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O processo de conhecer

Metodologia Científica
Edson Silva Soares
Conhecimento
• 1. Função ou ato da vida psíquica que tem por efeito
tornar um objeto presente aos sentidos ou à
inteligência. (JAPIASSÚ; MARCONDES, 2008, p. 53.)

• 2. Apropriação intelectual de determinado campo


empírico ou ideal de dados, tendo em vista dominá-
los e utilizá-los. (JAPIASSÚ; MARCONDES, 2008, p. 53.)
Conhecimento para Platão (ZILLES, 2005).

episteme
dóxa conhecimento

ignorância opinião
Objeto
de
estudo
Objeto
de
estudo

Algo sobre o qual há interesse em produzir


algum conhecimento
O processo de conhecer
Conhecer algo?
• Qual a origem da espécie
humana/ser humano?

• O Brasil é um país democrático?

• O esporte gera inclusão social?

• A atividade física é benéfica para


a saúde?
O que se espera desse conhecimento
produzido?
• Que seja falso?

• Que seja verdadeiro?

• Que seja o menos falso possível?

• Que seja o mais verdadeiro possível?


Os tipos de conhecimento
Ideológico Artístico

Senso
Religioso
comum

Filosófico Científico
Os tipos de conhecimento
Ideológico Artístico
O que vocês sabem
Senso sobre esses tipos de
Religioso
comum
conhecimentos?

Quais explicações sobre


Filosófico Científico a realidade eles não
proporcionam?
Os tipos de conhecimento
Ideológico Artístico • Qual a origem da espécie
humana/ser humano?
Senso
Religioso • Como surge um atleta de alto
comum
rendimento?

• O que gera a cura de uma


Filosófico Científico doença?

• O que é a justiça?
Os tipos de conhecimento
Ideológico Artístico

Senso
Religioso
comum Características?

Filosófico Científico Método?


Características?
Método?
Objeto
de
estudo
Características dos tipos de
conhecimento
Conhecimento religioso
• Este conhecimento é uma forma de relacionar-se
com a realidade por meio da crença.

• Não admite dúvida, a aceitação é a única atitude


possível ao sujeito.

• Parte do princípio que as verdades tratadas são


• infalíveis e indiscutíveis, por consistirem em
revelações da divindade
(MARCONI e LAKATOS, 2004)
15
• De acordo com Japiassu (2010, p. 35)
“Crença é uma atitude pela qual
afirmamos, com certo grau de
probabilidade e certeza, a realidade ou
verdade de algo, embora não consigamos
comprová-la racional e objetivamente”.

• É um conhecimento derivado do puro


sentimento, usando um mínimo da razão ou
mesmo prescindindo dela (VIEGAS, 2007).

16
17
Conhecimento filosófico
• Segundo Marconi e Lakatos (2004, p. 19) o conhecimento
filosófico é caracterizado pelo
• esforço da razão pura para questionar os problemas
humanos e poder discernir entre o certo e o errado,
unicamente recorrendo às luzes da própria razão
humana.

• O objeto de análise da filosofia são ideias, as relações


conceituais.

• Procura responder às grandes indagações do espírito


humano.
18
Conhecimento do senso comum
• “O senso comum é um conjunto de opiniões e
valores característicos do que é correntemente
aceito em determinado meio social” (JAPIASSU,
2010, p. 78).

• Ele se refere a vivências, estados de ânimo e


emoções da vida diária.

• Expressões comuns como porque vi, porque senti,


porque o disseram, porque todo mundo o diz.
19
“Opinião designa um conhecimento
imediato (baseado nas experiências vividas)
que se apresenta como um conjunto
falsamente sistematizado de juízos,
representações esquemáticas e sumárias,
elaborado pela prática e para a prática,
visando traduzir as necessidades ou
interesses em conhecimentos e designar
objetos por sua utilidade” (JAPIASSU, 2010,
p. 35).
20
• Pode ser considerado assistemático por não possuir
organização nem na forma de adquiri-las nem
tentativa de validá-las.

• Além disso, é acrítico, pois não se questiona as


explicações dadas.

21
Conhecimento científico
• O conhecimento científico busca maximizar a
utilização da racionalidade e da sensibilidade para
apreender o objeto (VIEGAS, 2007, p. 32).

• A ciência é um processo
• social,
• intersubjetivo,
• histórico e
• inacabado.

22
Definição de ciência
• “conjunto de proposições e enunciados,
hierarquicamente correlacionados, de maneira
ascendente ou descendente, indo gradativamente de
fatos particulares para os gerais, e vice-versa,
(conexão ascendente = indução; conexão descendente
= dedução), comprovados (com a certeza de serem
fundamentados) pela pesquisa empírica (submetidos
à verificação)” (MARCONI; LAKATOS, 2004, p. 24.).
24
Objeto
de
estudo

Exemplos!
Elementos sobre teoria do
conhecimento
Epistemologia
• De acordo com Japiassu (2010, p. 105)

“é o nome da disciplina que estuda o modo


como conhecemos, a maneira como refletimos
e pensamos. Etimologicamente, epistemologia
significa discurso sobre a ciência ou
conhecimento”.
Questões sobre
• a possibilidade do conhecimento humano
• a origem do conhecimento
• a essência do conhecimento
• tipos de conhecimento humano
• qual o critério para determinar se um conhecimento é
verdadeiro?

• (HESSEN, 2003)
Posicionamentos sobre a possibilidade do
conhecimento humano

• Dogmatismo

• Ceticismo

• Criticismo

• (HESSEN, 2003)
Análise de algumas situações ... Objeto
de
estudo
• Qual a certeza de que um objeto existe?

• Qual a certeza sobre o que dizemos de um processo biológico?

• Qual a certeza sobre o que dizemos de um processo psicológico?

• Qual a certeza sobre o que dizemos de um processo social?


Propostas sobre a essência do
conhecimento
O que é a realidade?
Propostas REALISMO
sobre o
que é a A existência das coisas independe da
realidade. consciência humana (HESSEN, 2003).
IDEALISMO
não há coisas reais independentes da
consciência LEFEBVRE, 1983; HESSEN, 2003).
FENOMENALISMO
Não conhecemos as coisas como são, mas
como nos aparecem (SILVEIRA, 2002).
Propostas sobre a origem do
conhecimento
Como conhecer a realidade?
Empirismo A única origem do conhecimento é a
experiência a sensorial.

Frase citada por Aristóteles: “Nada está no


intelecto que não tenha passado pelos
sentidos.” (REALE, 2002).

Racionalismo Assevera o papel preponderante da razão


do processo de produção do
conhecimento (REALE, 2002).

Os juízos devem ter necessidade lógica e


universal (HESSEN, 2003).
Mas ...

O que é a verdade?

Precisamos da verdade?
•“Quando nos perguntamos a respeito da
verdade, nosso interesse específico é o
de descobrir a quais condições uma
frase, afirmação ou crença tem de
atender para que seja verdadeira”
(MOSER, MULDER e TROUT, 2009, p. 68).
Teorias da Verdade
• Teoria da adequação ou correspondência
• O critério de verdade desta teoria é a adequação ou conformidade do pensamento
ou da proposição com a realidade (ZILLES, 2005, p. 130).

• Teoria da coerência
• Uma afirmação só é verdadeira se guarda uma relação com algum sistema de outras
afirmações (MOSER, MULDER e TROUT, 2009, p. 77)

• Teoria do consenso
• Uma crença é verdadeira quando a minha comunidade intelectual concorda que este
é o caso (ZILLES, 2005, p. 136).

• Teoria pragmática
• Uma ideia é verdadeira enquanto for útil para nossa vida crer nela (ZILLES, 2005, p.
136).
Se fosse possível associar somente uma
palavra a cada tipo de conhecimento ...

Conhecimento
religioso •Crença
Conhecimento
filosófico •Razão pura
Conhecimento
do senso comum •Superficial
Conhecimento
científico •Teórico-empírico
O que são as cores?
Como provar a culpa de um crime?
Realidade Percepção
Realidade Percepção

Objeto
de
estudo
Realidade Percepção

Aspectos da
Aspectos da
percepção
realidade
“camadas da realidade” X verdade

Objeto
de
estudo
“camadas da realidade” X verdade

Objeto
de
estudo
Relação entre conhecer e ação

Conhecer Ação
Ação
1 – O fato de agir. (JAPIASSÚ; MARCONDES, 2008, p. 2.)

2 – Atividade de um indivíduo da qual ele é expressamente a causa e pela qual


modifica a si mesmo e o meio físico. (JAPIASSÚ; MARCONDES, 2008, p. 2.)

3 - Sinônimo de prática. Designa o conjunto dos nossos atos, especialmente de


nossos atos voluntários suscetíveis de receberem uma qualificação moral.
(JAPIASSÚ; MARCONDES, 2008, p. 2.)
Os tipos de conhecimento
Ideológico Artístico

Senso
Religioso
comum

Filosófico Científico
O processo de conhecer

?
?
?
?
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Formas de conhecer
(exemplos)

Descrever

Explicar

Prever

Compreender
Relação entre os tipos de
conhecimento
• O ser humano relaciona-se com o mundo exterior
mediante toda a sua natureza composta e
complexa, agindo concomitantemente como
ideólogo, religioso, filósofo e cientista, com
maior ou menor grau de consistência.

As formas de conhecimento devem ser


autônomas e harmônicas (BARRETO e MOREIRA,
2000).
52
Conhecimento Científico
Ciência
1 - Saber. Conhecimento.

2 - Sentido amplo e clássico – Saber metódico e rigoroso, isto é, um


conjunto de conhecimentos metodicamente adquiridos, mais ou
menos sistematicamente organizados, e suscetíveis de serem
transmitidos por um processo pedagógico de ensino. (JAPIASSÚ;
MARCONDES, 2008, p. 44.)

3 - Sentido moderno – modalidade de saber constituída por um


conjunto de aquisições intelectuais que tem por finalidade propor uma
explicação racional e objetiva da realidade. (JAPIASSÚ; MARCONDES,
2008, p. 44.)
Definição de ciência
• “conjunto de proposições e enunciados,
hierarquicamente correlacionados, de maneira
ascendente ou descendente, indo gradativamente de
fatos particulares para os gerais, e vice-versa,
(conexão ascendente = indução; conexão descendente
= dedução), comprovados (com a certeza de serem
fundamentados) pela pesquisa empírica (submetidos
à verificação)” (MARCONI; LAKATOS, 2004, p. 24.).
As características do conhecimento científico e
um determinado objeto de estudo

• Generalizável
• Empírico
Objeto
Conhecimento • Replicável
científico • Racional de
• Conjectural estudo
• Objetivo
As características do conhecimento científico e
um determinado objeto de estudo

Objeto
de
estudo
Razão
1 - Capacidade de, partindo de certos princípios a priori, isto é,
estabelecidos independentemente da experiência, estabelecer
determinadas relações constantes entre as coisas, permitindo
assim chegar a verdade, ou demostrar, justificar, uma hipótese
ou uma afirmação qualquer. (JAPIASSÚ; MARCONDES, 2008, p.
234)

2 - A razão é discursiva, ou seja, articula conceitos e


proposições para eles extrair conclusões de acordo com
princípios lógicos. (JAPIASSÚ; MARCONDES, 2008, p. 234)
Experiência
1 – Sentido técnico. É a ação de observar ou experimentar
com a finalidade de formar ou de controlar uma hipótese.
Provocar uma observação tal que seu resultado seja apto a
fazer conhecer a natureza do fenômeno estudado. (JAPIASSÚ;
MARCONDES, 2008, p. 100.)

• Empiria
1 - Experiência sensível bruta, antes de toda e qualquer
elaboração. (JAPIASSÚ; MARCONDES, 2008, p. 83.)
Teoria
• Minayo (2010, p. 175) define teoria como:

Conjunto coerente de proposições que inter-relaciona


princípios, definições, teses e hipóteses e serve para dar
organização lógica à interpretação da realidade. Toda teoria é
um discurso científico que se constitui como uma grade
através da qual o seu formulador analisa um fenômeno ou um
processo.
1 - Capacidade de, partindo de Conjunto coerente de proposições que
certos princípios a priori, isto é, inter-relaciona princípios, definições,
estabelecidos independentemente teses e hipóteses e serve para dar
da experiência, estabelecer organização lógica à interpretação da
determinadas relações constantes realidade. Toda teoria é um discurso
entre as coisas, permitindo assim científico que se constitui como uma
chegar a verdade, ou demostrar, grade através da qual o seu formulador
justificar, uma hipótese ou uma analisa um fenômeno ou um processo
afirmação qualquer. (JAPIASSÚ; (MINAYO, 2010, p. 175).
MARCONDES, 2008, p. 234).

1 – Sentido técnico. É a ação de observar ou experimentar com a finalidade de formar ou


de controlar uma hipótese. Provocar uma observação tal que seu resultado seja apto a
fazer conhecer a natureza do fenômeno estudado. (JAPIASSÚ; MARCONDES, 2008, p. 100.)
Explicação sobre a Rapadura
SABEDORIA POPULAR
• Rapadura é doce, mas não é mole, não!!!
ENSINO FUNDAMENTAL
• Açúcar mascavo em tijolinhos tem o sabor adocicado, mas não é
macio ou flexível.
ENSINO MÉDIO
• Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor
agradável do mel, porém não muda de forma quando pressionado.
GRADUAÇÃO
• O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e, apresentando-
se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-
piramidal, tem sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas;
todavia não muda suas proporções quando sujeito à compressão.
MESTRADO
• A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado
pelo processo de purificação e refino, apresentando- se sob a forma
de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular,
impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação
provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas em um
peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas
dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma
tensão axial em consequência da aplicação de compressões
equivalentes e opostas.
DOUTORADO
• O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido por meio da fervura e da evaporação de
H2O do líquido resultante da prensagem do caule da ramínea Saccharus officinarum
Linneu, 1758, isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine
suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas
dimensões e arestas retilíneas, configurando pirâmides truncadas de base oblonga e
pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se
disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas,
sugerindo impressão sensorial equivalente provocada pelo mesmo dissacarídeo em
estado bruto que ocorre no líquido nutritivo da alta viscosidade, produzindo nos órgãos
especiais existentes na Apis mellifera (Linneu, 1758). No entanto, é possível comprovar
experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito e
apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar
apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas de compressão
ao longo do seu eixo em consequência da pequena deformidade que lhe é peculiar.
• DOUTORADO
• O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido por meio da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da ramínea
Saccharus officinarum Linneu, 1758, isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a
forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões e arestas retilíneas, configurando pirâmides truncadas de base oblonga e pequena altura, uma vez
submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo
impressão sensorial equivalente provocada pelo mesmo dissacarídeo em estado bruto que ocorre no líquido nutritivo da alta viscosidade, produzindo nos
órgãos especiais existentes na Apis mellifera (Linneu, 1758). No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-
químico descrito e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando
submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo do seu eixo em consequência da pequena deformidade que lhe é peculiar.

• MESTRADO
• A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino, apresentando- se sob a forma de pequenos sólidos
tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas
em um peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma tensão axial em
consequência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.

• GRADUAÇÃO
• O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e, apresentando-se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal, tem sabor
deleitável da secreção alimentar das abelhas; todavia não muda suas proporções quando sujeito à compressão.

• ENSINO MÉDIO
• Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor agradável do mel, porém não muda de forma quando pressionado.

• ENSINO FUNDAMENTAL
• Açúcar mascavo em tijolinhos tem o sabor adocicado, mas não é macio ou flexível.

• SABEDORIA POPULAR
• Rapadura é doce, mas não é mole, não!!!
“camadas da realidade” X verdade

Objeto
de
estudo
TUDO PODE SER
PESQUISADO!

Realidade Percepção

Objeto
de
estudo
As características atuais do conhecimento científico

• Generalizável
• Empírico
Conhecimento • Replicável
científico • Racional
• Conjectural
• Objetivo

Adaptado de Barreto e Moreira (2000, p. 5).


Racional
• Ao ser racional o conhecimento científico tem-se a
necessidade de “coerência lógico-sistemática
entre as proposições que o constituem” (BARRETO
E MOREIRA, 2000, p. 5).

• A ciência não pode ser contraditória.

• Não ser contraditório significa respeitar o


principio da contradição: nada pode ao mesmo
tempo ser e não ser (VIEGAS, 2007).
Generalizável
• Há um propósito de se estabelecer leis que tenham aplicações as
mais amplas possíveis (BARRETO E MOREIRA, 2000, p. 5).

• A afirmação científica deve se referir a todos os casos aos quais se


aplica (VIEGAS, 2007).

76
Empírico
• Por ser empírico observa-se que
“toda a construção das proposições e
leis de uma teoria científica tem como
referencial a experiência fenomênica”
(BARRETO E MOREIRA, 2000, p. 5).

• Dessa forma não existe ciência sem o contraste


das proposições científicas com o que chamamos
de realidade empírica, ou seja, aquela que temos
acesso pelos nossos sentidos.
77
Conjectural
• Nunca se sabe se as afirmações de uma teoria são absolutamente
verdadeiras (BARRETO E MOREIRA, 2000, p. 5).

• Essa aparente precariedade é, no fundo, sua grande virtude , porque


retira daí sua formidável capacidade de aprender e de inovar-se
(DEMO, 2000).

78
Objetivo
• Há um esforço de superação do conhecimento subjetivo (BARRETO E
MOREIRA, 2000, p. 6).

• Devemos evitar meras especulações, afirmações subjetivistas,


montagens teóricas fantasiosas (DEMO, 2000, p. 28).

79
Replicável
• É possível a atores diversos e em lugares diferentes conduzirem
provas ou testes de proposições particulares de uma determinada
teoria científica (BARRETO E MOREIRA, 2000, p. 5).

• Tudo que fazemos em ciência deve poder ser refeito por quem duvide
(DEMO, 2000).

80
Críticas ao conhecimento científico
Célebres frases
• Isso é científico, por isso, não se discute.

• A ciência produz verdades inquestionáveis.

• Podemos confiar cegamente na ciência.

Estas frases não expressam a perspectiva


atual do que é ciência.
Outras propostas de caracterização
do conhecimento científico
Gaya, 2008

• Coerência
• Consistência
Postulados
endógenos
• Originalidade
• Objetividade
• Verificabilidade

Postulados
exógenos
• Intersubjetividade
Demo, 2000.
• Coerência
• Sistematicidade
Critérios • Consistência
formais • Originalidade
• Objetivação
• Discutibilidade
• Intersubjetividade
Critérios • Autoridade por mérito
políticos • Relevância social
• Ética
Diversidade de propostas
Por aspectos
Por área do Por tipo de
metodológicos e
conhecimento método
epistemológicos

Ciências Pesquisas
Hard Science
exatas Quantitativas

Ciências Pesquisas
Soft Science
Humanas Qualitativas
Comunidade
Científica
Instituições científicas
Instituições de Ensino Superior
Cursos de Pós-Graduação
Países/Estados/Cidades
Empresas
Pesquisadores/Professores
Relatório de pesquisa

Projeto de Execução da
pesquisa pesquisa

P S
Etapa Função
Contextualizar o objeto, justificar a realização da pesquisa
Introdução e apresentar o problema de pesquisa.

Apresentar os conhecimentos necessários para a solução


Objetivos
do problema.
Projeto de
pesquisa
Referencial Texto para aprofundamento teórico sobre os assuntos
teórico pertinentes ao trabalho.

Determinação da natureza do trabalho, sujeitos, locais,


Metodologia instrumentos, procedimentos e aspectos éticos.
Etapa Função

Apresentação dos dados obtidos através do instrumento


Resultados de coleta de dados

Execução
da Interpretação e crítica dos resultados obtidos utilizando
Discussão o referencial teórico.
pesquisa

A partir dos objetivos, resultados e discussão apresenta-


Conclusão se a solução do problema de pesquisa, limitações e
contribuições do estudo.
93
Etapa Função
Contextualizar o objeto, justificar a realização da pesquisa
Introdução e apresentar o problema de pesquisa.

Apresentar os conhecimentos necessários para a


Objetivos solução do problema.
Projeto de
pesquisa
Referencial Texto para aprofundamento teórico sobre os assuntos
teórico pertinentes ao trabalho.

Relatório Determinação da natureza do trabalho, sujeitos, locais,


de Metodologia instrumentos, procedimentos e aspectos éticos.
pesquisa

Apresentação dos dados obtidos através do instrumento


Resultados de coleta de dados

Execução
da Interpretação e crítica dos resultados obtidos utilizando o
Discussão referencial teórico.
pesquisa

A partir dos objetivos, resultados e discussão apresenta-se


Conclusão a solução do problema de pesquisa, limitações e
contribuições do estudo.
Normas de formatação 94

Relevância
Etapa Função
Contextualizar o objeto, justificar a realização da pesquisa
Introdução e apresentar o problema de pesquisa.

Apresentar os conhecimentos necessários para a solução do


Objetivos problema.
Projeto de
pesquisa
Referencial Texto para aprofundamento teórico sobre os assuntos
teórico pertinentes ao trabalho.

Relatório Determinação da natureza do trabalho, sujeitos, locais,


de Metodologia instrumentos, procedimentos e aspectos éticos.
pesquisa
Apresentação dos dados obtidos através do instrumento de
Resultados coleta de dados

Execução da Interpretação e crítica dos resultados obtidos utilizando o


pesquisa Discussão referencial teórico.

A partir dos objetivos, resultados e discussão apresenta-se


Conclusão a solução do problema de pesquisa, limitações e
contribuições do estudo.
95
Referências
• BARRETO, José Anchieta Esmeraldo; MOREIRA, Rui Verlaine Oliveira. A Natureza
do conhecimento científico. Revista Cadernos de Educação, v. 23, 2000, p. 29-45.

• DEMO, Pedro. Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo: Atlas, 2000.

• GAYA, Adroaldo. Ciências do movimento humano: uma introdução à metodologia


da pesquisa. Porto Alegre: Artmed, 2008.

• HESSEN, Johannes. Teoria do Conhecimento. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

• JAPIASSU, Hilton. Filosofia da Ciência: uma introdução. Rio de Janeiro: UAPÊ,


SEAF, 2010.
• LEFEBVRE, Henri. Lógica Formal, Lógica Dialética. São Paulo: Civilização Brasileira, 1991.

• MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 4ª ed. São
Paulo: Atlas, 2004.

• MOSER, Paul K.; MULDER, Dwayne H.; TROUT. A Teoria do conhecimento: uma
introdução temática. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

• QUIVY, Raymond; CAMPENHOUDT, Luc Van. Manual de Investigação em Ciências Sociais.


Lisboa: Gradiva, 2008.

• REALE, Miguel. Introdução à Filosofia. São Paulo: Editora Saraiva, 2002.


• RODRIGUES, Rui Martinho. Pesquisa acadêmica: Como Facilitar o Processo
de Preparação de suas Etapas. São Paulo: Editora Atlas, 2007.

• SILVEIRA, Fernando Lang. A teoria do conhecimento de Kant: o idealismo


transcendental. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Florianópolis, v.19,
número especial: p. 28-51, jun. 2002.

• VIEGAS, Waldir. Fundamentos Lógicos da Metodologia Científica. Brasília:


Editora Universidade de Brasília, 2007.

• ZILLES, Urbano. Teoria do conhecimento e teoria da ciência. São Paulo:


Paulus, 2005.

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