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Histologia Médica

Roteiro de Aulas Práticas - Continuação


UIT- Faculdade de Medicina - Roteiro de Aulas Praticas – Professora Dra. Claudia Toscano Fonseca

Lâmina 80 - Tireoide e Paratireoide (Hematoxilina-Eosina)

A tireoide é uma glândula endócrina folicular (ou vesicular) encapsulada


que apresenta, adjacente à sua cápsula posterior, massas de tecido epitelial
glandular endócrino do tipo cordonal que constituem as paratireoides.
A tireoide produz três diferentes hormônios a partir de dois tipos celulares
distintos. As células cúbicas que delimitam os folículos, denominadas tireocitos
(células principais ou células foliculares), são responsáveis pela síntese da tiroxina
(T4) e da tri-iodo-tironina (T3). Estes hormônios são estimuladores metabólicos cujo
precursor é continuamente produzido e armazenado no interior dos folículos, sob
a forma de coloide.
Entre os folículos tireoideanos podem ser vistos grupos de células com
citoplasma levemente eosinófilo contendo pequenos e claros grânulos
citoplasmáticos. Estas células são derivadas da crista neural, denominam-se
células parafoliculares (células “C” da tireoide) e secretam calcitonina, hormônio
que tem como função diminuir a calcemia, através da estimulação da síntese de
matriz óssea. Ainda entre os folículos e em torno das células parafoliculares pode-
se observar um tecido conjuntivo bastante vascularizado.
As glândulas paratireoides possuem seu parênquima formado por dois
tipos de células: as células principais e as células oxifílas dispostas em cordões
anastomosados entre os quais dispõem-se capilares fenestrados.
As células principais são maioria dentre as células parenquimatosas. São
as células produtoras do paratormônio (PTH), hormônio cuja secreção visa elevar
a calcemia através da estimulação da reabsorção óssea, de maior reabsorção
de cálcio nos túbulos renais e de maior absorção de cálcio pelo intestino. São
pequenas e o citoplasma é fracamente eosinófilo.
As células oxífilas não apresentam função esclarecida, são um pouco
maiores que as principais e apresentam o citoplasma com maior afinidade pela
eosina.

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► Focalize esta glândula com as objetivas de menor aumento, aumento médio e maior aumento,
desenhando o observado e identificando as estruturas negritadas no texto acima.

Lâminas de tireoide e paratireoide https://youtu.be/5iolA6KKyIY

Figura 01: Corte de tireoide, observado em menor aumento e corado em H.E, mostrando a cápsula de tecido
conjuntivo e inúmeros folículos tireoideanos.
Figura 02: Corte mostrando parte de uma paratireoide inserida em meio ao tecido tireoideano.
Hematoxilina-eosina, 50x.

C
C

Figura 03: Folículo tireoideano corado em H.E e visualizado em aumento de 400x. O coloide está indicado
pela letra C e as setas indicam os tireócitos.
Figura 04: Corte de tireoide, corado pela técnica da hematoxilina-eosina e observado em aumento de 400x,
onde podem ser observada as células para-foliculares ou células “C” da tireoide (C) em meio aos folículos
tireoideanos.

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Lâmina 79 – Adrenal – H.E.

Glândula endócrina de origem embrionária dupla, a adrenal é formada


por uma região cortical, de origem mesodérmica e outra medular cujas células
originam-se da crista neural.

► Focalize a lâmina no menor aumento e note a cápsula de tecido conjuntivo denso ordenado que a
reveste, e grande quantidade de tecido adiposo unilocular adjacente.

O córtex da adrenal é formado por cordões epiteliais radiais à medula,


intercalados por estritos feixes conjuntivos contendo capilares sanguíneos os quais
além das funções nutricionais usuais, recolhem os hormônios produzidos pelas
células dos cordões.
Os cordões epiteliais corticais são formados por três tipos celulares distintos
que distribuídos nas zonas corticais glomerulosa, fasciculada e reticular.
A zona glomerulosa localiza-se logo abaixo da cápsula e suas células,
cilíndricas, sintetizam mineralocorticóides.
A zona fasciculada é a mais desenvolvida das três. Suas células são
poligonais, possuem núcleo esférico e central além de numerosas gotículas
visualizadas em imagem negativa, as quais continham hormônios
glicocorticóides.
Na zona reticular, as células são menores, possuem citoplasma eosinofílico
enúcleos esféricos e basófilos. Estas células secretam andrógenos.
A região medular apresenta dois tipos celulares: as células cromafins
(secretoras de catecolaminas) e células ganglionares simpáticas que as
estimulam a secretar seus hormônios no interstício para que sejam drenados pela
rede capilar local.
► Utilize as diferentes lentes objetivas para observar as quatro regiões da glândula adrenal, as
características peculiares de cada uma delas e desenhe o observado.

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Lâminas de adrenais https://youtu.be/BwOB0SOdxGc

Prancha 11 – Sistema Endócrino - Adrenal

Tecido
Cápsula Adiposo

Medula da
Adrenal

Córtex

Zona
Zona Fasciculada
Glomerulosa

Zona
Reticular

Zona Medula da
Fasciculada Adrenal

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Lâmina 68 – Pâncreas - Hematoxilina Alúmen Crômica de Gomori

O pâncreas é classificado como uma glândula anfícrina, uma vez que apresenta
componentes endócrinos e exócrinos.

Sua cápsula emite feixes delicados que dividem-no em lóbulos, nos quais
encontram-se tanto seus componentes exócrinos quanto seus componentes endócrinos.

A porção endócrina do pâncreas é formada pelo conjunto das ilhotas


pancreáticas distribuídas por todos os seus lóbulos. As ilhotas são estruturas mais ou
menos esféricas constituídas por seis tipos celulares que secretam seus hormônios no
interior da rede capilar que a atravessa. Nesta coloração podemos observar apenas dois
tipos de suas células: as células alfa (produtoras de glucagon) coradas em rosa e as
células beta (produtoras de insulina) que são encontradas em maior quantidade,
apresentam-se coradas em roxo e distribuem-se por toda a ilhota.

A porção exócrina apresenta apenas adenômeros serosos, responsáveis pela


secreção de várias classes de enzimas digestivas tais como: lípases, proteases,
sacaridases e nucleases.

No centro dos adenômeros podem ser visualizadas células mais ou menos


cúbicas de coloração rosa pálida e com núcleo central e esférico, denominadas células
centro-acinosas.

As células centro-acinosas são as células iniciais dos ductos intercalares e junto


com as células que formam a parede dos mesmos, secretam bicarbonato que torna o
suco pancreático alcalino e auxilia a neutralizar a acidez do quimo que chega ao
duodeno.

Os ductos intercalares confluem formando os ductos excretores (o pâncreas não


apresenta ductos estriados como as glândulas salivares), os quais confluem entre si
formando ductos excretores intralobulares de calibre cada vez maior os quais deixam os
lóbulos passando a serem denominados ductos excretores extralobulares ou
interlobulares.

O ducto pancreático principal percorre a glândula medialmente, no sentido


longitudinal e recolhe a secreção dos ductos excretores extralobulares.

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1- Focalize a lâmina em menor aumento e identifique as porções endócrina e


exócrina do pâncreas.

2- Passe para o aumento médio, escolha uma ilhota pancreática e identifique as


células secretoras de insulina e de glucagon.

3- Passe para o aumento de 400x e procure observar a presença de vasos


sanguíneos entre elas.

4- Desenhe a ilhota pancreática observada.

5- Volte ao aumento médio e observe agora os adenômeros serosos. Verifique todas


as características das células serosas possíveis de serem observadas á microscopia
de luz.

6- Ainda no aumento, com auxílio do charriot, procure um adenômero onde o plano


do corte tenha possibilitado a evidenciação das células centro-acinosas.

7- Passe para o aumento de 400x e observe melhor estas células e sua relação com
as células serosas do adenômero.

8- Procure por ductos intercalares e excretores.

9- Fotografe o observado identificando as estruturas destacadas em negrito no texto


descritivo.

Lâminas pâncreas https://youtu.be/dxi2jtxpXr4

Β
PE

Figura 01 – Pâncreas – menor aumento.


Figura 02 – Ilhota pancreática, maior aumento.
Observar: Ilhotas pancreáticas (*), porção exócrina (PE), células alfa (α), Células beta (β).
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ad

dit

Figura 03 – Pâncreas - porção exócrina, maior aumento. Observar adenômeros serosos


(ad) e ductos intercalares (dit)

Lâmina 70 – Fígado - Tricrômico de Gomori

Situado no quadrante abdominal superior direito, o fígado é um órgão


metabolicamente muito ativo irrigado pela veia porta e pela artéria hepática
que penetram em seu interior em uma região levemente côncava. A partir desta
região estes vasos ramificam-se dirigindo-se para a periferia de unidades
poligonais delimitadas por delicado feixe conjuntivo denominado lóbulo
hepático.
Qualquer que seja o plano de corte realizado no fígado visualizaremos, o
parênquima hepático constituído por estas unidades poligonais que se repetem e
podem ser estudadas como unidades funcionais do fígado. Se compreendermos
o funcionamento de uma destas unidades, seremos capazes de compreender o
funcionamento do fígado como um todo.
No centro de cada lóbulo hepático, encontramos uma pequena veia,
denominada veia centro-lobular, para a qual confluem os capilares lobulares que
são do tipo sinusóides. Estes capilares dispõem-se radialmente à veia centro-
lobular e são intercalados com os cordões de hepatócitos que também são
dispostos radialmente àquela veia.
Entre os cordões de hepatócitos e os capilares sinusóides, na microscopia
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eletrônica pode ser observado um espaço que recebe o conteúdo plasmático e


fornece aos hepatócitos insumos para o seu metabolismo e onde estas células
lançam alguns de seus metabólitos. Estes espaços são denominados espaços
perissinusoidais de Disse.
Os capilares sinusóides recolhem o sangue venoso e arterial que penetra
no lóbulo hepático oriundo de ramos da veia porta e de ramos da artéria
hepática, respectivamente, os quais localizam-se na região de encontro entre os
vértices de lóbulos vizinhos denominados: espaço porta-hepático.
No espaço porta hepático a quantidade de tecido conjuntivo é um
pouco maior do que na interface dos lóbulos. Aqui podem ser encontrados
quatro elementos distintos: um ramo da artéria hepática, um ramo da veia porta,
um ducto biliar e um capilar linfático.
O ramo da veia porta supre o lóbulo hepático com aproximadamente
70% do volume sanguíneo que percorre seu interior. Os demais 30% são fornecidos
pelo ramo da artéria hepática. Os ductos biliares recolhem a bile produzida pelos
hepatócitos do lóbulo em questão e o capilar linfático, que freqüentemente é de
difícil observaao devido ao colabamento de sua parede, recolhe a linfa formada
no espaço perissinusoidal de Disse (localizado entre os capilares sinusóides e os
cordões de hepatócitos).
Dependendo da técnica empregada, mas não nesta lâmina, são
observados numerosos macrófagos fixos na parede interna dos capilares
sinusóides os quais, no fígado podem também serem denominados: células de
kupffer.
Nesta lâmina as fibras colágenas estão coradas pelo verde luz o que torna
fácil a individualização dos lóbulos hepáticos , dos espaços porta-hepáticos e da
cápsula hepática.

1- Focalize a lâmina em menor aumento e identifique a casula conjuntiva e os


lóbulos hpáticos.
2- Passe para o aumento médio, escolha uma região onde o espaço porta
esteja bem desenvolvido.

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3- Observe as veias centro-lobulares dos lóbulos vizinhos e a disposição radial


dos cordões de hepatócitos e dos capilares sinusóides, em cada lóbulo.
4- Passe para o aumento de 400x e procure identificar no espaço porta o
ramo da artéria hepática, o ramo da veia porta e o ducto biliar. Utilize seus
conhecimentos adquiridos previamente para diferenciar os vasos arterial e
venoso. O ducto biliar apresentará parede formada por epitélio cúbico
simples e luz pouco desenvolvida.
5- Ainda neste aumento, observe o interior do lóbulo. Identifique o endotélio
de revestimento dos capilares sinusóides e da veia centro-lobular. Observe
também o núcleo esférico e central dos hepatócitos. Caso a fixação não
tenha sido realizada por perfusão você poderá observar a presença de
células sanguíneas (hemácias e leucócitos) na luz dos órgãos vasculares.
6- Desenhe um conjunto de lóbulos hepáticos, destacando e identificando as
estruturas destacadas em negrito no texto descritivo.
Lâminas fígado https://youtu.be/Qwp3pzq3FFY

EP
VCL VCL

Figura 01 – lóbulos hepáticos H.E. Espaço porta-hepático (EP), veia centro lobular (VCL).

Figura 02 – lóbulo hepático H.E. Espaço porta-hepático (EP), veia centro lobular (VCL),

cordões de hepatócitos e capilares sinusóides.

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CH

CS

VCL
CH
CS

Figuras 03 e 04 – lóbulos hepáticos corados H.E., em aumentos d 400x. Veia centro lobular (VCL),
cordões de hepatócitos (CH) e capilares sinusoides (CS).

VP
D
AH B

Figuras 05 – Espaço porta-hepático H.E. Ramo da veia porta (VP), ramo da artéria hepática
(AH), Ducto biliar (DB), capilar linfático (CL).

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