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Docente: Lobo

Discente: Kaiane Pedroso Pinto

Título do livro: "Cultura Popular na Europa Moderna"


Autor: Peter Burke
Título do capítulo: A Descoberta do Povo

Peter Burke é um historiador inglês que se formou na Universidade de Oxford e possui


especialização em história da Europa moderna. Em sua obra intitulada "Cultura Popular na
Idade Moderna", Burke explora a diversidade cultural existente na Europa desse período. O
autor descreve as classes sociais, tanto as altas como as baixas, sendo mencionadas como
"tradição grande" e "tradição pequena". Além disso, ele aborda os grupos sociais
igualitários, como as sociedades tribais, e as diferentes formas de estratificação social e
cultural presentes naquela época. Burke também discute as variações culturais pela
Europa, aprofundando-se nas especificidades de grupos tanto rurais quanto urbanos, como
suas crenças religiosas, habilidades profissionais e a estrutura e convívio social de cada um
deles.
O texto começa por abordar as sociedades tribais, que eram comunidades pequenas e
isoladas, auto suficientes, onde todos os membros possuíam o mesmo nível social e
valores. Todos desempenhavam múltiplos papéis dentro da comunidade e compartilhavam
a mesma cultura. Entretanto, em muitas regiões, havia uma hierarquia social, que o
antropólogo Robert Redfield denominou de "duas tradições": a grande tradição e a pequena
tradição. A grande tradição envolvia a minoria letrada, enquanto a pequena tradição
englobava os analfabetos, artesãos e camponeses. A grande tradição era adquirida em
universidades e escolas, acessíveis apenas a uma minoria, os povos interdependentes, que
ao longo dos séculos se afastaram em igual medida, tinham como pertences dos
camponeses e artesãos os contos e canções populares, os livros de baladas e artesanato,
bem como as celebrações em devoção aos santos e festas sazonais. Criticando tal
definição do antropólogo, Peter Burke oferece diversos exemplos da participação das
classes altas na cultura popular e modifica o modelo defendido por Redfield, afirmando que
existiam duas tradições culturais, onde a elite participava como uma segunda cultura,
enquanto o povo comum não fazia parte da grande tradição. Ao longo dos séculos, a classe
alta deixou de participar da cultura popular. A pequena tradição era transmitida nas
comunidades aldeãs, que não possuíam conhecimento de leitura e escrita, existia uma
variedade na cultura popular e vários grupos que o autor resume suas culturas particulares,
os camponeses representavam a maioria da população da Europa, tinham suas próprias
danças e contos, sua cultura surge de seu modo de vida e cada um tinha um modo de vida
diferente do outro, uns viviam nas aldeias e outros nas cidades, uns livres outros servos,
existiam camponeses ricos e pobres. Havia outros grupos nos campos como os pastores
que eram pobres e viviam solitários como nômades em cada estação em um lugar diferente
devido aos seus rebanhos e tinham conhecimentos dos astros e poderes de curar pessoas
e animais, foram acusados pela igreja de fazer o mal por meios sobrenaturais e eram vistos
como preguiçosos e desonestos, tinham outros grupos como esses descritos no texto que
eram rejeitados pelo mundo ao seu redor.A diversidade cultural das cidades era um pouco
diferente, já que existiam pequenos grupos que compartilhavam da mesma cultura e
excluíam os de fora, como as guildas que eram dominadas pelos mestres do ofício. Era
como uma sociedade secreta, com rituais de iniciação e mitos, uma cultura para poucos.
Seus rituais eram secretos e os membros faziam um juramento de silêncio, além de
possuírem sinais secretos de reconhecimento mútuo. Para a construção de um novo
templo, eram realizados rituais que supostamente envolviam sacrifícios humanos. Os jovens
dessa época, organizavam-se, enquanto outra parte causava tumultos em teatros. O texto
também menciona a forma como eram os grupos de ladrões e mendigos da época, e suas
subculturas, uma contracultura marginalizada.
Ao final, Burke discute as diferenças religiosas na Europa entre 1500 e 1800, pois as
diferenças religiosas se devem a diferenças culturais, naquela época a Europa já estava
dividida entre cristãos católicos e ortodoxos, muçulmanos e judeus viviam na mesma região
mas com valores diferentes. havia também mouros, que praticavam cuidadosamente seus
rituais, e ciganos, que tinham crenças próprias e mitologia celta. As mulheres não têm muito
a dizer sobre a sua cultura, foram excluídas das fraternidades. Finalmente, Peter Burke
discute a influência do cristianismo na cultura europeia e o torna um só. E termina com uma
palestra sobre a interação das tradições europeias modernas.

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