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Baixa umidade relativa do ar intensifica problemas de saúde e

ambientais em Ponta grossa

Ponta Grossa passa por um período sem chuvas frequentes, o que intensifica
a baixa umidade do ar. O tempo seco contribui para diversos problemas de saúde e
ambientais na cidade. Os incidentes mais comuns são o agravamento de doenças
respiratórias como rinite, sinusite e alergias causados por poeira, poluição ou pelos
de animais. Isso acontece pois esses agentes que causam as alergias ficam
suspensos mais tempo no ar.
Para medir o quão seco está o ar, se utiliza a umidade relativa do ar, que
mede a quantidade de vapor de água existente até o seu ponto de saturação.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a porcentagem ideal para a
umidade relativa do ar é entre 50% e 80%. Quando a taxa fica inferior, somada um
longo período sem chuvas, o tempo seco contribui para a inflamação das mucosas
aéreas que ressecam e intensificam os problemas respiratórios e alérgicos.
Segundo o Instituto Sistema Meteorológico do Paraná (SImepar), a são
esperados 165mm de chuva para o mês de dezembro, maior que a média anual de
148mm. Segundo o relatório climático do Simepar para o último mês do ano,
precisaria chover pelos próximos 15 dias do mês para atingir a previsão da
precipitação, mas os dados de precipitação acumulada ainda não foram divulgados.
Uma das ações que podem contribuir para o aumento da umidade relativa do
ar é a criação de superfícies de água na cidade. O professor de climatologia da
Universidade Estadual de Ponta Grossa, Gilson Cruz explicou a importância dessa
medida. “Superfícies de água, como lagos, fontes, chafarizes e rios contribuem para
aumentar a umidade do ar. Se houverem suficientes, podem até reduzir a
temperatura da cidade, pois a água reflete a luz do sol, assim impedindo que a
temperatura aumente.” Conta Cruz.
No Centro de Ponta Grossa possuem algumas superfícies de água, porém,
nos últimos meses elas estão sendo aterradas e não contam mais com a circulação
de água. Como por exemplo o chafariz do Ponto Azul localizado da Praça Barão do
Rio Branco, próximo ao Colégio Estadual Regente Feijó. O chafariz desligado
durante muito tempo e no dia 7 de novembro deste ano, a prefeitura optou por
transformar o chafariz em um canteiro de flores. Em 2011, um das maiores
superfícies de água de Ponta grossa também foi aterrado, os lagos periféricos do
Complexo Ambiental Governador Manoel Ribas, conhecido como Parque Ambiental,
foram aterrados. Segundo a assessoria da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, os
lagos periféricos foram construídos como para funcionar como espelhos d'água,
porém, quando o Parque Ambiental passou por reformas, os lagos periféricos foram
transformados em áreas verdes que abrigam árvores arbustos e grama. Em 2001, o
secretário de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente, José Fernando de Paula, foi
entrevistado pela assessoria da Prefeitura e afirmou que “O aspecto geral do parque
está sendo melhorado com a ampliação da área verde”.
A Farmacêutica Emília Couto dos Santos, sobre os problemas como
amenizar os problemas relacionados ao tempo seco. “Avisamos as pessoas para
sempre fazer a hidratação das vias aéreas, o correto é colocar um humidificador,
uma bacia com água ou uma toalha húmida esticada no cômodo.” Comenta a
farmacêutica. Outro problema é em relação às alergias. “A rinite é o que mais se
intensifica nesta época sazonal da cidade, a baixa umidade aumenta a chance de a
pessoa entrar em contato com o pó ou o outro agente alérgico.” Destaca a Emília.
Para aqueles que sofrem de alergia é recomendado o uso do antialérgico para os
momentos de crise alérgica.
A comerciante Karolinne Coelho Barreto sofre de rinite e sinusite, problemas
que se agravam com o tempo seco. “Quando o ar não está úmido o suficiente a
rinite ataca com mais frequência, o que mais piora são as dores de cabeça, a tosse
e a vontade de espirrar. Tem dias que nem com o umidificador as coisas melhoras.
O jeito é apelar para os medicamentos. Para a sinusite é mais complicado, pois a
mucosas inflamam e geralmente os antialérgicos não funcionam e preciso pegar
uma receita com o médico para um antinflamatório. ”
Além dos problemas de saúde, a baixa umidade relativa do ar dificulta a
prática de esportes e de exercícios físicos. A desidratação das células e a perda de
sais minerais do corpo. O Profissional de educação física, Alex Luryan de Souza
explica como o tempo seco influencia nas atividades físicas. “Com o calor e a baixa
umidade do ar, o corpo tende a se desidratar com mais facilidade. A pele e as
mucosas ressecam e dificultam a respiração, o que prejudica no desempenho do
atleta. Por isso é muito importante beber no mínimo dois litros de água por dia e
realizar a hidratação das vias aéreas.”
O tempo seco também contribui para o aumento dos focos de incêndio nos
Campos Gerais devido a sua vegetação rasteira e ausência de mata fechada. O
Capitão André Lopes, do Segundo Grupamento de Bombeiros de Ponta Grossa
destacou os principais cuidados que a população deve tomar neste período de
secas para evitar incêndios. “O cidadão não deve jamais efetuar queimadas para
limpar os terrenos, em viagens não atirar bitucas de cigarro pela janela e não deixar
acumular lixo nos seus terrenos.”Ponta Grossa possui uma grande quantidade de
terrenos baldios no perímetro urbano. Vários incêndios acontecem pela falta de
limpeza nesses terrenos e também pelo acúmulo de lixo.
O Capitão destaca que essas situações, além de terem risco de incêndios,
também são crime ambiental. “Se alguém possui um terreno sem uso na cidade e
não faz a devida limpeza, deixando crescer vegetação e mato está cometendo um
crime ambiental. Efetuar a queima também é crime, a fumaça pode atrapalha
hospitais, escolas e outros estabelecimentos.”O corpo de bombeiros prioriza o
combate de incêndios que envolvem risco a domicílios ou moradias. O Capitão
André Lopes também comentou que não é indicado que os cidadãos tentem
combater os incêndios por conta própria, e sim acionar o Corpo de Bombeiros
através do número 193.
Entre o dia 15 de novembro e 15 de dezembro, foram registradas 42
incêndios no município de Ponta Grossa segundo o site do 2º Grupamento de
Bombeiros de Ponta Grossa sendo 18 relacionados a vegetação. No dia 26 de
novembro, foi registrado um incêndio dentro de um terreno baldio na Rua Jaime
Pinto Rosas, no Jardim Carvalho, o Morador Gregor Dainelli, que mora nas
redondezas, contou sobre os impactos do incêndio. “Não moro tão perto a ponto do
incêndio atingir minha casa, mas a fumaça foi pra muito longe e entrou dentro da
minha casa. Quando os bombeiros chegaram o fogo já estava alto. Precisei fechar
todas as janelas para que a fumaça não entrasse ainda mais.” comentou Dainelli.
Segundo calendário meteorológico do Instituto Simepar, até o dia 29 de
dezembro estão previstos 10 dias com probabilidade de chuva em Ponta Grossa,
totalizando 91.7mm de precipitação. o ápice deve ocorrer no domingo dia 16 de
dezembro onde a precipitação acumulada está prevista para o 28.6 mm de chuva,
mais de 15% do esperado para o mês de dezembro.

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