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Resumo: O processo cultural brasileiro é permeado por determinadas culturas, mas sobretudo por
influências estrangeiras. Este trabalho pretende abordar breve consideração sobre a temática
brasilidade utilizada no movimento modernista brasileiro, que será discutido a partir de revisão
bibliográfica, visando refletir de que forma tal tema foi trabalhado, sobretudo pelo autor Oswald
de Andrade, e utilizado na construção da identidade nacional, para a ruptura do formalismo
estético daquela época.
Palavras-chave: Modernismo; Brasilidade; Ruptura; Identidade nacional.
Esse movimento dividiu-se em algumas fases, sendo a primeira, que foi do período
de 1922-1930, também chamada de fase heroica ou de destruição, na qual se buscava uma
identidade nacional, liberdade formal, renovação estética , valorização da cultura e do folclore,
presença de versos livres, versos brancos, utilização do sarcasmo e da ironia.
Em seguida veio a segunda fase, que foi 1930-1945, nomeada de fase de
consolidação ou geração de 30, que por sua vez abordou temáticas nacionalistas, regionalistas e
de caráter social. Presença de uma criticidade literária, com a valorização da linguagem popular,
temas do cotidiano, dentre outros.
Por derradeira, e não menos importante inicia a terceira fase no período de 1945-
1960, a qual recebeu o nome de geração de 45, que trouxe uma poesia mais equilibrada e
objetiva, com o retorno da métrica e à forma, com produções inspiradas no Parnasianismo e
Simbolismo, se contrapondo à liberdade formal, nesta fase houve uma preocupação com a
estética e a perfeição.
Nesse diapasão, é possível perceber que inicialmente o movimento se mostra como
um processo revolucionário visando a ruptura com as influências estrangeiras, sem apegar-se à
estética formal, mas que na terceira fase faz um caminho totalmente reverso, quando resolve
inspirar-se no Parnasianismo.
Grandes autores fizeram parte desse movimento de renovação literária, dentre eles
Oswald de Andrade, paulistano, filho único, morou no Brás e no centro da cidade de São Paulo.
Era irreverente, polêmico, boêmio, aventureiro, jornalista, escritor e promotor de artes. Se
graduou advogado, mas escolheu ser a vida toda um homem sem profissão, este é o perfil dele
extraído da página eletrônica do Museu da língua Portuguesa.
No Modernismo, Oswald desejava que o Brasil compreendesse e analisasse as
influência estrangeiras para o desenvolvimento de uma nova cultura, que fosse revolucionária e
tivesse originalidade, para assim se sentir participante de um grupo, que fosse capaz de ser
identificado pelas peculiaridades que o compõe, para estabelecer a brasilidade, que na visão de
Santos (2012), “pode ser visto como instrumento de reconhecimento, bem como dispositivo de
subjetividade, que não funcionará apenas como referencial de costumes, hábitos e formas
linguísticas compartilhadas”.
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Oswald de andrade, com seu lado irônico, debochado, a exemplo como se ver no
poema Erro de Português, visava inovar, se colocava contra as convenções impostas sobretudo
pelo seu desejo de romper com a influência europeia.
Razão disso, ele publica o Manifesto Pau-Brasil no qual seu desejo é exportar a
literatura, a poesia brasileira, assim como feito com o primeiro material enviado pra fora, no caso
o Pau Brasil.
Enfim, a busca pelo rompimento com o academicismo e o formalismo e a
insatisfação com a política e o sistema de governo daquela época contribuíram significativamente
par marcar um novo período, para mostrar o conteúdo que permeava a linguagem e literatura
brasileira.
O que se pretendeu manifestar nessas breves consideração é que ao reverso do
período ditatorial no qual o Brasil estava imerso naquela época, alguns escritores almejaram
romper com toda aquela prática de reprodução da cultura alheia. Essa época de veementes
discursos e insatisfação com o processo cultural do Brasil fez com que nossa cultura fosse vista a
partir da nossa brasilidade, bem como fazer refletir a importância do poeta daquela época na
nossa identidade nacional.
REFERÊNCIAS
GONÇALVES, Marcos Augusto 1922 : a semana que não terminou / Marcos Augusto Gonçalves.
1a ed. — São Paulo : Companhia das Letras, 2012.
ANDRADE, Oswald de. O manifesto antropófago. In: TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda
europeia e modernismo brasileiro: apresentação e crítica dos principais manifestos vanguardistas.
3ª ed. Petrópolis: Vozes; Brasília: INL, 1976.
https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/wp-content/uploads/2017/09/oswald.pdf. Acesso
em: 11 dez. 2021.
SANTOS, Francisco Sá Barreto dos. A dor e a delícia de ser o que é. A brasilidade e o caso de
pertencimento como disciplina.2012. João Pessoa-PB.