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FUNDAMENTOS DE MECÂNICA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

MOVIMENTO DE PROJÉTIL
CURSO: Engenharia de Computação
Estudantes: Gabriel Cecconello,João Reis, Leonardo Pizzani, Pedro Caillaux, Rafael Vicente, Tiago
Moscoso
Professora: Kelly Faêda

1. Introdução
O movimento de um projétil na superfície da Terra pode ser analisado,
separadamente, na direção horizontal e na vertical. Desprezando-se as forças de
atrito, sabe-se que um projétil se move com velocidade constante na horizontal e
com aceleração constante na vertical. Em termos ainda mais técnicos, pode-se
afirmar que o corpo se desloca em uma trajetória MRU na horizontal, sendo descrito
pela Equação em 1. Já na vertical, ele se desloca em uma trajetória MRUV, devido a
presença da aceleração da gravidade, podendo ser descrito pelas Equações 2, 3 e
4, que representam adaptações das principais equações de um movimento
uniformemente variado*.
D = Vox.t (1)
h = Voy.t -0.5.g.t² (2)
Vy = Voy - g.t (3)
Vy² = Voy² - 2.g.h (4)
*Essas equações serão melhores explicitadas no desenvolvimento do experimento.
Dessa forma, o objetivo do experimento realizado é, através de um lançamento
oblíquo, expandir e calcular os vetores de velocidade horizontal e vertical, através
da trajetória do movimento e do tempo gasto nela. Para isso, foi utilizado o software
Tracker, que possui um modelo de aprendizado de máquina para processar os
frames de um vídeo de lançamento oblíquo, deduzindo os gráficos e funções
pertinentes a ele.
2. Metodologia e Resultados
Para realizar o experimento, foi lançada uma bolinha de metal maciça, seguindo
uma trajetória parabólica. Na sequência, o vídeo foi colocado no tracker e de
pequenos em pequenos intervalos temporais, foram processados todos os frames do
lançamento de forma manual.
Após o Tracker realizar todo o processamento necessário, foi gerado o Gráfico
1, que representa a distância horizontal em função do tempo.

Gráfico 1:
Distância horizontal percorrida pelo projétil em função do tempo;

A lei da função do gráfico pode ser descrita como: f(t) = -1,435t + 0,018

Através dele, pode-se observar um movimento linear regressivo, devido ao seu


coeficiente angular ser negativo e de primeiro grau. Isso significa que, com base em
um referencial, pode-se dizer que o projétil, em linha horizontal reta, se afastou para
o lado convencional esquerdo. Ademais, pelo fato do gráfico ser linear, pode-se
afirmar que obteve-se um movimento retilíneo uniforme, exatamente como expresso
na Equação em 1.
D = Vox.t (1)
Dessa forma, pode-se concluir que a velocidade horizontal é o valor do
coeficiente angular, ou seja, -1,435 m/s, enquanto a posição inicial vale 0,018m.
Na sequência, foi feita uma análise da trajetória percorrida pelo projétil,
implicando em um gráfico parabólico do segundo grau, como consta no Gráfico em 2,
que expressa a trajetória em função do tempo.

Gráfico 2:
Trajetória do projétil em função do tempo;
A lei da função do gráfico pode ser expressa como: f(t) = -5,16t²+3,33t-0,014

Logo na primeira análise, já pode-se perceber que o Gráfico em 2 é bastante


diferente do Gráfico em 1. Isso acontece devido ao fato desse movimento ser
uniformemente variado, ou seja, há uma presença de aceleração, tornando o gráfico
com uma maior variação em um menor intervalo de tempo. Assim como no Gráfico 1,
ele também possui uma equação representativa, sendo ela expressa na Equação
em 2. Com isso, pode-se concluir que a velocidade vertical representa o coeficiente
do termo de primeiro grau (3,33 m/s), a altura inicial -0,014 m e a gravidade sendo o
dobro do coeficiente angular da função (2*5,16 = 10,32m/s²). As métricas extraídas
são agradáveis, visto que a gravidade está próxima ao seu valor real, com uma taxa
de erro relativo de apenas 5,3%, provando que o cenário analisado é coerente.
h = Voy.t - 0.5.g.t² (2)
Por fim, foram analisados mais 2 gráficos, sendo eles diretamente relacionados
com a velocidade, para que fossem retiradas novas métricas como seus respectivos
módulo e variação.

A Tabela 1 de dados representa a velocidade ao longo do eixo X, ou seja,


horizontal. Pode-se perceber que os dados foram um pouco conflitantes, visto que o
esperado era que essa velocidade tendesse ao mesmo valor, apesar deles estarem
oscilando ao redor de um único número. Em condições ideais, isso significa que sua
aceleração é praticamente nula, exatamente como deve ser em um movimento
retilíneo uniforme.

Tabela 1:
Componente da velocidade horizontal, extraída através dos valores encontrados pelo tracker durante a
trajetória horizontal.
Ele representa a métrica do coeficiente angular, extraída no Gráfico em 2.
Já a tabela 2, representa a velocidade encontrada para o eixo Y, ou seja,
velocidade vertical, que tem uma forte variação. Isso ocorre devido ao movimento ser
um MRUV. Dessa forma, há uma aceleração presente no movimento, tornando a
função variada. Nesse caso, a aceleração presente é a gravidade, que pode ser
extraída da função encontrada no Gráfico em 2, dobrando o valor do coeficiente
angular, obtendo 10,32 m/s².

Tabela 2:
Componente da velocidade vertical extraída pelo tracker durante a trajetória completa do projétil.
Nela, pode-se perceber que há uma variação muito maior, que a encontrada na Tabela em 1. A relação para
os dados encontrados nesta tabela são pertinentes à Equação em 2*

* h = Voy.t -0.5g.t² (2)


3. Conclusão

Após realização desse experimento, pode-se dizer que o objetivo de analisar o


comportamento das componentes vetoriais da velocidade foi atingido com sucesso.
No primeiro gráfico, a expectativa de gerar um movimento retilíneo uniforme, foi bem
atendida e os valores dos coeficientes angulares e lineares foram bem parecidos com
o esperado. No segundo gráfico, a trajetória parabólica com concavidade para baixo
representou muito bem a forma de como foi o lançamento da bolinha, entregando
resultados como velocidade vertical, gravidade e altura inicial bem agradáveis. Nos
demais dados traduzidos pelo Tracker, referentes a variação das componentes X e Y
da velocidade, apenas a velocidade horizontal não teve um valor extremamente
preciso. Apesar de uma baixa variação, o cenário ideal seria de um valor mais
constante e sem nenhuma variação. Já a velocidade vertical variou bastante,
exatamente como deveria ser previsto devido à aceleração do movimento fornecida
pela gravidade.
Por fim, com essas métricas extraídas, pode-se dizer que é possível deduzir
qualquer outro valor que compõe um lançamento oblíquo. A componente resultante
da velocidade inicial, por exemplo, pode ser obtida pela Equação em 5, bem como o
ângulo de lançamento de acordo com a Equação em 6, bem como altura máxima, de
acordo com a Equação em 4.

Vo² = Vox² + Voy² (5)

Vox = Vo.cos(w) (6)*


*Com a velocidade inicial calculada acima na Equação em 5, basta calcular o arco
cosseno do ângulo, para ter o ângulo de lançamento

Vy² = Voy² - 2.g.h (4)*


*Igualando a componente Vy a 0, temos o momento de altura máxima. Como o valor de
Voy foi fornecido pelo tracker, pode-se encontrar a altura máxima.
4. Referências Bibliográficas
(Livro) HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física.
(Software) Tracker, OSP; Open Source Physics.

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