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em Psicologia: Temas
Avançados
2º Semestre – 3º Ano
2021/2022
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Inês Matias
Teórica 1
O que é isto?
A teoria quântica oferece uma explicação muito diferente do nosso mundo (12
partículas de matéria, 4 forças da natureza)
É muito difícil de imaginar todas as coisas loucas como elas realmente são.
Precisamos de uma Teoria de Tudo, que está apenas para além da nossa
compreensão.
A ciência que crê tudo esclarecer, cega. Ora, a verdadeira ciência é a que chega
ao conhecimento da ignorância (…)
“(…) Quanto mais se caminha para o conhecido mais se vai para o incognoscível.
O novo conhecimento conduz à nova ignorância. (…) Precisamos da explicação
para chegar ao inexplicável”
“Gostaria de aludir a Sócrates como ao homem que não sabia, ao homem que
soube que nada sabia. Na verdade, não sabemos nada (…) Somos pesquisadores,
a vida é, desde o início cética – em grego, pesquisante.”
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“O conhecimento do conhecimento ensina-nos que apenas conhecemos uma
pequena película da realidade”
Os dados
Trabalhar sobre os dados leva-nos a resultados. Ainda que os resultados possam
produzir novos dados para novas investigações.
É através dos dados que se vai construindo a ciência, com recurso a teorias e
métodos científicos
Ciência
Origem: Scientia (conhecimento), remete para Scire (saber)
Teoria
Theoré: ver, examinar, observar
Metodologia
Metà (para além de) + Odòs (caminho) + Logos (estudo)
Estudo do Método
(vem de caminho, caminho para)
Epistemologia
Episteme (conhecimento/ciência) + Logos (estudo
Prática 1
Conceptualização da investigação
Antes de iniciar uma investigação é importante refletir sobre a nossa posição
filosófica, o objetivo que temos ao investigar, o tipo de conhecimento que queremos
produzir.
A posição filosófica
Posição ontológica - crenças
A nossa visão sobre a realidade → acerca da natureza da realidade
Posição epistemológica -
A nossa visão sobre o conhecimento → crenças acerca da natureza
do conhecimento
Posição ontológica
Posição Epistemológica
Os Paradigmas
Paradigma
(“carta conceptual”)
(permite gerar)
Teoria “Realidade”
Método
(“mapa”)
(permite conhecer)
(permite intervir/mudar)
Paradigmas científicos
• Positivista
• Pós-Positivista
• Interpretativos (e.g., Construcionista; Teoria Crítica)
Orientação Positivista
Sublinha o realismo (próximo do ingénuo) – a realidade é real, única, imutável e
universal. É guiada por leis e mecanismos imutáveis (não considera o contexto).
• O conhecedor é objetivo
• O conhecedor é superior ao conhecido – é um especialista do conhecimento;
conhece melhor o significado de um fenómeno do que o conhecido
• Conhecedor e conhecido são entidades desligadas, independentes
• O conhecedor não influencia nem é influenciado pelo conhecido
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O objetivo é predizer, controlar, generalizar. Investigação conduzida por teorias e
hipóteses previas, com controlo máximo de variáveis e mensuração dos dados.
Orientação Interpretativa
Assume que a realidade é socialmente contextualmente construída, não há 1
realidade observável, mas sim múltiplas interpretações ou realidades de um
acontecimento (filtradas e contaminadas pelas nossas vivencias, crenças e valores)
→ Relativismo
Ex: o mapa não é a realidade
O que importa não é o que acontece (o mundo real) mas as interpretações do que
acontece, o significa que é atribuído por cada um (o mundo tornado real)
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Vídeo Aula Prática 1
Realismo – uma verdade existe e não muda, pode ser descoberta por instrumentos
objetivos e pode ser generalizada.
ETIC – Forma objetiva, sem influência do investigador, deve estar distante do que
está a ser investigado → Realismo
EMIC – realidade subjetiva, interagir com a pessoas para perceber o que elas
acreditam sobre a realidade, que estar dentro do aquário → Relativismo
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Teórica 2
Paradigmas
Estudo Experimental
Para responder à pergunta de investigação é necessário planear a investigação. Os
objetivos do estudo guiam as tomadas de decisão no planeamento:
• Medição de comportamentos;
• Manipulação experimental;
• Controlo de variações estranhas;
• Planos univariáveis, fatoriais e correlacionais;
• Método: seleção dos participantes, escolha dos materiais e especificação do
procedimento.
Amostragem
A maior parte dos estudos experimentais em Psicologia recorre a amostras de
estudantes universitários.
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• Estudam-se processos universais – comuns a todas as pessoas, até em ao
longo do desenvolvimento, partilhadas com outras espécies de animais
• Pouco interesse nas diferenças individuais
• Assume-se que os processos em causa têm pouca variação cultural e que este
grupo de participante é tão representativo como outro qualquer, sendo assim
uma amostra válida e representativa no estudo dos processos cognitivos
universais.
The weirdest people in the world? (Heirich, Heine & Norezayan, 2010)
Os resultados mostraram que entre 2003 e 2007 96% dos participantes eram de países
ocidentais industrializados (EUA, Europa), Austrália e Israel. Estes países representam
apenas 12% da população universal, o que põe em causa a representatividade
desta amostra.
Isto mostra que processos visuais percetivos que são considerados universais,
não são transversais a toda a população, podendo então depender da
cultura.
Mas muitos processos cognitivos são universais. Ex: “sentido do número” - capacidade
básica transversal de conhecer quantidades, saber quantificar coisas. Não o exato
número, mas se é mais ou menos.
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Grande parte dos processos psicológicos básicos são universais, mas alguns
apresentam variação (entre pessoas, culturas, etc.). Essa variação é frequentemente
ignorada em estudos que recorrem a amostras especificas (ex: estudantes
universitários). Isto não significa que estes estudos sejam inválidos. Contudo, as suas
conclusões devem ser cautelosas, evitando generalizações para toda a população.
Amostragem estratificada
• São definidos grupos que se pretende representar, na proporção existente na
população.
• Os elementos desses grupos são escolhidos aleatoriamente, o que lhe confere
o carácter representativo.
Amostragem aleatória
• Cada elemento da população alvo tem igual probabilidade de ser incluído
na amostra. É a melhor forma de evitar o enviesamento das amostras.
• No entanto, há dificuldades importantes neste tipo de amostragem: é difícil
obter acesso a toda a população a inquirir (demorado, custo elevado).
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• Apesar de os estudos com estudantes universitários recorrerem à amostragem
por conveniência, dentro dessa amostra, os participantes são escolhidos de
forma aleatória.
Dimensão da amostra
O número de participantes depende do estudo, devendo ser testados o número
necessário e suficiente de participantes.
Dificuldades da amostragem
O caso da Literary Digest Poll:
Nas eleições de 1936 para a presidência dos EUA havia dois candidatos, Landon e
Roosevelt. A sondagem da revista Literary Digest, com 2,4 milhões de participantes,
previu a vitória de Landon (57% vs. 43%).
George Gallup conduziu uma sondagem com 50 mil pessoas e previu a vitória de
Roosevelt (56% vs. 44%).
Era, portanto, uma amostra enviesada, não representativa dos eleitores americanos.
Incluir muitos participantes não elimina o viés da amostra, não a torna mais
representativa. A representatividade tem a ver com a natureza, com a forma como
se consegue ter acesso à população.
Fiabilidade e validade
Duas características essenciais das medidas:
Fiabilidade (Precisão):
• Os valores da medição são reproduzidos quando novas medições do mesmo
comportamento são realizadas?
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• Prende-se coma consistência na medição e com a possibilidade de
replicação
Nenhuma medida comportamental é perfeitamente confiável, então algum grau de erro
de medida ocorre com todas as medições. Ou seja, toda medida é uma combinação de
uma pontuação verdadeira hipotética mais algum erro de medição. Idealmente, erro de
Validade:
medição é baixo o suficiente para que a pontuação observada seja próxima da
• A medida mede o que é suposto medir?
pontuação verdadeira.
• Prende-se com o significado da medição.
Exemplo da Frenologia:
Variável Independente
As Variáveis Independentes (VI) correspondem aos fatores que o experimentador
manipula, para averiguar se têm ou não consequências no comportamento:
Variáveis Estranhas
• Correspondem aos fatores que o experimentados tenta controlar – fator de
interesse que pode influenciar o comportamento porque co-varia com a VI.
• As VEs devem ser mantidas constantes de modo a minimizar os seus efeitos
nos resultados.
Controlo
O controlo experimental visa minimizar o efeito de variáveis estranhas que podem
afetar (confundido) os resultados do estudo.
Deve-se controlar qualquer fator que não é de interesse para a investigação, mas
que pode influenciar o comportamento, porque co-varia com o fator de interesse.
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Estratégias de controlo:
• Aleatorização – Escolha aleatória de participantes e a sua distribuição aleatória
sobre as condições experimentais. Permite que todas as variáveis estranhas
também se distribuam de maneira aleatória pelos grupos.
• Emparelhamento – Duas condições distintas e queremos que sejam diferentes no
fator de interesse, mas idênticas em tudo o resto.
o P.e. estudar o efeito da demência, emparelhando a idade.
• Balanceamento – Tem a ver com efeitos de ordem, se temos diversas tarefas que
queremos aplicar devemos alterná-las
o Se tivermos duas tarefas A e B, devemos usar ordem alternadas entre
pessoas, para umas A-B e para outras B-A.
Exemplo:
Planos experimentais
Plano ou paradigma experimental é uma estratégia sistemática, desenvolvida pelo
investigador, para verificar como é que as manipulações experimentais (VIs) afetam
os comportamentos medidos (VDs), mantendo outros fatores potencialmente
confundentes (VEs) constantes.
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Permite estabelecer relações de causa-efeito, porque:
Plano Univariável
Plano experimental que contém apenas uma VI:
Neste estudo pediu-se ao paciente que desenhasse vários objetos e, pelos desenhos
consegue identificar-se cada um dos objetos. Mas, quando se pede que este
desenhe seres vivos, não é possível identificá-los, uma vez que este paciente
apresenta um défice específico para seres vivos, não défice de acesso à
representação, mas de perda de representação (afeta outras modalidades, se ouvir
o som de um gato não consegue associar ao gato). Esta experiência foi feita com
base num plano univariável, em que a única manipulação é na categoria dos
objetos, domínio semântico, entre seres não-vivos e vivos.
Este estudo é informativo, pois conseguimos observar o défice do paciente e que este
consegue diferenciar seres vivos de seres não-vivos, pois nos desenhos essa diferença
é notória. Características que são partilhadas por vários exemplares (por exemplo ter
patas e olhos nos animais) são preservadas neste tipo de défices, mas as
características que são únicas (por exemplo ter bossas, no caso de um camelo) são
perdidas neste tipo de défice.
Plano Fatorial
Plano experimental que contém duas ou mais VIs:
• Cada VI tem de ter pelo menos dois níveis. Portanto, um plano fatorial tem pelo
menos quatro condições.
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• Na nomenclatura utilizada, cada número corresponde a uma VI, o valor que
esse número toma identifica o número de níveis de cada VI. Ex. 2x2; 2x3x2.
• Permite olhar para efeitos principais: efeito de uma VI sobre a VD.
• Permite analisar efeitos de interação: efeito de uma VI depende do nível da
outra VI.
Exemplo: Efeito da categoria semântica (ser vivo, não vivo) e do grau de partilha de
atributos (partilhado, distintivo) no processamento de objetos (Reilly et al., 2018).
Partilhado Distintivo
Ser vivo Condição 1 Condição 2
Não vivo Condição 3 Condição 4
• Condição 1: águia-olhos
• Condição 2: leão-juba
• Condição 3: martelo-metal
• Condição 4: piano-teclas
Delineamento experimental
Investigação experimental oferece os métodos mais poderosos para testar hipóteses
causais:
Prática 2
Variáveis dependentes
Correspondem aos fatores medidos no estudo. Muitas vezes correspondem á
múltiplos correlatos do comportamento:
Variáveis independentes
Correspondem aos fatores que o experimentador manipula para observar se têm ou
não consequências no comportamento:
Variáveis estranhas
São variáveis de não interesse. São uma componente fundamental dos estudos
experimentais que permite concluir com mais segurança sobre efeitos causais (entre
VI e VD).
Plano experimental
• Univariável: apenas uma VI
• Fatorial: tem duas ou mais VIs. Recorre a uma terminologia específica. Por
exemplos:
o 2x2 = plano com duas variáveis independentes com dois níveis cada
uma.
o 2x3x3 = plano com 3 variáveis independentes, uma delas com dois
níveis e as outras duas com três níveis.
Vídeos
Para cada vídeo responder:
Vídeo 2:
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Teórica 3
Mapeamento da cognição
“Se a mente ocorre em algum espaço de todo, ocorre certamente a norte do
pescoço. O que é que nos informa saber em que localização é que esses processos
cognitivos ocorrem? O que é que isso nos traz?”
Fodor (1999)
Tulving (2002)
Nova frenologia?
Surge como o primeiro mapeamento (popular) da cognição, em que a partir da
forma e protuberâncias do crânio poderíamos ser informados sobre as aptidões
mentais e traços de carácter de uma pessoa;
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Imagiologia da cognição
“O sujeito que vai ser observado, deita-se numa mesa delicadamente equilibrada,
que poderá baixar num dos extremos, da cabeça ou dos pés, se o peso em alguma
dessas extremidades aumentar. No momento em que a atividade emocional ou
intelectual começa, no sujeito, então a parte da cabeça baixa, na sequência de
uma redistribuição no seu sistema.”
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Imagiologia de ressonância magnética funcional: fMRI
Imagiologia de ressonância magnética funcional mede a atividade cerebral através
da deteção de alterações associadas ao fluxo sanguíneo.
Contraste BOLD
Contraste BOLD (blood oxygenation level dependent) é o método de imagem mais
comum (Ogawa et al, 1990).
É a perda de sinal que é medido e que nos diz se aquela área está em atividade.
Resposta hemodinâmica
Alteração desta dinâmica do sangue, com características específicas que são
conhecidas.
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Resposta da função hemodinâmica (HRF): evolução ao longo do tempo da resposta
hemodinâmica.
Bom par ver onde no cérebro, que regiões são recrutadas em diferentes tarefas, mas
não para ver se somos rápidos ou não a responder a um estímulo.
Resposta
hemodinamica é
aquilo que se mede
com o Contraste BOLD.
Sumário interino
• fMRI é uma medida indireta da atividade neuronal. Reflete uma correlação
entre o sistema vascular e a atividade neuronal. Vários estudos mostram que a
resposta BOLD é um indicador (indireto) fidedigno da atividade neuronal.
o Relação indireta – não permite estabelecer uma relação causal
• A resposta BOLD é lenta. Atinge o pico alguns segundos depois do início da
atividade neuronal. Esta característica tem que ser tida em conta na
preparação dos paradigmas experimentais e na análise dos dados.
• A resposta BOLD varia de pessoa para pessoa e depende da condição de
saúde, localização cerebral, hora do dia, etc.
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Vantagens e Limitações
Vantagens Limitações
Elevada resolução espacial (1-2 mm). Baixa resolução temporal (~5s de atraso).
Cobertura do cérebro todo.
Não é invasiva e não apresenta riscos Participantes têm de manter-se quietos
para a saúde ou segurança dos num tubo barulhento (>95dB) e estreito
participantes. (60cm diâmetro). Não pode ter metal.
Permite a combinação de métodos Custo elevado (~350€/hora).
comportamentais e análises estatísticas
padrão.
Publicações
Na última década a fMRI tornou-se uma técnica
dominante em neurociências.
Estudo pioneiro
Paradigma experimental
Há muitas formas de analisar dados das ressonâncias, mas a mais usada é a da
subtração.
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• Incluir sempre pelo menos uma condição de controlo.
• Respostas motoras simples (carregar em botões para sim/não) são preferíveis do
que respostas orais ou respostas mais complexas, uma vez que o movimento afeta
a qualidade das imagens.
• Usar estimulação visual, em vez de auditiva, dado que o scanner é barulhento.
• O intervalo inter-estímulos deve ser maior do que em estudos comportamentais
(1500-7000ms), para melhor detetar e destrinçar a HRF associada ao
processamento de diferentes estímulos.
o Intervalo de 1500-7000ms porque tem de dar tempo da respostas baixar
para se notar o subir para o pico em relação a um novo estímulo.
• Pelo menos 30 ensaios por condição; máximo de 40 min em tarefa; cerca de 20
participantes por grupo.
Hierarquia de dados
1 participante →1 sessão → vários blocos
Segurança e ética
• Questionário de inclusão detalhada a todos os participantes.
• Além da verificação da ausência de metal (no corpo ou nas roupas): exclusão
de mulheres grávidas, pessoas com dores nas costas e com claustrofobia, dar
proteção auditivas (auscultadores).
• Notificar o participante no caso de deteção de alguma anomalia (se esta
pessoa assinou o consentimento informado e disse que queria ser notificado).
Predição da memória
Quais os processos que nos permitem formar novas memórias?
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Impacto da literacia
• Como é que a aprendizagem da leitura e da escrita influencia
as redes corticais?
• Adultos letrados, ex-iletrados e iletrados participaram neste
estudo de fMRI.
• Os adultos letrados e ex-iletrados mostraram diferenças de
ativação em regiões de visão e linguagem falada quando
veem texto em comparação com adultos iletrados.
• Reciclagem neuronal: a aprendizagem da leitura, mesmo
tardia, modifica a organização cortical (Dehaene et al., 2010).
Prática 3
MRI é uma medida indireta da atividade neuronal. Reflete uma correlação entre o
sistema vascular – sanguíneo – e a atividade neuronal. Vários estudos mostram que a
resposta BOLD é um indicador (indireto) fidedigno da atividade neuronal e, portanto,
a resposta cerebral é usada como uma medida indireta da atividade dos neurónios,
tal como o comportamento é uma medida indireta da atividade dos neurónios.
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A resposta BOLD é lenta.
Análise de contraste
Perguntas
1. Pessoas com contraindicações (Ex: claustrofobia) podem, em certas
circunstâncias, realizar exames clínicos de MRI, mas devem ser excluídas de
estudos de investigação. Por que razão deve haver diferentes normas para a
inclusão de participantes em exames clínicos e de investigação?
Essa pessoa ao sentir-se de forma diferente de outras (ansiedade, medo) vai introduzir
ruído e variabilidade no padrão de ativação neuronal. É preferível não introduzir esta
variabilidade.
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Proponha um novo estudo, dentro da temática apresentada, com recurso à
metodologia de fMRI. Descreva:
Teórica 4
Estatística Inferencial
A estatística inferencial permite inferir os dados da amostra para a população.
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Estatística inferencial mais frequentemente reportada e aconselhada pela APA: teste
de hipóteses (teste t, anova…), intervalo de confiança, tamanho do efeito.
Embora um estudo analise apenas uma pequena amostra (um subconjunto dos
membros de algum grupo definido – 50 estudantes, por exemplo) de todos os dados
que poderiam ser recolhidos, a esperança do pesquisador é para chegar a uma
conclusão que será aplicada à população em geral (todos os membros de um grupo
definido - todos os estudantes universitários, por exemplo).
Teste de Hipóteses
Implica a especificação da hipótese nula (H0) e hipótese alternativa (H1) – hipóteses
estatísticas.
• H0 é especificada como a ausência de efeito (ausência de diferença entre
grupos, ausência do fenómeno).
• H1 é especificada como a existência de efeito (existência de diferenças entre
grupos). Geralmente corresponde à hipótese experimental ou hipótese de
investigação.
Exemplo:
Pretende-se saber se existem diferenças entre adultos jovens e idosos na capacidade
de memória episódica (i.e., recordar um conjunto de palavras vistas anteriormente)
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e numa tarefa de memória semântica (i.e., teste de vocabulário). Os dados estão
apresentados em baixo. O que se pode concluir?
Espera-se que os idosos (relativamente aos jovens adultos) tenham pior desempenho
nas duas tarefas.
Tarefa de Vocabulário:
Intervalo de confiança
É a estimativa de um intervalo que assegura que a média da população está dentro
desse intervalo, para um determinado nível de confiança.
Exemplo:
Um estudo estimou que as pessoas saudáveis passam em média entre 1,5 e 1,8 horas
em sono profundo por cada noite de sono, para um IC de 95%. O que significa este
resultado?
Muito usado pela OMS em relação ao covid.
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Se observássemos 100 pessoas, para 95 delas iríamos verificar que a duração do sono
profundo é entre 1,5 e 1,8 horas por noite.
Tamanho do efeito
O resultado de um teste de significância da hipótese nula pode ser que existe uma
diferença estatisticamente significativa entre dois grupos ou entre vários grupos. Mas
este resultado não informa acerca do tamanho da (s) diferença (s).
Exemplo:
Não podemos responder a esta pergunta, a menos que se saiba a variação normal
da população, é preciso o desvio-padrão!
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Cohen’s d: 0.5
Cohen’s d: 2.5
Então, um tamanho do efeito não é grande nem pequeno por si só, depende da
variação que existe naturalmente, daí a importância do desvio-padrão.
Inevitabilidade da incerteza
Em ciência, há sempre um nível de incerteza associado às decisões (teóricas e
estatísticas) que tomamos (teóricas, estatísticas).
Há uma probabilidade de erro associada à decisão (mas que se tenta que seja o
mais baixa possível).
Tipos de erros
Não podemos testar toda a gente para saber se a h0 é verdadeira ou falsa em toda
a população.
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Erro do Tipo II (beta) → Aceitar a H0 quando ela na verdade é falsa. Às vezes, erros do
tipo II ocorrem quando as medições usadas não são muito confiáveis ou sensíveis o
suficiente para detetar verdadeiras diferenças entre grupos.
Dado o grau (mesmo que pequeno) de incerteza, as decisões envolvem sempre uma
certa ambiguidade e dúvida.
Liberdade do investigador
No decorrer de um estudo, os investigadores têm de tomar decisões que nem sempre
têm respostas óbvias:
Nas publicações, são favorecidos artigos que apresentam dados novos, contra-
intuitivos e dados “limpos” (sem grande ruído, variação).
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John, Loewenstein & Prelec (2012)
Incluir no estudo várias VD e reportar apenas a que funcionou (i.e., em que se obteve
um resultado significativo):
Recolher mais dados depois de ver se os resultados foram significativos (para tentar
tornar significativos resultados que não são significativos):
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• Ao alterar o valor p para que este se torne significativo (favorável à hipótese
do investigador) não informamos corretamente a comunidade científica da
probabilidade de erro na decisão sobre as hipóteses.
• Estas práticas são genericamente designadas de “p-hacking” ou “data
fishing”, isto é “andar à pesca” de resultados significativos.
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O gráfico refere-se ao tamanho de efeito nos estudos originais e nas replicações. Os
pontos abaixo da linha, o tamanho do efeito do estudo original foi maior do que a
replicação, o que significa que o efeito encontrado foi inverso na replicação (p.e., 1º
A>B e na replicação B>A). Só os pontos acima da linha correspondem a estudos
originais em que se verificou um tamanho do efeito igual (se estiverem na linha) ou
superior nas replicações.
• Método usado pela OSC para analisar replicações apresenta fraco poder
estatístico — quando este método foi usado para analisar estudos que se sabia
terem elevada replicabilidade, o resultado também revelou baixa
replicabilidade – não reflete a capacidade dos estudos.
• Vários estudos não eram replicações de estudos originais — usavam amostras
de outras populações e procedimentos diferentes.
• Problema de enviesamento dos procedimentos — a OSC inquiriu os autores
dos estudos originais sobre se endossavam as replicações (no sentido de dar
apoio a essa replicação). A comparação das replicações endossadas vs. não
endossadas revelou que nas primeiras o sucesso da replicação foi de 59,7% e
nas segundas de 15,4%.
o Os investigadores originais quando endossam dão indicações e
explicam como chegaram aos resultados
Recomendações
• Descrever todas as condições (VIs) e medidas (VDs) do estudo.
• O tamanho da amostra, assim como os critérios de inclusão ou exclusão de
participantes ou respostas (ex.: outliers) têm de ser definidos antes do teste de
hipóteses.
• Nem todos os testes estatísticos são iguais. Devem usar-se testes específicos
para testar hipóteses específicas e não “andar à pesca” do teste com o
melhor resultado.
• Reportar de forma completa os resultados estatísticos (incluindo o valor da
estatística de teste, valor p e tamanho do efeito), tanto para hipóteses
apoiadas como para hipóteses rejeitadas.
• A interpretação dos resultados deve ser fundamentada em propostas teóricas
fortes e acompanhadas de interpretações alternativas.
• Revisão das políticas das revistas científicas, no sentido de aceitar para
publicação dados imperfeitos, dados que apoiam ausência de efeitos,
promover as replicações.
• Pré-registo dos estudos — especificação do desenho experimental, hipóteses
e plano de análise antes da observação dos resultados do estudo.
Permite distinguir entre investigação confirmatória (que usa dados para testar
hipóteses) e investigação exploratória (que usa dados para gerar hipóteses).
Poderá reduzir o viés nas publicações que tendem a favorecer artigos com resultados
significativos e efeitos grandes. O pré-registo permite aceder a dados de muitos
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estudos sobre um tópico e perceber o que têm mostrado, mesmo quando não são
publicados.
Abelson (1995): Propôs que a análise estatística dos dados como uma evidência
empírica de apoio a um argumento. Este argumento deve ser apresentado numa
narrativa envolvente (cativante) sobre a investigação.
Critérios MAGIC
1) Magnitude
2) Articulação
3) Generabilidade
4) Interesse
5) Credibilidade
1. Magnitude
Prende-se com o tamanho do efeito (d de Cohen). Deve ser reportado a par do teste
de hipóteses (nível de significância).
2. Articulação
Grau de detalhe em que os resultados são descritos e explicados. Interpretar tanto a
existência de efeitos como a ausência de efeitos. Quando há efeitos, explicar o
sentido dos efeitos. Não basta dizer que há diferenças, temos de dizer em que sentido
e em que grupos há estas diferenças.
3. Generabilidade
Até que ponto os resultados podem ser inferidos para a população e são extensíveis
a outras condições. Pode-se aumentar a generalidade através da inclusão de maior
diversidade de populações, materiais, contextos no plano de investigação, assim
como através de meta- análises (análise de dados provenientes de vários estudos).
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4. Interesse
Prende-se com a relevância dos resultados, incluindo:
5. Credibilidade
Refere-se à confiança que podemos ter nos argumentos. O grau de plausibilidade
do argumento provém da fundamentação teórica e da solidez metodológica. A
teoria na qual o trabalho é fundamentado e a adequação metodológica do estudo
são tão importantes como o resultado estatístico das análises efetuadas.
As suas decisões devem ser reportadas para poderem ser discutidas e a sua influência
nos resultados avaliada. Não reportar as decisões pode conduzir a representações
erradas dos dados, sendo difícil a sua correção.
Prática 4
Análise de dado
Tamanho do efeito
Reflete a magnitude de um fenómeno.
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Intervalo de confiança
Estimativa de um intervalo que assegura que a média da população está dentro
desse intervalo, para um determinado nível de confiança.
Teste de Hipóteses
Método de inferência estatística que indica qual a probabilidade de a diferença
observada entre dois ou mais grupos/condições ser devida ao acaso. Por convenção
é habitualmente usado um nível de significância de 0,05.
Grande parte dos estudos em psicologia recorre a planos fatoriais, que permitem
olhar para o efeito de duas ou mais variáveis independentes e, adicionalmente, para
a interação entre as variáveis.
2
1.1. Será que há um efeito principal de profissão?
Sim: em média, os arqueólogos têm salários mais elevados do que os
enfermeiros.
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Ilustração gráfica dos efeitos
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Exercícios
1. Numa tarefa sobre raciocínio analógico, manipulou-se a complexidade de
analogias (simples, complexas) e mediu-se a proporção de respostas corretas num
grupo de pacientes e num grupo de controlo. Os dados estão apresentados em
baixo. Calcule o tamanho do efeito (d de Cohen).
Resolução:
Isto significa que a tarefa de analogias complexas é mais discriminativa dos dois
grupos (permite diferenciá-los melhor).
Resolução:
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Observou-se um efeito significativo de dificuldade do teste, sendo que, em média, o
teste de dificuldade baixa teve melhores resultados do que o de dificuldade alta.
Resolução:
4.2. Uma ausência de efeito principal de stress, uma ausência de efeito principal de
tipo de exercício e uma interação cruzada entre as duas variáveis.
42
4.3. Um efeito principal de stress, uma ausência de efeito principal de tipo de
exercício e uma interação entre as duas variáveis
Teórica 5
Estrutura e função
• A especificação de hipóteses em estudos de fMRI, assim como a análise dos
resultados e a sua interpretação, devem ser firmemente baseadas no
conhecimento adquirido, a partir de estudos prévios, sobre a relação entre
estrutura neuronal e função cognitiva.
o Se não tivermos hipóteses prévias vamos ter dificuldade em interpretar as
várias regiões ativas, pois estas poderão estar relacionadas com outros
processos. Só olhar não chega.
• O conhecimento sobre a organização das várias estruturas cerebrais fornece
informação útil sobre a função cognitiva das diferentes regiões, a cooperação
em rede de múltiplas regiões e a limitação em termos de processamento da
informação.
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Segregação funcional
• A abordagem mais comum na análise de dados de fMRI consiste na
segregação funcional, isto é, estabelecer uma relação entre uma estrutura
cerebral e uma função cognitiva (ex. audição)
Integração funcional
• Mais recentemente, a abordagem de integração funcional tem
complementado a abordagem tradicional de segregação funcional.
• Pretende-se perceber que diferentes regiões cerebrais interagem e cooperam
para a realização de tarefas cognitivas específicas. Essa interação pode ser
estudada através de métodos de conectividade.
o Conetividade estrutural significa que duas regiões cerebrais distintas
estão ligadas fisicamente entre si e funcionam em cooperação uma
com a outra (como a área de Broca- produção – e de Wernicke –
compreensão, associadas ao processamento da linguagem, ligadas
pelo fascículo arqueado).
Mais do que fazer uma localização de funções especificas, fazer uma associação
entre a tarefa e a rede neuronal no seu conjunto responsável.
44
Esta rede de repouso tem disso amplamente estudada. Um dos primeiros estudos
(Buckner et al., 2008) apresentou as áreas associadas a essa rede, que são múltiplas,
incluindo o córtex frontal medial e também regiões mais posteriores occipitais e
temporais. Estas áreas, ao contrário da área de Wernicke e de Broca, não estão
ligadas entre si fisicamente, mas está bem estabelecido que estas regiões cooperam
entre si numa tarefa específica ( estão mais ativas quando a pessoa não está a fazer
nada, do que quando está a fazer uma tarefa como ler). Portanto, chama-se a isto
integração ou conetividade funcional porque elas estão
ligadas/integradas/cooperam para o desempenho de uma função, mas não têm de
estar ligadas entre si fisicamente.
Tronco encefálico
Cerebelo
Cérebro
Constituído por:
45
Quatro lobos cerebrais dos hemisférios:
Circunvoluções principais
Axial ou horizontal
Coronal
Sagital
Descrição da localização
Áreas de Brodmann
46
Lobo occipital
• Centro do processamento visual.
• Contém o córtex visual primário (V1), responsável pelo tratamento de
informação visual de baixo nível (orientação, frequência espacial e cor).
Lobo temporal
• Processamento visual (faces, objetos), via ventral.
• Processamento auditivo.
• Compreensão da linguagem.
• Formação de memórias.
Córtex auditivo primário (zona mais dorsal do lobo temporal), responsável pelo
processamento auditivo (sons, palavras) interage com áreas clássicas de linguagem
(área de Wernicke e área de Broca).
Compreensão da linguagem:
A área de Wernicke, localizada na secção posterior do córtex temporal
superior esquerdo, é uma das regiões clássicas necessária à compreensão da
linguagem (conceitos e significados).
Lobo frontal
Lobo frontal posterior inclui o córtex motor. É a estrutura mais tardia ao longo do
desenvolvimento, até ao início da idade adulta.
47
o Empatia e mentalização (teoria da mente).
Lobo parietal
Inclui o córtex somatossensorial (processamento sensorial e espacial).
48
• A circunvolução angular (no córtex parietal posterior) tem sido envolvida no
processamento de frases e narrativas, incluindo estabelecimento de
inferências e compreensão de metáforas (Price et al, 2015).
o Quando a combinação de palavras que fazem sentido vai ativar
áreas de atribuição de significado, vs. combinação de palavras que
não faz sentido,
• Exemplo de como a linguagem está distribuída no cérebro em diferentes
regiões: desde o lobo temporal (no processamento de significados) ao lobo
frontal (processamento sintático e “desambiguação” de significado), mas
também regiões parietais (estabelecimento de frases e narrativas de um todo
coerente e de estabelecimento de inferência e compreensão de metáforas).
Portanto, embora haja regiões com uma função específica, a maior parte das
regiões cerebrais desempenha múltiplos papéis e uma determinada função
cognitiva está distribuída por uma rede de ativações e não um mapeamento
1 para 1.
Sistema Límbico
• Inclui o hipotálamo, amígdala, hipocampo, córtex orbitofrontal.
• Envolvido na emoção, motivação e sua relação com memória.
Relação estrutura-função
O aparecimento, nos últimos 30 anos, de métodos não invasivos de imagiologia e de
medição da atividade cerebral humana enquanto os participantes realizam diversas
tarefas, tem impulsionado um entendimento mais aprofundado dos processos
mentais.
Prática 5
1. A
2. C
3. C – Motor
49
4. Circunvolução temporal lateral (médio)
5. Secção posterior do córtex temporal superior esquerdo
6. Córtex frontal inferior esquerdo
7. B – Córtex temporal medial
8. B – Cognição numérica
9. D - Tátil
10. C – Recuperação controlada de informação
11. Tomada de perspetiva do outro
12. C - Funcional
13. Formação de memórias (consolidação da informação a longo prazo e
navegação espacial)
14. A - Temporal
15. C – Parietal
16. A - Temporal
17. Interativa
18. B – Citológica
19. C – Tomada de Decisão
20. C - Cerebelo
Teórica 6
• O investigador, na entrevista
• O sujeito, no questionário
50
2. O formato das questões (itens)
Questões abertas
O questionário deve ter questões abertas e as pessoas escrevem aquilo que
entenderem?
É raro e não muito recomendável serem usadas para medir propriamente variáveis
psicológicas, pois as medidas em escala nominal têm muitas limitações quanto ao
que permitem fazer em termos psicométricos e de análise estatística.
51
Nos casos em que foram utilizadas a certa altura (p.e., avaliação dos estilos de
vinculação nos adultos – escolher que parágrafo melhor os descrevia), rapidamente
foram substituídas por outros formatos.
Entretanto embora o formato “caule e folhas” seja o mais comum, nos questionários
psicológicos, há que manter a mente aberta a formatos criativos, tendo em conta as
características da variável que se pretende medir
Mas há muitos outros formatos, ainda mais quando os questionários são aplicados por
computador (ex: plataforma Qualtrics)
• Quanto mais alternativas houver, mais informação o item fornece, mas isso
também tem limitações
o Quanto maior o número de alternativas, menor o ganho em
acrescentar mais
52
o Não há utilidade em colocar mais alternativas do que os níveis que as
pessoas conseguem discriminar
o Um grande número de alternativas torna muito difícil ter um rótulo
descritivo para cada uma (e a investigação mostra que esses rótulos
melhoram a consistência das respostas)
Um exemplo de um possível formato de item, que não utiliza estes rótulos, embora
possa ter números, é o chamado “diferencial semântico”
Assim:
Devemos ter um número de alternativas par, para evitar as “respostas ao meio”? Não
• As respostas “ao meio” são uma posição legítima, não faz sentido frustrar os
respondentes, impedindo-as
• Se as pessoas procuram dar uma resposta que “não as comprometa”, isso
deve-se a algum tipo de resistência, com a qual se deve lidar por outras
formas, através do cuidado na elaboração dos itens, instruções, escolha do
tema, metodologia, população, etc.
• Quando os itens colocam questões relevantes e compreensíveis para as
pessoas, as “respostas ao meio” são raras
• Assumir que são apenas de nível ordinal significa que praticamente todos os
procedimentos mais comuns, como o somatório dos resultados dos itens para
obter um resultado total, o cálculo de índices de consistência interna, como o
alfa de Cronbach, etc., se tornam ilegítimos.
• É possível trabalhar assumindo apenas o nível ordinal, mas isso implica
procedimentos muito mais complexos (correlações policóricas, teoria da
resposta ao item, etc.), que raramente surgem utilizados na literatura de
investigação,
• A esmagadora maioria da investigação publicada em psicologia acaba por
assumir implicitamente que este tipo de itens fornece resultados ao nível
intervalar, de modo a poder aplicar os procedimentos mais comuns.
53
• De qualquer forma, as diferenças de magnitude entre os intervalos não devem
ser muito grandes, e tendem a anular-se quando os resultados dos vários itens
são somados.
• Mas convém escolher com cuidado os rótulos das alternativas, para que os
intervalos sejam tanto quanto possível semelhantes; a colocação de números
também ajuda a dar essa ideia de igualdade de intervalos
Isto tem a ver com psicopatologia? Que tipo de perturbação levaria alguém a
responder a este item? Na verdade, qualquer pessoa responderia sim ao item logo
ele não é bom para avaliar sintomas psicopatológicos
Algumas ações têm de ser repetidas várias vezes que nada tem a ver com sintomas
psicopatológicos. Um participante inteligente chega à ideia do que item está
perguntar – OCD – já que se trata de um questionário de sintomas psicopatológicos,
mas para outras pessoas pode não ser claro.
Quando estou sozinho sinto a falta de outras pessoas, mas quando estou rodeado de
outras pessoas apetece-me estar sozinho.
54
• Deve-se evitar a presença, influência ou interferência de outras variáveis que
não pertençam ao construto, como já foi dito
• Deve-se também evitar redundâncias que sejam estranhas ao construto,
como sejam o utilizar as mesmas palavras ou as mesmas estruturas gramaticais,
sem necessidade,
• O grau de generalidade vs. especificidade dos itens deve ser
aproximadamente equilibrado nas diferentes facetas.
• Estas questões não são fáceis porque não há critérios muito objetivos, mas é
importante estar atento a elas
• A seleção de itens após a aplicação em pré-teste permite resolver alguns
problemas, mas não se deve confiar nisso em demasia.
Número de itens
• Pensar em quantos itens poderá ter a versão final, em função da estrutura do
questionário e do seu contexto de utilização
• É geralmente recomendado que o número de itens inicialmente produzido
seja entre 2 a 3 vezes o número pretendido final, podendo ir de 1,5 a 4 vezes
em casos excecionais.
• Ter também em conta o contexto em que vai ser feito o pré-teste, para decidir
quantos itens se pode incluir.
• Considerar incluir no pré-teste itens cujo desempenho se tem dúvidas (p.e., de
cotação inversa, tão semelhantes que sejam alternativos, etc.)
Questionários unidimensionais
Questionários multidimensionais
55
o Ex: Mother-Father-Peer Scale
• Ou multinível, se há vários níveis com mais do que uma escala
o Ex: BFI-2
6. A construção de um questionário
1. Definição do construto que se pretende medir
2. Pesquisa de questionários já existentes
3. Redação dos itens (geralmente em número superior ao necessário) ou
tradução (e retroversão) e das instruções
4. Aplicações piloto (controlo de compreensão)
5. Pré-teste e seleção de itens por critérios estatísticos
6. Exame das qualidades psicométricas dos resultados (precisão e validade)
7. Tradução/Adaptação de um questionário
1. Verificar se não existe já uma versão portuguesa
2. Contactar o autor, pedindo autorização, para evitar a proliferação de versões
3. Fazer a tradução, procurando manter o sentido, mais do que traduzir
literalmente, consultando outras pessoas.
4. Obter uma retroversão, de uma ou mais pessoas que dominem bem a língua
de origem
5. Enviar a retroversão para o autor original, para verificação
6. Obter dados para testar psicometricamente a versão portuguesa.
8. Avaliação psicométrica
Precisão (reliability)
O questionário mede algo de consistente (isto é, que não varia de forma aleatória)?
1. Reteste
2. Coeficiente alfa de Cronbach
3. Teoria da generalizabilidade
Validade
O questionário mede o construto que eu quero ou penso que mede (isto é, posso
fazer as interpretações que me interessam)?
• Por sentir medo, evito com frequência espaços com muitas pessoas, como
autocarros, auditórios, ruas muito largas ou multidões em geral.
o Muito longo, avalia várias coisas ao mesmo tempo [se evita e por que
razão (medo) – a pessoa pode ter medo e não evitar, pode evitar e não
por medo].
o Pode-se dividir ao meio, uma pergunta para medo e outra para
evitação
o Ruas muito largas têm mais a ver com espaços abertos (típico da
agorafobia) e não tanto a ver com muitas pessoas
• Tenho tido dificuldades no meu trabalho habitual
o O que se está a perguntar mesmo? Não se percebe
o Está dentro do domínio – dificuldades no trabalho significa patologia?
Qual é a psicopatologia?
o Aplicabilidade para todos: este item só pode ser respondido por uma
pessoa que trabalhasse – pessoa entre empregos, reformados,
estudantes, desempregada.
• Tenho sentido perda de vontade em realizar atividades que dantes me davam
prazer.
o Alguns dizem que o facto de ter uma perda indica diminuição de algo
que existia antes, tornando o “que dantes me davam prazer”
desnecessário. Mas outros acham que faz sentido.
• Sempre que eu estou no meio da multidão sinto que perco o controlo ou sinto-
me impotente e vulnerável.
57
o Avalia mais do que uma coisa ao mesmo tempo.
• Sinto-me relutante em confiar nos outros porque tenho medo que a
informação possa ser usada contra mim.
o Extenso;
o Pergunta duas coisas;
o Pode ser dividido em dois;
o A palavra relutante pode não ser conhecida por todas.
• Sinto que não tenho valor.
o Está na negação, mas não incomoda muito.
6 itens
58
Teórica 7
• Tanto de aspetos subjetivos que não podem ser obtidos de outra forma (por
exemplo, opiniões, crenças, etc.);
• Como acerca de aspetos objetivos do seu comportamento ou do seu
ambiente, que também poderiam ser recolhidos através de observação mas
em que os questionários ou as entrevistas têm a vantagem de ser mais
económicos, sobretudo em termos de tempo.
Deste modo, a minha proposta é a de definir que nas entrevistas a recolha de dados
é feita durante uma interação, presencial ou à distância, por exemplo por telefone,
Zoom, Whatsapp, etc., entre o participante e um elemento da equipa de
investigação.
Pelo contrário, nos questionários não existe essa interação durante a recolha de
dados, e a apresentação das perguntas e a recolha das respostas são feitas por
escrito ou de modo semelhante (por exemplo, assinalando com o rato do
computador).
• Note-se, por exemplo, que, de acordo com esta definição, se temos um estudo
em que o participante clica com o rato num certo ponto do ecrã para ouvir um
ficheiro de som que lhe apresenta uma pergunta e depois noutro ponto para
gravar um ficheiro de som com a sua resposta, estaremos perante um
questionário, visto que não existe uma interação com um investigador durante o
período da aplicação.
Em outras obras de outros autores poderão ser encontradas outras definições, mas
esta parece-me a mais útil para a decisão que é necessário tomar. Espero que um
pouco mais à frente fique claro o porquê.
Daqui decorre que deveremos optar por entrevistas se prevemos com elevada
probabilidade que irão acontecer situações imprevistas, às quais teremos de nos
adaptar, se queremos evitar que os nossos dados se revelem inválidos.
Daqui decorre, por sua vez que, para se utilizar um questionário, temos de ter
garantido as melhores condições para a recolha dos dados, uma vez que não
poderemos lidar com imprevistos nem, muitas vezes, detetá-los. Isto significa, por
exemplo, um enorme cuidado na redação das perguntas, pois será necessário tentar
garantir que elas são sempre interpretadas da maneira que o investigador pretende,
não se podendo alterá-las e esclarecê-las no momento nem detetar os problemas
de interpretação, como acontece nas entrevistas.
Por outro lado, isto implica também que os participantes tenham os recursos
cognitivos (e outros, eventualmente) necessários para lidar adequadamente com a
tarefa que lhes é pedida, sem a ajuda do investigador.
• Se, por exemplo, existem respostas que o investigador não consegue antecipar
e em relação às quais seria importante pedir aos participantes especificações,
clarificações, aprofundamento, etc., ou seja, num estudo de caráter claramente
exploratório, os questionários são geralmente inadequados.
Se o objetivo do estudo passa por solicitar aos participantes que se posicionem (por
exemplo, em termos de opiniões ou crenças) relativamente a uma lista de itens que
se pretende que seja o mais completa possível, o mais adequado é geralmente
realizar primeiro um estudo qualitativo, através de entrevistas, e de seguida preparar
um questionário com base nos resultados desse estudo e realizar um segundo estudo,
com esse questionário.
60
assunto, as suas crenças não incluem provavelmente muitos dos mitos e
crenças erróneas mantidas por muitos leigos pouco informados.
o Por isso, o investigador não consegue geralmente, mesmo com a ajuda de
colegas, criar uma lista suficientemente completa daquilo que poderão ser
as crenças relevantes da população estudada.
o Mesmo recorrendo à literatura sobre o assunto, o risco de escaparem
aspetos importantes é elevado, pois dificilmente haverá um estudo
suficientemente atualizado, com a mesma população, com a mesma
definição de fatores de risco que o investigador pretende, etc.
• Portanto, se queremos evitar o imprevisto de as pessoas da nossa amostra terem
uma crença de que não estávamos à espera, o melhor será fazer um estudo
qualitativo, certamente utilizando entrevistas, com o número suficiente de
participantes da mesma população para garantir que atingimos a saturação e
novas entrevistas não nos permitem aumentar a nossa lista de crenças.
Mas porque não ficar, então, apenas pela entrevista e pelo estudo qualitativo?
Neste caso, um estudo com um questionário daria uma informação mais completa
do que se fosse utilizada uma entrevista não estruturada ou semiestruturada. Por este
motivo, é legítimo considerar que nenhum dos métodos fornece sistematicamente
informação mais rica e completa do que o outro. → Isso depende das circunstâncias
do estudo, não obstante aquilo que é muitas vezes dito, sobretudo pelos defensores
dos métodos qualitativos, que procuram defender a superioridade destes.
Mas porque não usar, então, uma entrevista estruturada em vez do questionário?
61
interagir individualmente ou em pequenos grupos com os participantes, e estes
realizarem a tarefa sozinhos, os questionários tornam a recolha de dados muito
mais eficiente em termos do rácio entre a quantidade de informação produzida e
o tempo despendido pelos investigadores.
Quer isto dizer que se torna possível recolher amostras muito maiores com o mesmo
dispêndio de tempo e, portanto, o questionário teria com certeza vantagens sobre a
entrevista neste estudo.
Por isso, eventualmente com raríssimas exceções, não são de recomendar, e quase
sempre as entrevistas são mais vantajosas nesses casos.
De modo geral, no entanto, os tipos de itens mais usados para medir variáveis
psicológicas são aqueles que utilizam escalas de avaliação (em inglês, rating scales),
que permitem uma quantificação em termos de graus, por exemplo de
concordância, frequência, veracidade, etc.
62
Essas escalas são depois traduzidas em números, de modo que os resultados dos
vários itens possam ser somados e calculados os indicadores estatísticos.
Por isso, este formato parece-me de evitar e, mesmo que alguns autores defendam
que ele pode ter vantagens em alguns casos, essas vantagens não foram
comprovadas pela investigação e as desvantagens são sempre maiores.
Note-se, no entanto, que, para que um item seja considerado ipsativo, é necessário
que as alternativas colocadas por ordem correspondam a variáveis diferentes.
escala de locus de controlo de Rotter, cada item é composto por duas alternativas, uma
respondente a um locus de controlo interno e a outra a um locus de controlo externo. Isto significa
e a correlação entre os totais das avaliações independentes dos locus de controlo interno e externo
á sempre de -1. Por seu turno, isto significa que é impossível obter avaliações independentes dos
us de controlo interno e externo (são a mesma variável, apenas invertida).
esultado do questionário corresponderá a uma única dimensão de locus de controlo, entre os polos
remos de interno e externo. Assim sendo, as duas alternativas estarão a medir a mesma variável, e
roblema desaparece, desde que se parta de uma conceção teórica bipolar (interno-externo) do
us de controlo.
a nossa conceção for a de que locus de controlo interno e externo são dois tipos de crenças algo
ependentes e que podem coexistir na mesma pessoa, já teremos um problema, e este formato de
m será inadequado.
Note-se, ainda, que este é um caso extremo. Nos casos em que as alternativas são
mais do que duas, a correlação não é obrigatoriamente de -1, mas é ainda assim
fortemente enviesada no sentido negativo.
Outra questão importante é a dos itens dicotómicos, ou seja, dos itens que apenas
admitem duas alternativas de resposta (sim/não, concordo/discordo, etc.) O
principal problema com estes itens é que são muito pouco eficientes em termos da
discriminação entre diferentes níveis das variáveis que se pretende medir. Um item
com, por exemplo, 5 níveis de concordância, estabelece quatro distinções (entre
alternativas adjacentes), enquanto o item dicotómico apenas estabelece uma.
63
Significa isto que, para termos a mesma capacidade discriminativa, teríamos de usar
mais itens.
Por isso, mesmo que a resposta a itens dicotómicos possa ser muito ligeiramente mais
rápida e fácil (e a diferença será sempre pequena), qualquer vantagem a esse nível
será anulada pela necessidade de inserir mais itens para obter resultados
comparáveis. A leitura desse maior número de itens irá fazer com que o tempo
despendido acabe por ser maior.
↓
Isso fez com que os itens de resposta dicotómica tenham praticamente desaparecido
dos questionários atuais. Aqueles que ainda os apresentam, ou são questionários
antigos, criados décadas atrás e que ainda permanecem em uso, devido ao
patrimônio de investigação e experiência acumulados no seu uso, ou então são
questionários criados por pessoas com pouca formação e conhecimentos nesta
área, e que ignoram as suas desvantagens.
A única razão pela qual este formato era preferido no passado tem a ver com a
maior simplicidade da análise de dados, por permitir realizá-la através de técnicas
simplificadas, hoje totalmente em desuso e que se destinavam a facilitar os cálculos
quando eles eram feitos à mão.
Por outro lado, números superiores a 5 tornam bastante difícil encontrar descritores
verbais para cada um dos níveis. Estas são as principais razões para que o mais
comum nos questionários quantitativos sejam os itens com 5 alternativas de resposta,
a ponto de muita gente achar que "escalas de Likert" significam escalas com 5 níveis,
e não a ideia do Sr. Rensis Likert de somar os resultados de escalas de avaliação
quantitativas. A
h, e por se tratar de um nome próprio, a palavra "Likert" deve ser sempre escrita com
maiúscula.
64
3. A estrutura dos questionários
Tal como foi explicado nas aulas e está indicado no PowerPoint, parece vantajoso
distinguir entre quatro grandes tipos de questionários neste aspeto.
Neste caso, não fará sentido calcular o alfa de Cronbach, pois este pressupõe que o
conjunto de itens que vão ser somados para obter um resultado global são
internamente consistentes, ou seja, medem uma mesma variável.
Ora, se neste caso cada item mede uma variável diferente e fornece um resultado
separado para a análise, não faz sentido utilizar esta forma de avaliar a precisão.
A análise fatorial pode ser usada com este tipo de questionários apenas para fins
exploratórios (p. ex., saber como os fatores de risco tendem a agrupar-se no sentido
de serem considerados mais vs. menos importantes pelas mesmas pessoas), mas não
para decidir como apurar os resultados.
Também neste caso, não é estritamente necessário realizar uma análise fatorial, pois
o objetivo é o de selecionar itens que meçam uma única dimensão, e não verificar
quais as diferentes dimensões presentes. Os itens para questionários deste tipo são
muitas vezes selecionados apenas com base na correlação item-total, que se obtém
através do procedimento de cálculo do alfa de Cronbach no SPSS.
Mas a análise fatorial pode ser útil no sentido de verificar a possível presença de
outras dimensões indesejáveis, de modo a poder eliminar os itens que se relacionem
com elas em grau relevante.
Multidimensional paralelo
• Seria o caso, por exemplo, de um questionário que pretendesse medir os cinco
grandes fatores da personalidade. Teríamos 5 resultados separados, cada um
deles resultado da soma de um conjunto de itens igualmente separado. Não
65
se recomenda que o mesmo item possa pontuar em diferentes escalas, pois
isso iria introduzir correlações artificiais entre elas, enviesando os resultados.
• Teremos, assim, 5 conjuntos separados de itens, e deveríamos calcular para
cada um deles o respetivo alfa de Cronbach.
Note-se ainda que, neste caso, não faria sentido calcular um resultado global.
Por isso, não faria sentido calcular o alfa de Cronbach global, reunindo todos os itens
do questionário.
Multidimensional hierárquico
Um caso diferente se coloca quando o somatório das diferentes escalas poderia dar
um resultado com um significado psicológico.
Note-se, ainda, que a decisão entre um e outro tipo não depende da preferência do
investigador nem de resultados da análise estatística. Depende de questões teóricas,
nomeadamente se o resultado global corresponde a qualquer conceito psicológico
compreensível ou não.
Multidimensional multinível
Outro caso ainda é quando, no nível superior, temos mais do que um construto.
A questionários com uma estrutura deste tipo (ou ainda mais complexa) dei o nome
de “multinível”.
66
Quanto ao alfa de Cronbach para estes casos, a regra geral é que a cada resultado
que se calcula por somatório de itens deve corresponder um alfa de Cronbach
calculado para esses itens, e reciprocamente a cada alfa tem de corresponder um
somatório de itens.
4. A construção de questionários
A construção de um questionário passa por diversas fases, cada uma com a sua
função e propósito específicos.
Esta etapa é muitas vezes desvalorizada, mas é essencial para que as etapas
subsequentes corram bem, sobretudo aquela em que são elaborados os itens, uma
vez que, sem uma definição exata daquilo que se pretende medir, será difícil
determinar se os itens são pertinentes e se refletem o construto alvo.
Deve ser também evidente que esta etapa não tem fronteiras estanques, ou seja,
muitas vezes, ao construir os itens, realizar as análises fatoriais, etc., vai-se
reformulando e afinando a definição do construto.
Para isso, é importante ter em conta o que resultou da fase anterior. Isto significa que,
se concluímos que o nosso construto alvo deve ser definido de uma certa forma, que
melhor se adapta aos nossos objetivos ou ao estudo que pretendemos realizar, é
necessário verificar se um questionário já existente e que estamos a pensar adotar
segue a mesma definição do construto.
Não nos devemos basear exclusivamente no nome do questionário, pois muitas vezes
o mesmo nome esconde conceitos definidos de forma bastante diferente.
Uma vez que nem sempre os autores apresentam a sua definição de forma explícita,
a melhor forma de perceber qual a definição subjacente a um determinado
questionário é através do exame dos conteúdos dos itens. É normalmente a partir daí
que conseguimos melhor perceber se o questionário é adequado para o fim que
temos em vista.
• Desde que apresentem boa qualidade e a credibilidade que lhes é dada por
artigos publicados avaliando a sua precisão e validade, devemos considerar
seriamente a possibilidade de os traduzir em vez de criar um questionário
completamente novo.
67
Trabalhar a partir de questionários já existentes, em língua portuguesa ou traduzidos
tem, além de poupar trabalho, a importante vantagem de assegurar que os nossos
resultados serão comparáveis aos obtidos noutros estudos.
3a. Tradução
3.1a. Verificar se não existe já uma versão portuguesa
O melhor, nesta fase da tradução, será ter uma variedade de pessoas, que fazem
traduções independentes, que depois são comparadas numa reunião entre todos
(por vezes fala-se em “comités de tradução”), escolhendo-se a melhor entre elas.
3.4a. Obter uma retroversão, de uma ou mais pessoas que dominem bem a língua
de origem
Uma vez aceite uma tradução consensual, deve-se passar à fase da retroversão.
68
o Ou se, pelo contrário, são resultado de distorções no sentido dos itens,
introduzidas pela tradução para português, e que depois foram
devolvidas à língua original pela retroversão.
Também no caso da retroversão poderá haver interesse em utilizar mais do que uma
pessoa e encontrar uma versão consensual, se houver facilidade em encontrar
pessoas disponíveis para fazer esse trabalho.
Uma vez terminado este processo, é boa ideia enviar a retroversão para os autores
do questionário original, para que estes possam verificar se a tradução parece
manter o sentido que tinham pretendido para os itens originais.
• Caso exista algum problema com a tradução, os autores originais poderão dar
boas sugestões para a sua resolução.
Concluído este processo, pode avançar-se para a fase do pré-teste, descrita mais à
frente.
Importa salientar que nesta fase se deve elaborar um número de itens muito superior
àquele que se pensa que será necessário.
Considerando este número, deveríamos tentar elaborar pelo menos o dobro dos
itens, para que os melhores possam ser depois selecionados por critérios estatísticos
no pré-teste.
69
4. Aplicações piloto (controlo de compreensão)
Aqui, o objetivo é o de detetar problemas com a redação dos itens, realizando
aplicações individualmente com um número relativamente pequeno de pessoas que
sejam representativas da população que irá responder ao questionário.
Embora esse número seja limitado, devido ao facto de o investigador dever estar
presente (ou pelo menos em contacto por telefone ou Skype) com a pessoa que
responde, de modo a poder obter um feedback imediato (digamos que 4 a 10
pessoas será o normal), deve-se tentar que essas pessoas sejam representativas da
diversidade da população com que se irá depois utilizar o questionário final.
Concluída esta fase e modificados os itens para resolver os problemas que tenham
sido detetados, passa-se a fase do pré-teste.
Uma vez selecionados os itens para o questionário final, serão esses conjuntos de itens
a ser usados na análise dos resultados, e os restantes itens ignorados. ~
70
5. A seleção dos itens
Utilizando os dados do pré-teste, o processo de seleção dos itens vai depender, em
parte, da estrutura do questionário.
Uma vez submetido o conjunto de itens incluídos no pré-teste a uma análise fatorial,
o primeiro passo é o da escolha do número de fatores a considerar.
1. O chamado "teste do cotovelo", que se baseia num gráfico dos valores próprios,
obtido no SPSS através de uma opção com um nome de "scree plot" ou "gráfico
de escarpa" na versão portuguesa.
a. O procedimento consiste em tentar
detetar no gráfico um "cotovelo", à
direita do qual ele assume uma linha
praticamente reta, e considerar os
fatores que estejam antes desse
cotovelo.
b. O fator onde se situa o cotovelo, ou
seja, o primeiro da linha reta à
direita, já não se considera.
2. Outro método eficaz é o da chamada
"análise paralela", mas que exige software
especializado e está para lá do nível
pretendido neste módulo.
Uma vez escolhido o número de fatores, realiza-se a análise fatorial, pedindo ao SPSS
esse número de fatores e que seja feita a sua rotação.
Este processo de rotação é essencial, pois geralmente os fatores são muito menos
claros e difíceis de interpretar antes da rotação.
O método de rotação Varimax, do tipo ortogonal, dá, regra geral, bons resultados
na generalidade dos casos, e é de longe o mais utilizado.
Para cada fator, identifica-se quais os itens que apresentam uma correlação mais
elevada com o fator (o valor de 0,5 constitui, de acordo com a experiência prática,
um bom limiar para aquilo que é útil considerar).
É importante ter em conta que devem ser considerados os itens com valores de
correlação com o fator, tanto positivos como negativos. O que se irá perceber, ao
considerar o conteúdo do item, é que ele estará certamente a refletir o fator no seu
sentido inverso.
• Só devem entrar numa dada escala, que vai corresponder a um fator, itens
que tenham uma relação (saturação) elevada com esse fator.
• Não devem entrar nessa escala, itens que tenham saturações elevadas
noutros fatores, ou que tenham saturações próximas neste e noutros fatores.
• Tendo em conta o número de itens que se considera razoável incluir no
questionário (e, portanto, em cada escala), se o número de itens disponíveis
for superior, o conjunto final deve ser selecionado tentando equilibrar três
objetivos, que são contraditórios entre si:
a. o número de itens o mais reduzido possível;
b. um valor para o alfa de Cronbach que esteja dentro do que é
considerado desejável;
72
c. um conjunto de itens que seja representativo dos diferentes tipos de
conteúdos encontrados no fator, não sendo, portanto, excessivamente
homogéneo.
Aqui, há que ter especial cuidado com os itens que apresentem saturações nos
fatores com sinal diferente dos restantes. Para que deem bom resultado no alfa de
Cronbach e no somatório final, os itens devem ir todos na mesma direção. Para isso,
os itens que pontuem na direção inversa dos restantes devem ter a sua pontuação
invertida.
Uma vez selecionados os itens para cada escala, o processo de construção estará
terminado e teremos o nosso questionário final, podendo obter-se o resultado de
cada escala através da soma dos itens que a compõem. Isso permitirá depois todos
os outros tipos de análise (correlações, comparações de médias de grupos, etc.), que
procurem demonstrar a sua estabilidade temporal e validade.
No caso dos questionários ditos "fragmentados", uma vez que cada item vale por si e
não se tem hipóteses a priori relativas a como eles se irão relacionar, o processo de
seleção de itens não faz uso de critérios estatísticos como as correlações ou a análise
fatorial, baseando-se apenas no conteúdo dos itens.
73
Teórica 7 – meus apontamentos
Não se deve fazer uma análise fatorial com menos de 200 participantes
Não usar aquilo que o SPSS por defeito – critério de Kaiser: dá um número de fatores
exagerado, muito maior do que o real, adequado e replicável
Aqui faz-se a rotação dos fatores, que mantendos as posições das variáveis, o sistema
vai tentar ajustar os eixos (fatores) que orientam o espaço fatorial, de modo que as
variáveis tenham ou relações mais próximas de 1/-1 ou 0.
Mas a mais simples, que dá menos complicações é a ortogonal, sendo que a Varimax
é uma das mais equilibradas, serve para quase tudo e dá bons resultados.
Nas obliquas têm-se de pôr um número que definem quanto é que os fatores se
correlacionam entre si, quão oblíquos são. É o investigador que decide.
Fez-se a rotação.
• linhas- itens;
• colunas – fatores;
• os números indicam-nos a correlação (que não é bem, visto que uma
correlação é entre duas variáveis observadas, e aqui temos só uma variável
74
observada e uma variável que é uma construção, porem estão numa escala
como se fossem correlações) do item com o fator
Depois temos a Matriz de componentes rodada – é esta que vamos interpretar para
tentar descobrir o que é cada um dos fatores.
• Vamos tentar perceber quais os itens que mais se correlacionam com cada
fator. Através do conteúdo desses itens tenta-se interpretar a que é que os
fatores correspondem
Pelo primeiro item “tenho de ter a última palavra” parece teimosia, mas mais abaixo
outro item “gosto de ser o centro das atenções”, já não parece o mesmo. Tem de se
arranjar algo mais abrangente como egocentrismo ou dominância.
75
Uma vez decidido quais os itens que vão entrar podemos avaliar todos os indivíduos
naquela variável.
Vamos a tranform, compute variable, para criar uma variável, e depois dá-se o nome
à variável. Obtém-se o resultado através do somatório dos scores nos itens que
constituem essa variável, por isso adiciona-se os itens um a um e somam-se.
Teórica 8
Metodologias Qualitativas
• Mais num quadro de relativista
• Caracter mais exploratório e mais subjetivo
• Mais flexibilidade
• Não partimos de hipóteses prévias, o que devem aparecer são questões de
investigação, podendo chegar a hipóteses explicativas
• Permitem aprofundar, enquanto as quantitativas permitem alargar
Quantitativo e quantitativo
Foi atribuída uma categoria: é um cachecol – domínio do qualitativo
Parece ser de lã e tem várias cores (padrão xadrez) – para chegar a este
padrão teve de ser estipulada uma quantidade para cada cor
76
Quando separamos completamente o qualitativo e o quantitativo, isto não é muito
correto: 1 (número) remete para a unidade (categoria)
Qualitativo Quantitativo
Dados
Análise Qualitativos Quantitativos
Procura e apresentação de
Interpretação de textos
significados em resultados
(procura de temas e
Qualitativa processados quantitativamente
significados) (e.g. análise
(e.g., categorização de resultados
temática, grounded theory)
de uma análise fatorial)
Social construcionist stand, we aim to indagate the couples’ own ideas and theories
regarding the construct of couple intimacy and what they perceive as damaging
(and as enhancing) to their intimacy – to attain a representation of their own voices
in the matter and an illustration their lived realities.
77
O propósito e o foco
This study adopted the
Qualitativo
phenomenological approach in
Compreender, descrever e analisar com qualitative research to explore the work
detalhe e em profundidade, significações stress experience of nurses related to
vivências e processos em contexto regular epidemic prevention and control.
Quantitativo
The hypothesized model depicted in
• Processo dedutivo
Figure 1…
Nos estudos quantitativos partimos de
This study aimed to examine the model…
hipóteses, de um modelo, que depois
confirmo ou não. Parte do geral para o Base on literature (…) we hypothesized
particular. that…
Quantitativo
• Testar hipóteses e teorias This study aimed to examine the model ...
We hypothesized that…
78
Qualitativo Data were collected trough in-depth semi-
Investigador: instrumento central structured interview (…) lasted on average 90 min.
Analysis of interview transcripts began with (…) close examination of fragments of data.
We then used focused coding to explore similarities and differences (…). Finally we
examined how these categories is related to each other. The steps followed in the data
analysis were not strictly sequential. Instead, we moved forward and backward constantly,
reexamining data codes and categories. Data collection and coding were concluded
when all codes and relationships were substantiated by the data and no new insights
emerged, therefore, achieving data saturation. Throughout the analysis, it was necessary
to return to the data for constant comparison.
79
Quantitativo
Tem de haver sempre um diálogo com os dados, para saber onde os vou arrumar
Quantitativo
• Resultados numéricos
• Questionar os resultados, face
às hipóteses que tinha
Qualitativo
Quantitativo
• Generalização
80
Qualitativo In light of the influence of the researcher's subjectivity, reflexivity
(the ongoing self-scrutiny about the influence of the researcher's
Subjetividade + Reflexividade
assumptions, thoughts, decisions and interpretations related to
the research process) was followed mainly through memoing
(written records of the researcher's thoughts, decisions and
interpretations) (Birks and Millls, 2011; Charmaz, 2006; Daly, 2007;
Levitt et al., 2017). The team met regularly to discuss the analysis
Quantitativo process. Additionally, the main researcher discussed the
• Objetividade preliminary results of the analysis process with groups of
psychology researchers and students, and also with groups of
psychosocial professionals working with economically and
The difference of TGIC scores socially disadvantaged families. (…)
between the experimental
group and the control group The analysis was carried out by the first author, albeit in constant
in pre-test and post-test was dialogue with the second and third authors, who were all experts
significant (p = .001). in qualitative methodologies.
Qualitativo
Quantitativo
Tema/
problema
Disseminação/ Quadro teórico/
Conclusões/ Revisão de
Implicações Literatura
Estratégias de Questão
Validação inicial
Metodologia/
Análise de Desenho de
Dados investigação
Objetivos
“O que pretendo com esta viagem?”
82
Nota: Os objetivos começam SEMPRE com um verbo no infinitivo: compreender,
relacionar, identificar…
Mapa conceptual
“Levo um mapa para me orientar”
Nível de Conceptualização
• Indicadores de reflexividade
parental (e.g., processo
Nível de Experiência Vivida atribucional, sentido de auto-
eficácia, sentido auto-crítico,
• Auto-caracterização parental
necessidades de mudança)
• Caracterização dos filhos
• Práticas parentais
• Fontes de apoio
• Gratificações, dificuldades e desafios
• Satisfação parental
Questão de investigação
“O que quero exatamente conhecer/saber sobre cada sítio?”
Se puder colocar a pergunta diretamente à pessoa então algo não está muito bem.
Questões de investigação:
83
• Que narrativas descritivas e explicativas emergem sobre a experiência de
parentalidade em diferentes dimensões (e.g., características, atitudes e
comportamentos enquanto mães; características, atitudes e comportamentos
dos filhos
• Que processos de reflexividade parental se identificam?
Exercício
Quais as políticas e práticas de intervenção com crianças e jovens que vivem nas
ruas e como é e deveria ser avaliada a sua eficácia na perspetiva de técnicos das
ciências sociais?
Objetivo:
Assistentes sociais fazem mais atribuições disposicionais com crianças mais velhas do
que mais novas?
Qual (is) o(s) tipo(s) de temperamento predominante(s) nas crianças que vivem na
rua?
Objetivo:
Os temperamentos das crianças são mais difíceis quando estas crianças vivem na rua
em bairros problemáticos?
84
Teórica 9
Entrevistas
individuais ou Focus Group
diádicas
Observação Documentos
Observação
Observação (direta ou indireta) é um método sistemático de ver e escutar um
fenómeno ou uma interação em função de determinados objetivos de investigação.
Tipo de registo
• Recolha narrativa e descritiva – o investigador faz a descrição da interação
pelas suas próprias palavras. O observador toma notas enquanto observa e
depois escreve um relato sob a forma de narrativa. É possível ir escrevendo
também interpretações e retirar conclusões.
• Recolha em escala (e.g. Rating Scale com escala de Likert) – mais focado em
classificar; perde-se informação detalhada - mais limitativa em termos de
detalhes.
• Recolha em categorias – observação é classificada em categorias (e.g.
introvertido-extrovertido; afetuoso-hostil; ativo-passivo); perde-se informação
85
detalhada - pode ser menos limitativo que em escala, mas é mais que a
narrativa.
Focus group
Método qualitativo de recolha de dados a partir de interação grupal, numa temática
determinada pelo investigador.
Objetivos
• Compreender perceções, opiniões, crenças, atitudes, sentimentos e
experiências dos indivíduos, através dos seus múltiplos pontos de vista.
• Descrever e explicar processos e resultados numa situação particular.
Utilidade
Em estudos exploratórios de investigação:
86
• Aceder a interpretações sobre determinados fenómenos ou situações;
• Explicar resultados ou efeitos inesperados encontrados anteriormente
Tipos de grupos
• Grupos naturais – existem previamente no dia-a-dia
• Grupos artificiais – participantes reunidos para fins da investigação
87
Seleção dos participantes
Amostragem teórica – estratégia mais ajustada à metodologia
As questões
• Devem ser diretas, simples, breves e claras
• Inicialmente mais gerais e, gradualmente, mais específicas
• Focadas apenas num assunto
• Abertas ou semi-abertas
• Evitar “porquê” – risco de respostas racionalizadas e socialmente desejáveis
As etapas
Abertura: Perguntas de apresentação; imagens; excerto de filme; frases
provocatórias. Imagens/Frases que pretendem gerar interrogações sobre a temática
em estudo
Porquê?
88
Introdução: Questão que Introduz o tema
Gostaríamos de ouvir os vossos comentários às imagens que viram e/ou ao texto ali
exposto
(…)
(…)
Há algum aspeto do que tem sido falado que queiram comentar, realçar,
acrescentar, ilustrar com memórias que tenham (sem identificar as pessoas
envolvidas)?
(…)
Pedíamos, agora, a cada um, antes de terminarmos, que dissesse umas palavras de
reflexão final sobre o que foi aqui discutido.
As etapas
Abertura: Perguntas de apresentação; imagens; excerto de filme; frases
provocatórias. Imagens/Frases que pretendem gerar interrogações sobre a temática
em estudo
(…)
Há algum aspeto do que tem sido falado que queiram comentar, realçar,
acrescentar, ilustrar com memórias que tenham (sem identificar as pessoas
envolvidas)?
(…)
Pedíamos, agora, a cada um, antes de terminarmos, que dissesse umas palavras de
reflexão final sobre o que foi aqui discutido.
Eles e Elas????
90
Como “alimentar” a igualdade de género? A Universidade pode ter um papel
específico relevante?
Há algum aspeto do que tem sido falado que queiram comentar, realçar,
acrescentar, ilustrar com situações que conheçam (sem identificar as pessoas
envolvidas)?
Pedíamos, agora, a cada um, antes de terminarmos, que dissesse umas palavras de
reflexão final sobre o que foi aqui discutido.
Vantagens
• Muita informação, proveniente de vários participantes, num espaço curto de
tempo.
• Sinergia – interação grupal desencadeia diversidade de dados
• Efeito “bola de neve” – afirmações de um participante estimulam comentários
dos outros
• Segurança – grupo como suporte, o que encoraja as respostas dos seus
elementos
• Espontaneidade – não havendo obrigatoriedade na resposta a todas as
questões, quando os participantes o fazem, estas tendem a ser espontâneas
e genuínas.
• Sentimento de anonimato – inserção num grupo transmite um sentimento de
anonimato
o Facilita a partilha de opiniões
o Diminui o efeito de desiderabilidade social
• Reflexividade – permite reflexão mais profunda sobre determinados temas,
sobre as suas opiniões e sobre pontos de vista diferentes
Limites
• Nº limitado de questões
• Limitações inerentes ao impacto do próprio grupo na emergência de dados
• Dificuldades na análise dos dados devido a diferenças na dinâmica dos
grupos
• Limites relativos ao desempenho do moderador
Características do Moderador
• Flexível, objetivo, empático, persuasivo e bom ouvinte
• Uso de estratégias de comunicação (perguntas, reformulações, exemplos
síntese)
• Ativo na construção de um clima de partilha e discussão de ideias
91
• Permite a expressão individual, mas orienta a discussão, centrada nos objetivos
(alterna entre diretividade e não-diretividade)
• Controla as suas ideias pré-concebidas
• Controla as dinâmicas de grupo, de forma a não ter participantes que
dominam a discussão ou, pelo contrário, demasiado passivos
• Incentiva participantes mais passivos a envolverem-se e a exprimir pontos de
vista
• Mantém uma postura de igualdade para com os participantes sem atitude de
“especialista”
• Uso do “nós” em vez de “eu e vocês”.
Entrevista
Conversa com um propósito; conversa com agenda.
Objetivo: obter um tipo especial de informação; “des-cobrir” o que não pode ser
observado (e.g. sentimentos, perceções, intenções, comportamentos passados); ver
a perspetiva do outro.
Questões éticas
1. Informação prévia aos participantes: contextualização, objetivos e
procedimento; autorização de gravação; confidencialidade; natureza
voluntária; recusa ou desistência; pagamento ou natureza gratuita; logística
(e.g., duração, local, nº de entrevistas); acesso à própria entrevista e a
resultados globais; encaminhamento de suporte.
2. Consentimento informado
3. Sensitividade ao “grau de incómodo” das questões.
4. Respeitar o “ritmo” dos participantes
5. Manter neutralidade
92
Boas questões – aquelas que permitem aceder a descrições, histórias, incidentes,
explicações, interpretações…
“Explique-me como…”
Questões a evitar
Tipologia de Questões
1. Questões sobre a experiência e o comportamento (“Conte-me um dia típico
seu no trabalho”; “O que costuma fazer quando chega à escola?”)
2. Questões sobre opiniões e valores (“Que valores deveriam ser prioritários na
educação de uma criança?”; “Na sua opinião, o que deveria ser feito para
solucionar esse problema?”)
3. Questões sobre sentimentos (“Como se sente quando reconhecem o seu
valor?”)
4. Questões sobre conhecimentos (“O que sabe sobre as vantagens e
desvantagens desse método educativo?”)
5. Questões sensoriais (“O que ouviu exatamente que tanto a impressionou?”;
“Que cheiros lhe despertaram essas memórias?”)
6. Questões demográficas (“Tinha que idade, nessa altura?”; Mora em que
zona?”)
7. Questões hipotéticas (“Imagine que esta noite acontecia um milagre no seu
local de trabalho e amanhã, quando chegasse à escola, percebia que tinha
havido um milagre. O que estaria diferente para saber que tinha havido um
milagre?)
8. Questões de “advogado do diabo” (“Já me disse que não aprecia a forma de
liderar do seu chefe de equipa. No entanto, suponha que entrava na equipa
um novo estagiário e que, por alguma razão, tinha de lhe falar sobre as
qualidades positivas da liderança do seu chefe de equipa. O que lhe diria?”)
9. Questões sobre o “ideal” (“Como acham que deveria ser um casal ideal?”)
10. Questões interpretativas (“Como explica o que lhe aconteceu?”; “O que o
leva a dizer que a experiência que está a ter é diferente do que esperava?”)
93
O guião
Blocos temáticos Objetivos Questões guia
Exemplos
Blocos temáticos Objetivos Questões guia
I – Mudanças Identificar e Todas as pessoas gostariam que a sua relação
desejadas compreender conjugal fosse diferente nalgumas coisas.* Se
mudanças tivesse uma varinha mágica, o que é que
desejadas na mudava no seu casamento?
relação
conjugal
II – Perceção de Compreender Imagine que o apoio que o(a) seu (sua)
apoio conjugal a perceção e companheiro(a) lhe dá é uma régua de 20
experiência de cm como esta que está em cima da mesa.
apoio conjugal Qual o tamanho (em centímetros) do apoio
que recebe dele(dela) quando se sente
preocupado(a) ou em stress com alguma
coisa? Dê exemplos do modo como o seu
o(a) seu(sua) companheiro(a) a(o) apoia.
94
parentalidade na
vida
pessoal/familiar
II - Perceções Compreender, através “Gostaria que me falasse um pouco
sobre os Filhos de narrativas dos pais sobre os seus filhos, como são, as suas
sobre características, características…”
competências e
dificuldades dos filhos “O que mais aprecia em cada um
em diferentes níveis dos seus filhos? Porquê? O que é que
(individual – físico e as outras pessoas mais gostam nos
psicológico; relacional- seus filhos? Como explica que eles
familiar, relacional- tenham essas características?
social): Sempre foram «assim»? Acha que vão
• Representações continuar a ser «assim»? Como
positivas vs. imagina os seus filhos na
negativas sobre os adolescência? (daqui a 10 anos, se os
filhos; filhos já forem adolescentes)”
• Expectativas
relativamente ao “Se tivesse uma varinha mágica, o
comportamento e que mudaria nos seus filhos? Porquê?
desenvolvimento Como explica que eles tenham essas
dos filhos; características? Sempre foram assim?
• Processos Acha que vão continuar a ser
atribucionais face «assim»?”
às características,
comportamentos, “À medida que os seus filhos (cada
competências e um) vão crescendo, o que tem
dificuldades dos mudado neles? Como explica as
filhos mudanças? Ou “O que aconteceu
para mudarem? ”
95
III - Perceções Compreender, através “Gostaria que me falasse um pouco
sobre a Vivência de narrativas sobre a sobre si como mãe/pai”
da Parentalidade parentalidade: (características principais enquanto
• Forças e pai/mãe; principais gratificações e
fragilidades da sua frustrações enquanto pai/mãe; como
parentalidade; ultrapassa as frustrações; o que e
• Perceções quem o(a) ajuda a ultrapassar as
positivas vs. frustrações; perceção de eficácia vs.
negativas sobre a ineficácia parental, como explica a
sua sua eficácia/ineficácia?…)”
parentalidade;
• Autoperceção de “Se existisse um Bilhete de Identidade
eficácia parental de si como mãe/pai, quais as três
características que colocaria para se
Identificar fontes de definir?”
suporte parental
“Se desse um prémio a quem mais a
Analisar expectativas ajuda a ser mãe, a quem daria o
sobre parentalidade prémio? Porquê?”
96
Expectativas (a relativamente: ao cada frase, apenas uma das cinco
partir das comportamento do possibilidades nesta régua”
respostas dadas filho; à relação com o (apresentar as imagens e
ao Questionário filho; ao desempenho designações em régua)
de Satisfação e de papéis parentais. 1 – Muito Insatisfeito(a)*
Expectativas 2 – Insatisfeito(a)
Parentais 3 – Nem Insatisfeito(a) nem
(Narciso & Santos, Satisfeito(a)
validação em 4 – Satisfeito(a)
curso) 5 – Muito Satisfeito(a)
97
O desempenho do seu papel como
pai(mãe) é…
PORQUÊ? Acha que vai ser sempre
assim ou prevê mudanças? Porquê?
O comportamento de cada um
dos(das) seus (suas) filhos(as) é…
PORQUÊ? Acha que vai ser sempre
assim ou prevê mudanças? Porquê?
Teórica 10
Teórica 1 Prática 1
• Análise temática e Grounded theory • Exercício de análise de
• Codificação dados (codificação)
Teórica 2 Prática 2
• Como fazer análise qualitativa no Nvivo • Exercício de avaliação
• Codificar no NVvivo • Codificar no Nvivo
1. Definir o paradigma
a. O paradigma positivista não é adequado à investigação qualitativa
b. Estamos num paradigma pós-positivista que vê a realidade como
múltipla que tem dentro de si outros sub-paradigmas como o
interpretativista, etc.
Quando temos estudos qualitativos não podemos usar métodos quantitativos para os
avaliar
98
c. Grounded theory: forma de analisar um fenómeno de que não
sabemos nada e que nos vai permitir criar uma teoria
d. Análise etnográfia
5. Técnicas de análise
a. Com recurso a software
b. Tipologias de codificação
6. Output e disseminação
a. São distintos do processo quantitativo, tanto no processo de escrita
como na integração dos resultados
Paradigmas e
epistemologia
Escrita de outputs e
Questões de partida e
qualidade/deontologi
investigação
a
Recolha de dados
A forma como as pessoas contam a sua história e a sua perspetiva torna-se na sua
narrativa quotidiana, na sua realidade, que o investigador, através de metodologias
rigorosas, interpreta (construtivismo social).
99
A análise temática pode ser um método realista, reportando experiências,
significados e a realidade dos participantes, ou construcionista, em que examina as
formas em que eventos, realidades, significados, experiências e outros, são o efeito
de uma gama de discursos que operam dentro da sociedade.
Pode ser então um método que reflete a realidade e que tenta desvendar a
realidade.
Sintetizaçaõ de
Separação entre Comparação
Agrupamento em ideias e
unidade de contínua entre
categorias significados novos
significado categorias
e relevantes
Grounded Theory: Processo que permite criar uma teoria ou hipótese explicativa a
partir da análise se dados acerca de um fenómeno. A definição mais conservadora
(anos 60) diz que uma boa grounded theory resulta num conceito cerne que explica
tudo o resto
100
Análise narrativa: a análise é focada na forma, sequência, conteúdo e processo.
Objetivo é perceber como é que as narrativas vividas espelham e esculpem a
realidade vivida.
Análise de discurso: semelhante à análise narrativa, mas com maior foco na forma
do discurso do que no conteúdo da história.
Vamos ser avaliados sobre este slide ↓
Análise temática
6 fases:
101
A análise temática no nível latente vai para lá do conteúdo semântico dod dados e
começa a identificar ou examinar ideias, assunções, conceptualizações e ideologias
subjacentes que e são teorizadas como moldando ou informando o conteúdo
semântico dos dados.
Análise
Grounded
Temática
theory
Descrição Explicação
+ concreto + concetual
Grounded Theory
Há categorias centrais que emergem da codificação e que se relacionam com
outros conceitos para criar hipóteses que ilustram relações entre conceitos e que
explicam os padrões latentes que forma a base da nova teoria emergente.
• A partir dos dados, gerar novas ideias teóricas ou hipóteses, de forma indutiva,
em vez de testar teorias prévias aos dados.
• Ps: indução não é intuição, magia ou instinto, é trabalho!
Na grounded theory:
• A competência é a de abstrair conceitos, deixando para trás os detalhes,
levitando os conceitos acima dos dados e integrá-los numa teoria que explica
os padrões sociais subjacentes ao comportamento (Locke, 2001).
Categorização e Codificação
Categoria
1. Classificação das ideias em géneros, espécies; classe; espécie; Natureza,
carácter; Grupo; Hierarquia, posição social.
2. Pessoas ou coisas que partilham características ou propriedades comuns, o
que lhes possibilita serem agrupadas sob um mesmo conceito ou conceção
genérica
103
(no entanto, os investigadores não podem libertar-se dos seus compromissos teóricos
e epistemológicos, nem os dados são codificados num vácuo epistemológico)
Este excerto foi dito por uma rapariga de 22 anos que vem de Leiria.
104
Que categorias identificam neste excerto?
E: Okay, e há mais alguma razão que pode contribuir para o Empatia
bullying?
Bullying
P: (…) Há um rapaz na minha turma que goza muito com uma
Experiência pessoal
rapariga e acho que é um bocado por esta razão (…) uma
família com mais problemas e isso claro que acaba sempre Problemas familiares
por afetar a forma como ele se comporta com as outras Escola
pessoas e isso (…) Ele fala bué mal com ela quando estamos
no intervalo. Chama-lhe nomes feios a toda a hora… Até nas Adaptação
aulas ele já fez isso com o professor ao lado, acaba por ser …
desagradável porque muita gente começa-se a rir e isso...
• Contraste despidas/vestido
• O feminino como menorizante
• Assimetria de poder
• Prescritivo de relações hétero
• Heteronormativo
• Prescritivo de masculinidade
• Objetificação: mulheres como produto como
consumo
• Masculinidade frágil
• …
105
Partilha como parte da Sentir ligados (categoria derivada
intimidade (categoria diretamente dos dados)
conceptual – teórica)
Categoria in vivo (a partir do que a
pessoa disse) – bottom-up
Codificação analítica 2:
Categorias cada vez mais elaboradas
“empowerment”
Codificação analítica 1:
“aumento autoconfiança”; “desenvolvimento pessoa”; “capacidade de
entrega”
Richards (2014)
Para comparar grupos e ver se há diferenças
Autenticidade
Partilha Confiança
Compreensão
Citações exemplo:
“essa plenitude que se pode viver sem termos de… fazer esforços para, mesmo não
conscientes, para produzir certo tipo de desempenhos” (C1)
“é estar à vontade para dizer o que penso, o que sinto…é não ter que me esconder
atrás de máscaras [S: é poder ser eu própria] (…) sem estar com defesas” (C11)
Prática 10
107
Primeira atividade codificação (grupo)
Objetivo: codificação de um excerto da transcrição realizada em grupo
Como?
• Familiarizarem-se com o excerto
• Refletir em conjunto sobre a informação que pode ser extraída
• Codificar alguns segmentos do excerto (unidades de significado) em
categorias geradas na discussão
• Organizar as categorias num esquema
Sintetização codificação
Quantas camadas tem uma análise de dados?
108
Codificação tópica
É sobre quê? Fala de quê? – como é que o casal discute
"Acaba por haver um sinal, uma corda que é lançada, quando às vezes nos sentimos
à deriva, quando não vemos a esperança, não vemos a tal luz. Mas, às tantas o outro
lança-nos a tal corda, a boia, acende a tal luz… “
Codificação analítica
Que temas e ideias emergem daqui? Porque é que isto é interessante? Porque é que
eles disseram isto?
" Acaba por haver um sinal, uma corda que é lançada, quando às vezes nos sentimos
à deriva, quando não vemos a esperança, não vemos a tal luz. Mas, às tantas o outro
lança-nos a tal corda, a boia, acende a tal luz… “
• É neste que podemos ver emergir (ou fazer emergir) temas mais complexos e
processos.
109
• Requer interpretação e reflexão sobre significados.
• Exploração da relação entre várias codificações tópicas e descritivas ou
relacionando com modelos teóricos
110
Fatores amigos = fatores protetores da identidade
Estas netas todas depois foram sendo fundidas umas nas outras – estas categorias são
tanto tópicas p.e., a confiança, e analíticas, p.e. autenticidade (mais com
interpretação da prof)
111
Final de uma codificação do que é que é a intimidade:
112
113
Teórica 11
Validade
114
Science is often hard to read.
Most people assume that its difficulties are born out of necessity, out of the extreme
complexity of scientific concepts, data and analysis.
Frases curtas e simples: queremos isto, consiste nisso, tudo dividido por pontos.
115
Alguns Crimes da Escrita Científica (ou como detectar fake news*)
Parafrasear
• Não é uma citação (mas cita-se) nem um resumo
• Dizer algo por palavras próprias, com um ordem e estrutura
frásica diferente do original.
• Mantém o significado original mas em geral acrescenta algo
(análise, reflexão)
Relevância
• A questão de partida está definida?
• É relevante para a prática, para a intervenção, para as políticas?
• Está justificada e ligada à literatura relevante existente na área?
Adequadação
Transparência
• Amostragem
o Os participantes seleccionados são os mais adequados para dar
acesso ao tipo de conhecimento que o estudo procura? (se quero
estudar relações sexuais em casais mais velhos porque é que os
participantes são homens brancos dos 24-35 anos)
o A estratégia de amostragem é adequadamente justificada?
o Recolha de participantes foi adequada? Há detalhes sobre como foi
feita?
o Há enviesamento na amostra? Qual e porquê?
• Recolha de dados
o Os métodos de recolha estão suficientemente descritos e com
exemplos específicos (ex: questões da entrevista)
o As características do grupo em estudos e dos setting estão claras?
o Quando e porque é que foi interrompida a recolha de dados? (porquê
27 pessoas e não 32?)
• O investigador
o Investigador é adequado (em termos de treino, competência)? Qual o
seu potencial papel no enviesamento?
o O investigador tem um papel duplo (clínico e investigador, professor e
investigador? O investigador trabalha para aquela empresa?) estes
papeis são discutidos criticamente?
• Consentimento informado?
Duplo papel explicitado no
• Aprovação por comité de ética?
procedimento
Checklist
• Título descreve o estudo (palavras-chave)
• Questão de investigação e objetivos são claros (Abstract e na Introdução)
• Segue as regras formais da área (APA)
• É gramaticalmente correto
• Toda a informação é relevante para a Questão de Investigação – não há
palha
• A terminologia é precisa e consistente
• Conta uma história dentro do contexto da área
• Tem uma estrutura clara e lógica:
o Introdução, enquadramento teórico, Método (participantes,
instrumentos, procedimento, análise), Resultados, Discussão,
Conclusão.
118
• Método é “replicável”
• Tabelas e figuras são autoexplicativas (sendo sempre referenciadas no texto)
• Os dados são apresentados claramente
• Conclusões baseadas nos resultados, sem julgamentos de valor
Básicos APA
• Frase pensada e escrita por ti? –Não precisa de citação
• Frase inspirada no trabalho de outros? – Precisa citação!
Citações no texto
• É ipsis verbis?
o Citação direta
▪ O fenómeno do plágio pode ser entendido como “uma
usurpação do trabalho e da criatividade de outrém, um crime
lesa-pares, um delito contra a dignidade própria do
investigador” (Zaki et al., 1981, p. 87)
• É uma paráfrase
o Citação normal
▪ O fenómeno do plágio pode ser entendido, segundo Zaki e
colegas (1981), como semelhante a um roubo, no qual se tira
partido do esforço e investimento de outros, num claro atentado
à propriedade intelectual
Autores
Virgula, maiúsculas no titulo estão mal, mas falta maiúsculas na revista, doi
APA #hacks
• Usar tudo a que temos direito (web)
• Ter sempre um artigo à mão (de uma boa revista*)
• No final
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3 categorias: autenticidade, confiança e partilha + categoria macro: intimidade (um
pouco difíceis de perceber porque não estão a negrito)
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o que se ambiciona e o que se tem.” Outros participantes seguiram a mesma linha
lógica arrazoando que “Para mim o conceito de felicidade não existe pelo menos
enquanto algo estável” (P28) e “Ser feliz é em primeiro lugar termos a consciência de
que a felicidade não é um estado permanente de alegria.” (P31)
Se calhar isto está relacionado com outro tema e ela vai explicar.
Citações penduradas
Ainda nesse contexto, a resiliência também foi trazida por alguns participantes como
característica do estado de felicidade: “Sentir que temos a capacidade de enfrentar
as adversidades e que somos capazes de gerir a nossa vida mesmo nos dias menos
bons” (P21) e “Significa continuares a vida mesmo quando se está triste e quando
aconteceram coisas menos boas significa ser capaz de fazer as coisas a que me
propus mesmo que tenha de as mudar.” (P9).
Qual é que é a interpretação das citações, o que é que têm a ver com a categoria?
Sexualidade satisfatório?
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O que é associação de ideias??
Tudo tem de estar ancorado, não é dizer tudo e depois deixar lá umas citações
• Nomes de categorias
• Definições operacionais das principais categorias
• Quantificação categorias (quantos participantes)
• Citações
• Reflexão ou análise crítica. Comparação ou contraste (++) – sugere-se que
esta categoria está relacionada com outra, pela seguinte razão que vou
justificar com uma citação
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