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WILKSON FREITAS

DATA: 04/03/22
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL 1

PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO

Um dos principais atores envolvidos na intervenção no espaço, o Estado, é também


investidor, pois capta grandes volumes de recursos (fundos públicos – passíveis de utilização
para enfrentar problemas urbanos), além de ser regulador por estabelecer normas e leis, que são
a instância do direito. A essência primordial é o conflito tendo como objeto a urbanização, os
processos da questão fundiária como desapropriação e cessão de terras fazem parte do dever
público para proporcionar o acesso a moradia.

Os movimentos sociais dos anos 1980, que questionam a legalidade urbanística e


impulsionam a Reforma Urbana, trazem à toma a politização da Questão urbana, onde a questão
principal era a legislação urbanística. Durante o Regime Militar as reformas foram abortadas,
nos anos 80 os movimentos sociais retomam a pauta das reformas e conseguem incluir diretrizes
de política na Constituição de 1988 cuja regulamentação demorou a acontecer, mas houve
pressão popular pelo Movimento Nacional da Reforma Urbana. Esta reforma tinha como
objetivo coibir a especulação imobiliária, reduzir o nível de disparidade socioeconômico, bem
como democratizar o mais possível o planejamento e a gestão do espaço e para atingir esses
objetivos seriam necessários instrumentos de planejamento e de gestão adequados a realidade
local.

O Estatuto da Cidade permite às prefeituras municipais agir com mais eficiência na


execução de uma política urbana que ordene esse pleno desenvolvimento da cidade. Esse
estatuto objetiva garantir o direito à cidade, a gestão democrática e o direito à moradia digna e
tinha como foco a função social da cidade e da propriedade urbana prevalecendo os interesses
coletivos acima do individual. Dentre as principais diretrizes encontram-se: proteção,
preservação e recuperação do patrimônio natural e construído; cooperação entre governo e
sociedade civil no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social; integração e
complementariedade entre atividades urbanas e rurais; simplificação da legislação de
parcelamento, uso e ocupação do solo; adoção de padrões de produção e consumo de bens e
serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social
e econômica. Dentre os instrumentos tem-se algumas categorias: os que aumentam o poder do
município para interferir no crescimento da cidade induzindo a ocupação, usos e parcelamentos
em áreas infraestruturadas; os de regularização fundiária; os que permitem uma edificação
urbana mais justa; os de democratização da gestão. Outorga onerosa do direito de construir,
transferência do direito de construir e operações urbanas consorciadas são tidos como
instrumentos para uma cidade mais justa, enquanto usucapião, usucapião especial coletivo,
concessão de direito real de uso e direito de superfície são instrumentos de regularização
fundiária. O estatuto obriga cidades com mais de 20.000 habitantes a elaborar um plano diretor.

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