = (VN –A)

Pelos Encargos da nova letra:


7988 – Outros rend. 211 Clientes c/c

E E

Pelo saque da nova letra:

211 Clientes c/c 212 Clientes – Tít. receber

VN’ VN’

VN’ – Valor Nominal da Nova Letra


VN – Valor Nominal da Letra inicial
A – Pagamento Parcial da letra inicial
E – Encargos com a Reforma

Contabilidade I – 208 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas:
5.3. Outras Operações
5.3.1 Operações contabilísticas com Letras

Recâmbio da letra

= Movimentação =
Consiste na devolução da letra, por parte do banco,
em virtude da falta de pagamento, por parte do
sacado, ou seja, quando o aceitante recusa pagar a
letra, sendo esta devolvida ao sacador, devido à sua
incobrabilidade.
1) Letra em carteira enviada ao banco para cobrança:

212 Clientes – Tít. receber 211 Clientes c/c

VN VN

12 – Dep. ordem 211 / 6988

D D

2) Letra que havia sido descontada no banco:

2514 Desconto de saques


12 Depósitos à Ordem
VN
VN + D 6988 /211
D

D – Encargos por falta de pagamento


Contabilidade I – 209 – Solange Santos
5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas:
5.3. Outras Operações
5.3.1 Operações contabilísticas com Letras

Protesto da letra

Ação levada a cabo pelo portador da letra, devido à


falta de aceite ou de pagamento.

= Movimentação =

1) Pelo protesto da letra

212 Clientes – Tít. receber 211 – Clientes c/c

VN VN

2) Pelas despesas de protesto (caso as despesas não


tenham sido contabilizadas aquando do registo do recâmbio)

11/12 211 – Clientes c/c

P P

Contabilidade I – 210 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas:
5.3. Outras Operações
5.3.1 Operações contabilísticas com Letras

= Letras a pagar =

= Movimentação =

1) Pelo aceite

222 Fornecedores – Tít. a pagar


221 Fornecedores c/c

VN VN

2) Pelo pagamento

11/12 222 Fornecedores – Tít. a pagar

VN VN

Contabilidade I – 211 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas:
5.3. Outras Operações
5.3.1 Operações contabilísticas com Letras

= Movimentação =

3) Pela Reforma

Anulação da letra a reformar:

221 Fornecedores c/c 222 Fornecedores – Tít. a pagar

VN VN

Pagamento/amortização parcial da dívida:

11/12 221 – Fornecedores c/c

A A

Contabilidade I – 212 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas:
5.3. Outras Operações
5.3.1 Operações contabilísticas com Letras

= Movimentação =

3) Pela Reforma (cont.)

Saque da Nova Letra:


a) Com encargos incluídos: VN’ = (VN –A) + E
b) Sem encargos incluídos: VN’ = (VN –A)

Encargos da nova letra:

221 Fornecedores c/c 6988

E E

Aceite da nova letra:

222 Fornecedores – Tít. a pagar 221 Fornecedores c/c

VN’ VN’

Contabilidade I – 213 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Conta 24 – Estado e outros entes públicos

Esta conta regista as relações com o Estado,


Autarquias Locais e outros Entes Públicos que
tenham características de impostos ou taxas.

Serve, assim, para registar as taxas e os impostos


a pagar ao Estado e às Autarquias Locais, bem
como as dívidas à Segurança Social.

O imposto é uma prestação pecuniária, unilateral,


a pagar ao Estado, por força da lei, para fazer face
às despesas públicas e outros objetivos de
carácter económico e social.

Como se pode verificar pelo modelo de balanço


previsto pelo SNC, esta conta pode ter contas
divisionárias no Ativo (com saldo devedor) e
contas divisionárias no Passivo (com saldo
credor).

Contabilidade I – 214 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Conta 241 – Imposto sobre o Rendimento

A utilização da conta 241 decorre da aplicação do


CIRC, que prescreve que as sociedades
comerciais, cooperativas e empresas públicas
pagarão imposto que incidirá sobre o lucro.

= Movimentação =

– Debita-se (i) pelos pagamentos ao Estado por


conta do imposto e (ii) pelos pagamentos
retidos na fonte a que alguns rendimentos
estão sujeitos (retenção na fonte efetuada por
terceiros).

– Credita-se pelo imposto estimado no fim do


período de tributação (período económico) por
débito da conta 8121 (Imposto estimado para o
período).

Contabilidade I – 215 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Conta 241 – Imposto sobre o Rendimento

Após o apuramento do lucro líquido do período,


apura-se o valor estimado do imposto sobre o
rendimento que será pago:

8121 - Imposto estimado 241 - Imposto sobre o


para o período rendimento

€ €

O pagamento é efetuado no ano seguinte (em maio)


procedendo-se ao seguinte lançamento:

241 - Imposto sobre o


rendimento 11/12


Contabilidade I – 216 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Conta 241 – Imposto sobre o Rendimento

= Movimentação =
Esta conta regista as retenções na fonte efetuadas por
terceiros, relativamente a rendimentos recebidos de que
a empresa é titular.

11 / 12

X
Classe 7

241 - Imposto s/ Rendimento

X – Rendimento líquido
Y – Retenção efetuada
Z – Rendimento ilíquido (X + Y)

Contabilidade I – 217 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Conta 241 – Imposto sobre o Rendimento

Exemplo
A empresa X recebeu em Maio de n a importância de
€375, líquida de retenção na fonte, proveniente de
dividendos da Sociedade Beta.
Considerando que a taxa de retenção na fonte é de 25%,
registe a operação.

Registo contabilístico:

11 / 12
792 – Juros, dividendos e outros
€375 rendimentos similares –
Dividendos obtidos

€500

241 – Imposto s/ rendimento


€125

X – rendimento líquido: €375


y – retenção efetuada: €500 - €125 = €125
Z – rendimento ilíquido:0,75δ = €375 ⇔ δ = €375 ÷ 0,75 ⇔ δ = €500
Contabilidade I – 218 – Solange Santos
5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Conta 242 – Retenção de Impostos sobre


o Rendimento

= Movimentação =
Esta conta regista as retenções na fonte efetuadas a
terceiros, isto é, o imposto que a empresa retém,
relativamente a rendimentos pagos a sujeitos passivos
de IRC ou IRS.

– Credita-se pela retenção de imposto efetuada.


– Debita-se pela entrega ao Estado do imposto retido.

242 – Retenção de impostos s/ rendimento

- Entregas ao Estado - Retenções na fonte


pelas importâncias retidas. efetuadas nos pagamentos a
terceiros.

Contabilidade I – 219 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Conta 242 – Retenção de Impostos sobre


o Rendimento

Esta conta pode ser subdividida tendo em conta a


natureza dos sujeitos passivos a que respeita a retenção
(IRC ou IRS) e às taxas utilizadas.

Tipos de rendimentos sujeitos a retenção de


imposto:
– Trabalho dependente (categoria: A)
– Trabalho independente (categoria: B)
– Rendimentos de capitais (categoria: E)
– Rendimentos prediais (categoria: F)

Contabilidade I – 220 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Conta 242 – Retenção de Impostos sobre


o Rendimento

1) Trabalho dependente

No âmbito desta unidade curricular, estudaremos este


tipo de rendimento e a respetiva retenção aquando do
processamento salarial.
Contabilisticamente, são de considerar Gastos com
Pessoal os relativos aos órgãos estatutários e ao pessoal
vinculado à empresa.
Para cálculo do processamento salarial serão tidos em
conta, para além da retenção na fonte, as contribuições
para a Segurança Social.

Contabilidade I – 221 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Processamento salarial relativo aos


trabalhadores por conta de outrem e aos
membros dos órgãos sociais

Contribuições para a Segurança Social


(Nota: estas contribuições incidem sobre as
remunerações dos trabalhadores das empresas e dos
membros dos órgãos sociais).
– Pagamento a cargo da Entidade Patronal: 23,75%.
– Pagamento a cargo dos Beneficiários: 11%.
Nota: as contribuições são pagas até ao dia 20 do mês
seguinte àquele a que respeitam as remunerações, ou até ao
dia útil seguinte.

IRS
– A entidade patronal deverá efetuar a retenção de IRS
aquando do pagamento dos rendimentos aos respetivos
titulares; as quantias retidas serão entregues até ao dia
20 do mês seguinte àquele em que foi deduzido (art. 98º
a 100º do CIRS).
– Anualmente são publicadas as tabelas de retenção mensal
relativamente ao trabalho dependente, tendo em
consideração a situação pessoal e familiar dos sujeitos
passivos.

Contabilidade I – 222 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Processamento salarial relativo aos


trabalhadores por conta de outrem e aos
membros dos órgãos sociais

A contabilização do Processamento e do
Pagamento remunerações é efetuada em três
fases:

1ª Fase: processamento das remunerações do


mês.

2ª Fase: processamento dos encargos por conta


da Entidade Patronal.

3ª Fase: pagamento das remunerações líquidas de


impostos e demais contribuições ao Estado.

Contabilidade I – 223 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Processamento salarial relativo aos


trabalhadores por conta de outrem e aos
membros dos órgãos sociais

1ª Fase: Processamento das remunerações

2311 – Rem. a pagar - Aos Órg.Soc.


2312 – Rem. a Pagar - Ao Pessoal 63 – Gastos c/ Pessoal
631 – Rem. Dos Órgãos Sociais
Rem. Líq.
632 – Rem. do pessoal

Rem. Ilíq.
245 – Contrib. p/ a Seg. Social

Seg. Social
(Rem. Ilíq. x 11%)

242 – Retenção Imp. s/ Rend.


– Trab. Dependente

IRS
(Rem. Ilíq x TxIRS)

Rem. Líq. = Rem. Ilíq. - IRS - Seg. Social


Rem. Líq. = Rem. Ilíq. - (Rem. Ilíq. x Taxa de IRS) - (Rem. Ilíq. x 11%)

Contabilidade I – 224 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Processamento salarial relativo aos


trabalhadores por conta de outrem e aos
membros dos órgãos sociais

2ª Fase: Processamento dos encargos por conta da


Entidade Patronal.

245 – Contrib. p/ a Seg. Social 635 – Encargos s/ Remunerações

Remuneração ilíquida x 23,75%

Contabilidade I – 225 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Processamento salarial relativo aos


trabalhadores por conta de outrem e aos
membros dos órgãos sociais

3ª Fase: Pagamento das Remunerações e dos Descontos.

Pagamento das Remunerações (órgãos sociais e pessoal)

2311 – Rem. a pagar - Órgãos Sociais


11/12
2312 – Rem. a pagar - Pessoal

Pagamento da remuneração líquida

Entrega ao Estado das retenções e demais contribuições


245 – Contrib. p/ a Seg. Social
Seg. Social
11/12 (Trab.+empresa
)
242 – Retenção Imp. s/ Rend.
– Trab. Dependente

IRS
Contabilidade I – 226 – Solange Santos
5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Processamento salarial relativo aos


trabalhadores por conta de outrem e aos
membros dos órgãos sociais

Encargos com férias

O direito a férias e subsídio adquire-se com a celebração


do contrato de trabalho e vence-se no dia 1 de janeiro de
cada ano civil, ou 6 meses após a data de admissão, se a
mesma tiver tido lugar no 2º semestre.

Se o início de funções tiver tido lugar no 1º semestre, o


trabalhador tem direito, no ano civil, a um período de
férias de 8 dias úteis, sem prejuízo das que se hão-de
vencer no dia 1 de janeiro seguinte.

A retribuição correspondente ao período de férias não


pode ser inferior à que os trabalhadores receberiam se
estivessem em serviço efetivo (não inclui subsídios pagos
em função dos dias efetivos de trabalho, como o subsídio
de alimentação). Além desta retribuição, os trabalhadores
têm direito a um subsídio de férias de igual montante.

Contabilidade I – 227 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Processamento salarial relativo aos


trabalhadores por conta de outrem e aos
membros dos órgãos sociais

Encargos com férias

Nota:
Estamos perante gastos que deverão ser
estimados e contabilizados no período a que
respeitam, mesmo que só se tornem exigíveis
no período seguinte.

Periodização económica

Conta 2722 – Credores por acréscimos de


gastos.

Contabilidade I – 228 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Processamento salarial relativo aos


trabalhadores por conta de outrem e aos
membros dos órgãos sociais

= Movimentação =

A) Previsão, a 31/12/N, dos encargos com férias desse


ano a vencer no ano seguinte (são um gasto do ano N).

ANO N
631 – Rem. Órgãos Sociais

2722 – Credores por acréscimos



de gastos

632 – Rem. Trabalhadores



635 – Encargos s/ remunerações

Contabilidade I – 229 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Processamento salarial relativo aos


trabalhadores por conta de outrem e aos
membros dos órgãos sociais

= Movimentação =

B) Processamento, em N+1, dos encargos com férias


referentes ao trabalho prestado no ano anterior.

ANO N+1

2722 – Credores por acréscimos


242 – Retenção de IRS
de gastos


245 – Segurança Social

231 – Remunerações Líquidas

Contabilidade I – 230 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Processamento salarial relativo aos


trabalhadores independentes
2) Trabalho independente
No âmbito desta unidade curricular, estudaremos o
pagamento de remunerações a trabalhadores
independentes resultantes de serviços prestados, i.e.,
pagamento de honorários.
As empresas com contabilidade organizada estão, ainda,
obrigadas a proceder à retenção do IRS a trabalhadores
independentes com rendimentos superiores a €10.000
(artigo 53º CIVA) ou que declarem interesse na referida
retenção.
A taxa de retenção de IRS pode variar, consoante a
atividade económica (artigo 101º do CIRS):
– 25% – atividades profissionais especificamente previstas na
tabela a que se refere o artigo 151.º.
– 20% – para rendimentos auferidos em atividades de elevado
valor acrescentado, com carácter científico, artístico ou técnico.
– 16,5% – para os rendimentos provenientes de propriedade
intelectual (escritores por exemplo), industrial ou de prestação
de informação sobre experiência nos setores comercial,
industrial ou científico.
– 11,5% – para os trabalhadores independentes que não estão
previstos na tabela de atividade, como os atos isolados e outros
trabalhadores independentes.
Contabilidade I – 231 – Solange Santos
5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Processamento salarial relativo aos


trabalhadores independentes

= Movimentação =

Pagamento de Honorários com Retenção de


IRS e IVA

11/12 6224 - Honorários

Valor Líq. Valor Ilíq.

242 – Trabalho Independente 2432 – IVA dedutível

IRS IVA

Valor Líquido =
Valor Ilíquido + Valor Ilíquido × IVA – Valor Ilíquido × IRS

Contabilidade I – 232 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Processamento salarial relativo aos


trabalhadores independentes

Nota: quanto à taxa contributiva de Segurança Social


para os trabalhadores independentes, o
trabalhador/beneficiário terá de entregar 29,6% sobre o
rendimento relevante apurado oficiosamente pela
segurança social tendo em conta os rendimentos do ano
anterior (a partir de 2019, a taxa contributiva desce dos
29,6% para 21,4% e o rendimento relevante passa a ser
calculado tendo em conta os rendimentos do último
trimestre).

A empresa que contrata os serviços do trabalhador


independente, beneficiando de mais de 50% do valor
total da atividade desse trabalhador, está, também,
sujeita a contribuições obrigatórias para a Segurança
Social:
– 7% - dependência económica entre 50% e 80%.
– 10% - dependência económica superior a 80%.

Contabilidade I – 233 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

Nota: Os trabalhadores independentes, que


acumulem atividade profissional por conta de
outrem, estão isentos de contribuir relativamente
ao rendimento relevante mensal médio apurado
trimestralmente de montante inferior a 4 vezes o
valor do IAS (em 2022 era de €1.772,80) e desde
que cumpridos certos requisitos previstos na lei.

Contabilidade I – 234 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

3) Rendimentos de capitais

A taxa de retenção dos rendimentos de capitais é


de 28%.

= Movimentação =

Pagamento de rendimentos de capitais (e.g.,


pagamento de dividendos: lucros aos sócios/acionistas).

11/12

Valor Líq. 265 – Lucros disponíveis

Valor Ilíq.
242 – Capitais

IRS

Valor Líquido = Valor Ilíquido – Valor Ilíquido × 28%

Contabilidade I – 235 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:
5.3. Outras Operações
5.3.2 – Imposto sobre o Rendimento

4) Rendimentos prediais

A taxa de retenção dos rendimentos prediais é de


25%.

= Movimentação =

Rendimentos prediais (e.g., pagamento da renda do


escritório).

11/12
6261 - Rendas

Valor Líq. Valor Ilíq.

242 – Prediais

IRS

Valor Líquido = Valor Ilíquido – Valor Ilíquido × 25%

Contabilidade I – 236 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos

Notas de enquadramento do SNC

“Esta classe inclui os bens detidos com continuidade ou


permanência (> 1 ano) e que não se destinem a ser
vendidos ou transformados no decurso normal das
operações da entidade, quer sejam da sua propriedade,
quer estejam em regime de locação financeira.
Compreende os investimentos financeiros, as
propriedades de investimento, os ativos fixos tangíveis, os
ativos intangíveis, os investimentos em curso e os ativos
não correntes detidos para venda.”

Contabilidade I – 237 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos

Tipos de Investimentos

1. De rendimento:
Abrangem o investimento em propriedades, as
participações de capital noutras empresas e outras
aplicações financeiras cujo objetivo visam proporcionar
um certo rendimento ou controlo de outras empresas.

2. Técnicos:
Constituídos por bens patrimoniais tangíveis e
intangíveis, com carácter permanente, tornando possível
o arranque e desenvolvimento da atividade da empresa.

3. Ativos não correntes detidos para venda:


Ativos, cujo valor contabilístico será recuperado através
da sua venda e não do seu uso continuado.

Contabilidade I – 238 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.1 Ativos Fixos Tangíveis (AFT)

Conta 43 – Ativos fixos tangíveis


NCRF 7

Esta conta integra os ativos tangíveis, móveis ou imóveis,


que a empresa utiliza na sua atividade operacional, que
não se destinem a ser vendidos ou transformados, e que
tenham um carácter de permanência superior a um ano.

Inclui igualmente as benfeitorias e as grandes reparações


que sejam de acrescer ao custo daqueles ativos fixos
tangíveis.

Contabilidade I – 239 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.1 Ativos Fixos Tangíveis (AFT)

Conta 43 – Ativos fixos tangíveis

Subcontas prevista no SNC:

431 – Terrenos e recursos naturais

432 – Edifícios e outras construções

433 – Equipamento básico

434 – Equipamento de transporte

435 – Equipamento administrativo

436 – Equipamentos biológicos

437 – Outros ativos fixos tangíveis

438 – Depreciações acumuladas

439 – Perdas por imparidade acumuladas

Contabilidade I – 240 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.1 Ativos Fixos Tangíveis (AFT)
Mensuração no reconhecimento (§16 e §7 da NCRF 7)

Elementos do custo:
– O seu preço de compra, incluindo os direitos de
importação e impostos de compra não reembolsáveis,
devidamente deduzidos quaisquer descontos e
abatimentos.

– Quaisquer custos diretamente atribuíveis para


colocar o ativo na localização e condições necessárias
para o seu normal e esperado funcionamento.

– Custos de desmantelamento e de remoção


previstos, bem como dos custos estimados com o
restauro do local no qual o AFT estará instalado.

Cálculo do custo de aquisição


= Preço de compra
+ Despesas adicionais com a compra
(transportes, seguros, taxas, etc.)
+ Custos de instalação
+ Custos estimados de remoção e desmantelamento
– Descontos e abatimentos
Contabilidade I – 241 – Solange Santos
5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.1 Ativos Fixos Tangíveis (AFT)

NCRF 7 - §23
Um AFT construído ou produzido pela própria entidade
deve ser mensurado pelo “custo de construir um ativo
para venda”.

NCRF 10 – Custos de empréstimos obtidos


Capitalização de juros (§8 e §9 da NCRF 10)
(i) Quando um ativo demora um certo período de tempo
para ficar pronto para o uso pretendido e, nesse sentido,
(ii) a entidade contrai um empréstimo, cujos custos […
são] diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou
produção” desse ativo, os custos desse empréstimo
obtidos podem ser acrescidos ao custo desse ativo
(juros).

Cessação da capitalização (§22 da NCRF 10)


A capitalização dos custos destes empréstimos deve cessar
assim que estiverem concluídas as atividades necessárias
para preparar o ativo.

Contabilidade I – 242 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.1 Ativos Fixos Tangíveis (AFT)

= Movimentação =

Aquisição a título oneroso

11/12/271 43x – AFT

2432 – IVA dedutível

Gastos adicionais de aquisição ou instalação


11/12/271 43x – AFT

2432 – IVA dedutível

Contabilidade I – 243 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.1 Ativos Fixos Tangíveis (AFT)

= Movimentação =

Aquisição a título gratuito (e.g., doação)

594 – Doações 43x – AFT

Contabilidade I – 244 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.1 Ativos Fixos Tangíveis (AFT)

AFT produzido pela própria entidade

1) AFT concluído ao longo do próprio período

741 – Trabalhos p/ a pp. Entidade 43x – AFT


(AFT)

2) AFT não concluído até 31.12.n

453 – Inv. em curso – AFT em 741 – Trabalhos p/ a pp. Entidade


curso (AFT)

Pelo custo do período

453 – Inv. em curso – AFT em


43x – AFT curso

Pelo custo total aquando da


conclusão

Contabilidade I – 245 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.1 Ativos Fixos Tangíveis (AFT)

Grandes reparações e benfeitorias

(intervenções que aumentam o valor real ou a vida útil


estimada dos ativos a que respeitam)

11/12/2711 43x – AFT

2432 – IVA ded.

Nota:
De acordo com os parágrafos 13 e 14 da NCRF 7, o custo
de reparações, manutenções e substituições só será
reconhecido na quantia escriturada do respetivo ativo se
forem cumpridos os critérios de reconhecimento descritos
no parágrafo 7 dessa mesma norma. Os custos de
assistência diária (e.g., mão-de-obra e consumíveis),
serão considerados nas contas de resultados, por
exemplo, como um gasto inscrito na conta 6226 –
Conservação e Reparação.

Contabilidade I – 246 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.1 Ativos Fixos Tangíveis (AFT) - adiantamentos

Adiantamentos por conta de compra de


investimentos

Com preço previamente fixado


Conta 455 – Adiantamentos por conta de investimentos.

Sem preço previamente fixado


Conta 2713 – Adiantamentos a fornecedores de
investimentos.

Contabilidade I – 247 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.1 Ativos Fixos Tangíveis (AFT) - adiantamentos

Aditamento com preço fixado

1) Pela entrega adiantada ao fornecedor

455 – Adto por conta de invest.


11/12
Valor
sem IVA
Valor
com IVA

2432 – IVA ded.

IVA

Contabilidade I – 248 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.1 Ativos Fixos Tangíveis (AFT) - adiantamentos

Aditamento com preço fixado


(cont.)

2) Pela compra definitiva (receção da fatura pelo valor de


aquisição total

2711 – Fornec. de 42x – AFT


Investimentos Valor
Valor sem IVA
com IVA
2432 – IVA ded.

IVA

3) Pela anulação do adiantamento

455 – Adto por conta de invest.


2711 – Fornec. de
Valor Investimentos
sem IVA
Valor
2434 – IVA regularizações
com IVA

IVA
Contabilidade I – 249 – Solange Santos
5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.1 Ativos Fixos Tangíveis (AFT) - adiantamentos

Aditamento sem preço fixado

1) Pela entrega adiantada ao fornecedor

2713 – Adto. a forn. de invest.


11/12
Valor
sem IVA
Valor
com IVA

2432 – IVA ded.

IVA

Contabilidade I – 250 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.1 Ativos Fixos Tangíveis (AFT) - adiantamentos

Aditamento sem preço fixado


(cont.)

2) Pela compra definitiva (receção da fatura pelo valor de


aquisição total

2711 – Fornec. de 42x – AFT


Investimentos Valor
Valor sem IVA
com IVA
2432 – IVA ded.

IVA

3) Pela anulação do adiantamento

2713 – Adto. a forn. de invest.


2711 – Fornec. de
Valor Investimentos
sem IVA
Valor
2434 – IVA regularizações
com IVA

IVA
Contabilidade I – 251 – Solange Santos
5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.1 Ativos Fixos Tangíveis (AFT) - adiantamentos

Nota:
No caso de o adiantamento se destinar a outro tipo de
investimentos, o procedimento a adotar para o registo
contabilístico será o mesmo, à exceção da conta de
investimento que deverá, em substituição da conta 42 –
AFT, ser usada a correspondente de investimento:

– Conta 41 – Investimentos financeiros.

– Conta 42 – Propriedades de investimento.

– Conta 44 – Ativos intangíveis

Contabilidade I – 252 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.2 Ativos Intangíveis (AI)

Conta 44 – Ativos Intangíveis

NCRF 6 – Ativos intangíveis

Ativo intangível é (NCRF 16 - §8):


– Um ativo não monetário.
– Identificável.
– Sem substância física.

– Os ativos intangíveis são, geralmente, detidos para uso


na produção ou no fornecimento de bens ou serviços,
para arrendar a outros, ou para finalidades
administrativas.

Nota:
De acordo com o §12 da NCRF 6, um ativo intangível é
identificável se for separável.

Contabilidade I – 253 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.3 Investimento em curso

Conta 45 – Investimentos em curso

Nesta conta registam-se:


– Os investimentos ainda não concluídos.
– Os adiantamentos feitos por conta de investimentos,
cujo preço esteja previamente fixado (subconta 455 –
ver ponto 5.4.1).

Obras em curso

– Após a conclusão do investimento que estava em


curso, transfere-se o seu valor para as respetivas contas
de investimentos, debitando-se estas contas, por
contrapartida do crédito da conta 45x. A partir desta
data, tais ativos passam a ser depreciáveis/amortizáveis.

– Ou seja, as depreciações/amortizações só podem ter


início quando o valor de aquisição ou de produção for
conhecido, bem como a data de entrada em
funcionamento dos mesmos, o que obriga à transferência
acima mencionada.

Contabilidade I – 254 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

Depreciações/Amortizações

– As depreciações/amortizações procuram espelhar a


realidade económica que caracteriza a participação dos
elementos do AFT e AI no processo produtivo;
participação essa que acarreta um desgaste desses
ativos, com a consequente perda de valor.

– Por esta razão, as depreciações/amortizações registam,


de forma sistemática, o desgaste ou obsolescência desses
ativos. Assim, as DF passam a espelhar uma imagem
verdadeira e apropriada do património da entidade.

Nota:
– Os AFT depreciam.
– Os AI amortizam.

Contabilidade I – 255 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

Depreciações/Amortizações
(cont.)

NCRF 7 (§50 - §59)

– A depreciação do AFT deve ser imputada, numa base


sistemática, período a período, durante a sua vida útil.
– A depreciação é calculada tendo em conta a quantia
depreciável.
– A quantia depreciável determina-se deduzindo o valor
residual do ativo.
– Valor residual é o valor que a entidade espera obter no
fim da vida útil desse ativo , depois de deduzidos os
custos estimados com a sua alienação. Nota:
geralmente o valor residual é insignificante,
considerando-se nulo.
– O período de vida útil corresponde ao período de tempo
durante o qual se espera que o ativo fixo tangível
possa ser utilizado em condições de funcionamento
económico, por uma entidade.

Contabilidade I – 256 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

Métodos de depreciação/amortização

Decreto Regulamentar n.º 25/2009

Há 2 métodos de depreciação/amortização principais:


Regra geral: Método das quotas constantes (método
da linha reta).
Alternativa: Método das quotas decrescentes.

Notas:
– Mediante requerimento à AT, as entidades podem
solicitar a aplicação de outros métodos de
depreciação e de amortização. Fiscalmente só serão
aceites se cumpridos determinados requisitos
previstos na lei.
– AI com vida útil indefinida ou cuja vida útil não
possa ser estimada com fiabilidade são amortizados
num período máximo de 10 anos (§105 da NCRF 6).
– AFT com vida útil ilimitada (e.g., terrenos) não são
depreciáveis.

Contabilidade I – 257 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

Métodos de depreciação/amortização

NCRF 7 – AFT

§62 da NCRF 7
O método de depreciação selecionado deverá ser aquele
que reflete “mais aproximadamente o modelo esperado
de consumo dos futuros benefícios incorporados
económicos incorporados no ativo”:

– Método da linha reta (método das quotas constantes).

– Método do saldo decrescente.

– Método das unidades de produção (tem em


consideração o desgaste funcional).

Contabilidade I – 258 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

Critérios de depreciação/amortização
fiscalmente aceites

O Decreto Regulamentar 25/2009 apresenta um


conjunto de taxas de depreciação/amortização a
partir das quais se determina o período mínimo e
máximo de vida útil aceite fiscalmente:

Taxas previstas pelo Dec. Reg. 25/2009 – artigo 3º

– Período mínimo de vida útil = taxa máxima de


depreciação/amortização.

– Período máximo de vida útil = 50% da taxa


máxima de depreciação/amortização = taxa
mínima de depreciação/amortização.

Contabilidade I – 259 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

Critérios de depreciação/amortização
fiscalmente aceites
(cont.)

– Fiscalmente, as empresas poderão fixar uma taxa


de depreciação/amortização para os seus
investimentos sujeitos a depreciação/amortização
que se encontre entre a taxa mínima e a taxa
máxima fixada pelo Dec. Reg. 25/2009.

– A taxa de depreciação/amortização adotada


deverá permanecer a mesma durante toda a vida
útil do bem.

Contabilidade I – 260 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

Contabilisticamente, a NCRF 7 (§56) exige que


a vida útil do bem seja determinada
considerando:

– O uso esperado do ativo (capacidade produtiva).


– O desgaste normal esperado (que depende de fatores
operacionais).
– A obsolescência técnica ou comercial proveniente de
alterações na produção ou no mercado.
– Limites legais ou semelhantes no seu uso.

Contabilidade I – 261 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

Método das quotas constantes


(linha reta) – critério rígido

Segundo este método, as depreciações/amortizações são


imputadas, numa base sistemática, de forma proporcional
ao longo de todo o período de vida útil do ativo, ou seja,
o valor anual da depreciação será sempre constante.

Cálculo da quota anual de depreciação/amortização

𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝒂𝒒𝒖𝒊𝒔𝒊çã𝒐 𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒓𝒆𝒔𝒊𝒅𝒖𝒂𝒍 𝑸𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒂 𝒅𝒆𝒑𝒓𝒆𝒄𝒊á𝒗𝒆𝒍


=
𝑵º 𝒅𝒆 𝒂𝒏𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝒗𝒊𝒅𝒂 ú𝒕𝒊𝒍 𝑵º 𝒅𝒆 𝒂𝒏𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝒗𝒊𝒅𝒂 ú𝒕𝒊𝒍

– Vantagem: simplicidade nos cálculos.


– Desvantagem: A quota é constante, mas algumas
despesas (de conservação, por
exemplo) aumentam à medida que o
ativo “envelhece”.

Contabilidade I – 262 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

Método das quotas constantes


(linha reta) – critério rígido

Exemplo
A empresa Alfa, Lda. adquiriu, em 1 de janeiro do ano n,
uma máquina, pelo valor de €2.100 (acresce IVA à taxa
legal), prevendo-se uma vida útil de 5 anos e um valor
residual de €100.

Resolução
Valor de aquisição (Va): €2.100
(Nota: como o IVA é dedutível, não onera o custo da máquina)
Valor residual: €100
Quantia depreciável: Va – Vr = €2.100 – €100 = €2.000
Vida útil estimada: 5 anos
Depreciação anual: €2.000 ÷ 5 anos = €400/ano
Taxa de depreciação anual: 100% ÷ 5 anos = 20%
Depreciação Valor Contabilístico
Anos Anual Acumulada (Valor de aquisição –
Depreciações acumuladas)
n €400 €400 €1.700
n+1 €400 €800 €1.300
n+2 €400 €1.200 €900
n+3 €400 €1.600 €500
n+4 €400 €2.000 VR = €100
Contabilidade I – 263 – Solange Santos
5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

Método das quotas decrescentes


– critério rígido –
O CIRC permite a utilização deste método em AFT que:

– Não tenham sido adquiridos em estado de uso.

– Não sejam edifícios, viaturas ligeiras de passageiros ou


mistas, mobiliários e equipamentos sociais.
(CIRC, artigo 30º, nº 2)

– Vantagem: a aplicação deste método origina um ritmo


de depreciação mais acelerado nos primeiros anos,
conduzindo, assim, a uma sobrecarga de gastos
nesses períodos. Procura-se, deste modo, compensar
com a maior sobrecarga de gastos de conservação e
manutenção nos últimos anos.

– Desvantagem: maior complexidade nos cálculos.

Contabilidade I – 264 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

Método das quotas decrescentes


– critério rígido –

Nota:

O montante da quota anual de depreciações resultante da


aplicação deste método, encontra-se limitado para efeitos
fiscais.
O CIRC, no nº 3 do artigo 31º, estabelece montantes
máximos, os quais resultam da multiplicação de um dos
seguintes 3 coeficientes pela taxa referente ao método
das quotas constantes em relação aos valores ainda não
depreciados:

– 1,5: quando o período de vida útil é inferior a 5 anos.


– 2,0: quando o período de vida útil é de 5 ou 6 anos.
– 2,5: quando o período de vida útil é superior a 6 anos.

Contabilidade I – 265 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

Método das quotas decrescentes


– critério rígido –

Cálculo da quota anual de depreciação/amortização

Valor contabilístico
×
Taxa de depreciação
×
Coeficiente (CIRC)

Exemplo
A Beta, Lda. adquiriu, em 1 de janeiro do ano n, uma
máquina, pelo valor €1.000, tendo um período de vida
útil estimado de 5 anos.

Contabilidade I – 266 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

Método das quotas decrescentes


– critério rígido –

Resolução

Valor de aquisição: €1.000


Vida útil: 5 anos
Coeficiente (CIRC): 2
Taxa de depreciação corrigida: 2 × 20% = 40%.

Depreciação Valor
Anos Contabilístico
Anual Acumulada (VA – DA)
n €1.000 × 0,4 = €400 €400 €600
n+1 €600 × 0,4 = €240 €640 €360
n+2 €360 × 0,4 = €144 €784 €216
n+3 €216 × 0,4 = €86,4 €826,4 €173,6
n+4 €173,6 × 0,4 = €69,44 €895,84 VR = €104,16

Contabilidade I – 267 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

Método das unidades de produção


– critério flexível/elástico –

Neste método, as quotas de depreciação são proporcionais


à utilização do bem, considerando, portanto, o seu
desgaste funcional.
A depreciação anual é determinada em função das
unidades que melhor traduzam o nível de atividade
operacional do ativo ao longo da sua vida útil – e.g., n.º
de horas de laboração, n.º de unidades produzidas,
metros, etc.
– Vantagem: a depreciação registada aproxima-se do grau
de utilização do ativo.
– Desvantagens: o coeficiente usado para a determinação
da depreciação recorre a uma estimativa sobre o nível
de atividade em cada período; desgaste provocado pelo
fator tempo não é considerado, relevando apenas o
nível de atividade do ativo.

Cálculo da taxa/coeficiente anual de depreciação


á
º

Contabilidade I – 268 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

Método das unidades de produção


– critério flexível –
Exemplo
A Delta, Lda. adquiriu, a 1 de janeiro do ano n, uma
máquina produtiva pelo valor de €2.100 (valor sem IVA),
estimando-se um valor residual de €100.
Estima-se que a referida máquina tenha uma capacidade
de operar ao longo de 25 000 horas.
Calcule a depreciação anual e acumulada para esta
máquina considerando que a atividade real foi a seguinte:
1º ano: 4 000 horas; 2º ano: 7 000 horas; 3º ano: 5000
horas, 4º ano: 5 000 horas; 5º ano: 4 000 horas.

Resolução
Quantia depreciável: €2.000 (= €2.100 - €100)
Taxa anual de depreciação: €2.000 ÷ 5.000h = €0,08/h

Depreciação Valor
Anos Contabilístico
Anual Acumulada (VA – DA)
n 4.000h × 0,08 = €320 €320€ €1.780
n+1 7.000h × 0,08 = €560 €880 €1.220
n+2 5.000h × 0,08 = €400 €1.280 €820
n+3 5.000h × 0,08 = €400 €1.680 €420
n+4 4.000h × 0,08 = €320 €2.000 VR = €100
Contabilidade I – 269 – Solange Santos
5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

Considerando-se o momento da entrada em


funcionamento do ativo depreciável/amortizável, em
termos fiscais, independentemente do método de
depreciação adotado, pode-se tomar como base duas
opções: base anual ou base duodecimal.
Estas opções estão implicitamente descritas nos nºs 7 e 8
do artigo 31º do CIRC.

A) Método das anuidades

– Ano de início de utilização: registo da quota de


depreciação correspondente a um ano completo.

– Ano de inutilização, transmissão ou termo de vida útil:


não se procede a qualquer depreciação ou amortização.

Contabilidade I – 270 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.4 Depreciações/amortizações

B) Método dos duodécimos

– Ano de início de utilização: registo da depreciação


proporcionalmente ao n.º de meses de utilização nesse
ano, incluindo o próprio mês da entrada em
funcionamento.

– Ano de inutilização, transmissão ou termo da vida útil:


registo da depreciação correspondente ao nº de meses
decorridos até ao mês anterior ao da verificação da
inutilização, transmissão ou termo da vida útil.

Contabilidade I – 271 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.5 Desreconhecimento dos AFT

Desreconhecimento de AFT

1) Alienação de AFT

Em caso de alienação de um ativo devem ser respeitados os


seguintes passos:

1º Determinar se existe ganho ou perda com a alienação:


Existe um ganho quando:
Valor de venda – valor contabilístico > 0 (valor positivo)

Existe uma perda quando:


Valor de venda – valor contabilístico < 0 (valor negativo)

2º Utilizar a:
– Conta 7871 no caso de haver ganho.
– Conta 6871 no caso de haver perda.

Contabilidade I – 272 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.5 Desreconhecimento dos AFT

Desreconhecimento de AFT (cont.)

3º Contabilização:

11/12/278 6871/7871 438

43x Valor da venda


Valor de aquisição do bem
Depreciações acumuladas

Nota
Se na respetiva aquisição houve IVA dedutível (2432), então haverá
também IVA a liquidar na venda (2433).

Contabilidade I – 273 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.5 Desreconhecimento dos AFT

Desreconhecimento de AFT (cont.)

2) Sempre que já não sejam esperados benefícios


económicos futuros

– Em caso de abate

43x 6873 - Abates 438

Depreciações Acumuladas
Custo de Aquisição

Contabilidade I – 274 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.5 Desreconhecimento dos AFT

Desreconhecimento de AFT (cont.)

2) Sempre que já não sejam esperados benefícios


económicos futuros (cont.)

– Em caso de sinistro não coberto pelo seguro

6872 - Sinistros 438


43x

– Em caso de sinistro coberto pelo seguro


a) Valor da indemnização < valor atual do AFT: utiliza-se a conta 6872

b) Valor da indemnização > valor atual do AFT: utiliza-se a conta 7872

6872 /7872 438


43x

11/12/278

Depreciações Acumuladas
Custo de Aquisição
Valor da Indemnização

Contabilidade I – 275 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.5 Desreconhecimento dos AFT

Desreconhecimento de AFT (cont.)

3) Transferência para ativos não correntes detidos


para venda (cont.)

NCRF 8 – Ativos Não Correntes Detidos Para Venda e


Unidades Operacionais Descontinuadas

NCRF 8 (§7 e §8)


– Quando a quantia escriturada de um ativo não corrente
for recuperável principalmente através da sua venda em
vez do seu uso continuado, deve-se reclassificar esse
ativo, reconhecendo-o como um ativo não corrente
detido para venda.
– O ativo tem de estar disponível para venda imediata nas
condições atuais.
– A venda terá de ser altamente provável (tem de haver
um plano para a sua venda, incluindo a procura de
compradores interessados.
– A venda do ativo terá de se verificar até um ano após a
sua reclassificação.

Contabilidade I – 276 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.5 Desreconhecimento dos AFT

Desreconhecimento de AFT (cont.)

3) Transferência para ativos não correntes detidos


para venda (cont.)

Nota:
Um ativo não corrente classificado como detido para
venda deve ser mensurado pelo menor dos seguintes
valores:
– Quantia escriturada; e
– O seu JV deduzido dos custo de o vender.
Além dito, as depreciações do ativo devem cessar
imediatamente.

46 – Ativos ñ correntes
43x detidos p/ venda
438

Depreciações Acumuladas
Custo de Aquisição

Contabilidade I – 277 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.6 Locações: financeiras versus operacionais

Locação financeira

NCRF 9 - Locações

Uma locação financeira é um contrato pelo qual uma das


partes (locador) transmite a outra parte (locatário), em
troca de um pagamento ou série de pagamentos, o direito
de usar um ativo por um período de tempo previamente
acordado.

– Quando há transferência substancial dos riscos e


vantagens inerentes à posse de um ativo estamos
perante uma locação financeira, caso contrário
estaremos perante uma locação operacional.
– No fim do contrato, o locatário poderá optar por uma
das seguintes 3 hipóteses:
a) Aquisição do bem pelo valor residual.
b) Celebração de um novo contrato de locação.
c) Restituição do bem.

Contabilidade I – 278 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.6 Locações: financeiras versus operacionais

Principais características da locação financeira

NCRF 9 - §10

– No fim do prazo da locação a propriedade do bem é


transferida para o locatário.

– O locatário tem a opção de comprar o ativo, findo o


período da locação, por um preço substancialmente
mais baixo do que o seu JV nessa data, sendo no início
esperado que esta opção venha a ser exercida.

– O período de locação corresponde à maior parte da vida


económica do bem cedido, ainda que o título de
propriedade não seja transferido.

– No início da locação o valor presente dos pagamentos


da locação ascende, pelo menos, ao JV do ativo.

Contabilidade I – 279 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.6 Locações: financeiras versus operacionais

Principais características da locação financeira


(cont.)

NCRF 9 - §10

– Os ativos locados têm uma natureza especializada, pelo


que apenas o locatário os pode usar sem que sejam
feitas grandes modificações.

– O risco de deperecimento, de deterioração ou de


obsolescência é da responsabilidade do locatário, por
lhe terem sido transferidos os riscos e direitos
inerentes à posse do ativo.

Contabilidade I – 280 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.6 Locações: financeiras versus operacionais

Locação financeira

= Movimentação =

Nota:
No início da locação financeira, estas devem ser
reconhecidas, no balanço do locatário, como ativos e
passivos pelo JV da propriedade locada ou, se inferior,
pelo valor presente dos pagamentos mínimos da locação
(§19).

1) No início do contrato

43x 2711
€ €

Contabilidade I – 281 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.6 Locações: financeiras versus operacionais

Locação financeira
(cont.)

= Movimentação =

2) Pagamento das Rendas

2711 6911 2432 11/12

A J I R

A - Amortização de capital J - Juros suportados,


I - IVA dedutível R (Renda) = A + J + I

3) Amortização/depreciação económica do bem


642 438

€ €

4) Aquisição do bem no fim do contrato


2711 11/12

VR VR

VR – Valor residual
Contabilidade I – 282 – Solange Santos
5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.6 Locações: financeiras versus operacionais

Locação operacional

NCRF 9 -§27

Nota:
Os pagamentos de uma locação operacional devem ser
reconhecidos como um gasto numa base linear durante o
prazo do contrato, salvo se uma outra base sistemática
for mais representativa do modelo temporal do benefício
do utente.

Contabilidade I – 283 – Solange Santos


5. Análise e expressão contabilística de
operações relacionadas com:

5.4 Investimentos
5.4.6 Locações: financeiras versus operacionais

Locação operacional

= Movimentação =

Pagamento das Rendas

6261 Rendas e alug. 2432 12

X y x+y

Durante a utilização do bem:


– A empresa paga a renda e regista contabilisticamente
esse pagamento.
– O bem não está registado no ativo da empresa.
– Não há lugar ao registo de depreciações.

Contabilidade I – 284 – Solange Santos


6. Operações de fim de período

6.1 Procedimento e DFs

Após a elaboração do Balancete de Verificação reportado


a 31.12.N (que resume todo o movimento efetuado
durante o período), é necessário proceder a uma série
de operações com vista:

– Ao apuramento dos resultados; e

– À elaboração das seguintes DF’s:

– Balanço.

– Demonstração dos Resultados.

– Demonstração das Alterações no Capital


Próprio.

– Demonstração dos Fluxos de Caixa.

– Anexo.

Nota:
As Pequenas Entidades não são obrigadas a preparar a
Demonstração das Alterações no Capital Próprio nem a
Demonstração dos Fluxos de Caixa.
As restantes DF’s seguem modelos reduzidos.

Contabilidade I – 285 – Solange Santos


6. Operações de fim de período

6.1 Procedimento e DFs

No encerramento de contas devem ser efetuadas as


seguintes tarefas:

1) Efetuar todos os lançamentos de regularização e


retificação necessários.

2) Elaborar o Balancete Retificado.

3) Apurar o Resultado Líquido do Período

4) Elaborar o Balancete final ou de encerramento.

5) Elaborar o Balanço Final e a Demonstração dos


Resultados.

6) Proceder ao encerramento das contas.

Contabilidade I – 286 – Solange Santos


6. Operações de fim de período

6.1 Procedimento e DFs


6.1.1 Lançamentos de regularização e
retificação

Inventários

Quando a empresa utiliza o Sistema de Inventário


Intermitente, no final do período, o único valor que
permanece registado na conta mercadorias é o
correspondente ao stock inicial.
Desta forma, há um trabalho de retificação a efetuar que
consistirá em:

– Elaborar o inventário físico e mensurar as


mercadorias a 31.12.N.
– Saldar a conta 31 – compras.
– Saldar a conta 38 – Reclassificação e Regularização
de Inventários e Ativos Biológicos.
– Determinar, extra contabilisticamente, o custo da
mercadoria vendida e proceder ao seu registo.

Contabilidade I – 287 – Solange Santos


6. Operações de fim de período

6.1 Procedimento e DFs


6.1.1 Lançamentos de regularização e
retificação

Depreciações/amortizações

Os investimentos não se «consomem» num só período,


pelo que não faz sentido imputar a totalidade do valor no
período da aquisição.
Neste sentido, o gasto com os investimentos serão
repartidos ao longo da vida útil dos respetivos ativos.

Assim, no final do ano, torna-se necessário calcular o


valor das depreciações/amortizações dos investimentos
sujeitos a tal imputação, procedendo-se à sua
contabilização.

Contabilidade I – 288 – Solange Santos


6. Operações de fim de período

6.1 Procedimento e DFs


6.1.2 Periodização económica

Regime do acréscimo
ou
Periodização económica

Um dos pressupostos subjacentes, consagrados na


estrutura concetual do SNC e que deve ser considerado
na elaboração das DFs é o Regime do acréscimo ou é da
Periodização económica.

De acordo com este pressuposto, o efeito das transações


e de outros acontecimentos patrimoniais são
reconhecidos no período em que ocorrem,
independentemente do momento do recebimento ou do
pagamento, sendo registados contabilisticamente e
relatados nas DFs dos períodos com os quais se
relacionam.

Contabilidade I – 289 – Solange Santos


6. Operações de fim de período

6.1 Procedimento e DFs


6.1.2 Periodização económica

Regime do acréscimo
ou
Periodização económica
(cont.)

Para imputar a cada período económico os respetivos


consumos e utilizações de bens e serviços (gastos) e as
correspondentes produções de bens e serviços
(rendimentos), independentemente do seu pagamento
ou recebimento, são usadas as seguintes contas e
subcontas:

– 272 – Devedores e credores por acréscimos


(periodização económica):
– 2721 – Devedores por acréscimos de rendimentos.

– 2722 – Credores por acréscimos de gastos.

– 28 – Diferimentos:
– 281 – Gastos a reconhecer.

– 282 – Rendimentos a reconhecer.

Contabilidade I – 290 – Solange Santos


6. Operações de fim de período

6.1 Procedimento e DFs


6.1.2 Periodização económica

Conta 2721 – Devedores por acréscimos de


rendimentos

A conta 2721 serve de contrapartida aos rendimentos a


reconhecer no próprio período, que não tenham ainda a
respetiva documentação e cuja recebimento só se venha
a realizar em período(s) posterior(es).
Rendimento do ano N Recebimento no ano N+1

Exemplos
– Juros de depósitos a prazo do ano N, que apenas serão
creditados e recebidos no ano N+1.
– Bónus, comissões, descontos especiais do ano N, que
apenas serão creditados e recebidos no ano N+1.

= Movimentação =
2721 – Dev. por
7x - Rendimento acrésc. de rend. 11/12

€ € € €

Ano N Ano N+1


Registo do rendimento Registo do
a receber recebimento

Contabilidade I – 291 – Solange Santos


6. Operações de fim de período

6.1 Procedimento e DFs


6.1.2 Periodização económica

Conta 2721 – Devedores por acréscimos de


rendimentos

Exemplo

A 01.11.N, a Alfa, Lda. constituiu um depósito a prazo,


pelo prazo de 6 meses, cujo vencimento estava
agendado para 01.05.N+1.
Definiu-se que, na data de vencimento, o banco
creditaria na conta da Alfa, Lda. o montante de €840
correspondente a juros ilíquidos

Resolução
Juro/mês = Total de Juros = €840 = €140/mês
Total de meses 6

Ano N (novembro a dezembro): €140 × 2 meses = €280

Ano N+1 (janeiro a abril): €140 × 4 meses = €560

Valor Líquido recebido em N+1


Imposto retido = €840 x 25% = €210
Valor recebido = €840 – €210 = €630

Nota: a retenção da fonte de IRC sobre juros de depósito


(ano 2018) é de 25%.
Contabilidade I – 292 – Solange Santos
6. Operações de fim de período

6.1 Procedimento e DFs


6.1.2 Periodização económica

Conta 2721 – Devedores por acréscimos de


rendimentos

= Contabilização =

Ano N
2721 – Dev. por acrésc. de
7911 – Juros Obtidos rend.
€280 €280

Ano N+1

7911 – Juros Obtidos 12- Dep. à ordem


€560 €630

2721 – Dev. por acrésc. de


rend. 241 – Imposto s/ Rend.

€280 €210

Contabilidade I – 293 – Solange Santos


6. Operações de fim de período

6.1 Procedimento e DFs


6.1.2 Periodização económica

Conta 2722 – Credores por acréscimos de gastos

A conta 2722 regista os gastos a reconhecer no próprio


período que ainda não tenham documentação vinculativa e
cujo pagamento só venha a surgir em período(s)
posterior(es).
Gasto do ano N Pagamento no ano N+1

Exemplos
– Juros de financiamentos obtidos relativos ao período,
mas a pagar somente no período seguinte.
– Consumo, em dezembro, de eletricidade e água; as
respetivas faturas só serão emitidas em janeiro do ano
seguinte, mês em que será efetuado o pagamento.
– Encargos com férias relativas ao ano N, mas que apenas
em N+1 serão processadas.
= Movimentação =
2722 – Cred. por
11/12 acrésc. de gastos 6x - Gastos

€ € € €
Ano N+1 Ano N
Registo do Registo do
pagamento encargo a pagar
Contabilidade I – 294 – Solange Santos
6. Operações de fim de período

6.1 Procedimento e DFs


6.1.2 Periodização económica

Conta 2722 – Credores por acréscimos de gastos

Exemplo

Em janeiro do ano N, foi pago o gasto com comunicações


relativo a dezembro do ano N-1, pelo valor €610 (IVA
incluído à taxa de 22%).
A 31.12.N-1 tinha sido estimado um gasto com
comunicações pelo montante de €500.

Resolução
Valor sem IVA = €610 ÷ 1,22 = €500
IVA = €500 x 22% = €110
Ano N-1

2722 – Cred. Ac. Gastos


6262 - Comunicação
€500
€500

Ano N
2722 – Cred. Ac. Gastos
11/12
€500
€610
2432

€110
Contabilidade I – 295 – Solange Santos
6. Operações de fim de período

6.1 Procedimento e DFs


6.1.2 Periodização económica

Conta 281 – Gastos a reconhecer

A conta 281 serve para registar gastos de período(s)


seguinte(s) pagos anteriormente.

Rendimento do ano N Recebimento no ano N+1

Exemplos
– Seguros que, embora tenham sido pagos no ano N, têm
uma parte que corresponde ao ano N+1.
– Juros antecipados de financiamentos obtidos.

= Movimentação =

281 – Gastos a
11/12 reconhecer 6x - Gastos

€ € € €

Ano N Ano N+1

Registo da despesa Registo do gasto


Contabilidade I – 296 – Solange Santos
6. Operações de fim de período

6.1 Procedimento e DFs


6.1.2 Periodização económica

Conta 281 – Gastos a reconhecer

Exemplo
A 01.09.N foi pago o seguro anual de incêndio pelo valor de
€2.400.
Resolução

Seguro/mês = Total de Seguro = €2400 = €200


Total de meses 12

No ano N (setembro a dezembro): €200 × 4 meses = €800


No ano N+1 (janeiro a agosto) = €200 × 8 meses = €1.600

Ano N

6263 - Seguros
11/12 €800
€2 400
281 – Gastos a reconhecer

€1 600

Ano N+1

281 – Gastos a reconhecer 6263 - Seguros


€1 600 €1 600
Contabilidade I – 297 – Solange Santos
6. Operações de fim de período

6.1 Procedimento e DFs


6.1.2 Periodização económica

Conta 282 – Rendimentos a reconhecer

A conta 282 serve para o registo dos recebimentos


ocorridos no período ou em períodos anteriores, mas
cujo rendimento deva ser considerado apenas em
períodos seguintes.

Recebimento no ano N Rendimento do ano


N+1 e seguintes

Exemplo
– Rendas de imóveis arrendados.

= Movimentação =

2721 – Dev. por


7x - Rendimento acrésc. de rend. 11/12

€ € € €

Ano N+1 e seguintes Ano N


Registo do rendimento Registo do recebimento
do período

Contabilidade I – 298 – Solange Santos


6. Operações de fim de período

6.1 Procedimento e DFs


6.1.2 Periodização económica

Conta 282 – Rendimentos a reconhecer

Exemplo
Em dezembro do ano N, a Alfa, Lda. emitiu recibo da
renda de janeiro do ano seguinte, por ter recebido, nessa
data, o valor correspondente à renda de imóvel seu
(propriedade de investimento), pelo valor de €750.
O inquilino efetuou a respetiva retenção na fonte (25%).

Resolução

Valor Líquido recebido no ano N: €750 (correspondente a


75%, uma vez que foi deduzido 25% de imposto, logo
temos que:

100% (ilíquido) - 25% (retenção) = 75% (líquido)

Cálculo do valor ilíquido da renda = €750 ÷ 75% = €1.000

Imposto retido = €1.000 × 25% = €250

Valor recebido = €1.000 ‒ €250 = €750

Contabilidade I – 299 – Solange Santos


6. Operações de fim de período

6.1 Procedimento e DFs


6.1.2 Periodização económica

Conta 282 – Rendimentos a reconhecer

= Movimentação =

Ano N

282 – Rendimentos
a reconhecer 11/12

€1.000 €750

241

€250

Ano N+1
7873 – Rendas e Out. Rend.
em Propriedades de Invest. 282 - Rendimentos a Reconhecer

€1.000 €1000

Contabilidade I – 300 – Solange Santos


Bibliografia

Borges, A., Azevedo Rodriges, Rodriges, R. “Elementos de


Contabilidade Geral”, 26ª edição, 2014, Áreas Editora.
Rodrigues, A. M., Carvalho, C., Cravo, D., Azevedo, G., “SNC
– Contabilidade Financeira: Sua aplicação”, 2010, Almedina.
Pires da Silva, E., Pires da Silva, A. C., “SNC – Manual de
Contabilidade”, 2010, Rei dos Livros.
Pires da Silva, E., Jesus, T. A., Pires da Silva, A. C.,
“Contabilidade Financeira – casos práticos”, 2010, Rei dos
Livros.
Borges, A., Azevedo Rodrigues, J., Rodrigues, J. M.,
Rodrigues, R., “As Novas Demonstrações Financeiras – de
acordo com as normas internacionais de contabilidade”,
2007, 2ª edição, Áreas Editores.
Rodrigues, J., “Sistema de Normalização Contabilística
Explicado”, 2009, Porto Editora.
Almeida, R. M. P., Dias, A. I., Carvalho, F., “SNC Explicado”,
2009, ATF – Edições Técnicas.
Baptista da Costa, C., Correia Alves, G., “Contabilidade
Financeira”, 7ª edição, 2008, Rei dos Livros.

Legislação:
Código do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas
Coletivas.
Código do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas
Singulares.
Decreto Regulamentar de 25/2009, de 14 de setembro.
Sistema de Normalização Contabilística (SNC).

Contabilidade I – 301 – Solange Santos

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