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1.

Introdução

A elétroquimica é a área que estuda as relações entre reações


químicas e corrente elétrica, explorando as oxirreduções, onde elétrons
são transferídos entre espécies químicas, convertendo energia química
em elétrica e vice-versa.
O ponto de partida para os estudos em eletroquímica está no
tratamento das soluções formadas por íons e suas cargas. Em um cristal
sólido como o cloreto de sódio (NaCl), cargas elétricas estão localizadas
nos sítios que formam sua estrutura cristalina. Estes sítios são ocupados
não por átomos neutros, e sim por cloretos carregados negativamente ou
sódio carregados positivamente e toda essa estrutura é mantida por
forças coulombicas que existem entre espécies carregadas com cargas
opostas. Se o cristal de NaCl é introduzido em água, essas forças
coulombicas serão consideravelmente reduzidas a ponto do cristal se
dissolver em íons livres de Na+ e Cl‾, ou seja, dizemos que o sal se
dissociou em íons. Os compostos químicos que são dissociados em íons
quando em soluções são chamados de eletrólitos. Toda espécie
carregada positivamente (cátions) será sempre neutralizada pelo seu
contraíon de carga oposta, ou seja, de carga negativa (ânions). Dessa
maneira, a solução eletródica será sempre neutra – composta por cátions
e ânions. Por exemplo, para o sal sulfato de sódio (Na2SO4) quando
dissolvido em água produzirá 2 cátions Na+ para cada ânion SO4-2.
A presença e o valor de cargas distintas nas espécies químicas
introduz um aspecto novo que devemos levar em consideração: o fato de
cargas opostas se atraem e cargas iguais se repelem.Uma vez que os
íons em solução são espécies carregadas, então quando submetido a
um campo elétrico (E), induzirá o movimento das espécies na direção ou
contra o campo elétrico, dependendo da carga do íon.
Esse movimento iônico leva ao transporte de cargas (q) e assim ao
fluxo de corrente elétrica através da solução eletródica. Esse conceito de
fluxo de cargas é importantíssimo na construção de uma célula
eletroquímica.
Uma célula eletroquímica é o sistema onde realizamos os estudos
e aplicação de todo o ramo da eletroquímica. Uma célula eletroquímica
consiste de dois eletrodos, ou materiais condutores, em contato com um
eletrólito. Os dois eletrodos podem estar no mesmo compartimento, ou
em compartimentos separados quando os eletrólitos são diferentes.
Dessa maneira, os dois compartimentos podem ser conectados por uma
ponte salina também condutora de elétrons, permitindo que íons se
movam entre os dois compartimentos. As células eletroquímicas são
divididas segundo sua utilização: célula Galvânica e célula Eletrolítica.
A célula Galvânica: A energia liberada em uma reação redox
espontânea pode ser usada para realizar trabalho elétrico. Essa tarefa é
realizada por uma célula Galvânica, na qual a transferência de elétrons ocorre
por um circuito externo em vez de modo direto entre os reagentes. Os elétrons
produzidos durante a reação química se “movem” através do circuito externo
desde o local da reação de oxidação até onde ocorre a redução, ou seja, fluem
do ponto de maior potencial elétrico para o de menor potencial. O local da
reação de oxidação chamamos de ânodo e o de redução é chamado de
cátodo.
A célula Eletrolítica: Já as células Eletrolíticas são células
eletroquímicas nas quais uma reação não espontânea é conduzida por uma
fonte externa, como uma bateria. Um exemplo da utilização desses sistemas é
o utilizado na obtenção de sódio metálico e gás cloro a partir de cloreto de
sódio.

2. Objetivo

Compreender os aspectos qualitativos das reações redox e os aspectos


quantitativos através das células galvânicas e eletrolíticas e aprender a
montar e operar uma célula galvânica.

3. Parte Experimental

3.1 Materiais e Reagentes

Béqueres de 50 mL; Tubos em U; esponja de aço;


voltímetro; conectores elétricos tipo jacaré; suporte universal; garras;
bateria de corrente contínua; eletrodos de cobre; eletrodos de zinco,
eletrodos de grafite; solução de sulfato de zinco (ZnSO4) 1,0 mol/L;
solução de sulfato de cobre (CuSO4) 1,0 mol/L; solução de iodeto
de potássio (KI) 0,5 mol/L; solução alcóolica de fenolftaleína 1% m/v.

3.2 Procedimento Experimental

Montagem da célula galvânica- Célula de Daniell:

1. Foi colocado cerca de 30 mL de uma solução 1,0 mol/L de solução de


sulfato de zinco (ZnSO4) 1,0 mol/L em um béquer de 50 mL.
2. Após isso, cerca de 30 mL de uma solução 1,0 mol/L de solução de
sulfato de cobre (CuSO4) 1,0 mol/L em um béquer de 50 mL.
3. Limpou-se os eletrodos de zinco e de cobre com uma uma esponja de
aço para retirar as partes oxidadas. Lavou-se com água destilada e
foram secos com papel.
4. Construiu-se uma ponte salina com papel torcido e introduziu-se cada
ponta em uma solução, esperando as soluções entrarem em contato no
centro do papel.
5. Montou-se a célula com cada eletrodo metálico imerso na solução de
seu respectivo íon.
6. Os terminais do voltímetro foram identificados, positivo (vermelho) e
negativo (preto). Então ligou-se os terminais nos eletrodos.
7. Anotou-se o potencial observado.
Montagem da célula eletrolítica- Eletrólise da solução aquosa de KI:

1. Colocou-se em um tubo em U, solução de iodeto de potássio (KI) 0,5


mol/L, mantendo 1cm da borda.
2. Fixou-se o tubo em um suporte universal com o auxílio de garras.
3. Em cada via do tubo foi posicionado um eletrodo de grafite.
4. Foram conectados os terminais da bateria.
5. Adicionou-se 2 gotas de solução alcóolica de fenolftaleína 1% m/v na
via do tubo correspondente ao catodo e depois ao anodo.
6. A bateria foi acionada. Anotou-se a corrente aplicada ao sistema. O
sistema foi deixado em funcionamento por 5 minutos.
7. Anotou-se as mudanças observadas.

4. Resultados e Discussões
Célula Galvânica:

Após medir a diferença de potencial com o voltímetro, foi computada uma


diferença de 1,12V entre o anodo e catodo, o que condiz com os
resultados encontrados na literatura. A diferença de potencial também
poderia ser encontrado calculando a diferença de potencial de redução
entre os íons de cobre e zinco: +0,36V (cobre) – (-0,76V) (zinco) =
+1,12V. Exatamente o valor encontrado no experimento com o
voltímetro.

Célula Eletrolítica:

Como é uma reação induzida, ou seja, não espontânea, mudança só foi


observada após o acionamento da bateria. Após o sistema ser exposto a
uma corrente contínua de 1,7V, notou-se uma mudança na superfície do
grafite tanto no lado do anodo quanto no catodo. Devido ao indicador de
fenolftaleína, foi observado uma mudança de cor no entorno dos
eletrodos. Do lado do anodo, foi notado a formação de uma substância
de cor alaranjada, indicando um ácido, e do lado do catodo, uma
substância de cor rosada, indicando uma base.

5. Conclusão

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