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Laboratório Contábil II

Material Teórico
Livros Fiscais

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. Mauricio Fernandes Agostinho

Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Livros Fiscais

• Introdução
• Modelo Legisweb
• E-LALUR
• Infrações e Penalidades

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar os principais meios de registro das informações contábeis
e fiscais que fazem parte da rotina contábil.

ORIENTAÇÕES
Esta unidade trata dos livros fiscais e suas particularidades, é importante
acompanhar o material e ter uma visão crítica sobre cada uma dos tipos de
registro de informação, refletindo sobre a aplicação de cada um.

Nesta unidade iremos tratar:


• Introdução Livros Fiscais
• Livro de entrada
• Livro de saída
• Registro de apuração do ICMS
• Livro-caixa
• Livro-diário
• E-LALUR
UNIDADE Livros Fiscais

Contextualização
Para ficar em dia com os Fiscos federal, estadual e municipal, o contribuinte precisa
ser cuidadoso para evitar irregularidades fiscais, atendendo as leis e regulamentações.
Com a informatização da Receita Federal, da Receita Estadual e da Municipal os
controles passaram a ser cada vez mais rigorosos. (Cartilha CRCSP)

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Introdução
Livros Fiscais
O correto registro contábil e fiscal garante uma escrituração saudável e amparada
pelas normas e regras que disciplinam sobre os livros e registros contábeis e fiscais.

Oliveira (2009, p.32). Para registrar os fatos contábeis ocorridos no patrimônio e


cumprir as formalidades previstas nas legislações comerciais, tributárias, trabalhistas
e ou previdenciárias, as empresas utilizam diversos livros de escrituração que servem
de base para a manutenção de seu sistema contábil.

Livro registro de entrada


O Regulamento do ICMS/SP em seus artigos, disciplina sobre o uso do livro de
entrada e suas regras quanto à aplicação e obrigatoriedade.

Artigo 214 - O livro Registro de Entradas, modelo 1 ou 1-A, destina-se à


escrituração da entrada, a qualquer título, de mercadoria no estabelecimento ou de
serviço por este tomado.

Você sabe a diferença entre livro


modelo 1 e modelo 1-A ?
Modelo 1: Contribuintes do ICMS e
IPI simultaneamente
Modelo 1-A: Contribuintes do ICMS

§ 1º - Serão também escriturados os documentos fiscais relativos à aquisição


de mercadoria que não transitar pelo estabelecimento adquirente.

§ 2º - Os registros serão feitos por operação ou prestação, em ordem


cronológica das entradas efetivas de mercadoria no estabelecimento ou,
na hipótese do parágrafo anterior, de sua aquisição ou desembaraço
aduaneiro ou, ainda, dos serviços tomados.

§ 3º - Os registros serão feitos documento por documento, desdobrados


em tantas linhas quantas forem as alíquotas do imposto e as naturezas
das operações ou prestações, segundo o Código Fiscal de Operações e
Prestações, nas colunas próprias, conforme segue:

1 coluna “Data da Entrada”: a data da entrada efetiva da mercadoria


no estabelecimento ou a data da sua aquisição ou do desembaraço
aduaneiro na hipótese do § 1º, ou, ainda, a data da utilização do serviço;

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UNIDADE Livros Fiscais

colunas sob o título “Documento Fiscal”: a espécie, a série e


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subsérie, o número de ordem e a data da emissão do documento fiscal
correspondente à operação ou prestação, bem como o nome do emitente
e seus números de inscrição, estadual e no CNPJ; em se tratando de
Nota Fiscal emitida em decorrência de entrada de mercadoria, serão
indicados, em lugar dos dados do emitente, os do remetente;

3 coluna “Procedência”: sigla do outro Estado onde estiver localizado o


estabelecimento emitente;

4 coluna “Valor Contábil”: o valor total constante no documento fiscal;

5 colunas sob o título “Codificação”:

a) 
coluna “Código Contábil”: o mesmo código que o contribuinte,
eventualmente, utilizar no seu plano de contas contábil;

b) coluna “Código Fiscal”: o Código Fiscal de Operações e Prestações;

6 colunas sob os títulos “ICMS – Valores Fiscais” e “Operações ou


Prestações com Crédito de Imposto”:

a) coluna “Base de Cálculo”: o valor sobre o qual incidir o imposto;

b) coluna “Alíquota”: a alíquota do imposto aplicada sobre a base de


cálculo referida na alínea anterior;

c) coluna “Imposto Creditado”: o valor do imposto creditado;

7 colunas sob os títulos “ICMS - Valores Fiscais” e “Operações ou


Prestações sem Crédito do Imposto”:

a) coluna “Isenta ou Não Tributada”: o valor da operação ou prestação,


deduzida a parcela do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, se
consignada no documento fiscal, quando se tratar de mercadoria ou
serviço cuja saída ou prestação tiver sido beneficiada com isenção ou
estiver amparada por não incidência, bem como, ocorrendo a hipótese,
o valor da parcela correspondente à redução da base de cálculo;

b) coluna “Outras”: o valor da operação ou prestação, deduzida a


parcela do IPI, se consignada no documento fiscal, quando se tratar
de entrada de mercadoria ou de serviço tomado que não confira ao
estabelecimento destinatário ou ao tomador do serviço crédito do
imposto, ou quando se tratar de entrada de mercadoria ou de serviço
tomado sem lançamento do imposto por ocasião da respectiva saída
ou prestação, por ter sido atribuída a outra pessoa a responsabilidade
pelo seu pagamento;

colunas sob os títulos “IPI - Valores Fiscais” e “Operações com


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Crédito do Imposto”:

a) coluna “Base de Cálculo”: o valor sobre o qual incidir o IPI;

b) coluna “Imposto Creditado”: o valor do imposto creditado;

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9 colunas sob os títulos “IPI - Valores Fiscais” e “Operações sem
Crédito do Imposto”:

a) coluna “Isenta ou Não Tributada”: o valor da operação, quando


se tratar de entrada de mercadoria cuja saída do estabelecimento
remetente tiver sido beneficiada com isenção do IPI ou estiver amparada
por não incidência, bem como o valor da parcela correspondente à
redução da base de cálculo, quando for o caso;

b) coluna “Outras”: o valor da operação, deduzida a parcela do IPI,


se consignada no documento fiscal, quando se tratar de entrada de
mercadoria que não confira ao estabelecimento destinatário crédito
do IPI ou quando se tratar de entrada de mercadoria, cuja saída do
estabelecimento remetente tiver sido beneficiada com suspensão do
recolhimento do IPI;

10 coluna “Observações”: informações diversas.

Livro de saída
O Regulamento do ICMS/SP em seus artigos, disciplina sobre o uso do livro de
saída e suas regras quanto à aplicação e obrigatoriedade.

Artigo 215 - O livro Registro de Saídas, modelo 2 ou 2-A, destina-se à


escrituração da saída de mercadoria, a qualquer título, ou da prestação de serviço.
§ 1º - Será também escriturado o documento fiscal relativo à transmissão
de propriedade de mercadoria que não transitar pelo estabelecimento.

§ 2º - Os registros serão feitos em ordem cronológica, segundo as


datas de emissão dos documentos fiscais, pelos totais diários, com
desdobramento em tantas linhas quantas forem as alíquotas aplicadas às
operações ou prestações de mesma natureza, de acordo com o Código
Fiscal de Operações e Prestações, sendo permitido o registro conjunto
dos documentos de numeração seguida da mesma série e subsérie.

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UNIDADE Livros Fiscais

§ 3º - Os registros serão feitos nas colunas próprias, conforme segue:

1 colunas sob o título “Documento Fiscal”: a espécie, a série e subsérie,


os números de ordem, inicial e final, e a data da emissão dos
documentos fiscais;

2 
coluna “Valor Contábil”: o valor total constante nos documentos
fiscais;

3 colunas sob o título “Codificação”:

a) 
coluna “Código Contábil”: o mesmo código que o contribuinte,
eventualmente, utilizar no seu plano de contas contábil;

b) coluna “Código Fiscal”: o Código Fiscal de Operações e Prestações;

4 
colunas sob os títulos “ICMS – Valores Fiscais” e “Operações ou
Prestações com Débito do Imposto”:

a) coluna “Base de Cálculo”: o valor sobre o qual incidir o imposto;

b) coluna “Alíquota”: a alíquota do imposto aplicada sobre a base de


cálculo referida na alínea anterior;

c) coluna “Imposto Debitado”: o valor do imposto debitado;

5 
colunas sob os títulos “ICMS - Valores Fiscais” e “Operações ou
Prestações sem Débito do Imposto”:

a) coluna “Isenta ou Não Tributada”: o valor da operação ou prestação,


deduzida a parcela do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI –,
se consignada no documento fiscal, quando se tratar de mercadoria
ou serviço cuja saída ou prestação tiver sido beneficiada com isenção
ou amparada por não incidência, bem como, ocorrendo a hipótese, o
valor da parcela correspondente à redução da base de cálculo;

b) 
coluna “Outras”: o valor da operação ou prestação, deduzida a
parcela do IPI, se consignada no documento fiscal, quando se tratar
de mercadoria ou serviço cuja saída ou prestação tiver sido efetivada
sem lançamento do imposto, por ter sido atribuída a outra pessoa a
responsabilidade pelo seu pagamento;

6 colunas sob os títulos “IPI – Valores Fiscais” e “Operações com Débito


do Imposto”:

a) coluna “Base de Cálculo”: o valor sobre o qual incidir o IPI;

b) coluna “Imposto Debitado”: o valor do imposto debitado;

7 colunas sob os títulos “IPI – Valores Fiscais” e “Operações sem Débito


do Imposto”:

a) coluna “Isenta ou Não Tributada”: o valor da operação, quando se


tratar de mercadoria cuja saída tiver sido beneficiada com isenção

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do IPI ou amparada por imunidade ou não incidência, bem como,
ocorrendo a hipótese, o valor da parcela correspondente à redução
da base de cálculo;

b) coluna “Outras”: o valor da operação, deduzida a parcela do IPI, se


consignada no documento fiscal, quando se tratar de mercadoria cuja
saída do estabelecimento tiver sido beneficiada com suspensão do
recolhimento daquele imposto;

8 coluna “Observações”: informações diversas.

Livro registro de apuração do ICMS


Artigo 223 - O livro Registro de Apuração do ICMS, modelo 9, destina-se a
anotar os totais dos valores contábeis e os dos valores fiscais, relativos ao imposto,
das operações de entrada e de saída e das prestações recebidas e realizadas,
extraídos dos livros próprios e agrupados segundo o Código Fiscal de Operações
e Prestações.
§ 1º - No livro a que se refere este artigo serão registrados, também, os
débitos e os créditos fiscais, a apuração dos saldos e os dados relativos às
guias de informação e às guias de recolhimento do imposto.

§ 2º - A escrituração do livro será feita no final do período de apuração


do imposto.

Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços


Explor

• Competência Estadual
• Em SP – Decreto 44.590/00 (Regulamento do ICMS)
Incidência: Qualquer operação em que ocorra:
• Circulação de Mercadorias
• Prestação de Serviços de Transportes,
• Prestação de Serviços de Comunicação,
• Importação de Mercadorias.

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UNIDADE Livros Fiscais

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Livro-caixa
Nele, será lançada toda a movimentação da empresa de uma forma simplificada,
contemplando todas as receitas, custos e despesas do período. Como próprio
nome diz, serão lançadas conta a conta caixa, ou equivalente, as movimentações
que geraram entrada e saídas de recursos da empresa.

Esse tipo de registro simplificado pode ser adotado para as pequenas empresas,
como uma forma desburocratizada de registrar sua movimentação.

Importante! Importante!

Nem todas as empresas podem adotar o livro-caixa como única forma de registrar sua
movimentação contábil e fiscal.

Nota LegisWeb:
Sem a pretensão de examinar, aqui, as normas fiscais previstas para as ME e
EPP, cabe acrescentar que, em dispositivos inseridos no Capítulo que cuida do
Simples Nacional (arts. 26 e 27, com as alterações da LC nº 128/2008 ), a LC nº
123/2006 estabelece que:
a) os empreendedores individuais, na forma estabelecida em ato do
Comitê Gestor, farão a comprovação da receita bruta, mediante
apresentação do registro de vendas ou de prestação de serviços,

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UNIDADE Livros Fiscais

ficando dispensados da emissão do documento fiscal de venda, ou


prestação de serviço, ressalvadas as hipóteses de emissão obrigatória
previstas pelo referido Comitê;

b) 
as demais microempresas e as empresas de pequeno porte
ficam obrigadas a manter livro-caixa em que será escriturada sua
movimentação financeira e bancária;

c) 
as microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo
Simples Nacional poderão, opcionalmente, adotar “contabilidade
simplificada” para os registros e controles das operações realizadas;

d) na hipótese da letra “a”:

d.1) 
deverão ser anexados ao registro de vendas ou de prestação
de serviços, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor, os
documentos fiscais comprobatórios das entradas de mercadorias
e serviços tomados referentes ao período, bem como os
documentos fiscais relativos às operações ou prestações realizadas
eventualmente emitidos;

d.2) será obrigatória a emissão de documento fiscal nas vendas e nas


prestações de serviços realizadas pelo empreendedor individual
para destinatário cadastrado no CNPJ, ficando dispensado desta
emissão para o consumidor final.

Livro-diário
Deverá ser escriturado neste livro toda a movimentação da empresa, de forma
detalhada, demonstrado o devido lançamento contendo a conta a débito e crédito
que represente o fato a ser registrado, deverá conter no lançamento a data do
evento, o devido valor e histórico que descreva o fato.

A escrituração deve ser:


a) em idioma e moeda corrente nacionais;
b) em forma contábil;
c) em ordem cronológica de dia, mês e ano;
d) sem espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou emendas;
e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em
elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis.

A escrituração do diário poderá ocorrer em papel ou de forma eletrônica (o que


é mais comum atualmente). O livro será acompanhado de Termo de abertura e
Termo de encerramento.

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Modelo Legisweb
Os Termos de Abertura e de Encerramento serão datados e assinados pelo
empresário, administrador de sociedade empresária ou procurador e por contabilista
legalmente habilitado, com indicação do número de sua inscrição no Conselho
Regional de Contabilidade – CRC.

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UNIDADE Livros Fiscais

Em se tratando de livro digital, esse deve ser assinado por contabilista legalmente
habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária, conforme LECD, com
certificado digital, de segurança mínima tipo A3, emitido por entidade credenciada
pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), antes de ser submetido
à autenticação pelas Juntas Comerciais.

Lavrados os Termos de Abertura e de Encerramento, os instrumentos de


escrituração dos empresários e das sociedades empresárias, de caráter obrigatório,
salvo disposição especial de lei, deverão ser submetidos à autenticação pela
Junta Comercial.

O livro gerado de forma digital deve observar as regras contidas no Manual


de Orientação do Leiaute da Escrituração Contábil Digital, e ser transmitido pelo
programa validador e assinador (PVA).

E-LALUR
Este registro é próprio para quem está enquadrado no regime de apuração do
Lucro Real.

Para Oliveira (2009, p. 101), de acordo com a legislação em vigor, Lucro


Real é conceituado com sendo o resultado contábil líquido antes do IRPJ e da
CSLL, transcrito em livro próprio – denominado Livro de Apuração do Lucro
Real (LALUR) –, ajustado pelas adições, exclusões e compensações prescritas ou
autorizadas pela legislação do imposto de renda. Concorda Oliveira et al. (2010, p.
330), lucro real é o lucro líquido do exercício, ajustado pelas adições, exclusões ou
compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária.

No Regulamento do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas, estão previstas as adições e


Explor

exclusões permitidas (Artigos 249 e 250). Não deixe de dar uma olhada nestes artigos.

De acordo com o art. 247 do RIR/1999, lucro real é o lucro líquido do período
de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou
autorizadas pela legislação fiscal. A determinação do lucro real será precedida
da apuração do lucro líquido de cada período de apuração com observância
das leis comerciais.

A escrituração do LALUR serve para distinguir a escrituração comercial da


escrituração fiscal, é obrigatória para a comprovação do Lucro Real. O Livro é
dividido em duas partes, a saber:

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• Parte A: Destinada aos lançamentos de ajuste do lucro líquido do período
(adições, exclusões e compensações);
• Parte B: Destinada exclusivamente ao controle dos valores que não constem
na escrituração comercial, mas que devam influenciar a determinação do lucro
real em períodos futuros. Exemplo: compensações, diferenças temporais etc.

Importante! Importante!

Modelo em formulário foi substituído pelo digital, conforme lei 12.973/2014

O lucro real será determinado a partir do lucro líquido do período de apuração,


obtido na escrituração comercial (antes da provisão para o imposto de renda) e
demonstrado no Lalur, observando-se que:
1. Serão adicionados ao lucro líquido:
a) os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer
outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com
a legislação tributária, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real
(exemplos: resultados negativos de 3 – equivalências patrimoniais, custos
e despesas não dedutíveis);
b) os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos
na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária,
devam ser computados na determinação do lucro real (exemplos: ajustes
decorrentes da aplicação dos métodos dos preços de transferência, lucros
auferidos por controladas e coligadas domiciliadas no exterior);
2. Poderão ser excluídos do lucro líquido:
a) os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação tributária e que
não tenham sido computados na apuração do lucro líquido do período de
apuração (exemplo: depreciação acelerada incentivada);
b) os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na
apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, não
sejam computados na determinação do lucro real (exemplos: resultados
positivos de equivalência patrimonial, dividendos);
3. poderão ser compensados, total ou parcialmente, à opção do contribuinte,
os prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores, desde que observado
o limite máximo de trinta por cento do lucro líquido ajustado pelas adições
e exclusões previstas na legislação tributária. O prejuízo compensável é o
apurado na demonstração do lucro real de períodos anteriores e registrado
no Lalur (Parte B).

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UNIDADE Livros Fiscais

(Comentário CRCSP) A Lei 12.973/2014 alterou o artigo 7º do Decreto-Lei


n o 1.598, de 26/12/1977, o qual define que o lucro real será determinado
com base na escrituração que o contribuinte deve manter, com observância das
leis comerciais e fiscais. A escrituração prevista deverá ser entregue em meio
digital ao Sistema Público de Escrituração Digital – SPED.

O E-LALUR é apresentação no formato digital do que era entregue via “formulário” chamado
Explor

antes de LALUR.

CRCSP Livro de apuração do Lucro Real, que será entregue em meio digital, e
no qual:
a) Serão lançados os ajustes do lucro líquido do exercício;
b) Será transcrita a demonstração do Lucro Real e a apuração do Imposto sobre
a Renda;
c) Serão mantidos os registros de controle de prejuízos a compensar em
exercícios subsequentes, de depreciação acelerada, de exaustão mineral com
base na receita bruta, de exclusão por investimento das pessoas jurídicas
que explorem atividades agrícolas ou pastoris e de outros valores que devam
influenciar a determinação do lucro real de exercício futuro e não constem
de escrituração comercial.

Das penalidades

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Infrações e Penalidades
“Art. 8o-A Lei 12.973. O sujeito passivo que deixar de apresentar o
livro de que trata o inciso I do caput do art. 8o, nos prazos fixados no
ato normativo a que se refere o seu § 3o, ou que o apresentar com
inexatidões, incorreções ou omissões, fica sujeito às seguintes multas:

I - equivalente a 0,25% (vinte e cinco centésimos por cento), por mês-


calendário ou fração, do lucro líquido antes do Imposto de Renda da
pessoa jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, no
período a que se refere a apuração, limitada a 10% (dez por cento)
relativamente às pessoas jurídicas que deixarem de apresentar ou
apresentarem em atraso o livro; e

II - 3% (três por cento), não inferior a R$ 100,00 (cem reais), do valor


omitido, inexato ou incorreto.

§ 1o A multa de que trata o inciso I do caput será limitada em:

I - R$ 100.000,00 (cem mil reais) para as pessoas jurídicas que no ano-


calendário anterior tiverem auferido receita bruta total, igual ou inferior a
R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais);

II - R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) para as pessoas jurídicas que


não se enquadrarem na hipótese de que trata o inciso I deste parágrafo.

§ 2o A multa de que trata o inciso I do caput será reduzida:

I - em 90% (noventa por cento), quando o livro for apresentado em até 30


(trinta) dias após o prazo;

II - em 75% (setenta e cinco por cento), quando o livro for apresentado


em até 60 (sessenta) dias após o prazo;

III - à metade, quando o livro for apresentado depois do prazo, mas antes
de qualquer procedimento de ofício; e

IV - em 25% (vinte e cinco por cento), se houver a apresentação do livro


no prazo fixado em intimação.

§ 3o A multa de que trata o inciso II do caput:

I - não será devida se o sujeito passivo corrigir as inexatidões, incorreções


ou omissões antes de iniciado qualquer procedimento de ofício; e

II - será reduzida em 50% (cinquenta por cento) se forem corrigidas as


inexatidões, incorreções ou omissões no prazo fixado em intimação.

§ 4o Quando não houver lucro líquido, antes do Imposto de Renda


e da Contribuição Social, no período de apuração a que se refere a
escrituração, deverá ser utilizado o lucro líquido, antes do Imposto

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UNIDADE Livros Fiscais

de Renda e da Contribuição Social do último período de apuração


informado, atualizado pela taxa referencial do Sistema Especial de
Liquidação e de Custódia - Selic, até o termo final de encerramento do
período a que se refere a escrituração.

§ 5o Sem prejuízo das penalidades previstas neste artigo, aplica-se o


disposto no art. 47 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995, à pessoa
jurídica que não escriturar o livro de que trata o inciso I do caput do art.
8o da presente Lei de acordo com as disposições da legislação tributária.”

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Escrituração Contábil Fiscal (ECF) substitui a DIPJ (a partir de 2015)
A Escrituração Contábil Fiscal (ECF) substitui a DIPJ a partir desse ano. A ECF deve
ser entregue até 30 de setembro do ano posterior ao do período da escrituração no
ambiente do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). Na prática, esse será o
primeiro ano em que a entrega da DIPJ não será mais exigida.
http://goo.gl/hRZUjM

Leitura
LEI 12.973/14 - Alterações IRPJ, PIS/PASEP, COFINS, CSLL
Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo.
http://goo.gl/60cw5V

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UNIDADE Livros Fiscais

Referências
OLIVEIRA, Gustavo Pedro. Contabilidade Tributária. 3.ed. São Paulo, Saraiva: 2009.

OLIVEIRA, Martins et al. Manual de Contabilidade Tributária: textos e testes


com as respostas. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

LEI Nº 12.973, DE 13 MAIO DE 2014. Altera a legislação tributária federal


relativa ao IRPJ, à CSLL, à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins; revoga o
Regime Tributário de Transição – RTT.

LEGISWEB. Livro-diário: Formalidades da Escrituração. São Paulo, 2015.

REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA. IRPJ – Lucro real. São Paulo.


Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3000.htm.
Acesso em 17 abr. 2016.

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