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Cultura - diversidade cultural

Cultura: conjunto de elementos de ordem material (ex: vestuário, culinária,


arquitetura…) e imaterial (lingua, musica, religião, valores, etc…) que
caracterizam, de forma singular, um determinado povo, grupo ou civilização.

Padrão cultural: é o conjunto de valores, regras, crenças, costumes e de


todos os elementos materiais e imateriais que um povo, grupo ou civilização
apresenta como “cartão de identidade”. Esse padrão permite aos indivíduos
uma verdadeira coesão social e uma ideia de “unidade” singular.

Diversidade cultural: esta expressão procura traduzir a ideia que existem


diferentes expressões de cultura. Por essa razão, e face a essas diferentes
expressões, qualquer indivíduo, grupo ou povo pode assumir três atitudes ou
posturas distintas:

- etnocentrismo: perspectiva que se caracteriza através de um “ complexo


de superioridade” decorre do facto do etnocentrismo acreditar que os
valores culturais são absolutos e comparáveis, sendo os valores da sua
cultura o modelo a seguir por todos os grupos ou civilizações. Aliado a este 2
complexo de superioridade” está, ainda, uma atitude de intolerância e
xenofobia 8 descriminação de indivíduos que apresentam uma expressão
cultural).
Ao assumirem uma ideia de superioridade, os etenocentristas recusam uma
ideia de dialogo intercultural ( se é superior, não vale a pena dialogar) e
promover práticas de imposição cultural, ao subjulgarem grupos e povos mais
traços.
Em casos limite, o etnocentrismo pode conduzir ao genocídio ( assassínio em
massa dos indivíduos de uma dada etnía/ raça, conduzindo-os á extinção) e
etnocídio ( eliminação de todos os elementos materiais e imateriais que
caracterizam a etnia/raça que se quer assassinar ).
- relativismo cultural: ao contrario do etnopcentrismo, o relativismo defende
uma ideia de que não existem valores absolutos, o que significa a que também
não podemos, objetivamente, comparar expressões culturais e dizer que
uma(s) é 8são) melhor(es) que outra(s). Assim, as diferentes expressões
culturais dizem apenas respeito aos seus próprios indivíduos, devendo ser
assumida uma atitude de máximo respeito por todos os padrões culturais.
Apesar deste respeito pela diferença, a verdade é que o relativismo coloca-
nos em algumas situações que parecem ser humanamente insustentáveis. Por
exemplo, ao afirmar que todas as práticas culturais são aceitáveis, e as quais
não podem/devem ser criticadas, uma vez que os mesmos dizem apenas
respeito aos vários indivíduos dessa expressão cultural, o relativismo impede-
nos de censurar práticas desumanas, as quais atentam contra a vida e a
dignidade dos indivíduos. Por exemplo, segundo o relativismo , não e aceitável
criticar expressões culturais em que se verificam situações de escravização,
exploração sexual, trabalho infantil, mutilação genital…
Esta limitação do relativismo , resultante da sua tolerância passiva ( tolerância
sem limites, indiferença) defende ainda que o dialogo intercultural poderia
tornar-se uma forma de influência e intromissão das civilizações económica e
militarmente mais fortes sobre os mais fracos.

- interculturalismo: tal como o relativismo, o interculturalismo também


promove o respeito pela diversidade cultural. No entanto, esse respeito não
se caracteriza por numa tolerância passiva, mas sim ativa, ou seja, apesar de
promoverem e respeitarem a diversidade cultural, o interculturalismo não
aceita a existência de praticas que, em nome da tradição e cultura, atentem
contra a vida e dignidade humana. Assim, numa tentativa de abolir essas
praticas, o interculturalismo promove o dialogo entre culturas, de modo a que
todos os povos/civilizações adoptem um conjunto de valores fundamentais, os
quais sejam transversais a todas as “culturas”- esses valores são aqueles que
se encontram inscritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Em suma, o interculturalismo procura fundar o respeito pelo individuo/pessoa,
acima de qualquer tradição oy expressão cultural.

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