Você está na página 1de 68

INSTITUTO PIRÂMIDE EDUCACIONAL E CULTURA

CNPJ: 01.940.258. /0001-30

JEQUITINHONHA/MG – CEP: 39960-000

TELEFAX: (33) 3741- 1464

BIOSSEGURANÇA

JEQUITINHONHA/MG
Colégio Pirâmide

Apostila do segundo Módulo do Curso


Técnico em Enfermagem
EAD

Apostila elaborada por Kelly Cristine Miranda


Santos, graduada em enfermagem pela
Faculdade UNIPAC de Teófilo Otoni / MG,
pós-graduada em Enfermagem Obstétrica
pela faculdade FIP / MG, docente do Instituto
Pirâmide Educacional E Cultural
Jequitinhonha desde 2010, ministrando
Saúde Pública, Saúde Materno Infantil,
Saúde do Adulto Idoso, Biossegurança e
Técnicas Básicas de Pesquisa Metodológica.

JEQUITINHONHA/MG
Sumário
CAPITULO 1 – INTRODUÇÃO........................................................................ 1

1.1Biossegurança..................................................................................................1

CAPITULO 2 – Acidentes com materiais biológicos...........................................2

2.1 – A agência nacional de vigilância sanitária...................................................3

2.2 – A frequência de exposições percutâneas .....................................................4

2.3 – intervenções enfatizadas para prevenir o contato com o sangue e outros


materiais biológicos .............................................................................................4

CAPITULO 3 – Equipamentos de proteção individual .......................................5

3.1 – Adequação dos equipamentos de proteção individual .................................5

3.2 – Cuidados imediatos com a área exposta a sangue ou fluidos corpóreos ......5

CAPITULO 4 – Controle da infecção hospitalar ..................................................6

4.1 – Fundamentações teórica ...............................................................................6

4.2 – Causas de infecção hospitalar .......................................................................8

4.3 – Agentes etiológicos ......................................................................................8

CAPITULO 5 - Classificação das infecções hospitalares .....................................9

5.1 – Medidas de controle ....................................................................................10

CAPITULO 6 – Infecções do trato urinário. .........................................................10

CAPITULO 7 – Infecções cirúrgicas ...................................................................11

7.1 - Medidas anti-inflamatórias adotadas em cirurgias ......................................11

7.2 - Orientações gerais sobre a escovação das mãos . ........................................11

CAPITULO 8 – Infecções do trato respiratório .....................................................12

8.1 – Fatores que contribuem para o desenvolvimento de infecções no trato


respiratório ..............................................................................................................12

CAPITULO 9 – Infeções de corrente sanguínea ....................................................12

9.1 – Risco de infecção vascular ............................................................................12

9.2 – Condutas para evitar infecções de corrente sanguínea ................................13


9.3 – Quantidade de lúmens ..................................................................................13

9.4 – Curativos ......................................................................................................14

CAPITULO 10 – Equipe multiprofissional .........................................................14

10.1 – Comissão de infecções hospitalares............................................................14

10.2 - Controle de infecções hospitalares .............................................................15

10.3 procedimentos adotados no controle de infecções hospitalares ................... 16

CAPITULO 11 – Legislação sobre IH .................................................................18

11.1 – Atividades de controle de infecções hospitalares .....................................18

CAPITULO 12 – Resíduos dos serviços de saúde ..............................................19

12.1 – Resíduos considerados perigosos ...............................................................19

12.2 – Identificação e separação dos resíduos hospitalares .................................. 19

12.3- Empresas na coleta do lixo ...........................................................................20

12.4 – Classificação dos resíduos hospitalares .....................................................20

CAPITULO 13 – Grupo A (potencialmente infectantes) ...................................21

13.1 – Resíduos com riscos de infecção ................................................................21

13.2 – Grupo B (químicos) ....................................................................................22

13.3 – Resíduos químicos que oferecem risco ......................................................22

13.4 - Resíduos químicos que não oferecem riscos ..............................................23

13.5 – Grupo C (rejeitos radioativos) ....................................................................23

13.6 – Grupo D (resíduos comuns) .......................................................................23

13.7 - Grupo E (perfurocortantes)........................................................................ 24

CAPITULO 14 – Acondicionamento do RSS ....................................................25

CAPITULO 15 – O estabelecimento de saúde .....................................................27

15.1 – Cotidiano dos estabelecimentos de saúde ..................................................27

15.2 Coleta interna/armazenamento ......................................................................27

CAPITULO 16 – A unidade geradora de RSS .....................................................29


16.1 – Regras para a coleta interna de resíduos infectantes ou especiais ...........29

CAPITULO 17 – Segurança nos serviços de saúde .............................................30

17.1 – Serviços de saúde .......................................................................................30

17.2 Riscos Existentes ...........................................................................................31

CAPITULO 18 – Órgãos reguladores ...................................................................31

18.1 – Atribuições .................................................................................................32

18.2 – Algumas ações ...........................................................................................32

18.3 – Comissão de controle de infecção hospitalar( CC IH) e serviço de controle


de infecção hospitalar( SCIH) ...............................................................................32

18.4 – Composição da equipe ................................................................................32

18.5 – Algumas ações ............................................................................................33

CAPITULO 19 – Comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA) ..............33

19.1 – Composição da equipe ...............................................................................34

19.2 – Algumas ações ...........................................................................................34

CAPITULO 20 – Departamento de segurança hospitalar - equipe de bombeiros 34

20.1 – Classes de incêndio...... ................................................................................34

20.2 – Cuidados com extintores ............................................................................35

20.3 - Procedimentos básicos em caso de incêndio ..............................................35

CAPITULO 21 - Departamento de segurança hospitalar equipe da manutenção 36

21.1 - Componentes da equipe ............................................................................36

21.2 - Atribuições .................................................................................................36

21. 3 – Algumas ações ...........................................................................................36

CAPITULO 22 – Controle de infecção hospitalar................................................36

22.1 – Infecções hospitalares.................................................................................36

22.2 – Agentes etiológicos da infecções................................................................36

22.3 – Causas mais comuns das infecções hospitalares........................................37

22.4 - Dados fornecidos pelo Centers for Disease ........................................... 38


22.5 - Tabela 8.1 dados do CDC sobre a incidência da infecção hospitalar de
1990 a 2000 .........................................................................................................38

22.6 - As infecções são perigosas tanto para os pacientes quanto para os


profissionais da saúde............................................................................................39

22.7 – A disseminação de uma infecção entre pacientes e funcionários de saúde..39

CAPITULO 23 – A proteção dos funcionários e pacientes .................................40

23. 1 – Segurança dos profissionais de saúde.........................................................40

23.2 - O uso excessivo de antibióticos tem gerado microorganismos resistentes aos


agentes antimicrobianos..........................................................................................40

CAPITULO 24 – A norma regulamentadora 32 (NR-32)......................................41

24.1 - A norma que discorre a respeito da segurança e saúde no trabalho............41

24.2 – Vacina devem obedecer as recomendações do ministério da


saúde........................................................................................................................42

CAPITULO 25 – Equipamentos de proteção coletiva (EPC).................................42

25.1 – Equipamentos de proteção coletiva..............................................................42

25.2 – Equipamentos de proteção individual (EPI).................................................43

CAPITULO 26 - Segurança dos pacientes ...........................................................44

CAPITULO 27 – Precauções – padrão e isolamento ............................................44

27.1 – Estudos científicos estatísticos ....................................................................44

27.2 – O sistema de precauções ..............................................................................45

27.3 – As precauções–padrão................................................................................. 45

CAPITULO 28 – Lavagem das mãos......................................................................45

CAPITULO 29 – Precauções respiratórias para aerossóis.....................................49

29.1 - Os aerossóis................................................................................................. 49

29.2 - Precauções respiratórias para gotículas .......................................................49

CAPITULO 30 – Educação em saúde .................................................................50

30.1 – Educando o profissional de saúde sobre os princípios da segurança no


trabalho .................................................................................................................50
CAPITULO 31 – Colaboração no controle de infecções .....................................52

CAPITULO 32 – Colaborar para a segurança do ambiente..................................53

Referencias bibliográficas.................................................................................... 61
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

Biossegurança compreende o conjunto de ações para a prevenção,


minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa,
produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços,
riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do
meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos (Comissão
de Biossegurança – Fiocruz).
A qualidade em biossegurança, por sua vez, compreende o ‘conjunto
de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de
riscos inerentes às atividades de pesquisa, ensino, desenvolvimento,
tecnologia e prestação de serviços visando à saúde do homem, dos
animais, à preservação do meio ambiente e à qualidade dos resultados
(Comissão de biossegurança Fiocruz).
Por biossegurança hospitalar entendem-se a área responsável por
sensibilizar e informar os profissionais que trabalham em
estabelecimentos de saúde, norteando-os quanto à minimização dos
riscos ocupacionais causados por material biológico, químico e físico;
quanto às condutas, já preconizadas pelo Ministério da Saúde, referente
aos acidentes com material biológico; ao uso abusivo de produtos
químicos; ao controle da infecção hospitalar; ao descarte de resíduos; à
contaminação do meio ambiente e , finalmente, ao uso adequado de
equipamentos de proteção individual e coletiva.
Biossegurança, na definição do dicionário Aurélio é "conjunto de
estudos e procedimentos que visam a evitar ou controlar eventuais
suscitados por pesquisas biológicas e/ou por suas aplicações´´
As normas de biossegurança englobam medidas para evitar riscos
físicos (radiação ou temperatura), ergonômicos (posturais), químicos
(substâncias toxicas), biológicos (agentes infecciosos) e psicológicos
(estresse).
É importante compreender o que e segurança no local de trabalho.
Estar em segurança significa não correr riscos, permanecer confiante e
ileso, sem causar ou sofrer algum dano.
Como profissionais de saúde, fazemos um juramento e assumimos um
compromisso que diz: ´´ Não causarei danos´´. Quando proporcionamos
um ambiente seguro aos nossos pacientes e a nós mesmos, o juramento
está sendo cumprido.
1
A segurança no local de trabalho tem como principio a garantia de
segurança dentro da instituição. Evita-se riscos garantindo-se que a
instituição na qual os pacientes recebem tratamento e os profissionais de
saúde trabalham é segura e livre de riscos. Uma instituição bem
conservada deve oferecer uma base firme para a proteção dos
empregados. A segurança dos funcionários é uma responsabilidade
conjunta, pois a direção da instituição e sua equipe têm
responsabilidades relativas a diversos aspectos desse item no local do
trabalho. Em um local de trabalho seguro, os hábitos e as rotinas dos
funcionários são cuidadosamente avaliados, a fim de que sejam
valorizados os comportamentos que levam a riscos.
É necessário também que cada funcionário esteja consciente de todos
os perigos existentes no meio ambiente de assistência à saúde.
O profissional de saúde deve desenvolver um sentido de
responsabilidade em relação à sua própria segurança e à dos pacientes.
Além disso, são necessários conhecimentos satisfatórios a respeito de
como evitar danos, além de responsabilidade na manutenção da
segurança do ambiente.

CAPÍTULO 2 -ACIDENTES COM MATERIAIS BIOLÓGICOS


O risco ocupacional envolvendo agentes infecciosos é conhecido
desde o inicio da década de 1940. Porem, as medidas profiláticas e o
acompanhamento clínico-laboratorial de trabalhadores expostos aos
patógenos de transmissão sanguínea só foram desenvolvidos e
implementados no início da década de 1980, a partir da epidemia de
infecção pelo vírus HIV (Aids).
Os acidentes de trabalho com outros fluidos potencialmente
contaminados devem ser tratados como casos de emergência médica,
uma vez que, para que haja maior eficácia, as intervenções
para profilaxia de infecções por HIV e hepatite B devem ser iniciadas
logo após a ocorrência do acidente.
São consideradas funções de risco todas aquelas que são
desempenhadas por profissionais de saúde que prestam cuidados diretos
ou indiretos a pacientes, manipulando sangue ou outros materiais
biológicos, incluindo aqueles que prestam assistência domiciliar,
atendimento pré-hospitalar e ações de resgate feitas por bombeiros ou
outros profissionais.
As exposições que podem representar riscos de transmissão do HIV e
dos vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV) são definidas como:
2
• Exposições percutâneas: lesões provocadas por instrumentos
perfurantes e cortantes Por exemplo: agulhas, bisturi,
vidrarias etc;
• Exposições cutâneas (pele não integra): contato com pele com
dermatite ou feridas abertas;
• Mordeduras humanas: são consideradas exposição de risco
quando houver a presença de sangue.
Para prevenir acidentes de trabalho e diminuir o índice de
contaminação dos trabalhadores da saúde a principal medida a ser
adotada é evitar a exposição ao sangue ou a outros materiais
biológicos
Precauções básicas ou precauções padrão consistem em
normatizações que visam a reduzir a exposição aos materiais
biológicos. Essas medidas devem ser utilizadas na manipulação de
artigos médico-hospitalares e na assistência a qualquer paciente,
independentemente do diagnostico definido ou presumido de
doença infecciosa.
Recomenda-se, portanto, o uso rotineiro de barreiras de proteção
(luvas, capotes, óculos de proteção ou protetores faciais) quando
houver previsão de contato muco-cutâneo com sangue ou outros
materiais biológicos.
Incluem-se ainda as precauções necessárias na manipulação de
agulhas ou outros materiais cortantes para prevenir exposições
percutâneas além dos cuidados necessários de desinfecção e
esterilização na reutilização de instrumentos usados em
procedimentos invasivos.
2.1 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária proíbe a
esterilização de materiais descritos como ´´uso único´´ quando já
tiverem sido usados ou quando estiverem fora do prazo de validade.
Entre as recomendações específicas que dessem ser seguidas
durante a realização de procedimentos que envolvam a
manipulação de material perfurocortante, destacam-se as seguintes:

• Prestar máxima atenção durante a realização dos


procedimentos.
• Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização
de procedimentos que envolvam materiais perfurocortantes,
agulhas entortadas, quebradas ou retiradas da seringa com as
mãos.
3
• Não utilizar agulhas para fixar papéis.
• Desprezar todo material
perfurocortante(agulhas,escalpe,lâminas de bisturi, vidrarias
entre outros)mesmo que estéril, em recipientes com tampa,
resistentes à perfuração.
• Os coletores específicos para descarte de material
perfurocortante não devem ser preenchidos acima do limite de
de sua capacidade total e devem ser colocados sempre
próximos do local onde é realizado o procedimento
• Resíduos de serviços de saúde – Seguir a Resolução RDC
n.33 de 25 de fevereiro de 2003, publicada no DOU de 5 de
março de 2003 – ANVISA/MS.
2.2 - A frequência de exposição ao sangue pode ser reduzida em
mais de 50%, quando esforços são direcionados para a motivação e
para o cumprimento das normas de Precauções Básicas. Entretanto,
tais mudanças de comportamento talvez não alcancem uma redução
satisfatória na frequência de exposições percutâneas.
2.3- Outras intervenções também devem ser enfatizadas para
prevenir o contato com sangue e outros materiais biológicos, tais
como:
• Mudanças nas práticas de trabalho, visando à implementação e
ao desenvolvimento de uma politica de revisão de
procedimentos e de atividades realizadas pelos profissionais de
saúde, além de ações de educação permanente.
• Utilização de métodos alternativos tecnológicos em
dispositivos e materiais médico-hospitalares. Incluem-se nessa
categoria:
- a possibilidade de substituição de materiais de vidro por plásticos;
- os dispositivos que permitam a realização e utilização de agulhas;
- a utilização de agulhas com mecanismos de segurança (RDC – 45);
- a substituição dos bisturis por eletrocautérios;
- novos projetos de materiais cortantes utilizados em cirurgias, entre
outros.

É preciso levar em conta, inicialmente, os procedimentos que


envolvem maior risco de contaminação – como os acessos
vasculares, por exemplo , a segurança oferecida ao paciente com o
uso desses dispositivos e a aceitabilidade dos profissionais que os
utilizarão.
4
CAPÍTTULO 3 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

3.1 São necessárias também disponibilidade e adequação dos


equipamentos de proteção individual (EPI) – equipamentos de
proteção destinados a proteger a integridade física do profissional ,
incluindo luvas, protetores oculares ou faciais, protetores
respiratórios, aventais e equipamentos para proteção dos membros
inferiores:
• Luvas: indicadas sempre que houver possibilidade de contato
com sangue, secreções (ferimentos, escaras, feridas
cirúrgicas e outros). Apesar de não haver um beneficio
cientificamente comprovado de redução de riscos de
transmissão de patógenos sanguíneos, o uso de duas luvas
reduz de forma significativa a contaminação das mãos com
sangue. A redução da sensibilidade tátil e as parestesias dos
dedos podem dificultar essa pratica durante os
procedimentos, porem o profissional deve estar ciente dos
riscos a que está exposto.
• Mascaras gorros e óculos de proteção: São indicados para a
realização de procedimentos em que haja possibilidade de
respingos de sangue e outros fluidos corpóreos nas mucosas
da boca, no nariz e nos olhos do profissional.
• Capotes: Devem ser utilizados durante os procedimentos em
que haja possibilidade de contato com material biológico,
inclusive superfície contaminadas.
• Calcado fechado (proteção para os pés em locais (centros
cirúrgicos, áreas hospitalares etc.) com quantidade
significativa ou risco de contato com materiais infectantes.
• Propé: habitualmente composto por material permeável,
usado com sandálias e sapatos abertos, o propé, na realidade,
não oferece proteção adequada.

3.2 -Cuidados imediatos com a área Exposta a Sangue ou Fluidos


Corpóreos
A primeira conduta a ser adotada após exposição a materiais
biológicos compreende os cuidados imediatos com a área atingida.
Tais medidas incluem a lavagem exaustiva, com água e sabão, do
local exposto, nos casos de exposições percutâneas ou cutâneas.
5
Apesar de não haver nenhum estudo que demonstre o beneficio
adicional do uso do sabão neutro nesses casos, a utilização de
soluções antissépticas degermantes é uma boa opção. Não existe
nenhum estudo que justifique a realização de expressão do local
exposto como forma de facilitar o sangramento espontâneo. Nas
exposições de mucosas, deve ser realizada uma lavagem exaustiva
com água ou alguma solução salina fisiológica.
Os procedimentos que aumentam a área exposta (cortes,
injeções locais) e a utilização de soluções irritantes como éter, o
hipoclorito ou o glutaraldeído são contraindicados.
Após a lavagem do local exposto, devera ser providenciada a
ficha de controle de acidente de trabalho (CAT).

CAPÍTULO 4 - CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR

Infecção hospitalar (IH) é a infecção adquirida pelo paciente após


sua admissão na unidade hospitalar. Ela se manifesta durante a
internação ou após a alta e está sempre relacionada a internação ou
aos procedimentos hospitalares.
A maioria das infecções hospitalares tem origem endógena,
devido ao desequilíbrio da relação que o homem estabelece com
sua microbiota, que é favorecido pela patologia de base, pela
utilização de procedimentos invasivos e pela pressão pela pressão
seletiva em favor dos germes resistentes, exercida pelos
antibióticos. A infecção exógena é limitada pela pequena
capacidade de sobrevivência que esta microbiota apresenta no
meio ambiente, na ausência de matéria orgânica que favoreça sua
proliferação, principalmente sangue, secreções e excretas
eliminados pelos pacientes. Na transmissão cruzada de infecções,
as mãos da equipe assumem capital importância, seguidas pelos
artigos, insumos e medicamentos com os quais o paciente terá
contato.

4.1 Fundamentação Teórica

Em 1859, Florence Nightingale formulou o primeiro conceito


de enfermagem e definiu o seu objetivo: "colocar o paciente nas
melhores condições a fim de que a natureza desenvolva sua ação".

6
Tendo ela testemunhado a grande incidência de mortalidade entre
os soldados, devido à falta de higiene ambiental durante a guerra
da Crimeia, é possível compreender a ênfase que ela deu a
necessidade de aperfeiçoar o ambiente para melhor assistir os
pacientes.
Para Florence, portanto, o conceito de ambiente é bastante
abrangente. Isso fica bem claro quando ela cita os elementos que
afetam a saúde, tais como sujeira, umidade, odores, corrente se ar
e iluminação. Ela trata, indistintamente, dos três aspectos –
psicológicos, social, e físico – embora dê maior destaque ao
aspecto físico-ambiental: "é quando há um excelente ambiente
físico que se pode dar melhor atenção às necessidades emocionais
do paciente e prevenir as doenças ". Os três componentes são
inter-relacionados e não devem ser tratados como partes
independentes. É importante salientar que suas observações não se
restringem à limpeza do ambiente, à prevenção de doença e às
taxas de mortalidade; para ela, a ambientação psicológica e o
ambiente físico também se inter-relacionam.
A teoria de Florence está intimamente ligada a algumas teorias
cientificas focalizadas atualmente. Como exemplos há a teoria de
adaptação divulgada por Levine e Callista Roy, que reflete o
ajustamento do homem no ambiente em que se encontra, e a teoria
das necessidades, que realça a habilidade do homem em
sobreviver e satisfazer suas necessidades em um contexto adverso.
Em sua ordem hierárquica de necessidades, Maslow coloca as
fisiológicas como primordiais, o que corrobora a teoria de
Florence sobre o ambiente físico. Como uma abordagem da
pratica de enfermagem, a teoria de Florence é tão valida hoje
quanto há cem anos. No âmbito hospitalar, muito pode ser feito
pelo enfermeiro no sentido de reduzir o estresse, melhorar a
adaptação e satisfazer as necessidades do paciente.
As ideias de Florence podem ser consideradas apenas regras
praticas ditadas pelo bom senso – dar atenção às necessidades de
limpeza do ambiente onde encontra-se o paciente, mantê-lo longe
de correntes de ar e promover iluminação adequada, que muitas
vezes não são seguidas. O conceito básico de sua teoria, a
importância do ambiente, fornece os subsídios que fundamentam a
pratica assistencial.
7
4.2 Causas de Infecção Hospitalar
O risco de adquirir infecções é determinado pela susceptibilidade do
paciente. Ele pode ser próprio de determinadas condições clínicas
responsáveis pela hospitalização e induzido por procedimentos
hospitalares. O paciente admitido no hospital pode:
apresentar alterações significativas em sua flora microbiana. As
modificações da flora normal em tecidos não estéreis dos
hospedeiros (pele e mucosa) ou a colonização de seus tecidos
estéreis resultam em infecção quando suas defesas não são
suficientes para controlar a multiplicação microbiana.
Consequentemente, distinguem-se duas classes de fatores
predisponentes as infecções hospitalares.
• Intrínsecos: aqueles que são próprios do paciente;
• Extrínsecos: todos os procedimentos hospitalares que
diminuem a resistência à infecção
No que diz respeito às fontes de infecção, Aguiar ressalta que
"existe muita confusão a respeito das fontes e da natureza das
infecções que se manifestam no paciente operado. Admite-se,
geralmente que as principais fontes de agentes sejam exógenas, mas
a evidencia acumulada na literatura indica uma grande incidência de
infecções endógenas".
As infecções hospitalares estão representadas num conjunto de
patologias diversas que acometem os pacientes em regime de
internação. Aceita-se que as infecções hospitalares resultem
basicamente da diminuição das defesas anti-infeciosas do paciente
(locais ou sistêmicas), que permite o desenvolvimento excessivo de
sua microbiota e a consequente invasão dos tecidos estéreis do seu
organismo.
4.3 Agentes etiológicos

Os micro-organismos não são mais classificados em patogênicos e


saprófitos, uma vez que a capacidade de produzir doenças não
depende só do germe. A classificação mais adequada seria:
• Patógenos primários: micro-organismos capazes de infectar
hospedeiros sadios, como os agentes etiológicos da
tuberculose, febre tifoide,
sarampo,criptocicose,malária,toxoplasmose, etc.;
• Patógenos secundários: micro-organismos que habitam as
8
superfícies do organismo do hospedeiro, desde seu nascimento
ate a morte, e só o infectam em consequência de doenças ou
tratamentos agressivos e imunossupressores. São exemplos
todas as infecções hospitalares, salvo os casos de doenças
provocadas por patógenos primários eventualmente adquiridos
no hospital, como viroses da infância e hepatites.
Observação: pacientes hospitalizados inicialmente adquirem
infecções devido à invasão dos tecidos estéreis de seu organismo
por patógenos secundários da sua própria microbiota, ou artigos
médico-cirúrgicos de alto risco, contaminados com microbiota de
outro paciente ou dos profissionais do local.

CAPÍTULO 5- Classificação das infecções hospitalares

As infecções hospitalares são classificadas de acordo com a sua


localização anatômica. As principais são as infecções urinárias as
cirúrgicas, as bronco pulmonares e as septicêmicas.
Aproximadamente 30% das infecções hospitalares de um
hospital geral localizam-se no trato urinário e são causadas por
alguma patologia urinaria predisponente ou alguma cateterização
vesical. Cerca de 20% localizam-se na ferida ou na cavidade
operada. Com base em um estudo cooperativo realizado pelo
National Research Council dos Estados Unidos, Aguiar sugere
uma incidência média de 7,4%.

A infecção da ferida cirúrgica depende da higiene dos


mecanismos locais de defesa para controle da manipulação destes
últimos. O conceito de que a infecção incisional depende
fundamentalmente do numero de micro-organismos presentes na
ferida foi,
inicialmente, sugerido por cirurgiões franceses durante a Primeira
Guerra Mundial. Posteriormente, em 1950, Eleck demonstrou que
eram necessários 7.500.000 estafilococos para provocar uma lesão
cutânea no homem; número que reduzia-se a 7500 caso a pele
estivesse saturada.
As infecções bronco pulmonares correspondem a
aproximadamente 15% do total de infecções hospitalares
ocorridas num hospital gera. Tais infecções consistem
9
basicamente em complicações de patologia pulmonar não
infeciosa ou de instrumentação do trato respiratório do paciente.
As septicemias hospitalares representam 13% das infecções e
resultam da disseminação de um foco endógeno-cutâneo,
respiratório, geniturinário ou intra-abdominal, ou de um foco
exógeno representado pela contaminação de cateteres, equinos ou
soluções intravenosas.
O restante das infecções hospitalares é constituído por um
grupo bastante diversificado, que inclui supuração de úlcera de
decúbito, queimaduras, lesões traumáticas, mastites e
endometrites, entre outras.

5.1 Medidas de Controle

As medidas de controle dependem, primordialmente, da


identificação do problema. O parâmetro utilizado para tal é a
classificação anatômica das infecções hospitalares.

CAPITULO 6 - Infecções do trato urinário

6.1 Atualmente há a evidencia de que a maioria das infecções


do trato urinário é causada por bactérias que alcançam a bexiga
através da uretra, podendo posteriormente ascender ate os rins
através dos ureteres. Estudos realizados por elkins e cox
demonstram que, em cerca de 25% de mulheres sadias e
assintomáticas, foi possível detectar flora bacteriana rica em
Escherichia coli, Proteus ou Kleviella no segmento distal da uretra
A manipulação uretral por cateter pode deslocar bactérias para
a bexiga e, consequentemente, causar infecção urinaria após o
cateterismo vesical. Portanto, deve-se avaliar bem se há realmente
a necessidade de um cateterismo vesical. O cateterismo deve ser
sempre executado sem trauma, em completas condições de
assepsia e com sistema de coletor de urina do tipo drenagem
fechado, nos casos de cateterismo prolongado. A cateterização
uretral não é recomendada como método de rotina para exames de
cultura.
Observação: aproximadamente 53 a 55% das septicemias
estudadas por Altemeier tinham seu ponto de origem no trato

10
urinário. Contudo, a incidência de infecção do trato urinário no
paciente cirúrgico, especialmente no período pós-operatório, pode
ser reduzida mediante a ingestão adequada de líquidos,
esvaziamento completo da bexiga e marcha precoce, dentre
outros.

CAPITULO 7 - Infecções cirúrgicas

7.1 As medidas anti-inflamatórias adotadas em cirurgias limpas


dependem das condições do uso das técnicas de assepsia e
antissepsia da pele do paciente, assim como da equipe cirúrgica.
Tradicionalmente, admite-se que cinco minutos de escovação
com água e sabão comum sejam suficientes para a profilaxia das
infecções transmitidas pelas mãos dos cirurgiões. Uma escovação
mais prolongada é indesejável, por conta de pequenas escoriações
que podem ocorrer na pele. O uso de preparações detergentes
associadas a

antissépticos alterou completamente essa situação, permitindo a


redução do tempo de escovação para três minutos.

7.2 Orientações gerais sobre a escovação das mãos

1- Remover os resíduos depositados sobre as mãos, antebraços e


cotovelos, com o auxilio de uma escova esterilizada de uso
individual e sabão ou detergente antisséptico.
2- Escovar durante três minutos e limpar as unhas
meticulosamente, com o auxilio das cerdas da escova.
3- Enxaguar bem com água corrente, no sentido das mãos para os
cotovelos, nunca ao contrario. Em seguida, secar bem com a
toalha esterilizada.
4- Calçar luvas estéreis

Observação: em determinadas situações, o uso de drenos é


indicado para a remoção de sangue, soro, pus ou secreções. Há
evidencias recentes de que a drenagem com o sistema coletor
fechado reduz a incidência de infecção intraperitoneal em
cirurgias com coleções de sangue na cavidade. Além disso, é
11
contraindicado o emprego de drenos de penrose pós cirurgias
abdominais limpas, pois são introduzidos micro-organismos
exógenos na cavidade durante o pós-operatório.
As condições de higiene do paciente também podem exercer
influencia sobre taxas de infecção cirúrgica. Cruse demonstrou
que o banho do paciente, antes do ato cirúrgico, reduz a
incidência de infecção de 2,3%, sem banho, para 2,1% - banho
com sabão comum – e para 1,3% - banho com sabão de
hexaclorofeno

CAPÍTULO 8 - Infecções do trato respiratório

8.1 Existem numerosos e variados fatores que podem


contribuir para o desenvolvimento de infecções do trato
respiratório. A incidência da atelectasia, por exemplo, por
exemplo, pode ser reduzida mediante o alivio da dor, respiração
profunda, tosse, mudanças na posição, exercício, sucção e
umidificação da atmosfera.
É importante enfatizar o uso da técnica asséptica no manuseio
do instrumental, torna-se reservatórios para muitos micro-
organismos gram-negativos, incluindo Pseudomonas, Serratia e
Enterobacteriaceae. Essas soluções encontram-se frequentemente
em muitos recipientes junto ao leito do paciente. Quanto mais
intensivo mais é o tratamento, mais recipientes com soluções
aquosas estão em uso e disponíveis, proporcionando o
crescimento bacteriano. A estreita colaboração de cirurgiões,
anestesistas, enfermeiros e equipe de enfermagem é necessária
para a preservação e o controle do ambiente hospitalar.

CAPÍTULO 9 -Infecções de corrente sanguínea

9.1 Na prática hospitalar, particularmente em unidades de terapia


intensiva (UTI), os cateteres intravasculares são indispensáveis
para o tratamento do paciente, sendo, no entanto, importante fonte
de infecção da corrente sanguínea.
Os avanços tecnológicos favoreceram a manutenção de acesso
vascular por tempo mais prolongado e com maior frequência de

12
uso, acarretando, por conseguinte, o aumento de infecções
relacionadas a esse acesso. O risco de infecção relacionado ao
acesso vascular está associado à localização do acesso, à solução
infundida à
experiência do, profissional que realiza p procedimento ao tempo
de permanência, ao tipo e á manipulação do cateter, dentre outros.
Entretanto, muitos estudos apontam a duração da cateterização
como principal fator de risco para a infecção da corrente
sanguínea. Taís fatores constituem pontos estratégicos
importantes para ações preventivas dessas infecções.
Embora a incidência de infecção da corrente sanguínea seja
mais baixa que a das outras infecções hospitalares (IH), como
pneumonias, infecções do trato urinário e aquelas do sítio
cirúrgico, a infecção da corrente sanguínea tem sua importância
por ser causa de substancial morbidade, mortalidade e elevação
dos custos hospitalares,

9.2 Condutas para evitar infecções de corrente sanguínea

Dispositivos

Os cateteres centrais de inserção periférica, por punção das


veias cefálica ou basílica, são favorecidos pela menor
colonização, oleosidade e umidade do que nas punções da fossa
ante cubital; além disso, proporcionam facilidade na manutenção,
maior tempo de permanência e apresentam menor taxa de
infecção do que os centrais não implantáveis.
As vias periféricas podem ser opção para o procedimento,
inclusive se contaminação dos cateteres centrais inseridos nas
veias subclávia,jugular e femoral.
A dissecção venosa deve ser evitada pelo risco de infecção
maior do que o da punção, devido ao trauma tecidual e por não
haver cateter apropriado para tal procedimento.

9.3 Quantidade de lúmens

Quanto à escolha do tipo de cateter em relação ao numero de


lúmens, deverão ser avaliadas a necessidade e a gravidade do
paciente, a quantidade de medicações e a prescrição de suporte
nutricional.
13
Estudos apontam que cada lúmen aumenta a manipulação em
até 20 vezes por dia. No entanto, os pacientes mais graves são
aqueles que, geralmente, estão internados nas Unidades de
Terapia Intensiva (UTI), utilizam mais frequentemente cateteres
multilúmen e, por conseguinte, são os que apresentam maior risco
de infecção.
9.4 Curativos

O curativo no local da punção do acesso vascular deve ser


permeável ao vapor d´água, confortável para o paciente e de fácil
manuseio pelo profissional de saúde. Pode ser transparente ou
com gaze fixada com fita adesiva. A vantagem do transparente é
que permite a visualização do orifício de inserção, promove
barreira contra sujidades e as trocas são menos frequentes, uma
vez que favorece a avaliação constante pelo profissional de saúde.
Não existe consenso sobre o risco de infecção e associação com
os curativos de cateteres intravasculares. O importante é que a
troca de curativo com gaze deve ser realizada sempre que o
curativo estiver úmido, sujo ou solto.

CAPÍTULO 10- Equipe multiprofissional

Estudos apontam que a educação da equipe de saúde pode ser a


medida mais importante para a prevenção das complicações
advinhas do uso dos cateteres venosos.
A lavagem correta das mãos destaca-se como medida
primordial na prevenção das infecções hospitalares. A
incorporação do conhecimento à prática de lavagem das mãos
favorecerá a redução das infecções em geral, e não apenas das
infecções da corrente sanguínea.
Porem, a sensibilização da equipe de profissionais para a
mudança de comportamento é favorecida pelas condições
adequadas à realização das condutas indicadas anteriormente.
10.1 Comissão de infecções hospitalares

Os estudos de estruturação da Comissão de Controle de


Infecções Hospitalares tiveram início na década de 1970, por

14
meio de iniciativas isoladas de técnicos preocupados em conhecer
os índices de infecções em alguns hospitais públicos.
Nesse contexto, o Hospital de Ipanema, da rede de hospitais do
INPS, preocupado com a magnitude do problema de infecções
hospitalares, promoveu, em 1972, o primeiro Curso de
Epidemiologia e Profilaxia de Infecções Hospitalares. No intuito
de conhecer seus índices, a direção do hospital instituiu um
programa de controle sistemático e continuo de infecções
hospitalares, conforme preconizado pelos estudos mais
avançados. Criou-se então a primeira Comissão de Prevenção e
Controle de infecções Hospitalares, composta por uma equipe
interdisciplinar que contou com a participação de um cirurgião
clinico, um bacteriologista, uma enfermeira e um epidemiologista.
Nessa ocasião, a estrutura organizacional da instituição contava
com Serviço de Documentação Cientifica e de Auditoria Médica.
Fundamentado também no apoio da administração, o hospital
buscou por todos os meios a implantação do regime de notificação
compulsória dos casos de infecções, a exemplo do sistema
consagrado internacionalmente na esfera de saúde pública.
Após a promulgação da Lei Federal 6.431 de 1998, todos os
hospitais brasileiros passaram a ser obrigados a constituir uma
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) deveria
elaborar o Programa de Controle de Infecções, definido como um
conjunto mínimo de ações para reduzir o máximo possível a
incidência e a gravidade das infecções hospitalares.

10.2 O controle das infecções hospitalares é feito com base em:


• Vigilância epidemiológica
• Controle e notificação de infecções;
• Controle do emprego dos antimicrobianos;
• Supervisão das normas técnicas de controle de
infecções, principalmente nas áreas críticas do hospital
(UTI,CC,centro de recuperação pós-anestésica e
centro de esterilização de materiais);
• Investigação epidemiológica, sempre que as
circunstâncias recomendarem;
• Elaboração de relatórios sobre a incidência de infecção
em cada clinica, bem como sobre o uso de
antimicrobianos.
15
10.3 Eis alguns dos procedimentos adotados para o controle de
infecções hospitalares

1. Educação e treinamento:

- conscientização do pessoal do hospital quanto à magnitude do


problema de infecções hospitalares:
- elaboração de rotinas de normas de proteção a pacientes;
- preparação de programas de treinamento para atualização
profissional.

2. Supervisão das condições de higiene e desinfecção:


- padronização dos agentes de limpeza;
- orientação quanto ao uso adequado de tais agentes.

3. Analise permanente das informações estatísticas:


- centralização das informações coletadas;
- codificação e analise dos dados;

- tomada de decisão;

4. Indicadores técnicos:
- incidência de infecções, classificadas por clínica, topografia, tipo e
porte das cirurgias;
- mortalidade por infecção hospitalar.

5. Informações adicionais:
- coeficiente mensal de sensibilidade dos antimicrobianos a estirpes
bacterianas isoladas;
- consumo semestral de antimicrobianos, segundo dados fornecidos
pela farmácia;
- consumo, mensal e anual, de antimicrobianos por paciente e por
clinica.

6. Coleta de dados:
- identificação em prontuário, feito pela enfermeira da clínica, dos
pacientes em uso de antimicrobianos e com diagnostico de infecção;
- notificação da infecção pelo medico, em formulário próprio;
Análise sistemática dos prontuários dos pacientes, serviço de
documentação cientifica, para verificação de infecções do uso de
antimicrobianos. 16
- manter rigorosa vigilância das normas técnicas, sobretudo nas
áreas nobres do hospital (UTI,RPA,CC,CE etc.) e na área
relacionada com as vestimentas especializadas;
- estabelecer, mensamente, a relação entre o total de altas e óbitos e
o total de pacientes infectados, para análise da CCIH;
- sugerir medidas convenientes para controle de infecção hospitalar;
- sugerir programas de treinamento pessoal em todos nos níveis,
com especial atenção a estagiários e profissionais recentemente
admitidos na instituição;
- controlar a limpeza do hospital, especialmente nas áreas nobres,
verificando o tipo de produto químico utilizado;
- sugerir, sempre que necessário, a reunião da comissão para o
estudo de problemas específicos;
- recomendar a convocação, pela CCIH, dos responsáveis pelos
diversos setores do hospital para tratar de alguma matéria
relacionada a infecções;
- comunicar, oportunamente, ao presidente da CCIH qualquer
problema relativo a infecções;
- promover investigações epidemiológicas, quando conveniente,
solicitando a colaboração de outros profissionais e técnicos,
integrantes ou não da CCIH;
- controlar os receituários de uso de antimicrobianos, realizar coleta
de dados, tabular e apresentar em reunião, para analise da CCIH.
Dentre as atividades desenvolvidas no campo da educação e
treinamento, com a finalidade especifica de preparar recursos
humanos para os programas de profilaxia e epidemiologia de
infecção hospitalar, destacam-se:
• Curso de educação para a saúde;
• Curso básico de bacteriologia hospitalar para a equipe de
enfermagem, assistentes sociais e nutricionistas;
• Curso de autorização para secretárias de clinicas;
• Simpósios de integração dos serviços do hospital e
treinamento para auxiliares operacionais de serviços
diversos e serventes da UTI de RPA;
• Sessão de treinamento sobre higienização hospitalar para o
pessoal de limpeza

17
CAPÍTULO 11- Legislação sobre IH

11.1 A preocupação do Estado com o controle de infecções


hospitalares iniciou-se a partir de 1990.Segundo Prades, instalou-se um
processo de transformação envolvendo a redistribuição de poder e de
recursos, a redefinição das três esferas de governos, a reorganização
institucional, a reformulação de praticas e, consequentemente, o
estabelecimento de novas relações entre Coordenação de Controle de
Infecções Hospitalares (COCIN) e os estados. Segundo o autor, foi
constatada, por meio de avaliações, a impossibilidade de gerenciar de
modo centralizado e eficiente o programa de controle de infecções
hospitalares, devido à diversidade e à extensão territorial dos estados. É
nesse sentido que se observa a revogação da Portaria 930 e o
estabelecimento da Portaria GM 2626, de 12 de maio de 1998, alterando
a forma de apresentação no que diz respeito aos Anexos, adequando
assim o gerenciamento do controle de infecções hospitalares ao novo
modelo brasileiro de saúde.
As atividades de controle de infecções hospitalares, até então
desenvolvidas no âmbito do Departamento de Gestão de Politicas
Estratégicas da Secretaria de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde,
passaram ser executadas, conforme a Portaria GM 1241, de 13 de
outubro de 1999, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA). A Resolução n.48, de 2 de junho de 2000, estabelece o
roteiro de inspeção para avaliar o cumprimento das ações do Programa
de Controle de Infecções Hospitalares.
Os problemas de infecção hospitalar são atuais e merecem atenção
continuada de todos os envolvidos no contexto hospitalar, inclusive
daqueles que definem as politicas públicas de saúde. Atualmente, o
padrão de atenção sugere que seja chamada de acreditação hospitalar "a
declaração de expectativas relativas ao grau ou nível de excelência, ou
ainda, o que é possível alcançar quanto à qualidade do desempenho
hospitalar". A conformidade com os padrões que caracterizam a
qualidade da assistência prestada ao paciente visa estimular os esforços
voltados à melhoria continua da instituição.
Finalmente, os padrões desenvolvidos centram-se no cuidado ao
paciente e nos processos que possibilitam a melhor forma de executar as
ações. A garantia de um ambiente seguro e adequado, a existência de
18
uma equipe capacitada e em quantidade suficiente são requisitos
essenciais para que se possa atingir o principal objetivo, que consiste em
prestar um cuidado ao paciente segundo as praticas adequadas.

CAPÍTULO 12- Resíduos dos serviços de saúde

12.1 Até a década de 1980, dentre os resíduos considerados


perigosos incluíam-se aqueles que eram provenientes de hospitais. A
denominação lixo hospitalar passou a ser bastante utilizada, mesmo
quando os resíduos não eram gerados em unidades hospitalares.
Recentemente, ela foi substituída pela expressão Resíduos de Serviços
de Saúde (RSS), que engloba os resíduos produzidos por todos os tipos
de estabelecimentos de saúde – hospitais, ambulatórios, consultórios
médicos e odontológicos, laboratórios, farmácias e clínicas veterinárias,
entre outros.
A equipe de enfermagem é o principal agente no que diz respeito aos
procedimento ligados diretamente ao paciente, tais como a preparação
de medicamentos e soros, a realização de curativos, as punções venosas
e a coleta de exames, entre outros.

12.2 Dentro de um hospital, nem todo lixo é hospitalar, visto que


invólucros de seringas, gases, luvas, equipos de soros, impressos etc.
O profissional de enfermagem é, portanto, responsável pela
identificação e separação dos resíduos, que devem ser feitas em seu local
de origem (unidades de internação e de apoio), além de ser classificadas
em resíduos perigosos e resíduos comuns. A responsabilidade passa
então para o serviço de limpeza, que realiza a coleta interna nas salas de
armazenamento temporário de lixo ou nas salas de armazenamento
temporário de lixo na sala de utilidades (expurgo) e transporta os
resíduos para a coleta externa.
O destino final dos resíduos no ambiente hospitalar é administrado
pelo serviço de engenharia de segurança do Trabalho, que decide a
melhor forma de removê-los e tratá-los.
Para que a equipe de enfermagem possa administrar o lixo de forma
correta, sem riscos de autocomtaminação, deve-se sempre atentar às
normas atuais de separação, acondicionamento e encaminhamento
adequados dos resíduos.
A equipe de enfermagem deve estar sempre atenta quanto à
19
importância da administração do lixo, visando à melhora da qualidade
de vida não apenas do paciente, mas também de toda a população. Dessa
forma, a saúde passa a ser uma responsabilidade coletiva.
12.3 Algumas empresas de coleta de lixo também pecam pelo
desconhecimento, pela falta de informações e pelo desconhecimento,
pela falta de informações e pelos excessos de RSS, fazendo com que
recebam tratamento impróprio, onerando ainda mais os recursos das
instituições hospitalares. A incineração total do lixo hospitalar é um
típico exemplo de desconhecimento e de excesso de cuidados, sendo,
ainda neste caso, uma atitude politicamente incorreta devido ao
subprodutos lançados na atmosfera, como as dioxinas e os metais
pesados,por exemplo.
Todo Coordenador de RSS deve elaborar o Plano de Gerenciamento
de Resíduos de Serviço de saúde, escrevendo as ações relativas ao
manejo, à característica, ao acondicionamento, à coleta, ao
armazenamento, ao transporte, ao treinamento e ao destino final do
resíduo hospitalar. O PGRSS deve orientar as medidas que direcionarão
as rotinas e critérios estabelecidos pela CCIH e o atendimento às
regulamentações dos sistemas de coleta externa, de transporte e de
destino final a serem adotadas em situações de emergência e acidente.
Os critérios relacionados neste capitulo baseiam-se nos regulamentos
contidos na Resolução n.33, 25 de fevereiro de 2003, da Anvisa, que
decretou o prazo máximo de 12 meses, a partir da data de sua
publicação, para que os serviços de saúde se adequassem aos requisitos
nele contidos.
A Anvisa baseia-se nas normas técnicas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA) e do Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN)

12.4 Classificação dos Resíduos Hospitalares


A classificação RRS (Resíduos de Serviços de Saúde) objetiva
destacar, visando a uma manipulação segura, a composição desses
resíduos segundo suas características biológicas, físicas, químicas, o
estado da matéria e a origem.
Uma classificação adequada dos resíduos gerados em estabelecimentos
de saúde permite que seu manuseio seja eficiente, econômico e seguro.
A classificação facilita a segregação apropriada dos resíduos, reduzindo
20
assim riscos sanitários e gastos desnecessários no seu manuseio, posto
que os sistemas mais seguros e dispendiosos serão destinados apenas á
fração de resíduos que os requeriam, e não a todos.
A classificação que segue é baseada na Resolução CONANMA n.5, de
agosto de 1993, na Resolução CONAMA n.283, de julho de 2001 na
NBR – 10004, da ABNT – Resíduos Sólidos – Classificação, de
setembro de 1987, e na NBR – 12808 da ABNT, de janeiro de 1993,
além de outros estudos e documentos pertinentes ao assunto.
CAPÍTULO 13 - Grupo A (Potencialmente Infectantes).

13.1 Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por


conta de suas características de maios virulência ou concentração,
podem apresentar riscos de infecção.

• Culturas e estoques de agentes infecciosos de laboratório


industriais de pesquisa; resíduos de fabricação de produtos
biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de
micro-organismos vivos ou atenuados; meios de cultura e
instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura
de culturas; resíduos de laboratórios de engenharia genética.
• Bolsas que contenham sangue ou hemocomponentes com
volumes residual superior a 50 ml e kits de aférese.
• Peça anatômica humana (tecidos, membros e órgãos ) que não
tenham mais valor cientifico ou legal, e/ou quando não houve
requisição previa da parte do paciente ou de seus familiares.
• Produto de fecundação sem sinais vitais, com peso inferior a 500
g, estatura inferior a 25 cm ou idade gestacional inferior a 20
semanas, que não tenha mais valor cientifico ou legal, e/ou
quando não houver requisição previa por parte da tamina.
• Carcaças, peças anatômicas e vísceras de animais provenientes
de estabelecimentos de tratamento de saúde animal,
universidades, centros de experimentação, unidas de controle de
zoonoses e similares, assim como as camas desses animais e suas
respectivas forrações. 21
• Todos os resíduos provenientes de pacientes que contenham ou
sejam suspeitos de conter agentes que apresentem relevância
epidemiológica e risco de disseminação, tais como: kits de linha
arteriais intravenosas e dialisadores quando descartados, além de
filtros de ar e gases oriundos de áreas criticas, conforme Anvisa
RDC 50/2002.
• Órgãos tecidos e fluidos orgânicos com suspeita de
contaminação e resíduos sólidos resultantes da atenção à saúde
de indivíduos ou animais com suspeita de contaminação causada
por proteína priônica (materiais e instrumentais descartáveis e
indumentária que tiveram contato com os agentes acima
identificados).
Observação: cadáveres com suspeita de contaminação causada por
proteína priônica não são considerados resíduos.
13.2 Grupo B(Químicos)
Tratam-se dos resíduos que contem substancias químicas que
apresentam riscos á saúde publica ou ao meio ambiente,
independentemente das suas características de inflamabilidade, e
corrosividade, reatividade e toxicidade, além dos resíduos de
medicamentos ou insumos farmacêuticos com data de validade
vencida, contaminados, apreendidos para descarte, parlamente
utilizados e demais medicamentos próprios de consumo. São divididos
em:
13.3 Resíduos químicos que oferecem risco.
Produtos hormônais e antibacterianos de uso sistêmico. Produtos
hormonais e antibacterianos de uso tópico, quando descartados pelos
serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de
medicamentos.
Medicamentos citostáticos, antineoplásticos, digitálicos,
imunossupressores, imunossupressores e antirretrovirais.

22
13.4 Resíduos químicos que não oferecem riscos.

• Todos os medicamentos não classificados acima, os


antibacterianos e hormonais de uso tópico, quando
descartados individualmente.
• Os resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos
controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações.
• Desinfetantes.
• Substância destinadas á revelação de filmes utilizados em
radiografias.
• Resíduos que contenham metais pesados
• Reagentes para laboratório, isolados ou em conjunto, e outros
resíduos contaminadas com substancia químicas perigosas.
13.5 Grupo C (rejeitos radioativos).
São considerados rejeitos radioativos quaisquer materiais
resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos
em quantidades superiores aos limites de isenção especificado na
norma da comissão nacional de energia nuclear (CNEN) – 6.02 –
licenciamento de instalação radiativas, e para os quais a
reutilização é impropria ou não tenha sido prevista.

• Resíduos contaminados com radionuclídeos. As fontes


seladas não podem ser descartadas, devendo a sua destinação
final seguir as orientações especificas da CNEN.
13.6Grupo D (resíduos comuns).
Resíduos comuns são todos aqueles resíduos gerados nos
serviços abrangidos por esta resolução que, por conta de suas
características, não necessitam de processos diferenciados
relacionados ao acondicionamento, identificação e tratamento,
devendo ser considerados como resíduos sólidos urbanos (RSU).

• Espécimes de laboratório de análises clínicas e de patologia


clínica.
23
• Gesso, luvas, esparadrapos, algodoes, gazes, compressas,
equipo de soro e outros similares, que tenham ou não mantido
contato com sangue, tecidos ou fluidos orgânicos, com exceção
dos que estiverem enquadrados na classificação do grupo A.

• Bolsas transfundidas vazias ou que contenham menos de 50


ml de produtos residual ( sangue ou hemoderivados).
• Sobras de alimentos não enquadrados na classificação do
grupo A.
• Papéis de uso sanitário e fraldas, quando não enquadrados na
classificação do grupo A.
• Resíduos provenientes das áreas administrativas e resíduos
de varrição, flores, podas e jardins.
• Materiais passiveis de reciclagem e embalagem em geral.
• Cadáveres de animais, assim como as camas desses animais
e suas forrações.
Observação: cadáveres de animais errantes ou domésticos não são
considerados RSS. A destinação final deste deve ser feita de
acordo com as normas municipais ou do Distrito Federal.
13.7 Grupo E (perfurocortantes)
Trata – se dos objetos e instrumentos que contem cantos,
bordas, pontos ou protuberâncias rígidas e agudas, capazes de
cortar ou perfurar.

• Lâminas de barbear, bisturis, agulhas, escalpes, ampolas de


vidro, laminas e outros materiais provenientes de serviços de
saúde.
• Bolsas de coleta incompletas descartadas no local da coleta,
quando acompanhadas de agulha, independentemente do
volume coletado.
24
CAPÍTULO 14 - Acondicionamento do RSS.
O acondicionamento adequado do RSS deve ser feito logo após a
produção nas unidades geradoras, e tem como requisitos a previa
separação, de acordo com sua classificação. Não é recomendada a
separação posterior, pois esta pode ocasionar
aumento dos riscos ocupacionais e da contaminação dos demais
resíduos.
De modo geral, todas as categorias devem seguir as seguintes
recomendações:

• Acondicionamento em saco branco leitoso, impermeável,


resistente á ruptura e ao vazamento, conforme preconizado
pela ABNT (NBR 9191/2000), respeitando-se o limite de
peso e a classificação dos resíduos; os sacos não devem ser
esvaziados ou reaproveitados e o enchimento na deve
ultrapassar 2/3 de sua capacidade.
• Todo RSS deve ser identificado, de acordo com suas
características e após seu acondicionamento, com os
seguintes termos: resíduos biológicos, resíduos tóxicos,
rejeito radioativo, resíduo reciclável; resíduos biológicos e
substancias potencialmente infectantes. Quando necessário,
devem vir acrescidos das anotações a seguir:
perfurocortantes, peças anatômicas e peças anatômicas de
animais.
• As lixeiras, recipientes utilizados para conter os sacos,
devem ser laváveis, com cantos arredondados, resistentes á
punctura, á ruptura ao vazamento e ao tombamento. A tampa
deve permanecer fechada e possuir um sistema de abertura
sem contato manual. Quando houver a perda de alguma
dessas características, o recipiente deve ser imediatamente
substituído. Além das recomendações acima, a legislação
25
prevê um acondicionamento diferenciado para determinados
RSS:

• Alguns resíduos do grupo A, devem passar por um


tratamento prévio de descontaminação antes de serem
acondicionados em sacos plásticos e encaminhados ao
tratamento final.
• Os resíduos líquidos do grupo B devem estar contidos em
frascos plásticos de ate 21, resistentes, com tampa rosqueada
devem ser depositados em embalagem rígida adequada para
cada tipo de substância química e identificados conforme sua
característica.
• Os resíduos comuns, listados no grupo D, devem ser
embalados em sacos impermeáveis destinados ao lixo
domiciliar, de acordo com o serviço de limpeza urbana,
podendo ser destinados á reciclagem ou á reutilização e,
portanto, identificados, de modo a facilitar o processo. Estão
incluídos neste item as embalagens de medicamentos e
outros artigos hospitalares que não estiverem contaminados.
• Os materiais perfurocortantes citados no grupo E devem ser
embalados separadamente, em recipientes de material rígido,
estanque e também identificados pela substancia infectante:
risco biológicos / perfurocortantes.
Considerando as especificidades dos resíduos do grupo E, e
importante salientar a necessidade de que os recipientes estejam
sempre próximos ao local de uso do material, a fim de
viabilizar o descarte imediato. A falta de coletores próximos ao
leito do paciente ou as áreas de realização de procedimentos
pode ser considerada um motivo para o descarte e manuseio
inadequados dos resíduos, assim como para o reencape de
agulhas. As agulhas e seringas devem ser descartadas sem que
haja a sua separação e/ ou reencape da agulha.
26
CAPÍTULO 15 - O Estabelecimento de Saúde
15.1 No cotidiano dos estabelecimentos de saúde tanto os
profissionais como os pacientes produzem resíduos, e ambos
devem estar preparados quanto ao local apropriado para o seu
descarte. Há alguns resíduos dos grupos A, B ou C, e ate
mesmo alguns resíduos comuns que podem ser fonte de insetos,
de odor desagradável ou de proliferação de micro-organismos,
que são depositados inadvertidamente dentro das enfermarias
ou dos apartamentos. Estes devem ser frequentemente retirados
do local ou ser imediatamente encaminhados para recipientes
localizados em salas de armazenamentos temporárias ou na sala
de utilidades (expurgo). Como exemplo há os curativos, os
equipamentos utilizados nas técnicas, os restos de soro, os
alimentos, as fraldas e os fluidos orgânicos, entre outros.
Caso não haja a separação dos resíduos nos recipientes
recomendados, todos serão considerados como pertences ao
grupo A, aumentando os custos de acondicionamento e
tratamento.
15.2 Coleta Interna / Armazenamento.
A coleta interna é responsabilidade do serviço de limpeza do
hospital e recebe influencia direta da unidade geradora de
resíduos, sendo permitido, portanto, que o enfermeiro
intervenha em caso de inadequação na coleta. Deve-se, pois,
enfatizar alguns critérios para a coleta interna dos resíduos,
tomando como pressuposto a classificação e o
acondicionamento correto:

• Transportar os resíduos em sentido único:


• O roteiro e os horários devem ser de conhecimento de todos
os funcionários responsáveis.
• Não pode haver coincidência entre a distribuição de roupas,
alimentos e medicamentos;
27
• Deve-se evitar os períodos de visita ou aqueles em que há
maior fluxo de pessoas.
São elas:
1. Coleta Interna: é realizada dentro da unidade; consiste no
recolhimento do lixo das lixeiras, no fechamento do saco e no
transporte deste até a sala de armazenamento temporário ou sala
de utilidades (expurgo). Para que haja eficácia, deve-se
programar o horário de coleta do lixo, escolhendo – se o horário
de menor movimento a fim de não atrapalhar a rotina da
unidade.
2. Coleta externa: consiste no recolhimento do lixo da sala de
armazenamento temporário ou da sala de utilidade (expurgo)
para o local onde será transportado pela coleta municipal, ou
para tratamento prévio.
15.3Coleta especial: tipo de coleta destinado ao material de
alto risco do grupo A, não seguindo, portanto, os
procedimentos convencionais de coleta. Após a separação
dos resíduos, o recolhimento deve ser acompanhado por
técnicos da unidade produtora de resíduos do serviço de
engenharia. Os materiais que necessitam desse tipo de
coleta são os medicamentos vencidos, produtos químicos,
explosivos ou inflamáveis e o material biológico
concentrado.
Após a coleta dos resíduos acondicionados nas lixeiras (fixas)
da unidade geradora de resíduos, estes são encaminhados para
um local adequado, determinado pelo PGRSS, onde aguardarão
a coleta externa. Tal local é denominado sala de
armazenamento temporário ou sala de utilidade (expurgo). O
armazenamento temporário deve seguir alguns critérios, tais
como:

• Área física mínima 4m;


28
• Espaço para 2 carros de transporte interno;
• Piso e paredes lisas, resistentes e laváveis;
• Pia;
• Ralo ligado á rede de esgoto;
• Ventilação adequada;
• Telas proteção nas janelas;
• Proximidade com o ponto de geração de resíduos, visando a
agilizar a coleta interna e facilitar o transporte externo;
• Local para armazenar os sacos de resíduos, para que estes não
sejam depositados diretamente sobre o piso.
CAPÍTULO 16 - A unidade geradora de RSS
A unidade geradora de RSS que possuir planta física a 80 m
não necessita de sala de armazenamento utilidade (expurgo).
Nesse caso, pode s e utilizar a lixeira de transporte interno para
armazenar o lixo, ate que este seja encaminhado á coleta
externa.
Em algumas unidades, independentemente do tamanho de sua
planta física, é indispensável uma sala de armazenamento
temporário ou a sala de utilidade (expurgo). São elas:
isolamento, berçário; tratamento intensivo; laboratório de
patologia clinica; hemoterapia; hemodiálise e anatomia
patológica.
16.1 Regras para a coleta interna de resíduos
infectantes ou especiais.

• Não despejar o conteúdo da lixeira em outro recipiente.


• Observar a cor do saco e sua respectiva identificação.
• O funcionário que realiza o transporte deve utilizar
equipamentos de proteção individual – EPI.

29
• O saco deve ser fechado por completo e em seguida
amarrado.
• A lixeira deve ser lavada uma vez ao dia.
• No caso de vazamento de resíduos, deve-se interditar o local,
colocar um pano embebido em desinfetante (hipoclorito de
sódio 1%), coletado com uma pá, e desinfetar o chão também
com hipoclorito de sódio 1%.
• Fixar firmemente o saco nas bordas da lixeira.
• Evitar que haja contato entre o material sujo e o limpo.
É importante salientar que a PGRSS é responsável por definir o fluxo
que seguirão a coleta interna e externa dos RSS, o encaminhamento para
o processo de esterilização ou trituração, e a organização do numero de
coleta interna necessária para cada uma das unidades geradoras de
resíduos.
CAPÍTULO 17- Segurança nos serviços de saúde.

17.1-Entende-se por serviços de saúde qualquer edificação destinada a


prestação de assistência á saúde da população, e todas as ações de
promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em
qualquer nível de complexidade.
A instituição onde os profissionais de saúde realizam suas tarefas
deve ser adequada e segura do ponto de vista estrutural.
O prédio deve ter uma construção correta, com infraestrutura
apropriada, que inclui: redes de esgoto e aguas, filtros e ductos de
ventilação; materiais de isolamento apropriados; fios, tomadas elétricas
e aterramento, que atendam aos padrões da construção, conforme
especificações da Engenharia civil e clinica. È necessário também
atender as normas da vigilância sanitária e á portaria n. 1884/94 do
Ministério da Saúde (MS), que orienta as especificações de estrutura e
funcionamento.
As instituições devem fazer uso de equipamentos apropriados, que
recebam manutenção preventiva e reparos, além de dispor de área de
armazenamento próprias, que promovam a segurança, evitando acumulo
de equipamentos nos corredores.
30
As áreas de trabalho devem atender ás exigências de construção relativas
ao espaço, ao mobiliário, ao isolamento com chumbo, á eletricidade e a
proteção contra incêndio.
Outro fator muito importante é a manipulação criteriosa da
ventilação, da iluminação e saídas.
17.2 Riscos Existentes.
As gerencias das instituições, juntamente com as deliberações de
portarias do Ministério da Saúde e do Trabalho, criaram departamentos e
comissão com competências especifica para promover a segurança
hospitalar, e desenvolveram ações que diminuam os riscos á
integridade física e psíquica de funcionários e pacientes, dentre os
quais destacam – se:
• Físicos: ruídos, radiações, frio, calor etc.;
• Químico: poeiras, gases, fumos, produtos químicos etc.;
• Ergonômicos: esforço físico, peso, postura, estresse etc.
• Acidentes: comprometimento físico, iluminação, eletricidade,
incêndio etc.
CAPITULO 18 - Órgãos Reguladores.
Há vários departamentos e comissões responsáveis pela
promoção da segurança hospitalar.
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e
Medicina do Trabalho (SESMT)
Portaria n. 3.214/78 do ministério do trabalho.
Composição da Equipe.

• Engenheiro de segurança do trabalho;


• Técnico de segurança do trabalho;
• Medico do trabalho;
• Enfermeiro do trabalho;
• Técnicos de enfermagem do trabalho.

31
18 .1 - Atribuições
Acessorar todas as áreas do hospital e unidades externas,
mediante orientação técnica, inspeção e acompanhamento das
atividades desenvolvidas, sob o ponto de vista da preservação
da saúde e integridade física e psicológica dos funcionários.
18. 2 - Algumas ações.

• Fazer levantamento de riscos existentes


• Investigar acidentes de trabalho
• Fazer ficha de analise do setor em caso de acidente de
trabalho
• Realizar treinamentos.
• Coordenar a comissão interna de prevenção de acidentes
(CIPA)
• Realizar estatísticas dos acidentes de trabalho
• Inspecionar condições de trabalho e comportamentos seguros.
18.3 - Comissão de Controle de infecção hospitalar (CCIH) e
Serviço de controle de infecção hospitalar (SCIH).
A CCIH e o SCIH passaram a ser obrigatoriedade em todos
os hospitais normatizados pela portaria n. 930/1992 do
Ministério da Saúde.
18.4 - Composição da Equipe.

• Medico;
• Enfermeiro;
• Farmacêutico hospitalar;
• Biomédico ( laboratório de microbiologia);
• Administrador hospitalar.
Atribuições.
Responsáveis pelo controle de infecções hospitalares. O
32
CCIH é um órgão politico que delibera sobre o planejamento

realizado no SCIH, avalia a situação do controle da infecção


hospitalar e divulga resultados e decisões.
18.5 - Algumas ações.

• Definir diretrizes para a ação de controle de infecções


hospitalares.
• Padronizar técnicas de procedimentos assépticos.
• Ratificar o programa anual do trabalho do SCIH.
• Avaliar, sistemática e periodicamente, as informações
fornecidas pelo sistema de vigilância, epidemiológica e
deliberar as medidas de controle propostas pelo SCIH.
• Comunicar, regular e periodicamente, a direção e as chefias
de todos os setores do hospital, a situação de controle das
infecções hospitalares, representadas em estudos estatísticos,
promovendo seu amplo debate na comunidade hospitalar.
CAPITULO 19 - Comissão interna de prevenção de
acidentes (CIPA).
Composição da equipe.

• Representantes dos funcionários, escolhidos através de


eleição;
• Representantes das chefias, indicados pela direção da
instituição.
Atribuições
Prevenção de acidentes
Algumas ações.

• Informar e orientar sobre as normas de biossegurança da


instituição aos funcionários.
33
• Manter-se atualizado e divulgar os programas de educação
continuada.
• Colher informações e sugestões sobre pontos a serem
melhorados nas questões de segurança dos funcionários no
desenvolvimento de suas tarefas.
Departamento de Segurança Hospitalar – Equipe de
Bombeiros.
19.1 - Composição da equipe.

• Engenheiro de Segurança do Trabalho;


• Bombeiro.
Atribuições.

• Obedecer á legislação vigente, colocando em pratica medidas


de prevenção de incêndios.
• Combater os princípios de incêndio.
19.2 - Algumas ações.

• Treinar os funcionários para que todos conheçam e saibam


utilizar os equipamentos de prevenção e combate a incêndio.
• Orientar sobre alarmes, localização de extintores, hidrantes e
rotas de fuga da instituição.
CAPITULO - 20 Departamento de segurança hospitalar –
equipe de bombeiros
Reconhecer e saber acionar sistemas de alarme de incêndio, os
detectores de fumaça de elevação da temperatura.
20.1 - classes de incêndio

• Conhecer as classes de incêndio e o extintor adequado a ser


utilizado:
• Classe A: incêndios em materiais como tecido, papel,
algodão, madeira e outros que deixam resíduos quando
34
• queimados. Para essa classe de incêndio, é necessário o uso
• de extintor a base de água pressurizada. Lembrando, porém,
• que ele não deve ser utilizado em equipamentos elétricos,
pois a agua é condutora de eletricidade.
• Classe B: Incêndio em produtos líquidos inflamáveis, como
tintas, solventes, óleos, graxas e outros que não deixam
resíduos quando queimados. A ação extintora deve ser por
abafamento, o agente deve eliminar o oxigênio. Para isso, há
o extintor de espuma mecânica a base de gás carbônico ou
nitrogênio; o extintor de pó químico de bicarbonato de sódio
e o extintor portátil de gás carbônico.
• Classe C: Incêndio em equipamentos elétricos energizados;
deve se usar agente extintor não condutor elétrico, portanto,
os extintores de pó químico de bicarbonato de sódio e o
portátil de gás carbônico.
20.2 - Cuidados com os extintores.

• O extintor não deve permanecer obstruído.


• O extintor deve estar sempre visível, sinalizado, lacrado e
pronto para o uso.
• As recomendações das normas técnicas oficiais e legislação
especificam devem ser seguidas.
20.3- Procedimentos básicos em caso de incêndio.

• Ao perceber indício de incêndio, transmitir o alarme geral,


conforme padrão estabelecido pela instituição.
• Tentar impedir a programação do fogo no estagio inicial.
• Utilizar o equipamento adequado de combater ao fogo,
disponíveis na área.
• Não tentar salvar objetos e sim vidas.
• Ajudar e acalmar os outros.
• Não utilizar elevadores, seguir na rota de fuga pelas escadas.
35
CAPITULO 21 - Departamento de Segurança Hospitalar –
Equipe da Manutenção
21.1 - Componentes da Equipe.

• Engenheiro clínico;
• Técnico de engenharia clínica;
• Técnicos da manutenção da estrutura física.
21 . 2 - Atribuições.
Manutenção da segurança da estrutura física e dos
equipamentos da instituição.
21.3 - Algumas ações.

• Realizar, periodicamente, teste e manutenção preventiva em


todos os equipamentos.
• Executar reparos para manter segura a infraestrutura da
instituição.
CAPITULO 22 - Controle de Infecção Hospitalar.
22.1 - Infecções Hospitalares.
Infecção hospitalar é um processo infeccioso posterior á
internação do paciente na instituição de assistência á saúde. Essa
infecção pode ser causada pela flora do próprio paciente ou por
micro-organismos encontrados no ambiente onde ele vivia. No
Brasil, a incidência de infecções hospitalares é maior nos
hospitais universitários, ou hospitais de ensino, do que nos
demais, da comunidade. Tal fato deve-se á maior gravidade das
doenças e aos casos e procedimentos mais complicados realizados
naqueles. Some-se a isso internações hospitalares mais longas e a
internação mais efetiva dos pacientes com vários profissionais de
saúde, estudantes e membros da equipe.
22.2 - Os agentes etiológicos das infecções hospitalares têm
36
sido modificados com o passar dos anos. Entre 1940 e 1960, o
Staphylococcus aureus era o principal agente etiológico. O
tratamento com antibióticos e os programas educativos
acarretaram uma redução nesse tipo de infecção. Hoje em dia,
observa-se uma incidência cada vez maior de Pseudômonas de
bactérias, gram-negativas, como Escherichia coli,
Staphylococcus coagulase negativos, Corynebacterium sp,
Antinetobacter sp e alguns espécimes de Enterobacteriaceae.
Um fato alarmante é que os Staphylococcus aureus e
Staphylococcus epidermidis tem adquirido resistência aos
antibióticos e ressurgiram na década de 1990 como agentes
etiológicos de infecções hospitalares perigosas. Hoje em dia, os
pesquisadores estão desenvolvendo outros antibióticos, numa
corrida acelerada, para descobrir uma nova arma, antes que esse
micro-organismo se tornem resistente a todos os agentes
antimicrobianos disponíveis no arsenal farmacológicos.
22.3- As causas mais comuns de infecções hospitalares são
as infecções do trato urinário (ITU) dos pacientes com cateteres
urinários de demora, feridas cirúrgicas, infecções das vias
respiratórias superiores, processos infecciosos primários da
corrente sanguínea e infecções das vias respiratórias interiores
(pneumonia, por exemplo). As infecções da corrente sanguínea,
ou a sepse secundaria, as infecções causadas por cateteres e
respiradores artificiais ou cateteres centrais, são responsáveis pela
incidência elevada das infecções hospitalares.
Os dispositivos usados por longos períodos, como os
cateteres (intravenoso, centrais, respiratórios ou urinários),
costumam ser fonte do processo infeccioso, devido ao tempo que
precisam permanecer no paciente. Tais instrumentos constituem
uma porta aberta para a entrada de micro-organismos. Qualquer
falha técnica estéril pode predispor a invasão. As infecções podem
se migrar para os dispositivos de demora a partir de outros focos
37
infecciosos existentes no corpo do paciente, tais como seios de
face, pulmões ou trato urinário.
22 .4 - Dados fornecidos pelo Centers for Disease Control
(CDC),
nos Estados Unidos, referente ao período compreendido entre
1990 e 2000, mostram que as ITUs são o tipo mais comum de
infecção hospitalar. Depois vem, as causas mais frequentes são a
pneumonia, a sepse e as infecções do sitio cirúrgico (região
operada), conforme demostrado na Tabela 8.1.
A infecção da ferida cirúrgica pode ser atribuída a uma falha
na técnica durante uma cirurgia ou troca de curativos.
Procedimentos cirúrgicos prolongados, lesões teciduais
extensivas, déficit circulatório ou distúrbio metabólico também
podem predispor o paciente a infecções. As que ocorrem em uma
articulação artificial ou externa são particulares.
22 .5 -Tabela 8.1 Dados do CDC sobre a incidência de infecção
hospitalar de 1990 a 2000.

Infecção Hospitalar Incidência (%)

Infecção do trato 55%


urinário

Pneumonia 25%

Sepse 10%

Sitio Cirúrgico 10%

Total 100%
Infelizmente difíceis de tratar, pois a prótese ou enxerto devem
ser retirados e nem sempre é possível substitui-los com êxito.
38
22 .6 – As infecções são perigosas tanto para o paciente
quanto para os profissionais de saúde.
As infecções são perigosas tanto para o paciente quanto para os
profissionais de saúde, pois acarretam sofrimento e gastos
excessivos. No caso de pacientes, elas podem resultar em
processos judiciais, caso seja comprovada negligencia. Esses 38
processos são demorados e frustrantes para as pessoas envolvidas
e, inevitavelmente, aumentam os custos da assistência á saúde.
22. 7 – A disseminação de uma infecção entre os pacientes ou
dos funcionários de saúde
A maioria dos acidentes que ocorre mais frequentemente nas
instituições de assistência á saúde – a disseminação de uma
infecção entre os pacientes ou dos funcionários de saúde para os
pacientes - , é bastante conhecida e fácil de evitar. Na maioria dos
casos, a lavagem das mãos reduz a disseminação de quase todas
as infecções, exceto aquelas que são transmitidas pelo ar.
Objetos contaminados que não foram lavados corretamente,
ou dispositivos de demora, como os cateteres, contribuem de
maneira expressiva para a disseminação das infecções. As fontes
podem ser reduzidas com a observação rigorosa das normas de
controle das infecções propostas e determinadas pela CCIH.
CAPITULO 23 – A proteção dos funcionários e pacientes
A proteção dos funcionários e pacientes consiste na prevenção de
infecção hospitalares e ambientais, infecções resistentes ao
antibiótico e infecções causadas por micro-organismos
transmitidos pelo sangue, bem como a identificação dos pacientes
contagiosos. A desinfecção do ambiente em que o paciente se
encontra, e de todo o material utilizado nos procedimentos de
assistência á saúde, ajudam a evitar problemas.
39
A adoção rotineira de precauções-padrão e de técnicas de
isolamento apropriadas, quando indicadas garantem a segurança
do paciente e também do funcionário, evitando que ele se
exponha a agentes infectantes.
23.1 - Segurança dos Profissionais de Saúde.
O profissional de saúde é o indivíduo que trabalha em locais
que prestam assistência medica e, consequentemente, fica exposto
a materiais infectantes, tais como substancias corporais,
equipamentos, matérias e superfícies contaminados, entre outros.
Atualmente os profissionais de saúde tem se preocupado mais
com sua segurança pessoal, principalmente com os riscos
implícitos no cuidado prestado a pacientes portadores de HIV,
hepatite B, C e tuberculose. Outras infecções graves que podem
disseminar – se no local de trabalho são varicela ( catapora),
herpes, meningite e rubéola.
23.2 -O uso excessivo de antibióticos
O uso excessivo de antibióticos tem gerado micro – organismos
resistentes aos agentes antimicrobianos, que são particularmente
prevalentes nas grandes instituições de atenção á saúde. Embora
os pacientes seja mais suscetíveis a essas infecções, devido a
baixa imunidade, os funcionários também correm riscos com a
frequente exposição a infecções causadas por bactérias resistentes,
como, Pseudomonas, Staphylococcus aureus, Staphylococcus
epidermidis, Acinetobacter sp, Corynebacterium sp e
Staphylococcus coagulase negativos.
A exposição as doenças durante o manuseio das secreções
dos pacientes e dos dejetos humanos é um risco que requer
cuidados das instituições de assistência á saúde. O manuseio das
roupas de cama sujas e de superfícies contaminadas aumenta a
chance de os profissionais contraírem infecções. Esse risco é
ainda mais aumentado pela exposição aos micros – organismos
transmitidos pelo ar aos pacientes com infecções.
40
Para garantir a segurança dos funcionários deve-se realizar a
profilaxia dessas infecções, assim como evitar lesões lombares,
queda, acidentes com substancias químicas, exposição á radiação
e acidentes com eletricidade e incêndio. Acidentes com agulhas,
escalpes e outros objetos perfurocortantes contaminados também
constituem riscos continuo á segurança dos empregados.
Outro fator que tem contribuído para elevar os riscos á saúde
dos profissionais, atualmente é a enorme pressão para que ele
realize mais tarefas em menos tempo e com menos ajuda. O
estresse gerado pode acarretar mais acidentes.
Vacinação
Para minimizar os riscos ao profissional da saúde, as
instituições devem oferecer, como medida profilática, programas
periódicos de vacinação contra hepatite B, rubéola, gripe, difteria
e tétano, ou dupla adulto (dT).
CAPITULO 24 – Norma regulamentadora 32 (NR-32)
24.1 – A Norma que discorre a respeito da segurança e
saúde no trabalho
A Norma Regulamentadora 32 (NR-32), que discorre a respeito
da segurança e saúde no trabalho em serviço de saúde determina
que a todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecidos,
gratuitamente, um programa de imunização ativa contra tétano,
difteria, hepatite B, e os estabelecidos no Programa de Controle
Medico de Saúde Ocupacional. A vacinação deve obedecer as
recomendações no Ministério da Saúde.
O empregador deve assegurar que as dores sejam informadas das
vantagens e efeitos colaterais, assim como dos riscos a que
estarão expostos por falta ou recusa de vacinação, devendo, nesse
caso, guardar documento comprobatório e mantê-lo disponível a
inspeção do trabalho.
41
A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecidos,
gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano,
difteria, hepatite B, e os estabelecidos no PCMSO.
24.2- A vacinação deve obedecer as recomendações do Ministério
da Saúde.
O empregador deve assegurar que os trabalhadores sejam
informados das vantagens e dos efeitos colaterais assim como dos
riscos a que estão expostos por falta ou recusa de vacinação,
devendo nestes casos, guardar documento comprobatório e mantê-
lo disponível a inspeção do trabalho.
CAPITULO 25 - Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC).
25.1 -Os equipamentos de proteção coletiva são aqueles utilizados
pela instituição para a proteção de todos os funcionários,
pacientes e visitantes, tornando o ambiente de trabalho mais
seguro, obedecendo as especificações recomendações dos
Ministérios da Saúde e do Trabalho. Os EPC devem ser
implantados pelos serviços de segurança hospitalar equipe de
bombeiros. CCIH, SEEMT e avaliados periodicamente pela
CIPA, Vigilância Sanitária, demais órgãos reguladores. Eis alguns
dos EPC.

• Salas baritadas (revestidas com chumbo) para a realização de


procedimentos que necessitam de radiações, para diminuir a
propagação dos raios.
• Mesas e cadeiras ergonômicas, desenhadas de modo a não
prejudicar a postura profissional.
• Corrimões nas escadas.
• Piso antiderrapante.
• Sinalização em área de risco.
• Sensores, alarmes, hidrantes e extintores de incêndio.
• Expurgo com descarga.

42
25.2 -Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
São os equipamentos que tem como objetos diminuir a
exposição do profissional a agentes infectantes provenientes de
substancia corporais, equipamentos, superfícies contaminadas e
outro, promovendo segurança ao próprio individuo e aos pacientes,
contribuindo assim no controle de infecções hospitalares. Alguns
exemplos deles são:

• Luvas de borracha não estéreis (procedimentos), e estéreis


(cirúrgicas) para procedimentos assépticos (invasivos).
• Avental descartável não estéril (procedimento), e estéreis
para procedimentos assépticos.
• Mascara cirúrgica comum ou com filtro N95 (precaução
respiratória para aerossóis).
• Protetor ocular: óculos ou mascara com protetor facial (visor)
• Avental plástico ou impermeável e luvas grossas para a
realização de tarefas como, expurgo do centro de material e
esterilização (CME).
• Protetor cervical e avental de chumbo, utilizados pelos
profissionais de saúde para procedimentos com uso de
radiações.
Todos os trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes
biológicos devem utilizar vestimenta de trabalho adequada e em
condições de conforto.A vestimenta deve ser fornecida sem ônus
para o empregado.
Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os
equipamentos de proteção individual e as vestimentas utilizadas
em suas atividades laborais.
Os Equipamentos de proteção individual – EPI, descartável ou
não. Deverão estar á disposição em numero suficiente nos postos
de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento
ou reposição.
43
CAPITULO 26 - Segurança dos Pacientes.
Todos os profissionais de saúde compartilham a
responsabilidade de assegurar um ambiente de riscos aos pacientes.
A administração deve fornecer á instituição os recursos financeiros
e os programas de educação em saúde, mas cada profissional de
saúde deve ter controle sobre os prognósticos dos seus pacientes.
Os profissionais da saúde que prestam assistência direta aos
pacientes devem desempenhar suas funções de maneira segura,
conscienciosa e terapêutica. A transparência de leito dos pacientes
e seu transporte seguro são fatores importantes, que devem ser
considerados visando a manutenção de um ambiente seguro.
Aplicando a mecânica corporal correta e as técnicas da
transferências apropriadas, o profissional evita acidentes com
pacientes e lesões a si mesmo.Todas as modalidades terapêuticas
desde as trocas de curativos até a fisioterapia, devem ser
executadas com muito cuidado, a fim de preservar a segurança do
paciente. É fundamental também evitar quedas e saber identificar
aqueles pacientes que correm mais riscos de sofrer acidentes, os
portadores de moléstias infectocontagiosas, os imunodeprimidos e
os imunossuprimidos que necessitam de isolamento.
CAPITULO 27 - Precauções – padrão e Isolamento.
27.1 - Estudos científicos estatísticos demostraram que as
infecções hospitalares e as doenças ocupacionais ocorriam com
grande incidência na década de 1990. Foram criadas as precauções
universitárias, que enfatizavam o sangue como principal fonte de
infecção e o isolamento por diagnósticos. Atualmente as regras
foram reformuladas são denominadas sistemas de precauções –
padrão e isolamento, e abrangem todos os fluidos corpóreos como
fonte de infecção e transmissão de doenças transmitidas pelo ar. De
acordo com essas precauções, todo e qualquer espécime é capaz de
transmitir doenças infecciosas, portanto, o profissional de saúde
deve utilizar equipamentos de proteção individual (EPI).
44
27. 2 - O sistema de precauções – padrão e isolamento tem o
intuito de prevenir a transmissão de micro-organismos de um
paciente a outro e aos profissionais da saúde. As precauções tem o
objetivo de prevenir e controlar a proliferação ou disseminação de
agentes infecciosos. O isolamento deve criar uma barreira,
evitando que o agente infeccioso prolifere-se. No caso de pacientes
altamente comprometidos, isto é, imunodeprimidos ou
imunossuprimidos, (baixa resistência), o isolamento em quarto
privativo serve para protege-lo de possíveis infecções, devido à
alta suscetibilidade do indivíduo.
27.3 - As precauções-padrão devem ser aplicadas no
atendimento de todos os pacientes, independente de seu estado
presumível de infecção na manipulação de equipamentos e artigos
contaminados ou que se encontram sob suspeita de contaminação.
Elas são baseadas nos modos de transmissão dos micro-organismos
e devem ser adotadas quando há risco de contato com:

• Sangue;
• Todos os líquidos corpóreos, secreções e excreções
(exceto suor) com ou sem sangue visível;
• Pele não integra;
• Mucosas.
As ações de precauções-padrão consistem em uma serie de
cuidados.
CAPITULO 28 - Lavagem das mãos.

• Antes e após o contato com o paciente.


• Após retirar as luvas
• Entre um procedimento e outro.
• Após contato com sangue, liquido corporais, secreções,
exsudato, artigos e equipamentos contaminados.
Rotineira: sabão líquido sem antisséptico.
45
Situações especiais: orientação da CCIH devido a surtos,
agentes multirresistentes.
Uso de barreiras.
Luvas:

• Contato com sangue ou líquidos potencialmente


infectantes.
• Retirar luvas imediatamente após uso.
• Lavar as luvas entre um paciente e outro ou entre
procedimentos em um mesmo paciente.
• Calçar as luvas imediatamente antes de prestar o
cuidado.
Avental

• Proteger roupas e superfícies corporal.


• O ideal é que esteja limpo, e seja não estéril e
impermeável quando necessário.
• Retirá-lo o mais breve possível.
• Lavar as mãos em seguida.
Máscara, óculos e protetor facial.

• Risco de respingos de sangue e líquidos corporais.


Prevenir a exposição a patógenos veiculados por sangue e líquidos
corpóreos.
Acidente com Perfurocortantes.

• Não retirar agulhas usadas de seringas, não dobra-las e


nunca ré encapá-las.
• Descarta-las logo após o uso.
• Usar recipientes apropriados para descarte de
perfurocortantes.
➢ Respeitar o limite dos recipientes e troca-los sempre.
46
➢ Deixar o recipiente em local visível e de fácil acesso.
➢ Os trabalhadores que utilizarem objetos
perfurocortantes devem ser os responsáveis pelo seu
descarte.
➢ São vedados o reencape e a desconexão manual de
agulhas.
➢ Deve ser assegurado o uso de materiais
perfurocortantes com dispositivos de segurança,
conforme cronograma a ser estabelecido pela CTPN.
Reanimação Cardiopulmonar (RCP).

• Dispositivos bucais, equipamentos de ventilação


manual.
Descontaminação de superfícies.

• Deve ser realizada em presença de sangue ou líquidos


potencialmente infectantes em superfícies.
Artigo e equipamentos.

• Limpeza e desinfecção ou esterilização, na antes de


utiliza-los em outro paciente.
Cuidado com roupa.

• Manipular, transportar e processar, evitando expor pele


e mucosas.
• Usar sacos impermeáveis para evitar extravasamentos.
Precauções baseadas no modo de transmissão.
Precauções de Contato.
Utilizadas quando há suspeita ou confirmação de micro-
organismo (doença) transmitido por contato.

47
• Quando privativo ou coorte, que consiste em separação
dos pacientes em grupos, em situação de epidemia,
podendo estar juntos os que tiveram o mesmo
diagnósticos.
• Luvas:
- Usá-las em todo contato com o paciente.
- Troca-las após contato com área ou material infectante.
- Despreza-las ao fim dos cuidados.
- Lavar as mãos com sabão antisséptico.
• Avental:
- É importante para evitar contato das roupas do
profissional com área ou material infectante.
- Uso único, deve-se descarta-lo (não reaproveita-lo).
- Retirar dentro do quadro, jogar no lixo.
- Lavar as mãos com antisséptico.
• Transporte de paciente:
- Evitar, quando possível.
- Profissional, com luvas e avental.
- Elevador exclusivo.
- Realizar desinfecção de macas, cadeiras e superfícies
com álcool a 70%.
• Artigos e equipamentos.
- Devem ser de uso exclusivo, desinfetados e esterilizados
após a alta do paciente.
• Visitas:
- Restritas e instruídas.

48
CAPITULO 29 - Precauções respiratórias para aerossóis.
29.1 Os aerossóis são partículas pequenas, com menos de 5
micras, nas quais ficam alojados determinados micro-
organismos. São liberadas no ambiente pelo individuo doente
através da tosse, e ao serem carregadas por ventilação ou
movimentação, ficam suspensas no ar podendo atingir
grandes distancias (outros ambientes).
Deve – se utilizar as seguintes precauções em situações de
suspeita ou confirmação de doença transmitida por aerossóis:
tuberculose, sarampo, varicela, herpes-zoster disseminado.

• Quarto privativo:
- Porta fechada, janelas abertas.
- Pressão negativa (6 trocas de ar/hora).
- Filtros HEPA no ar condicionado central.

• Respirador: mascara tipo N95:


- Colocar antes de entrar no quarto.
- Retirar somente após sair do ambiente.

• Transporte:
- Evitar.
- Paciente com máscara cirúrgica comum.
- Elevador exclusivo.
- Avisar ao local de destino.

• Precauções-padrão: sempre.
29 . 2 - Precauções respiratórias para gotículas.
49
Gotículas são partículas grandes, com mais de 5 micras, e são
liberadas no ambiente pelo individuo doente através da tosse,
espirro respiração e fala, ficando depositadas no chão. Elas
podem atingir outros indivíduos que estiverem ate 1 m de
distancia. As precauções são utilizadas quando há suspeita
ou confirmação de doenças transmitidas por gotícula como:
meningite, coqueluche, difteria, caxumba, rubéola e outras.

• Quarto privativo:
- Individual ou comum, com uma distancia mínima de 1
m entre um leito e outro (individuo com patologias
parecidas).
- Manter portas e janelas abertas, para trocar de ar.
• Máscara: cirúrgica.
- Todos que entrarem no quarto (ate 1 m).
- Desprezar ao sair do quarto.
• Transporte:
- Evitar.
- Paciente com mascara cirúrgica comum.
- Elevador exclusivo.
• Precauções - padrão: sempre.
CAPITULO 30 - Educação em Saúde.
È necessário educar o profissional de saúde sobre os
princípios da segurança no trabalho e a responsabilidade de cada um
nas diferentes áreas de atuação.
É importante assegurar que todos sejam devidamente
orientados e integrados ao sistema de precauções-padrão e
isolamento para a prevenção da transmissão de infecções. Para
tanto, é necessário que estejam cientes da importância e
obrigatoriedade da utilização de EPIs para protegerem profissionais,
os pacientes e a si mesmos.
50
As diretorias da instituição devem investir e promover
programas com aulas de reciclagem de conhecimentos científicos
para os funcionários, dando destaque ao comportamento
responsável e seguro.
De acordo com a N-32:
O empregador deve assegurar capacitação aos trabalhadores, antes
do início das atividades e de formas continuada, devendo ser
ministrada:
a) sempre que ocorra uma mudança das condições de
exposição aos trabalhadores, antes do inicio das atividades de forma
continuada, devendo ser ministrada.
b) durante a jornada de trabalho
c) profissionais de saúde familiarizados com os riscos
inerentes aos agentes biológicos.
A capacitação deve ser adaptada á evolução do conhecimento e á
identificação de novos riscos biológicos deve incluir:
a) os dados disponíveis sobre riscos potenciais para saúde;
b) medidas de controle que minimizem a exposição aos
agentes;
c) normas e procedimentos de higiene;
d) utilização de equipamentos de proteção coletiva,
individual e vestimentas de trabalho;
e) medidas para a prevenção de acidentes a incidentes;
f) medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no caso de
ocorrência de incidentes e acidentes.
Em todo local onde existia a possibilidade de exposição a agentes
biológicos, devem ser fornecidas aos trabalhadores instruções
escritas, em linguagem acessível, das rotinas realizadas no local de
trabalho a medidas de prevenção de acidentes e de doenças
relacionadas ao trabalho.
51
Há uma série de temas importantes que devem ser enfatizados em
aulas de atualização.
CAPITULO 31 - Colaboração no Controle de Infecções.

• Manter higiene pessoal do ambiente.


• Evitar o uso de adornos, pois eles são possíveis fontes
de micro-organismos.
• Manter os cabelos longos sempre presos
• Usar sempre EPI
• Lavar constantemente as mãos.
- após os trabalhos de limpeza;
- ao verificar sujeira visível nas mãos;
-antes e após tossir, espirrar ou assuar o nariz;
- antes e depois de atender o paciente;
- antes de calçar luvas e após retira-las;
- antes das refeições;
- Após o término do dia de trabalho.

Importante: A lavagem das mãos com sabão comum ou antisséptico


serve para remover a flora transitória e residente na
pele, diminuindo os riscos de infecção por
determinados agentes, conforme demostrado na Tabela
8.2.
Flora transatora
Aparece ocasionalmente na pele das pessoas
E removida rapidamente com lavagem comum ou
antissepsia das mãos
Flora residente
Presente na pele da maioria das pessoas
A remoção é difícil, exige fricção mais rigorosa durante
a lavagem das mãos.
Ex:Staphylococcus coagulase, Corynebacterium sp,
Acinetobacter sp,Propionibacterium e alguns membros
da família Enterobacteriaceae.

52
• Descartar os perfurocortantes em recipiente adequado,
não reencape agulhas.
• Acondicionar o lixo em recipientes adequados,
conforme especificações.
• Implantar programas de vacinação
• Realizar a comunicação de acidentes de trabalho
(CAT).
CAPITULO 32 -Colaborar para a Segurança do Ambiente.

• Comunicar ás diretorias quaisquer problemas na


infraestrutura da instituição.
• Realizar as tarefas seguindo as técnicas de segurança
individual e coletiva.
• Informar a CCIH sobre a presença de doença infecciosa
de notificação obrigatória, para que seja realizada a
notificação compulsória das doenças.
infectocontagiosas, contidas na relação do Ministério da
Saúde para a Vigilância Epidemiológica, a fim de
promover o controle de epidemias.
Acidente de trabalho
Conceito:
È o acidente que ocorre no exercício do trabalho, a serviço
da empresa, que provoque lesão corporal ou distúrbio
funcional. Pode causar morte, perda ou redução, permanente
ou temporária, da capacidade de trabalho.
Equiparam – se a acidente de trabalho a doença
ocupacional ou do trabalho e o acidente de trajeto.
Tipos de acidentes.

• Típico: causado pelo trabalho em si ou pelas condições


do ambiente em que este se desenvolve, tais como:
53
- traumatismo;
- perfurocortantes;
- contato com fluidos corpóreos.
Notificação de acidentes.
Todo funcionário deve ter a responsabilidade em relação a si
mesmo e as pessoas que o cercam, de notificar os acidentes
ocorridos. Nesses casos o profissional de saúde deve relatar o
fato ao seu supervisor ou membro da CCIH. Ele deve
também procurar tratamento, pois se desenvolver alguma
infecção poderá por em risco sua família, seus colegas de
trabalho e os pacientes.
Após a exposição a fluidos corpóreos por contato ou
perfurações e cortes, o profissional deve:
1. Aplicar antisséptico no local e friccionar por 30
segundos.
2. Procurar o médico do trabalho que avaliara o caso,
pedira sorologia do profissional e do paciente, e
prescrevera vacinas, ou medicamentos, quando
necessário, antitetânicos e anti-VHB, em casos de
exposição ao vírus da hepatite B, e o coquetel
antirretroviral, em casos de exposição ao HIV.
3. Comunicar a CCIH
4. Comunicar até 24 horas após a exposição acidental, o
setor de pessoal e/ou o departamento de segurança do
trabalho para o preenchimento do comunicado de
acidente de trabalho (CAT).
5. Seguir o fluxo padronizado pela instituição.
Ao constatar doenças ocupacionais, ou sofrer acidentes de
traumatismo no ambiente de trabalho ou durante o trajeto, o
profissional da saúde deve:
54
1. Procurar o médico do trabalho, que avaliará e indicará o
tratamento, afastamento temporário ou licença medica
(LM), ou encaminhar ao Instituto Nacional de Seguro
Social (INSS), para avaliação e pericia para
afastamentos prolongados (superior á 14 dias) ou
aposentadoria por invalidez.
2. Comunicar á chefia imediata, o setor de pessoal e/ou o
departamento de segurança no trabalho, em casos de
necessidade de afastamento para o preenchimento do
CAT.
Gerenciamentos dos Resíduos Hospitalares.
O plano de gerenciamento dos resíduos deve atender a
necessidade de normatizar e implantar a classificação dos
resíduos hospitalares, seguindo a Resolução n. 5, de 5.8.1993,
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que
define os resíduos sólidos originários, por exemplo, de
estabelecimentos prestadores de serviços de saúde.
Destacaremos os principais.
Resíduos Sólidos.
Em estado solido ou semissólido e líquidos, cujas
peculiaridades tornem inviável seu lançamento na rede
publica de esgotos.
Com base na NR-32:
Dos resíduos.
. Cabe ao empregador capacitar, inicialmente e de forma
continuada, os trabalhadores nos seguintes assuntos:

55
a) Segregação, acondicionamento e transporte dos
resíduos;
b) Definições, classificação e potencial de riscos dos
resíduos;
c) Sistema de gerenciamento tratamento no
estabelecimento;
d) Formas de reduzir a geração de resíduos;
e) Conhecimento da responsabilidade e de tarefas;
f) Reconhecimento dos símbolos de identificação das
classes de resíduos;
g) Orientações quanto ao uso de Equipamentos de
Proteção Individual – EPIs.
A segregação dos resíduos deve ser realizada dos resíduos deve ser
realizada no local onde são gerados, devendo ser observado que:
a) Sejam utilizados recipientes que atendam as normas da
ABNT, em número suficiente para o armazenamento;
b) Os recipientes estejam localizados próximos da fonte
geradora;
c) Os recipientes sejam constituídos de material lavável,
resistente á punctura, ruptura e vazamento, com tampa
provida de sistema de abertura sem contato manual,
com cantos arredondados e que sejam resistentes ao
tombamento;
d) Os recipientes sejam identificados e sinalizados
segundo as normas da ABNT.
Para os recipientes destinados a coleta de material
perfurocortantes, o limite máximo de enchimento deve estar
localizado 5 cm abaixo do local.
O transporte manual do recipiente de segregação deve ser
realizado de forma que não existia o contato do mesmo com
outras partes do corpo, sendo vedado o arrasto.

56
O transporte dos resíduos para a área de armazenamento externo
deve atender aos seguintes requisitos:
a) Ser feito através de carros constituídos de material rígido,
lavável, impermeável, provido de tampo articulado ao próprio
corpo do equipamento e cantos arredondados;
b) Ser realizado em sentido único com roteiro sendo em horários,
com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos,
períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas.
Resíduos do Grupo A.
Resíduos que apresentam riscos devido apresentam de
agentes biológicos:
• Sangue e hemoderivados;
• Excreções, secreções e líquidos orgânicos;
• Tecidos, órgão, fetos e peças anatômicas;
• Meios de cultura:
• Filtros de gases aspirados de áreas contaminadas;
• Resíduos advindos de áreas de isolamentos;
• Resíduo de laboratórios de analises clinica;
• Objetos perfurocortantes provimentos de
estabelecimentos de serviços de saúde.
Exigências.
• Os estabelecimentos deveram possuir um responsável
técnico, devidamente registrado no conselho
profissional, para o gerenciamento de resíduos.
• Resíduos sendo do grupo A deverão ser acondicionados
em sacos plásticos com o símbolo internacional de risco
biológico.
• Os perfurocortantes deveram ser acondicionados em
recipientes rígidos, próprios, estanques, vedados e;

57
• identificados com o símbolo internacional de risco
biológico.
• Os resíduos sólidos do grupo A não poderão ser
reciclados
• Os restos alimentares in natura não poderão ser
encaminhados para a alimentação de animais.
• Os resíduos produzidos por áreas não criticas e
semicríticas, como, papeis (embalagens de material
hospitalar de uso único e de escritório), vidros (seringas
quebradas antes da utilização, frascos de medicação,
exceto quimioterápicos) e caixas de papelão, não
estando contaminadas por substância orgânica, podem
ser reciclados.

Resíduos Especiais do Grupo B.

Fazem parte desse grupo os resíduos farmacêuticos, tóxicos,


corrosivos, inflamáveis e reativos. Eles devem sofrer
segregação, isto é um plano de diminuição de resíduos,
identificação e acondicionamento adequados, além de um
projeto do local de armazenamento e transporte, segundo as
normas de proteção individual e para o meio ambiente, com
acondicionamento totalmente estanque para evitar
contaminação por vazamento, conforme a NBR 10004 da
Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT).

Resíduos do grupo C.

Esse grupo compreende os rejeitos radioativos, que são os


materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos
provenientes de laboratório de analises clinicas, serviços de
medicina nuclear e radioterapia.

Resíduos do grupo D.

São os resíduos comuns, parecidos com os domésticos,

58
aqueles que não se enquadram nos grupos descritos anteriormente.

Objetivos da Separação de Resíduos de Serviços de Saúde.

• Impedir a contaminação de grande quantidade de lixo


por uma pequena quantidade de material perigoso.
• Normatizar e implementar a classificação, a segregação,
o manuseio, o acondicionamento, a coleta e o
armazenamento dos resíduos sólidos.
• Especificar os recipientes dos resíduos sólidos
hospitalares para os diversos grupos.
• Especificar o tipo e a cor dos sacos plásticos para os
diversos grupos de resíduos.
• Normatizar a higienização dos recipientes dos resíduos
sólidos hospitalares
• Treinar a comunidade hospitalar para a classificação do
lixo na unidade geradora.

Finalidade do Gerenciamento Adequado de Resíduos.

• Racionalizar os cursos financeiros dos serviços de


saúde e da prefeitura destinados á coleta, ao transporte e
ao deposito final dos resíduos sólidos hospitalares.
• Proporcionar a recuperação do lixo reciclável gerando
nos serviços de saúde, contribuindo assim para a
preservação do meio ambiente.
• Prevenir acidentes ocasionados pela separação e
acondicionamento inadequados dos perfurocortantes.

Segurança e Resíduos Hospitalares.

A CIPA e o SESMT devem participar ativamente, de acordo


com suas competências, da elaboração das normas de
manuseio de resíduos, assim como do planejamento dos
sistemas de resíduos, inclusive em projetos de instalação e
equipamentos.

59
Os acidentes com resíduos devem ser comunicados, por meio
da CAT, ao atendimento de exigências legais, para fins de
estudo estatísticos e futura investigação da causa. Sempre que
houver risco de doença infectocontagiosa, devem ser tomadas
as precauções cabíveis, principalmente a utilização de EPI.

60
Referências Bibliográficas

Fernandes , Almesinda Martins de Oliveira (et al) –Gestão de


saúde , biossegurança e nutrição do trabalhador , Goiânia , AB ,
2006. – Fernandes , Almesinda Martins de Oliveira (et al) –
Psicologia e relações humanas no trabalho , Goiânia , AB , 2006.
– Haag , Guadalupe Scarparo – A enfermagem e a saúde dos
trabalhadores , Goiânia , AB , 2001. – Portal educação (EAD) –
Apostila de biossegurança , 2010. – Lima , Idelmina Lopes ,
Manual do técnico e auxiliar de enfermagem , Goiânia , AB ,
2007.

61

Você também pode gostar