A elétroquimica é a área que estuda as relações entre reações
químicas e corrente elétrica, explorando as oxirreduções, onde elétrons são transferídos entre espécies químicas, convertendo energia química em elétrica e vice-versa. O ponto de partida para os estudos em eletroquímica está no tratamento das soluções formadas por íons e suas cargas. Em um cristal sólido como o cloreto de sódio (NaCl), cargas elétricas estão localizadas nos sítios que formam sua estrutura cristalina. Estes sítios são ocupados não por átomos neutros, e sim por cloretos carregados negativamente ou sódio carregados positivamente e toda essa estrutura é mantida por forças coulombicas que existem entre espécies carregadas com cargas opostas. Se o cristal de NaCl é introduzido em água, essas forças coulombicas serão consideravelmente reduzidas a ponto do cristal se dissolver em íons livres de Na+ e Cl‾, ou seja, dizemos que o sal se dissociou em íons. Os compostos químicos que são dissociados em íons quando em soluções são chamados de eletrólitos. Toda espécie carregada positivamente (cátions) será sempre neutralizada pelo seu contraíon de carga oposta, ou seja, de carga negativa (ânions). Dessa maneira, a solução eletródica será sempre neutra – composta por cátions e ânions. Por exemplo, para o sal sulfato de sódio (Na2SO4) quando dissolvido em água produzirá 2 cátions Na+ para cada ânion SO4-2. A presença e o valor de cargas distintas nas espécies químicas introduz um aspecto novo que devemos levar em consideração: o fato de cargas opostas se atraem e cargas iguais se repelem.Uma vez que os íons em solução são espécies carregadas, então quando submetido a um campo elétrico (E), induzirá o movimento das espécies na direção ou contra o campo elétrico, dependendo da carga do íon. Esse movimento iônico leva ao transporte de cargas (q) e assim ao fluxo de corrente elétrica através da solução eletródica. Esse conceito de fluxo de cargas é importantíssimo na construção de uma célula eletroquímica. Uma célula eletroquímica é o sistema onde realizamos os estudos e aplicação de todo o ramo da eletroquímica. Uma célula eletroquímica consiste de dois eletrodos, ou materiais condutores, em contato com um eletrólito. Os dois eletrodos podem estar no mesmo compartimento, ou em compartimentos separados quando os eletrólitos são diferentes. Dessa maneira, os dois compartimentos podem ser conectados por uma ponte salina também condutora de elétrons, permitindo que íons se movam entre os dois compartimentos. As células eletroquímicas são divididas segundo sua utilização: célula Galvânica e célula Eletrolítica. A célula Galvânica: A energia liberada em uma reação redox espontânea pode ser usada para realizar trabalho elétrico. Essa tarefa é realizada por uma célula Galvânica, na qual a transferência de elétrons ocorre por um circuito externo em vez de modo direto entre os reagentes. Os elétrons produzidos durante a reação química se “movem” através do circuito externo desde o local da reação de oxidação até onde ocorre a redução, ou seja, fluem do ponto de maior potencial elétrico para o de menor potencial. O local da reação de oxidação chamamos de ânodo e o de redução é chamado de cátodo. A célula Eletrolítica: Já as células Eletrolíticas são células eletroquímicas nas quais uma reação não espontânea é conduzida por uma fonte externa, como uma bateria. Um exemplo da utilização desses sistemas é o utilizado na obtenção de sódio metálico e gás cloro a partir de cloreto de sódio.
2. Objetivo
Compreender os aspectos qualitativos das reações redox e os aspectos
quantitativos através das células galvânicas e eletrolíticas e aprender a montar e operar uma célula galvânica.
3. Parte Experimental
3.1 Materiais e Reagentes
Béqueres de 50 mL; Tubos em U; esponja de aço;
voltímetro; conectores elétricos tipo jacaré; suporte universal; garras; bateria de corrente contínua; eletrodos de cobre; eletrodos de zinco, eletrodos de grafite; solução de sulfato de zinco (ZnSO4) 1,0 mol/L; solução de sulfato de cobre (CuSO4) 1,0 mol/L; solução de iodeto de potássio (KI) 0,5 mol/L; solução alcóolica de fenolftaleína 1% m/v.
3.2 Procedimento Experimental
Montagem da célula galvânica- Célula de Daniell:
1. Foi colocado cerca de 30 mL de uma solução 1,0 mol/L de solução de
sulfato de zinco (ZnSO4) 1,0 mol/L em um béquer de 50 mL. 2. Após isso, cerca de 30 mL de uma solução 1,0 mol/L de solução de sulfato de cobre (CuSO4) 1,0 mol/L em um béquer de 50 mL. 3. Limpou-se os eletrodos de zinco e de cobre com uma uma esponja de aço para retirar as partes oxidadas. Lavou-se com água destilada e foram secos com papel. 4. Construiu-se uma ponte salina com papel torcido e introduziu-se cada ponta em uma solução, esperando as soluções entrarem em contato no centro do papel. 5. Montou-se a célula com cada eletrodo metálico imerso na solução de seu respectivo íon. 6. Os terminais do voltímetro foram identificados, positivo (vermelho) e negativo (preto). Então ligou-se os terminais nos eletrodos. 7. Anotou-se o potencial observado. Montagem da célula eletrolítica- Eletrólise da solução aquosa de KI:
1. Colocou-se em um tubo em U, solução de iodeto de potássio (KI) 0,5
mol/L, mantendo 1cm da borda. 2. Fixou-se o tubo em um suporte universal com o auxílio de garras. 3. Em cada via do tubo foi posicionado um eletrodo de grafite. 4. Foram conectados os terminais da bateria. 5. Adicionou-se 2 gotas de solução alcóolica de fenolftaleína 1% m/v na via do tubo correspondente ao catodo e depois ao anodo. 6. A bateria foi acionada. Anotou-se a corrente aplicada ao sistema. O sistema foi deixado em funcionamento por 5 minutos. 7. Anotou-se as mudanças observadas.
4. Resultados e Discussões Célula Galvânica:
Após medir a diferença de potencial com o voltímetro, foi computada uma
diferença de 1,12V entre o anodo e catodo, o que condiz com os resultados encontrados na literatura. A diferença de potencial também poderia ser encontrado calculando a diferença de potencial de redução entre os íons de cobre e zinco: +0,36V (cobre) – (-0,76V) (zinco) = +1,12V. Exatamente o valor encontrado no experimento com o voltímetro.
Célula Eletrolítica:
Como é uma reação induzida, ou seja, não espontânea, mudança só foi
observada após o acionamento da bateria. Após o sistema ser exposto a uma corrente contínua de 1,7V, notou-se uma mudança na superfície do grafite tanto no lado do anodo quanto no catodo. Devido ao indicador de fenolftaleína, foi observado uma mudança de cor no entorno dos eletrodos. Do lado do anodo, foi notado a formação de uma substância de cor alaranjada, indicando um ácido, e do lado do catodo, uma substância de cor rosada, indicando uma base.