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Contábil II
Material Teórico
Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Demonstração do Resultado
do Exercício – DRE
• Introdução
• Patrimônio X Resultado
• Receitas
• Custos
• Despesas
• Apresentação da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
• Objetivo da Demonstração do Resultado
do Exercício – DRE
• Lei 6.404/76 e a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
• Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
• Exercício Exemplo
• Considerações Finais
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· O objetivo desta Unidade é prover o aluno de conhecimentos para
a montagem do demonstrativo contábil Demonstração do Resultado
do Exercício - DRE, a partir do Balancete de Verificação.
ORIENTAÇÕES
Olá, aluno(a)!
Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra no ambiente mais interativo
possível, na pasta de atividades, você também encontrará as atividades de
Avaliação, uma Atividade Reflexiva e a videoaula.
Contextualização
Com base nas operações realizadas pela Empresa, foram feitos os Lançamentos
Contábeis. Para cada conta representativa dos elementos patrimoniais e de resultado
dos Lançamentos Contábeis efetuados, foi aberto um Razonete. Esse Razonete
recebeu os valores de todas as operações que, de alguma maneira, modificaram,
alteraram o saldo daquela conta, daquele elemento patrimonial ou do resultado.
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Introdução
Ao falar que a Contabilidade é a Linguagem dos Negócios, surge uma pergunta:
o que quer dizer “Negócios”? O que será que envolve esse termo “Negócios”?
Como podemos visualizar esse conceito?
Num segundo momento, pensa-se que, para por em prática esse objetivo,
o que será preciso, ou seja, o que será necessário ter e fazer para viabilizar ou
operacionalizar esse negócio?
Embora se fale nesse objetivo e no que será preciso para colocá-lo em prática,
antes de tudo, será necessário que exista uma fase preliminar, uma fase na qual seja
alicerçado todo o negócio.
Traduzindo a ideia apresentada para uma linguagem contábil, podemos dizer que
esse negócio concebido pelos seus idealizadores representa a Empresa formada,
a entidade sonhada pelos seus sócios/acionistas. O objetivo do negócio pode ser
traduzido como a Atividade Operacional para a qual a Empresa foi constituída, foi
formada, foi aberta.
Um exemplo pode ajudar na explanação dessa ideia: vamos imaginar que dois
amigos resolvem abrir um negócio, uma loja de peças para automóveis. Já definida
a atividade operacional da Empresa, começam a surgir algumas perguntas
relacionadas à operacionalidade do negócio:
• Onde comprar as peças para vender na loja?;
• Em qual lugar abrir a loja?;
• Como montar a estrutura da loja?;
• Onde comprar a estrutura da loja?;
• Quais os controles que serão necessários para o negócio?
Olha só! Todas essas perguntas antecedem o negócio, a operacionalização do
negócio, ou seja, antes de começar a vender as peças, propriamente ditas, os dois
amigos já estão pensando em tudo que irão precisar, da base que vão precisar para
poder viabilizar o negócio; nesse momento, eles já estão vislumbrando um alicerce!!!
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UNIDADE Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
Patrimônio X Resultado
Toda essa contextualização é para mostrar que uma Empresa começa pelo
patrimônio, para, posteriormente, dar início à atividade operacional, ou seja,
primeiro teremos um Balanço Patrimonial para depois termos uma Demonstração
do Resultado do Exercício – DRE, ou melhor, primeiro começamos pelos
ensinamentos de um Balancete de Verificação com contas patrimoniais, para,
posteriormente, falar que um Balancete de Verificação pode ter, também, contas
de resultado.
Receitas
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“Os ganhos derivantes da venda ou troca de ativos (excluindo ações), juros
e dividendos ganhos em investimentos e outros acréscimos de patrimônio
líquido, exceto os derivantes de contribuições de capital e de ajustes de
capital deveriam ser incluídos na receita” (AICPA, apud Iudícibus, 2015).
Venda de Ativo
· Venda de mercadorias de estoque
· Venda de bens do ativo
Aumento de Ativo
· Rendimento de Aplicação Financeira
· Atualização (positiva) de um Ativo (direito a receber)
· Ganho na atualização de um Ativo (Equivalência Patrimonial)
Diminuição de Passivo
· Atualização (negativa) de um Passivo (obrigações a pagar)
Custos
Os custos se caracterizam pela baixa de um ativo (por ocasião da sua saída física)
com o correspondente registro no resultado, no momento do seu confronto (custo)
com a receita gerada pela venda de um bem.
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UNIDADE Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
Assim sendo, podemos ter os seguintes itens a serem registrados como Custo,
no resultado:
Despesas
Do ponto de vista da Teoria da Contabilidade, uma despesa representa a
diminuição do PL, seja sua contrapartida pelo aumento do passivo, seja pela
diminuição do ativo, a saber:
Diminuição de Ativo
·· Atualização (negativa) de um Ativo (direito a receber)
·· Perda na atualização de um Ativo (Equivalência Patrimonial)
Aumento de Passivo
·· Atualização (positiva) de um Passivo (obrigações a pagar)
·· Registro/reconhecimento de uma despesa (*)
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Apresentação da Demonstração
do Resultado do Exercício – DRE
No processo de montagem da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE,
de forma semelhante à montagem do Balanço Patrimonial, nosso ponto de partida
será o Balancete de Verificação de duas colunas, por apresentar os saldos finais,
a débito e a crédito, das contas de resultado. Diferentemente da montagem do
Balanço Patrimonial, a montagem da Demonstração do Resultado do Exercício –
DRE possui algumas características específicas, a saber:
· A apresentação da DRE é na forma dedutiva;
· A apresentação da DRE será numa única coluna.
Objetivo da Demonstração do
Resultado do Exercício – DRE
“Demonstração do Resultado do Exercício Explicação de como apuram-se
os diversos lucros: Lucro Bruto, Lucro Operacional, Ebitda, Lucro Líquido
etc.” (MARION, 2015).
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UNIDADE Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
Importante! Importante!
Nossa referência legal será o capítulo XV da Lei 6.404/76, intitulada Lei das
Sociedades por Ações, que trata das Demonstrações Financeiras, para, então,
analisar o Art. 187, seção V da referida Lei, que trata do detalhamento na
apresentação da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE:
Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
SEÇÃO V
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IV - o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
Considerando-se o Artigo em questão e seus Incisos (I, II, III, IV, V e VI), podemos
dividir a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE em blocos:
1º bloco
(...)
(–) abatimentos
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UNIDADE Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
Lucro Bruto
2º bloco
(...)
Partindo do último subtotal apurado, Lucro Bruto, são feitas as deduções das
despesas, intituladas Despesas Operacionais (vendas, administrativas e financeiras),
para, então, apurar-se um novo subtotal, denominado Resultado Operacional,
ou então, conforme as circunstâncias, especificá-lo como Lucro Operacional ou
Prejuízo Operacional. A partir deste último, será apurado um novo subtotal, agora
considerando-se (somando ou subtraindo) os itens relacionados à atividade geral.
Esse novo subtotal será chamado de Resultado do Exercício antes dos tributos
sobre o Lucro ou mais comumente denominado Lucro antes do Imposto de Renda,
cuja abreviação se dá pela sigla LAIR.
Lucro Bruto
- de vendas (comerciais)
- administrativas
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(=) Lucro antes do Imposto de Renda
(...)
Nesse terceiro bloco, vamos mostrar o resultado antes e depois dos tributos
sobre o lucro, o Imposto de Renda e a Contribuição Social. Partindo do Resultado
do Exercício antes do Imposto sobre a Renda, haverá a dedução da provisão para
tal imposto, para se chegar ao Resultado antes das Participações, rubrica essa que,
embora não conste no texto da Lei, é costume se evidenciar.
(...)
(...)
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UNIDADE Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
Estrutura da Demonstração
do Resultado do Exercício – DRE
De acordo com o Art. 187 da Lei 6.404/76, a estrutura da DRE é:
(–) abatimentos
Lucro Bruto
- de vendas (comerciais)
- administrativas
- resultado financeiro
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Exercício Exemplo
Para que possamos montar uma DRE, partiremos do seguinte Balancete de
Verificação:
Balancete de Verificação
Saldos
Contas
A débito A crédito
Abatimentos 1.100
C.M.V. (Custo das Mercadorias Vendidas 14.000
Desp. com Depreciação 1.250
Despesa com C.O.F.I.N.S. 3.800
Despesa com Contribuição Social 1.200
Despesa com I.C.M.S. 9.000
Despesa com Imposto de Renda 1.800
Despesa com P.I.S. 825
Despesas com Comissões de Vendas 700
Despesas com Juros 800
Despesas com Material de Escritório 450
Despesas com Material de Limpeza 300
Despesas com Salários - Administração 3.500
Despesas com Salários - Vendas 1.600
Participação a Funcionários 2.500
Participação a Partes Beneficiárias 1.500
Receita de Vendas 50.000
Receitas de Aplicação Financeira 600
Vendas Canceladas 1.275
Total Geral 45.600 50.600
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UNIDADE Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
Balancete de Verificação
Saldos
Contas
A débito A crédito
Abatimentos 1.100 1o Bloco
C.M.V. (Custo das Mercadorias Vendidas 14.000 1o Bloco
Desp. com Depreciação 1.250 2o Bloco
Despesa com C.O.F.I.N.S. 3.800 1o Bloco
Despesa com Contribuição Social 1.200 3o Bloco
Despesa com I.C.M.S. 9.000 1o Bloco
Despesa com Imposto de Renda 1.800 3o Bloco
Despesa com P.I.S. 825 1o Bloco
Despesas com Comissões de Vendas 700 2o Bloco
Despesas com Juros 800 2o Bloco
Despesas com Material de Escritório 450 2o Bloco
Despesas com Material de Limpeza 300 2o Bloco
Despesas com Salários - Administração 3.500 2o Bloco
Despesas com Salários - Vendas 1.600 2o Bloco
Participação a Funcionários 2.500 4o Bloco
Participação a Partes Beneficiárias 1.500 4o Bloco
Receita de Vendas 50.000 1o Bloco
Receitas de Aplicação Financeira 600 2o Bloco
Vendas Canceladas 1.275 1o Bloco
Total Geral 45.600 50.600
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Balancete de Verificação
Saldos
Contas
A débito A crédito
Abatimentos 1.100 1o Bloco
C.M.V. (Custo das Mercadorias Vendidas 14.000 1o Bloco
Despesa com C.O.F.I.N.S. 3.800 1o Bloco
Despesa com I.C.M.S. 9.000 1o Bloco
Despesa com P.I.S. 825 1o Bloco
Receita de Vendas 50.000 1o Bloco
Vendas Canceladas 1.275 1o Bloco
Despesa com Depreciação 1.250 2o Bloco
Despesas com Comissões de Vendas 700 2o Bloco
Despesas com Juros 800 2o Bloco
Despesas com Material de Escritório 450 2o Bloco
Despesas com Material de Limpeza 300 2o Bloco
Despesas com Salários - Administração 3.500 2o Bloco
Despesas com Salários - Vendas 1.600 2o Bloco
Receitas de Aplicação Financeira 600 2o Bloco
Despesa com Contribuição Social 1.200 3o Bloco
Despesa com Imposto de Renda 1.800 3o Bloco
Participação dos Funcionários 2.500 4o Bloco
Participação a Partes Beneficiárias 1.500 4o Bloco
Total Geral 45.600 50.600
As contas identificadas como primeiro bloco são aquelas que estão relacionadas
diretamente à atividade operacional.
São elas:
Saldos
Contas
A débito A crédito
Abatimentos 1.100 1o Bloco
C.M.V. (Custo das Mercadorias Vendidas 14.000 1o Bloco
Despesa com C.O.F.I.N.S. 3.800 1o Bloco
Despesa com I.C.M.S. 9.000 1o Bloco
Despesa com P.I.S. 825 1o Bloco
Receita de Vendas 50.000 1o Bloco
Vendas Canceladas 1.275 1o Bloco
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UNIDADE Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
Começamos pela conta Receita de Vendas, que foi alocada na rubrica Receita
Bruta de Vendas; depois foram alocadas as contas que representam o conjunto
denominado “Deduções da Receita Bruta” que são: tributos incidentes sobre as
vendas, nas quais foram discriminados esses tributos, totalizando-os no título;
a rubrica indicada como modelo (devoluções de vendas) foi substituída pela
conta semelhante, vendas canceladas e, por último, a conta de abatimentos foi
devidamente alocada à estrutura. Nesse momento, apura-se o 1º subtotal, Receita
Líquida de Vendas, para, posteriormente, efetuar a dedução da conta Custo das
Mercadorias Vendidas e, então, apurar um 2º subtotal, o Lucro Bruto. Vale lembrar
que, para apurar o 2º subtotal, parte-se do 1º subtotal e se efetua a subtração.
Saldos
Contas
A débito A crédito
Despesa com Depreciação 1.250 2o Bloco
Despesas com Comissões de Vendas 700 2o Bloco
Despesas com Juros 800 2o Bloco
Despesas com Material de Escritório 450 2o Bloco
Despesas com Material de Limpeza 300 2o Bloco
Despesas com Salários - Administração 3.500 2o Bloco
Despesas com Salários - Vendas 1.600 2o Bloco
Receitas de Aplicação Financeira 600 2o Bloco
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As Despesas Operacionais são divididas em Despesas de Vendas, Administrativas
e Resultado Financeiro (resultado entre Receitas Financeiras e Despesas Financeiras);
então, devemos classificar as contas do 2º bloco por tipo de despesa operacional:
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UNIDADE Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
- de vendas (comerciais)...................(2.300)
- administrativas................................(5.500)
- de vendas (comerciais)...................(2.300)
- administrativas..............................(5.500)
- resultado financeiro.......................(200)
Saldos
Contas
A débito A crédito
Despesa com Contribuição Social 1.200 3o Bloco
Despesa com Imposto de Renda 1.800 3o Bloco
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Lucro antes do Imposto de Renda.......................... 12.000
Saldos
Contas
A débito A crédito
Participação dos Funcionários 2.500 4o Bloco
Participação a Partes Beneficiárias 1.500 4o Bloco
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UNIDADE Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
- administrativas....................................................(5.500)
Considerações Finais
·· A apresentação da DRE ocorreu de forma dedutiva, partindo da Receita
Bruta de Vendas, deduzindo o custo e as despesas e somando a receita,
quando verificada, para, finalmente, chegar-se ao resultado econômico final
da empresa, o Lucro Líquido do Exercício;
·· Esse processo de dedutibilidade foi possível pois o custo e as despesas foram
apresentadas entre parênteses, indicando a redução deles;
·· Apenas para confirmar, a diferença entre a somatória dos saldos a débito e a
somatória dos saldos a crédito é de R$ 5.000, exatamente o valor do Lucro
Líquido do Exercício, demonstrando, assim, o resultado do confronto das
receitas, do custo e das despesas.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Contabilidade Empresarial
A seguir, algumas referências que tratam do assunto visto nesta Unidade:
1MARION, J. C. Contabilidade Empresarial. 17.ed. São Paulo: Atlas, 2015.
(e-book).
https://goo.gl/G9qQ6b
Contabilidade Societária
SANTOS, J. C. dos; SCHMIDT, P. Contabilidade Societária. 5.ed. São Paulo: Atlas,
2015. (e-book).
https://goo.gl/CwAUt5
Manual de Contabilidade Societária
MARTINS, E. et al. Manual de Contabilidade Societária. 2.ed. São Paulo: Atlas,
2013. (e-book).
https://goo.gl/orWUiW
Contabilidade comercial: atualizado conforme Lei nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09
IUDÍCIBUS, S.; MARION, J. C Contabilidade comercial: atualizado conforme Lei nº
11.638/07 e Lei nº 11.941/09. 10.ed. São Paulo: Atlas, 2016. (e-book).
https://goo.gl/m1jlPD
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UNIDADE Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
Referências
BRASIL. Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades
por Ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L6404consol.htm>. Acesso em: 30 set. 2016.
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