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GLÂNDULAS DO SISTEMA

ENDÓCRINO
ADRENAIS (OU SUPRARRENAIS):

 São glândulas achatadas em forma de meia-lua.


 Cada uma está localizada sobre o polo superior de um rim.
 Variam de tamanho com a idade e condições fisiológicas, pesando cerca de 8g em um adulto.

Ao cortar a glândula fresca, nota-se que é encapsulada e possui duas camadas concêntricas:

 Camada periférica, de cor amarelada, chamada de camada cortical ou córtex da adrenal.


 Camada central, acinzentada, conhecida como camada medular ou medula da adrenal.

Essas duas camadas podem ser consideradas dois órgãos distintos, de origens embriológicas diferentes, apenas unidos
topograficamente.

 o córtex surge do epitélio celomático, sendo, portando, mesodérmico, enquanto a medula se origina de células da
crista neural, isto é, tem origem neuroectodérmica.
 as duas camadas têm funções e morfologia diferentes, embora seu aspecto histológico geral seja típico de uma
glândula endócrina formada de células dispostas em cordões cercados por capilares sanguíneos.
 uma cápsula de tecido conjuntivo denso recobre a glândula e envia delgados septos ao seu interior; o estreoma
consiste basicamente em uma rede rica de fibras reticulares, as quais sustentam as células secretoras.

CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA:

As suprarrenais recebem múltiplas artérias que entram por vários pontos ao seu redor. Ramos dessas artérias formam um
plexo subcapsular, dando origem a três grupos de vasos arteriais:

 Artérias da cápsula.
 Artérias do córtex, que se ramificam entre as células da glândula e formam capilares sanguíneos que deságuam em
vasos capilares da medula.
 Artérias da medula, que atravessam o córtex para formar capilares na medula.

- Medula recebe suprimento duplo de sangue arterial (através das artérias medulares) e venoso (pelas artérias corticais).

- O endotélio capilar é fenestrado e muito delgado, com uma lâmina basal contínua abaixo.

- Os capilares da medula, juntamente com os vasos capilares que proveem o córtex, formam as veias medulares que se
unem para constituir a veia adrenal ou suprarrenal.

CÓRTEX ADRENAL:

O córtex adrenal pode ser subdividido em três camadas concêntricas: zona glomerulosa, zona fasciculada e zona reticulada.

Zona glomerulosa:

 Localizada logo abaixo da cápsula de tecido conjuntivo.


 Composta por células piramidais ou colunares organizadas em cordões com forma de arcos envolvidos por capilares
sanguíneos.

Zona fasciculada:

 Caracterizada pelo arranjo das células em cordões de uma ou duas células de espessura, retos e regulares,
semelhantes com feixes, entremeados por capilares e dispostos perpendicularmente à superfície do órgão.
 Células poliédricas com grande quantidade de gotículas de lipídios no citoplasma.
 Vacuoladas em preparações histológicas devido à dissolução de lipídios durante o processo de preparação de
tecido.
 Por causa desta vacuolação, estas células também são chamadas de espongiócitos;
Zona reticulada:

 Camada mais interna do córtex, localizada entre a zona fasciculada e a medula.


 Contém células dispostas em cordões irregulares formando uma rede anastomosada.
 Possui grânulos de pigmento de lipofuscina, que são grandes e abundantes nessas células.
 Presença de células com forma irregular e núcleos picnóticos sugere ocorrência frequente de morte celular
nesta camada.

- Células do córtex adrenal não armazenam seus produtos de secreção em grânulos.

- A maioria dos hormônios esteroides é sintetizada e secretada em resposta a estímulos.

- Esteroides são moléculas de baixo peso molecular e solúveis em lipídios, permitindo sua livre difusão pela membrana
celular.

- As células do córtex adrenal têm a ultraestrutura característica de células secretoras de esteroides.

HORMÔNIOS DO CÓRTEX E SUAS AÇÕES:

Os esteroides secretados pelo córtex adrenal se dividem em três grupos: glicocorticoides, mineralcorticoides e
andrógenos.

 Zona glomerulosa secreta principalmente a aldosterona, um mineralocorticoide que mantém o equilíbrio de


eletrólitos (como sódio e potássio) e água no organismo.
 Zona fasciculada e possivelmente zona reticulada secretam glicocorticoides cortisona e cortisol (ou, em alguns
animais, corticosterona), que regulam o metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios.
 Além disso, essas zonas também produzem andrógenos, principalmente deidroepiandrosterona, e possivelmente
pequenas quantidades de estrógenos.

- Síntese de colesterol a partir de acetato ocorre no retículo endoplasmático liso.

- Conversão de colesterol em pregnenolona acontece nas mitocôndrias.

- As enzimas associadas com a síntese de progesterona e de desoxicorticosterona a partir de pregnenolona estão no


retículo endoplasmático liso;

- Enzimas que convertem desoxicorticosterona em aldosterona estão nas mitocôndrias, um claro exemplo de colaboração
entre duas organelas celulares.

GLICOCORTICOIDES:

- Glicocorticoides, como cortisol e corticosterona, afetam profundamente o metabolismo de carboidratos, proteínas e


lipídios.

- No fígado, promovem a retirada de ácidos graxos, aminoácidos e carboidratos do sangue, levando ao acúmulo de fontes
de energia e síntese de proteínas e glicose pelos hepatócitos.

Estimulam a síntese de glicogênio a partir de precursores não glicídicos (glicogênese) e a polimerização de glicose em
glicogênio (glicogenólise).

- Podem causar níveis elevados de glicose no sangue, semelhantes ao diabetes mellitus.

- Em órgãos periféricos (pele, músculo, tecido adiposo), têm efeito reverso, catabólico, diminuindo a atividade sintética e
promovendo degradação de proteínas e lipídios.

- Subprodutos da degradação (aminoácidos e ácidos graxos) são retirados do sangue pelos hepatócitos.

- Suprimem a resposta imune ao destruir linfócitos circulantes e inibir atividade mitótica em órgãos formadores de
linfócitos.
MINERALCORTICOIDES:

- Atuam principalmente nos túbulos contorcidos distais dos rins, mucosa gástrica, glândulas salivares e sudoríparas,
estimulando a absorção de sódio nestes locais.

- Podem aumentar o nível de potássio e diminuir o de sódio em músculos e neurônios do cérebro.

- A divisão entre glicocorticoides e mineralocorticoides é arbitrária, pois a maioria dos glicocorticoides também afeta o
transporte de íons.

- Cortisol tem propriedades anti-inflamatórias, suprime citocinas e age como imunossupressor, associando o sistema de defesa
do organismo ao córtex adrenal.

- Deidroepiandrosterona (DHEA) é o principal hormônio sexual secretado pelo córtex adrenal, com pequenas quantidades de
outros andrógenos como androstenediona, 11 beta-hidroxiandrostenediona e testosterona.

- DHEA e androstenediona são andrógenos fracos e exercem suas ações após a conversão em testosterona em vários locais do
organismo.

- Controle inicial da secreção pelo córtex adrenal ocorre com a liberação do hormônio liberador de corticotropina na
eminência mediana da hipófise, seguido pela secreção de ACTH, que estimula a síntese e secreção de hormônios corticais.

- Glicocorticoides circulantes podem inibir a secreção de ACTH tanto no hipotálamo quanto na hipófise.

CORTÉX FETAL OU PROVISÓRIO:

- Em humanos e em alguns animais, a glândula adrenal de recém-nascidos é proporcionalmente maior que a de adultos devido
à presença de uma camada chamada córtex fetal ou provisório, localizada entre a medula e o córtex definitivo.

- É espesso e suas células estão organizadas em cordões.

- Após o nascimento, o córtex provisório involui enquanto o córtex definitivo se desenvolve e diferencia em suas três zonas
características.

- Uma função importante do córtex fetal é a secreção de conjugados sulfatados de andrógenos, que na placenta são
convertidos em andrógenos ativos e estrógenos que entram na circulação materna.

MEDULA ADRENAL:

- Tem células poliédricas organizadas em cordões ou aglomerados, suportadas por uma rede de fibras reticulares.

- Contém células ganglionares parassimpáticas e uma abundante rede de vasos sanguíneos.

- Células parenquimatosas originam-se de células da crista neural, semelhantes aos neurônios pós-ganglionares do sistema
simpático e os neurônios dos gânglios do sistema parassimpático.

- As células parenquimatosas da medula adrenal podem ser consideradas neurônios pós-ganglionares do sistema simpático
modificados, tornando-se células secretoras após perderem axônios e dendritos no desenvolvimento embrionário.

- Possuem grânulos de secreção contendo catecolaminas (epinefrina ou norepinefrina), ATP, proteínas cromograninas (que
podem servir como proteína de ligação para catecolaminas), dopamina beta-hidroxilase e peptídios semelhantes a opiáceos.

- Evidências indicam que epinefrina e norepinefrina são secretadas por diferentes células da medula.

 Células secretoras de epinefrina têm grânulos menores, menos densos e preenchem completamente o grânulo.
 Células secretoras de norepinefrina têm grânulos maiores, mais densos e de forma irregular, envolvidos por um halo
claro sob a membrana do grânulo.

- Cerca de 80% das catecolaminas na veia suprarrenal são epinefrina.

- Todas as células da medula adrenal são inervadas por terminações colinérgicas de neurônios simpáticos pré-ganglionares.
TIREOIDE:

- É uma glândula endócrina que se forma na porção cefálica do tubo digestivo.

- Sintetiza os hormônios T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina) que regulam o metabolismo do corpo.

- Localiza-se na região cervical anterior à laringe e consiste em dois lóbulos unidos por um istmo.

- Composta por milhares de folículos tireoidianos, esferas pequenas com diâmetro de 0,2 a 0,9mm.

- Folículos têm epitélio simples e uma substância gelatinosa chamada coloide em sua cavidade.

- Células dos folículos variam de achatadas a colunares, e os folículos têm diâmetros variáveis.

- A glândula é envolvida por uma cápsula de tecido conjuntivo frouxo e tem septos que se estendem para o parênquima.

- Os folículos são separados principalmente por fibras reticulares.

- É um órgão altamente vascularizado, com uma extensa rede capilar sanguínea e linfática que envolve os folículos.

- As células endoteliais desses vasos são fenestradas, facilitando o transporte de substâncias entre as células endócrinas e o
sangue.

- Os folículos tireoidianos têm aparência variável dependendo da região e atividade funcional da glândula.

- Na mesma glândula, podem ser encontrados folículos grandes, cheios de coloide, com epitélio cúbico ou pavimentoso, ao
lado de folículos menores com epitélio colunar.

- Glândula é considerada hipoativa quando a altura média do epitélio é baixa. Em contrapartida, com aumento de hormônio
tireotrópico circulante, há um aumento acentuado na altura do epitélio folicular e hiperatividade da glândula.

- Essa alteração é acompanhada por uma diminuição da quantidade de coloide e do diâmetro dos folículos.

- Células epiteliais dos folículos tireoidianos possuem diversas funções: sintetizam, secretam, absorvem e digerem proteínas.

- Apoiam-se sobre uma lâmina basal e têm uma estrutura rica em retículo endoplasmático granuloso na porção basal.

- Núcleo geralmente é esférico e central na célula.

- Região supranuclear contém uma zona de Golgi, grânulos de secreção (conteúdo similar ao coloide folicular), lisossomos e
alguns vacúolos grandes com conteúdo claro.

- Membrana apical tem microvilos em quantidade moderada.

- Células parafoliculares (ou células C) podem estar no epitélio folicular ou em agrupamentos isolados entre os folículos.

- Têm pouco retículo endoplasmático granuloso, mitocôndrias alongadas e grande complexo de Golgi.

- Notável presença de grânulos contendo calcitonina, hormônio que reduz o nível de cálcio no plasma ao inibir a reabsorção
óssea.

CONTROLE DA PRODUÇÃO DE HORMÔNIOS TIREOIDIANOS:

- Tireoide é a única glândula endócrina que acumula seu produto de secreção no coloide.

- Coloide tireoidiano é principalmente composto por uma glicoproteína de alto peso molecular chamada tireoglobulina.

- A coloração do coloide folicular pode variar entre acidófila e basófila; a tireoglobulina é PAS-positiva devido ao seu alto
conteúdo de carboidratos.

- O hormônio tireotrópico (TSH) secretado pela pars distalis da hipófise é o principal regulador do estado estrutural e
funcional da glândula tireoide.

- A membrana celular da porção basal das células foliculares possui receptores para TSH, que estimula todas as etapas da
produção de hormônios tireoidianos.

- Os hormônios tireoidianos, por sua vez, inibem a síntese de TSH, mantendo um equilíbrio adequado de tiroxina e
triiodotironina no organismo.

- A secreção de tireotropina aumenta em exposição ao frio e diminui em resposta a situações de calor ou estresse.
SÍNTESE E ACÚMULO DE HORMÔNIOS NAS CÉLULAS FOLICULARES:

- A síntese e acúmulo de hormônios tireoidianos ocorrem em quatro etapas: síntese de tireoglobulina, captação de iodeto do
sangue, ativação de iodeto e iodação dos resíduos de tirosina na tireoglobulina.

- A síntese de tireoglobulina ocorre no retículo endoplasmático granuloso, onde carboidrato é adicionado à proteína. O
produto final, a tireoglobulina, é liberado de vesículas na porção apical da célula para o lúmen do folículo.

- Captação de iodeto é feita por uma proteína chamada co-transportador de Na/I (NIS) localizado na membrana basolateral
das células foliculares. Este co-transportador transporta simultaneamente sódio e iodeto.

- Os baixos teores de iodo aumentam a quantidade de NIS, aumentando a captação de iodeto para compensar a
concentração mais baixa no plasma.

- A oxidação do iodeto é realizada por uma peroxidase da tireoide e depois é transportado para a cavidade do folículo por um
transportador de ânions chamado pendrina.

- A iodação dos radicais de tirosina na tireoglobulina ocorre dentro do coloide, catalisada pela peroxidase da tireoide.

- Assim, T3 e T4 são produzidos, mas estão ligados à molécula maior da tireoglobulina.

LIBERAÇÃO DE T3 E T4:

- Estimuladas por tireotropina, células foliculares da tireoide realizam endocitose para captar o coloide.

- O coloide é digerido por enzimas lisossômicas, quebrando as ligações entre radicais iodinados e a tireoglobulina. Isso libera
T4, T3, diiodotirosina (DIT) e monoiodotirosina (MIT) no citoplasma.

- T4 e T3 atravessam a membrana basal da célula e se difundem até os capilares sanguíneos. DIT e MIT não são secretadas no
sangue, pois seu iodo é reutilizado pelas células foliculares.

- T4 (tiroxina) é mais abundante, constituindo cerca de 90% do hormônio circulante da tireoide, mas T3 é mais rápido e
potente em sua ação. A Tiroxina tem efeito gradual, estimulando a oxidação fosforilativa nas mitocôndrias, dependente da
síntese de mRNA.

- T3 e T4 aumentam o número de mitocôndrias e suas cristas, além de influenciar a síntese e degradação de proteínas
mitocondriais.

- A maioria dos efeitos dos hormônios tireoidianos está relacionada à taxa de metabolismo basal, incluindo a absorção de
carboidratos no intestino e regulação do metabolismo de lipídios. Também influenciam o crescimento e o desenvolvimento
do sistema nervoso durante a vida fetal.
PARATIREOIDES:

- Existem quatro pequenas glândulas paratireoides, com dimensões aproximadas de 3x6 mm e peso total de cerca de 0,4g.

- São mais comumente encontradas na face posterior da tireoide, nos polos superiores e inferiores da glândula.

- Podem também ser localizadas no interior da glândula tireoide ou no mediastino, próximo ao timo, devido a suas origens
embrionárias próximas.

- Cada paratireoide possui uma cápsula de tecido conjuntivo que a envolve.

- Trabéculas se estendem a partir dessa cápsula para o interior da glândula, sendo contínuas com as fibras reticulares que
sustentam os grupos de células secretoras.

CÉLULAS DA PARATIREOIDE:

- O parênquima da paratireoide é composto por células epiteliais organizadas em cordões separados por capilares sanguíneos.

- Existem dois tipos de células: principais e oxífilas.

- Células principais são predominantes, menores, com forma poligonal, núcleo vesiculoso e citoplasma fracamente acidófilo.
Elas secretam o hormônio paratormônio.

- Microscopicamente, grânulos de secreção são observados no citoplasma, variando em número e distribuição.

- Células oxífilas, em humanos, aparecem por volta dos sete anos de idade e aumentam em número progressivamente. Elas são
poligonais, maiores do que as principais, e contêm muitos grânulos acidófilos que, sob microscopia eletrônica, são identificados
como mitocôndrias com numerosas cristas.

- A função das células oxífilas é desconhecida.

AÇÃO DO PARATORMÔNIO E SUA INTERAÇÃO COM A CALCITONINA:

- O hormônio da paratireoide (ou paratormônio) é uma proteína que se liga a receptores em osteoblastos.

- Isso estimula a produção de um fator que ativa osteoclastos, aumentando sua quantidade e atividade, levando à reabsorção
de matriz óssea calcificada e liberação de Ca2+ no sangue.

- Um aumento na concentração de Ca2+ suprime a produção de paratormônio, criando um mecanismo de feedback.

- A calcitonina da glândula tireoide também influencia os osteoclastos, inibindo a reabsorção de osso e a liberação de Ca2+,
reduzindo assim a concentração de Ca2+ no sangue e estimulando a formação óssea.

- Esses dois hormônios agem em conjunto para regular com precisão os níveis de Ca2+ no sangue, crucial para o funcionamento
de vários tecidos e órgãos.

- Além de aumentar o Ca2+ no sangue, o paratormônio reduz a concentração de fosfato, diminuindo sua reabsorção nos
túbulos renais e aumentando sua excreção na urina. Também indiretamente aumenta a absorção de Ca2+ no trato digestivo ao
estimular a síntese de vitamina D, necessária para essa absorção.

- A secreção das células da paratireoide é regulada pelos níveis sanguíneos de Ca2+.


GLÂNDULA PINEAL:

- A glândula pineal, também conhecida como epífise, é pequena, medindo 5x8 mm e pesa cerca de 150mg.

- Está localizada na extremidade posterior do terceiro ventrículo, sobre o teto do diencéfalo, conectada por um curto
pendúnculo.

- É revestida externamente pela pia-máter, de onde partem septos de tecido conjuntivo contendo vasos sanguíneos e
fibras nervosas não mielinizadas que penetram na glândula, dividindo-a em lóbulos irregulares.

- Predominam dois tipos celulares na pineal: pinealócitos e astrócitos.

- Os pinealócitos têm um citoplasma levemente basófilo e núcleos grandes de perfil irregular ou lobados, com
nucléolos evidentes. Representam 95% das células da pineal.

- A impregnação por sais de prata mostra que os pinealócitos possuem numerosas e longas ramificações com
extremidades dilatadas. Produzem melatonina e alguns peptídios ainda não completamente definidos.

- Entre os pinealócitos, estão os astrócitos, que possuem núcleos alongados e mais fortemente corados. Assim como
no tecido nervoso, possuem prolongamentos e grande quantidade de filamentos intermediários.

INERVAÇÃO:

- Os axônios perdem a mielina ao penetrar na glândula pineal e formam sinapses com os pinealócitos.

- As terminações axonais contêm numerosas vesículas contendo norepinefrina.

- Tanto os pinealócitos quanto os terminais nervosos simpáticos contêm serotonina.

PAPEL DA PINEAL NO CONTROLE DE CICLOS BIOLÓGICOS:

- A pineal regula os ritmos biológicos diários (biorritmos circadianos) e sazonais em resposta a estímulos luminosos
recebidos pela retina.

- Responde a esses estímulos com a secreção de melatonina e outros peptídios, cujos níveis aumentam durante a
escuridão.

- Essas moléculas influenciam as atividades secretoras das gônadas e de outros órgãos, convertendo impulsos
nervosos em alterações nos níveis hormonais.

- A pineal contém depósitos de fosfato e carbonato de cálcio chamados de areia cerebral, que aumentam com a
idade.

- Essas concreções, visíveis em radiografias, não afetam a função da glândula, pois substâncias ativas e enzimas ainda
estão presentes mesmo em idades avançadas.
HIPÓFISE (OU PITUITÁRIA):

- A hipófise é um pequeno órgão no cérebro, pesando cerca de 0,5g e medindo aproximadamente 10x13x6 mm.

- Está localizada na sela túrcica, uma cavidade do osso esfenoide, sendo um ponto de referência radiológico importante.

- A hipófise está ligada ao hipotálamo, localizado na base do cérebro, por meio de um pedículo que conecta a hipófise ao
sistema nervoso central.

- Ela tem uma origem embriológica dupla: nervosa e ectodérmica.

- A porção nervosa se desenvolve a partir do crescimento do assoalho do diencéfalo em direção caudal, mantendo o contato
com o encéfalo e formando um pedículo.

- A porção ectodérmica se desenvolve a partir do ectoderma do teto da boca primitiva, formando a bolsa de Rathke, que
posteriormente se separa da cavidade bucal.

- A adeno-hipófise é a porção originada do ectoderma e é subdividida em três partes: pars distalis, pars tuberalis e pars
intermedia.

- A neuro-hipófise consiste na pars nervosa e no infundíbulo, que se continua com o hipotálamo.

- O conjunto de pars nervosa e pars intermedia é conhecido como lobo posterior da hipófise.

- A glândula é revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo, que se conecta à rede de fibras reticulares que suportam as
células do órgão.

SUPRIMENTO SANGUÍNEO:

- O suprimento sanguíneo da hipófise é essencial para entender seu funcionamento.

- Existem dois grupos de artérias que fornecem sangue para a hipófise: as artérias hipofisárias superiores (direita e esquerda) e
as artérias hipofisárias inferiores (direita e esquerda).

- As artérias hipofisárias superiores irrigam a eminência mediana e o infundíbulo, enquanto as artérias hipofisárias inferiores
irrigam principalmente a neuro-hipófise, com alguns ramos para o pedículo da hipófise.

- No infundíbulo, as artérias hipofisárias superiores formam um plexo capilar primário com células endoteliais fenestradas.

- O plexo primário se reúne para formar vênulas e veias que atravessam o pedículo da hipófise e se ramificam na adeno-
hipófise, formando um plexo capilar secundário.

- Existe um sistema porta hipofisário, importante para a regulação das funções da adeno-hipófise, pois permite que neuro-
hormônios produzidos no hipotálamo cheguem diretamente à adeno-hipófise para controlar a função de suas células.

- O sangue venoso deixa a hipófise por várias veias que desembocam nos seios cavernosos.

O SISTEMA HIPOTÁLAMO-HIPOFISÁRIO:

- A hipófise tem relações anatômicas e funcionais importantes com o hipotálamo devido à sua origem embriológica.

- No sistema hipotálamo-hipofisário, são produzidos três grupos de hormônios em diferentes locais:

1) Peptídios produzidos pelos núcleos supra-ópticos e paraventriculares do hipotálamo, transportados ao longo dos axônios e
acumulados na neuro-hipófise.

2) Hormônios produzidos pelos núcleos dorso-mediano, dorso-ventral e infundibular do hipotálamo, armazenados na


eminência mediana e liberados nos capilares dessa região, sendo transportados para a adeno-hipófise pelo primeiro trecho do
sistema porta hipofisário.

3) Proteínas e glicoproteínas produzidas pelas células da pars distalis, que entram na rede de capilares do segundo trecho do
sistema porta hipofisário e são distribuídas pela circulação sanguínea.
ADENO-HIPÓFISE:

PARS DISTALIS

- É o principal componente da hipófise, composta por cordões de células epiteliais intercaladas com capilares sanguíneos.

- Os hormônios produzidos por essas células são armazenados em grânulos de secreção.

- Os fibroblastos presentes secretam fibras reticulares que sustentam os cordões de células produtoras de hormônios.

- Corresponde a 75% da massa da hipófise.

- Três tipos celulares podem ser identificados na pars distalis: cromófobas, acidófilas e basófilas, dependendo de sua
afinidade por corantes ácidos ou básicos.

- As cromófobas se coram fracamente e podem ser divididas em duas populações: uma com poucos grânulos de secreção e
outra sem nenhum.

- Cada tipo de célula produz, em sua maioria, um único hormônio, exceto as células gonadotrópicas que produzem dois
hormônios.

- Identificar os diferentes tipos celulares na pars distalis requer técnicas como imunocitoquímica e microscopia eletrônica.

- Os hormônios produzidos pela hipófise têm amplas atividades fisiológicas, regulando várias outras glândulas endócrinas, a
secreção de leite e o metabolismo de músculos, ossos e tecido adiposo.

CONTROLE FUNCIONAL DA PARS DISTALIS:

- As atividades das células da pars distalis são controladas por diferentes mecanismos.

- O mecanismo principal envolve hormônios peptídicos produzidos pelo hipotálamo e armazenados na eminência mediana.

- Esses hormônios, chamados hormônios hipofisiotrópicos ou liberadores hipotalâmicos, estimulam a atividade das células da
pars distalis, sendo que dois deles inibem a liberação de hormônios nessa região.

- Os neurônios do hipotálamo têm uma posição estratégica e recebem inervação de várias partes do encéfalo, o que os torna
sensíveis a estímulos externos e internos do cérebro que podem afetar a função da hipófise.

- Um segundo mecanismo de controle ocorre devido aos hormônios produzidos por outras glândulas endócrinas, que
influenciam a liberação de peptídios da eminência mediana e a função das células da pars distalis.

PARS TUBERALIS

- É uma região em forma de funil que envolve o infundíbulo da neuro-hipófise.

- A maioria das células secreta gonadotropinas, incluindo o hormônio folículo estimulante e o hormônio luteinizante.

- Essas células são organizadas em cordões ao redor de vasos sanguíneos.

PARS INTERMEDIA

- Está localizada na porção dorsal da antiga bolsa de Rathke.

- Em humanos, é uma região rudimentar composta por cordões e folículos de células fracamente basófilas.

- Essas células contêm pequenos grânulos de secreção.

- Sua função não é conhecida.


NEURO-HIPÓFISE:

- É composta pela pars nervosa e pelo infundíbulo.

- A pars nervosa não possui células secretoras, mas é composta por cerca de 100.000 axônios não mielinizados de neurônios
secretores localizados nos núcleos supra-ópticos e paraventriculares.

- Os neurônios secretores têm características típicas de neurônios, mas possuem corpos de Nissl muito desenvolvidos
relacionados à produção de neurossecreção.

- A neurossecreção é transportada ao longo dos axônios e se acumula nas extremidades na pars nervosa, formando estruturas
conhecidas como corpos de Herring, visíveis ao microscópio de luz.

- No nível microscópico, os corpos de Herring contêm grânulos de neurossecreção com diâmetro de 100-200 nm, envoltos por
uma membrana.

- Os grânulos são liberados e seu conteúdo entra nos capilares sanguíneos fenestrados da pars nervosa, sendo distribuídos
pela circulação geral.

- A neurossecreção consiste em dois hormônios peptídicos: oxitocina e vasopressina-arginina, também chamada hormônio
antidiurético (ADH). .

- Ambos são peptídios cíclicos compostos por nove aminoácidos, com composição ligeiramente diferente resultando em
funções distintas.

- Cada hormônio (oxitocina e vasopressina) está ligado a uma proteína chamada neurofisina, formando um complexo
hormônio-neurofisina.

- Este complexo é sintetizado como um único peptídeo longo, e a liberação do hormônio ocorre por proteólise, separando-o da
neurofisina.

- A vasopressina e oxitocina são armazenadas na neuro-hipófise e liberadas por impulsos nervosos de fibras originadas do
hipotálamo.

- As fibras dos núcleos supra-ópticos estão principalmente relacionadas com a secreção de vasopressina, enquanto a maioria
das fibras dos núcleos paraventriculares está envolvida na secreção de oxitocina.

CÉLULAS DA NEURO-HIPÓFISE:

- É composta principalmente por axônios de neurônios hipotalâmicos.

- Cerca de 25% do volume da neuro-hipófise é ocupado por um tipo de célula glial altamente ramificad,a chamada pituícito.

AÇÕES DOS HORMÔNIOS DA NEURO-HIPÓFISE:

- A vasopressina, ou hormônio antidiurético, é liberada quando a pressão osmótica do sangue aumenta.

- O estímulo dos osmorreceptores no hipotálamo anterior desencadeia a secreção nos neurônios do núcleo supraóptico.

- A principal função da vasopressina é aumentar a permeabilidade dos túbulos coletores do rim à água, levando à absorção de
mais água e à produção de urina hipertônica.

- A vasopressina auxilia na regulação do equilíbrio osmótico do ambiente interno do corpo.

- Em doses elevadas, a vasopressina provoca a contração do músculo liso em vasos sanguíneos, especialmente em artérias
pequenas e arteríolas, o que eleva a pressão sanguínea.

- Não se sabe se a quantidade normal de vasopressina endógena no plasma é suficiente para ter um efeito significativo na
pressão sanguínea.

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