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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE FÍSICA
DISCIPLINA: FÍSICA EXPERIMENTAL III
DOCENTE: CAIO GUIMARAES DA RESSUREIÇÃO

RELATÓRIO DA ATIVIDADE PRÁTICA: Primeira Lei de Ohm e


Resistores não Lineares

Alunos:
Luan Ribeiro
Ihan Fagundes Vieira

Salvador
Outubro de 2023
Universidade Federal da Bahia
Instituto de Física
Departamento de Física do Estado Sólido
FISD40 - Física Geral Experimental III

RELATÓRIO DA ATIVIDADE PRÁTICA SOBRE PRIMEIRA LEI DE OHM E


RESISTORES NÃO LINEARES
2023.2

Estudantes: Luan Ribeiro, Ihan Fagundes Vieira


Docente: Caio Guimaraes da Ressureição

1. Introdução - Experimento 1: Lei de era constante, aproximadamente 5V, em todos os


Ohm pontos. Assim, calcular os valores de resistência
equivalente que correspondem aos valores de I
O enunciado da lei de Ohm constitui o seguinte:
encontrados e compará-los com as resistências
Para um condutor metálico, a uma temperatura
nominais, obtidas através da tabela de cores dos
fixa, a razão entre a diferença de potencial entre os
resistores. Espera-se que, nessa etapa, os valores de
seus terminais e a intensidade de corrente que passa
resistência equivalente correspondam aos valores
por ele, é constante. Matematicamente, a lei de
∆𝑉 da resistência nominal para cada associação.
Ohm pode ser escrita da seguinte forma 𝑅 = .
𝐼
2ª parte: Medir, com o voltímetro, o valor de V para
Nesse experimento foi discutida a primeira lei de
as mesmas associações de resistores da parte 1,
ohm e suas implicações nos valores de corrente,
mantendo a alimentação do circuito no ponto 5.
resistência e diferença de potencial em um circuito
Então, calcular o valor de I para cada ponto e
com associação em série de resistores. O objetivo
compará-lo com a corrente medida diretamente
principal dessa prática foi investigar essa lei através
utilizando o amperímetro. A partir disso, verificar
de medidas de corrente elétrica e da d.d.p. feitas em
com o valor de V varia para cada associação de
circuito montado em uma protoboard, utilizando
resistores, mantendo-se a corrente constante. A
um Arduino como fonte de alimentação. O
expectativa é que a corrente calculada seja igual
multímetro pôde ser configurado para funcionar
para todas as medidas.
como um amperímetro ou como um voltímetro,
sendo o primeiro um medidor de corrente elétrica e 3ª parte: Utilizar o voltímetro novamente para

o segundo um medidor de d.d.p. medir a diferença de potencial para cada resistor


presente no circuito. Utilizar esse valor, em
A experiência foi dividida em 3 partes, nas quais
conjunto com a resistência nominal de cada
buscava -se, respectivamente:
resistor, para calcular o valor da corrente que passa
1ª parte: Usar o amperímetro para investigar o por ele. Esse valor de I, segundo a primeira lei de
comportamento da corrente com diferentes ohm, deve se manter constante independentemente
associações de resistores, sabendo-se que a tensão do resistor avaliado.
2. Objetivos Específicos

▪ Analisar o comportamento da corrente


elétrica em um circuito com diferentes
valores de resistência.
▪ Observar que a tensão que alimenta o
circuito é constante em qualquer ponto.
▪ Analisar a variação da diferença de
potencial em diferentes associações de
Figura 1 – Montagem do circuito em laboratório

resistores pelos quais circula a mesma Fonte: Produzido pelos autores

corrente elétrica.
▪ Verificar experimentalmente a Lei de Ohm
em diferentes resistores.
▪ Técnicas de identificação e leitura dos
resistores, como código de cores para
obtenção da resistência nominal.

3. Procedimento Experimental

Para a realização desta atividade experimental


foram utilizados os seguintes materiais: Figura 2 – Esquema da montagem do circuito.

▪ 1 placa Arduino Mega Fonte: Material disponibilizado pelo Instituto de Física.

▪ 1 fonte de alimentação para a placa a Arduino


1° Parte
▪ 1 protoboard de 400 pinos
1º- Com o circuito montado de acordo com figura 1 e 2
▪ 1 display LCD 16X2
utilizamos o multímetro para medir a corrente
▪ 4 Cabinhos de ligação macho-fêmea
produzida por diferentes associações em série dos
▪ 5 Cabinhos de ligação macho-macho
resistores. Para a realização destas medidas conectamos
▪ 1 resistor de 220 Ω
o fio que alimentava o circuito, em um ponto do
▪ 1 resistor de 330 Ω
barramento positivo e em sequência em cada ponto de 1
▪ 1 resistor de 560 Ω
a 5, mostrados na figura 2. Dessa forma, a tensão que
▪ 1 resistor de 1000 Ω
alimentava o circuito se manteve em aproximadamente
▪ 1 multímetro
5V em todos os pontos e em cada um dos pontos em que
Procedimentos para a montagem e realização do
foi realizada a medida, havia uma quantidade diferente
experimento seguiram os seguintes passos:
de resistores integrando o circuito.
2º- Após isso, utilizamos o amperímetro para medir a
corrente em cada um dos pontos de 1 a 5. Assim, para
cada resistência nominal foi observado um valor para I.
2° Parte
Fizemos a medida da diferença de potencial entre o
ponto do barramento negativo e os pontos numerados.
3° Parte
Por fim, medimos a ddp sobre cada um dos resistores
Anotamos as medidas da corrente na tabela 1 e
utilizando as entradas analógica A0 e A1 do Arduino.
indicamos a incertezas associadas a cada medida, a
resistência nominal (RN) equivalente é a soma das
4. Resultados e Discussões
resistências que estão ligadas em série no circuito.

1° Parte Espera-se que, para uma associação de resistores


em série, e resistência equivalente seja maior em
Representação esquemática do circuito da 1ª parte do
experimento: cada ponto do circuito, visto que Req é dada pela
soma de cada resistor associado: Req =
R1+R2+...+Rn.

Medida Rn ± 𝜎𝑅𝑛 𝑘Ω 𝐼 ± 𝜎𝐼 (𝑚𝐴)


1 1,000 ± 0,050 4,80 ± 0,01
2 1,750 ± 0,088 2,73 ± 0,01
3 2,310 ± 0,116 2,09 ± 0,01
4 2,640 ± 0,013 1,82 ± 0,01
5 2,860 ± 0,143 1,68 ± 0,01
Tabela 1 – Fonte: produzida pelos autores.

Gráfico 1 – Resistência Nominal x Medidas de Corrente Elétrica.


Produzido pelos autores

De acordo com o gráfico I x Rn, é possível notar


que a curva que melhor se ajusta aos dados obtidos
é uma reta, como mostra a equação do gráfico 1, na
forma y = ax +b, na qual x é o valor da corrente I e
y é o valor da resistência nominal.
Os coeficientes a e b fornecem informações
importantes sobre a reta, sendo a o coeficiente
angular e b o coeficiente linear. O valor de a
corresponde à inclinação da reta e, sendo negativo,
a relação entre x e y é inversamente proporcional,
ou seja, à medida que x aumenta, y diminui. O 𝜎𝑥 2 𝜎𝑦 2
𝜎 = 𝑀. √( )
coeficiente b informa qual seria o valor de y caso o 𝑀
𝑥 + ( )
𝑦
x fosse igual a 0. Na curva obtida, observa-se uma
coerência com a primeira lei de ohm, que diz: 𝑅 =
𝑉
Feito isso, para analisar se os valores de R eq são
𝐼
correspondentes com as resistências nominais,
Isso se dá pelo fato de que o coeficiente angular do
pode-se utilizar o teste Z, em que:
ajuste é igual a –1,6456, indicando o que diz a lei:
para uma d.d.p. (V) constante, R é inversamente |𝑀1 − 𝑀2|
𝑍 =
𝜎1 + 𝜎 2
proporcional a I. Já o b = 6,0994 seria o valor de
resistência nominal (em kΩ) que tornaria a corrente Quanto mais próximo de 0 for o valor de Z, maior
nula em determinado ponto. a compatibilidade entre os dois valores em análise.
Caso esse valor seja maior do que 1, há uma
A partir da primeira lei de Ohm, estimamos a
resistência equivalente Req do circuito para cada incompatibilidade entre as medidas, indicando
medida. alguma falha no experimento.
Cálculo da resistência equivalente (Req):
𝑉0 Teste Z - Cálculo da incerteza da resistência
𝑅𝑒𝑞 = equivalente 𝜎𝑅𝑒𝑞 por meio do cálculo de propagação
𝐼
5𝑉 de erro:
𝑅𝑒𝑞1 = = 1,04 𝑘Ω
4,80 𝑚𝐴
5𝑉
𝑅𝑒𝑞2 = = 1,83 𝑘Ω 𝜎𝑉0 2 𝜎 2
2,73 𝑚𝐴 𝜎𝑅𝑒𝑞 = 𝑅𝑒𝑞 . √( ) + ( 𝐼)
5𝑉 𝑉0 𝐼
𝑅𝑒𝑞3 = = 2,39 𝑘Ω
2,09 𝑚𝐴
5𝑉 0,01 2
𝑅𝑒𝑞4 = = 2,75 𝑘Ω 𝜎𝑅𝑒𝑞1 = 1,040 𝑘Ω. √4,00.10−6 + ( 4,80)
1,82 𝑚𝐴
5𝑉 = 0,003 𝑘Ω
𝑅𝑒𝑞5 = = 2,98𝑘Ω
1,68 𝑚𝐴
0,01 2
𝜎𝑅𝑒𝑞2 = 1,830 𝑘Ω. √4,00.10−6 + ( )
2,73
Todas as medidas realizadas possuem uma = 0,008 𝑘Ω
incerteza associada (sigma). Para as medidas
0,01 2
realizadas diretamente, sigma correspondente ao 𝜎𝑅𝑒𝑞3 = 2,390 𝑘Ω. √4,00.10−6 + ( )
2,09
menor valor da escala do aparelho. Por outro lado, = 0,012 𝑘Ω
as medidas indiretas possuem uma forma
0,01 2
específica para o cálculo de sigma, dada a 𝜎𝑅𝑒𝑞4 = 2,750 𝑘Ω. √4,00.10−6 + ( )
1,82
propagação dos erros associados a essas medidas.
= 0,016 𝑘Ω
No caso de medidas indiretas dadas pelo produto
0,01 2
de duas outras medidas, a incerteza é dada por: 𝜎𝑅𝑒𝑞5 = 2,980 𝑘Ω. √4,00.10−6 + ( )
1,68

= 0,019 𝑘Ω
2° Parte
Medida Rn ± 𝜎𝑅𝑛 𝑅𝑒𝑞(𝑘Ω) 𝐼 ± 𝜎𝐼 (𝑚𝐴) Medida Rn ± 𝜎𝑅𝑛 (𝑘Ω) V ± 𝜎𝑉(𝑉)
(kΩ) 1 1,000 ± 0,050 1,85 ± 0,01
1 1,000 ± 0,050 1,040 ± 0,003 4,80 ± 0,01
2 1,750 ± 0,088 3,07 ± 0,01
2 1,750 ± 0,088 1,830 ± 0,008 2,73 ± 0,01
3 2,310 ± 0,116 4,05 ± 0,01
3 2,310 ± 0,116 2,390 ± 0,012 2,09 ± 0,01
4 2,640 ± 0,132 4,59 ± 0,01
4 2,640 ± 0,013 2,750 ± 0,016 1,82 ± 0,01
5 2,860 ± 0,143 4,96 ± 0,01
5 2,860 ± 0,143 2,980 ± 0,019 1,68 ± 0,01 Tabela 3 – Produzida pelos autores
Tabela 2 – Comparação entre Resistência Nominal e Resistência Equivalente.
Fonte: produzida pelos autores

Teste Z - Critério para definir a compatibilidade


entre as medidas indiretas da resistência equivalente
(Req) e a resistência nominal (Rn).
|𝑅𝑛 − 𝑅𝑒𝑞|
𝑍𝑅 =
𝜎𝑛 + 𝜎𝑒𝑞
|1,000 − 1,040| 0,040
𝑍𝑅1 = = = 0,75
0,050 + 0,003 0,053
|1,750 − 1,830| 0,080
𝑍𝑅2 = = = 0,83 Gráfico 2 – Resistência Nominal versus Medidas de tensão.
0,088 + 0,008 0,096
|2,310 − 2,390| 0,080
𝑍𝑅3 = = = 0,63 Considerando a corrente aproximadamente
0,1166 + 0,012 0,128
|2,640 − 2,750| 0,110 constante, compatível com os resultados, esperava-
𝑍𝑅4 = 0,132 + 0,016 =
= 0,74
0,148 se uma relação diretamente proporcional entre Rn
|2,860 − 2,980| 0,120 e V, ou seja, a cada aumento da resistência
𝑍 = = = 0,74
𝑅5
0,143 + 0,019 0,162
nominal, V deveria ter um incremento na mesma

De acordo com os valores de Z obtidos nessa proporção. Isso está explícito na inclinação positiva

primeira parte, é possível notar que há certa da reta que ajustou os dados, de coeficiente angular

compatibilidade entre a resistência nominal, visto a = 1,6779, como mostra o gráfico 2. O coeficiente

que todos esses valores foram menores do que 1. b = 0,1603 informa o valor de V caso a resistência

Algumas medidas forneceram um Z mais próximo fosse nula no circuito.

de 1 do que outras, o que indica menor adequação Cálculo das razões entre V e Rn.
dessas medidas. Essa diferença, uma vez que não Utilizando os valores de V associados às
seguiu uma tendência padronizada, pode estar resistências nominais de cada associação, foi
relacionada erros sistemáticos como mudanças possível calcular a corrente I em seu devido ponto.
repentinas na alimentação do circuito, má conexão Então, esperava-se que os valores de V observados
dos cabos no Arduino ou na protoboard, ou no aumentassem a cada ponto, dado o aumento da
próprio aparelho de medição, o amperímetro, que resistência nominal equivalente, e assim a corrente
pode apresentar oscilações momentâneas. calculada fosse aproximadamente a mesma para
todos os pontos. Os resultados obtidos são 0,01 2 0,132 2
𝜎 = 1,74 𝑚𝐴 . √( ) +( ) = 0,09 𝑚𝐴
mostrados nos cálculos de I, pela lei de Ohm: 𝐼4 4,59 2,640

𝑉 0,01 2 0,143 2
𝐼= 𝜎 = 1,73 𝑚𝐴 . √( ) +( ) = 0,09 𝑚𝐴
𝑅𝑛 𝐼5 4,96 2,860
1,85
𝐼1 = = 1,85𝑚𝐴
1,000 𝑘Ω
3,07 Teste Z - Critério para definir a compatibilidade
𝐼2 = = 1,75 𝑚𝐴 entre as medidas indiretas da corrente I e a medida
1,750 𝑘Ω
4,05 I0 feita pelo instrumento de medição (I0).
𝐼3 = = 1,75 𝑚𝐴
2,310 𝑘Ω
𝐼 = 4,59 = 1,74 𝑚𝐴 |𝐼 − 𝐼 |
4 2,640 𝑘Ω 𝑛 0
𝑍𝐼 =
𝜎𝐼𝑛 + 𝜎𝐼0
4,96
𝐼5 = = 1,73 𝑚𝐴 |1,85 − 1,68|
2,860 𝑘Ω 𝑍1 = = 1,7
0,09 + 0,01
|1,75 − 1,68|
Como pode-se notar nos valores de I calculados, os 𝑍2 = 0,09 + 0,01 = 0,7

valores encontram-se relativamente próximos uns |1,75 − 1,68|


𝑍3 = = 0,7
0,09 + 0,01
dos outros. Eles foram comparados com o I medido
|1,74 − 1,68|
diretamente pelo amperímetro anteriormente 𝑍4 = = 0,6
0,09 + 0,01
[(I=1,68 ± 0,01) mA]. Para isso, foram obtidas |1,73 − 1,68|
𝑍5 = 0,09 + 0,01 = 0,5
inicialmente as incertezas associadas à medida
indireta de I e depois foi realizado o teste Z, como
forma de analisar a compatibilidade entre os I Como é possível observar, o único valor de Z que
calculados e o I medido de forma direta. Dessa indicou incompatibilidade entre as medidas direta
forma: e indireta foi o ponto 1. Além disso, nota-se que a
compatibilidade aumenta tanto quanto as medidas
Teste Z – Incertezas associadas as razões entre Rn e
se aproximam do ponto 5. Essa pode ser uma
V.
constatação pontual desse conjunto de medidas,
devido a oscilações momentâneas do equipamento,
𝜎 2 𝜎𝑅 2
𝜎𝐼 = 𝐼. √( 𝑉) + ( 𝑅𝑛𝑛 ) mas pode, por outro lado, indicar que o valor de
𝑉
potencial se encontrava cada vez maior do que o
0,01 2 0,050 2
𝜎 = 1,85𝑚𝐴 . √( ) +( ) = 0,09 𝑚𝐴 esperado em pontos mais distantes do ponto 5, em
𝐼1 1,85 1,000
que foi realizada a medida direta. Por isso
0,01 2 0,088 2 obtivemos um valor de I cada vez mais próximo do
𝜎 = 1,75𝑚𝐴 . √( ) +( ) = 0,09 𝑚𝐴
𝐼2 3,07 1,750
valor encontrado antes, ao passo que se aproximava
0,01 2 0,116 2 do ponto em que foi feita a medida direta. Essa
𝜎𝐼3 = 1,74 𝑚𝐴 . √( ) + ( ) = 0,09 𝑚𝐴
4,05 2,310 observação aciona o fato de que, apesar que o
resultado esperado fosse uma corrente constante As incertezas das medidas foram obtidas e
independentemente do ponto em que foi medida a utilizadas no teste Z para investigar a
diferença de potencial, o que se obteve na prática compatibilidade destas com a medida direta de I
foi uma aparente diminuição da intensidade da feita inicialmente no amperímetro (1,68 +- 0,01
corrente gerada pelo aumento do número de mA).
resistores presentes no circuito.

3° Parte 𝜎𝑉𝑅𝑖 𝜎𝑅𝑖 2


𝜎 = 𝐼 . √( )2 + ( )
𝐼𝑛 𝑛
𝑉𝑅í 𝑅𝑖

Medidas RI ± 𝜎𝑅𝐼 (𝑘Ω) 𝑉𝑅𝐼 ± 𝜎𝑅𝐼 (𝑉) 0,01 2 0,050 2


1 1,000 ± 0,050 1,65 ± 0,01 𝜎𝐼1 = 1,65. √( ) +( ) = 0,08 𝑚𝐴
1,65 1,000
2 0,750 ± 0,038 1,30 ± 0,01
0,01 2 0,038 2
3 0,560 ± 0,028 0,96 ± 0,01 + ( ) = 0,09 𝑚𝐴
𝜎𝐼2 = 1,73. √( ) 0,750
4 0,330 ± 0,017 0,54 ± 0,01 1,30
5 0,220 ± 0,011 0,220 ± 0,01 0,01 2 0,028 2
Tabela 4
𝜎𝐼3 = 1,71. √( 0,96) + ( ) = 0,09 𝑚𝐴
Fonte: produzida pelos autores 0,560

=
𝑉𝑅𝑖
. 0,01 2 0,017 2
Cálculo da corrente sobre cada resistor 𝐼𝑛 +( ) = 0,09 𝑚𝐴
𝑅𝑖 𝜎𝐼4 = 1,64. √( ) 0,330
A partir dos valores de V obtidos nessa etapa e das 0,54
0,01 2
) + ( 0,011) = 0,09 𝑚𝐴
2
resistências nominais de cada resistor, foi possível 𝜎 = 1,55. √(
𝐼5 0,220
0,34
calcular a corrente novamente, dessa vez para cada
resistor: Teste Z - Critério para definir a compatibilidade
entre as medidas indiretas da corrente I para cada
resistor e a medida I0 feita pelo instrumento de
1,65
𝐼1 = = 1,65 𝑚𝐴 medição (I0).
1,000
𝐼 = 1,30 = 1,73 𝑚𝐴 |𝐼𝑛 − 𝐼0|
2 0,750 𝑍𝐼𝑛 =
0,96 𝜎𝐼𝑛 + 𝜎𝐼0
𝐼3 = = 1,71 𝑚𝐴 |1,65 − 1,68|
0,560 𝑍 𝐼1 = = 0,33
0,54 0,08 + 0,01
𝐼4 = = 1,64 𝑚𝐴 |1,73 − 1,68|
0,330 𝑍 𝐼2 = = 0,5
0,34 0,09 + 0,01
𝐼5 = = 1,55 𝑚𝐴 |1,71 − 1,68|
0,220 𝑍 𝐼3 = = 0,3
0,09 + 0,01
|1,64 − 1,68|
De acordo com a lei em estudo, a corrente que 𝑍 𝐼4 = = 0,4
0,09 + 0,01
passa por cada resistor em uma associação em |1,55 − 1,68|
série se mantém constante, o que foi observado 𝑍𝐼5 = = 1,3
0,09 + 0,01
nos valores relativamente próximos das 5
medidas. Como pode ser visto, todos os valores de Z, com

Teste Z - Cálculo da incerteza de In.


exceção do ponto 5, se mantiveram bem próximos
de 0, indicando boa compatibilidade com o
resultado direto. No caso do ponto 5, o resultado de 5. Conclusões
Z encontra-se consideravelmente discrepante das
Discussões Finais
outras medidas, o que pode apontar para uma
oscilação muito grande do aparelho no momento Ao analisar os dados da tabela 4, tem-se a seguinte

dessa medida em específico, o que gerou uma constatação: a d.d.p. diminui a cada ponto medido.

d.d.p. menor do que o esperado, gerando Esse fato, visto que a d.d.p. é a quantidade de

interferência no valor da corrente. energia por carga para movimentar os elétrons no


circuito, poderia levar à conclusão de que a
A análise conjunta dos valores da d.d.p. nas tabelas
intensidade da corrente estaria diminuindo. Mas
3 e 4 indicam que os resistores são, sim, divisores
da tensão no circuito. Tomando como exemplo os isso não acontece, pois, segundo os cálculos da
pontos 3 e 4, observa-se que o módulo da diferença terceira etapa, a corrente se mantém constante
entre os valores de V desses pontos, na tabela 3, é
durante o percurso.
igual a 0,54V, que corresponde exatamente ao VRi
obtido para o ponto 4, na tabela 4. Essa tendência é Em um circuito elétrico, como o estudado, o que
notada nos outros valores de V das duas tabelas, ocorre é um movimento ordenado de cargas,
indicando essa divisão proporcionada pela especificamente elétrons (cargas negativas). Esses
resistência nominal de cada resistor.
elétrons vão se movendo no sentido de preencher
os espaços em que há cargas positivas. Esses
espaços são orbitais vazios presentes nos átomos do
material condutor que dá funcionamento ao
circuito. Dessa forma, os elétrons vão sendo
transferidos de átomo a átomo na direção em que a
densidade de cargas positivas é maior. Os resistores
são inseridos nesse processo como uma espécie de
gargalo para o movimento dos elétrons. Quanto
maior for a resistência nominal do resistor, maior
será a dificuldade para o movimento dessas
partículas. Ao promover uma associação em série
dos resistores, houve uma divisão da tensão do
circuito. Por isso, o que se obteve no final foi uma
corrente constante. Isso está perfeitamente de
acordo com a primeira lei de Ohm, pois a
resistência em cada ponto medido possui um valor
menor. Então, considerando que a corrente enfrenta
menor resistência ao seu movimento, é coerente o
fato de que a energia requerida para realizar esse
movimento seja menor naquele espaço, o que se
reflete na diminuição das medidas de d.d.p. a cada
ponto.
Pode-se pensar nesse processo de forma análoga ao
movimento da água em um rio meandrante, um tipo
de rede fluvial que possui curvas acentuadas que
provocam diminuição da velocidade de fluxo da
água. Apesar de diminuir a rapidez com que a água
se movimenta naquele canal, o fluxo se mantém
constante, com uma velocidade menor.

Figura 3: Rio Meandrante


Fonte: https://www.flickr.com/photos/tsomineiro/3084922500
1. Introdução - Experimento 2: curva ΔV v.s. I, a fim de se descobrir o

Resistores Não Lineares valor de RT.

Diferentemente dos resistores utilizados no 3. Procedimento Experimental


primeiro experimento, alguns materiais não Para a realização desta atividade experimental
apresentam linearidade na sua propriedade foram utilizados os seguintes materiais:
resistiva. Esse é o caso do termistor, um resistor ▪ 1 placa Arduino Mega
não linear. Segundo a primeira lei de Ohm, a ▪ 1 fonte de alimentação para a placa a Arduino

resistência de um material ocorre linearmente em ▪ 1 protoboard de 400 pinos

função da diferença de potencial e da intensidade ▪ 1 display LCD 16X2


▪ 4 Cabinhos de ligação macho-fêmea
da corrente em um circuito. Dessa forma, em um
▪ 4 Cabinhos de ligação macho-macho
gráfico ΔV vs I, a resistência R é a inclinação da
▪ 1 resistor de 1000 Ω
reta correspondente. Entretanto, no caso de um
▪ 1 Termistor ntc de 1000 Ω
termistor, a resistência oferecida pelo material
▪ 1 potenciômetro de 10 kΩ
varia à medida que a temperatura também varia. ▪ 1 multímetro
Assim, a resistência de um termistor não apresenta Procedimentos para a montagem e realização do
o mesmo comportamento observado nos resistores experimento seguiram os seguintes passos:
lineares. Ela é influenciada pela temperatura do
componente.

A principal finalidade desse experimento é


investigar a diferença entre o comportamento de
resistores lineares e não lineares em relação à
primeira lei de Ohm.

2. Objetivos Específicos
▪ Analisar o comportamento de um resistor
Figura 1 – Esquema da montagem do circuito.
linear, através das medidas de d.d.p. e da Fonte: Material disponibilizado pelo Instituto de Física.

intensidade da corrente que passam por ele,


para, então, ser plotada curva ΔV v.s. I, a 1ª Parte - Medidas da tensão x corrente de um
fim de se descobrir o valor de R. resistor ôhmico
▪ Análise do comportamento de um resistor Foi montado a circuito com o resistor e o
não linear (termistor), através das medidas multímetro ligados em paralelo com o
de d.d.p. e da intensidade da corrente que potenciômetro. Medimos valores de IR entre
passam por ele, para, então, ser plotada 0,50mA e 4,50mA, usamos o potenciômetro para
variar a corrente em aproximadamente 0,50mA.
Foram registrados, simultaneamente, os valores de
VR e I. As medidas foram realizadas mais 8 vezes, Cálculo da resistência experimental do resistor de 1 kΩ
reposicionando o contato central do potenciômetro. pela primeira lei de Ohm utilizando os valores da tabela

Todos os valores de VR e I foram anotados. 1.

𝑉𝑅(𝑉)
2ª Parte 𝑅 =
𝐼𝑅 (𝑚𝐴)
Utilizando o mesmo circuito da primeira etapa, o 0,51
resistor foi substituído pelo termistor e as mesmas 𝑅1 = = 1,02 𝑘Ω
0,50
medidas foram realizadas, agora, com o termistor. 1,02
𝑅2 = = 1,01 𝑘Ω
1,01
4. Resultados e Discussões 1,53
𝑅3 = = 1,01 𝑘Ω
Representação esquemática do circuito da 1ª parte do 1,52
experimento:
1,99
𝑅4 = = 1,01 𝑘Ω
1,98
2,53
𝑅5 = = 1,00 𝑘Ω
2,25
3,13
Ω

𝑅6 = = 1,01 𝑘Ω
3,11
3,48
𝑅7 = = 1,01 𝑘Ω
3,46
4,11
𝑅8 = = 1,00 𝑘Ω
Anotamos as medidas de IR e VR, assim como 4,10
verificamos a incerteza da corrente medida pelo 4,54
multímetro e a indicamos. Medimos os valores da 𝑅9 = = 1,00 𝑘Ω
4,52
corrente no resistor IR entre os valores de 0,5 mA e 4,5 2 2
𝜎𝑉 𝜎𝐼
Cálculo da incerteza 𝜎𝑅 = 𝑅. √( 𝑉 ) + ( 𝑉 )
𝑅 𝑅
mA, para isso usamos o potenciômetro para variamos
𝑅 𝑅
em aproximadamente 0,5 mA.
0,01 2 0,01 2
Medida 𝐼𝑅 ± 𝜎𝐼𝑅 (𝑚𝐴) 𝑉𝑅 ± 𝜎𝑉𝑅 (𝑉) 𝜎𝑅1 = 1,02. √( ) +( ) = 0,03 𝑘Ω
0,51 0,50
1 0,50 ± 0,01 0,51 ± 0,01
2 1,01 ± 0,01 1,02 ± 0,01
0,01 2 0,01 2
3 1,52 ± 0,01 1,53 ± 0,01 𝜎 = 1,01. √( ) +( ) = 0,01 𝑘Ω
𝑅2
4 1,98 ± 0,01 1,99 ± 0,01 1,02 1,01
5 2,52 ± 0,01 2,53 ± 0,01
6 3,11 ± 0,01 3,13 ± 0,01 0,01 2
) + (0,01) = 0,01 𝑘Ω
2
𝜎 = 1,01. √(
7 3,46 ± 0,01 3,48 ± 0,01 𝑅3
1,53 1,01
8 4,10 ± 0,01 4,11 ± 0,01
9 4,52 ± 0,01 4,54 ± 0,01
Tabela 1: Medida da corrente x ddp sobre resistor
Fonte: produzida pelos autores.
|1,004 − 1,000|
0,01 2 0,01 2 𝑍9 = = 0,08
𝜎𝑅4 = 1,01. √( ) +( ) = 0,01 𝑘Ω 0,003 + 0,050
1,99 1,52
Como pode-se notar, os valores de R comportaram
0,01 2
) + (0,01) = 0,01 𝑘Ω
2
𝜎 = 1,00. √( como o esperado, segundo a primeira lei de ohm. A
𝑅5
2,53 2,52
linearidade apresentada por esses valores deve-se

0,01 2 ao fato de que essa lei segue a forma de uma


0,01 2
𝜎 = 1,00. √( ) +( ) = 0,00 𝑘Ω
𝑅6
3,13 3,11 equação do primeiro grau:

VR=R.IR
0,01 2 0,01 2
𝜎 = 1,01. √( ) +( ) = 0,00 𝑘Ω
𝑅7
3,48 3,46 Segundo essa equação, considerando uma
resistência constante, um aumento na intensidade
0,01 2 0,01 2
𝜎 = 1,00. √( ) +( ) = 0,00 𝑘Ω da corrente provoca um aumento na d.d.p. No caso
𝑅8
4,11 4,10
desse experimento, a resistência era de 1kΩ,

0,01 2 portanto, cada valor de IR analisado forneceria um


0,01 2
𝜎 = 1,00. √( ) +( ) = 0,00 𝑘Ω
𝑅9
4,54 4,52 valor de VR proporcional, o que nos retornaria nos
cálculos uma resistência aproximadamente igual a
1kΩ.
|𝑀1 − 𝑀2|
Cálculo de 𝑍 =
𝜎𝐼 + 𝜎𝐼 Outra informação importante é retirada do gráfico
VR x IR.
|1,020 − 1,000|
𝑍1 = = 0,26
0,028 + 0,050

|1,010 − 1,000|
𝑍2 = = 0,16
0,014 + 0,050

|1,007 − 1,000|
𝑍3 = = 0,12
0,009 + 0,050

|1,005 − 1,000|
𝑍4 = = 0,09
0,007 + 0,050

|1,004 − 1,000|
Gráfico 1 - Tensão sobre o resistor de 1kΩ (VR) X Corrente através do circuito
𝑍5 = = 0,07
0,006 + 0,050 IR.

|1,006 − 1,000| Fazendo uma analogia entre a equação VR=R.I e a


𝑍6 = = 0,11
0,004 + 0,050 equação da reta que ajusta o gráfico y=ax+b,
|1,006 − 1,000| podemos observar que R deve corresponder
𝑍7 = = 0,11
0,004 + 0,050 exatamente ao coeficiente a da reta. Enquanto isso,
|1,002 − 1,000| b deve ser 0 no caso em questão. A análise do
𝑍8 = = 0,03
0,003 + 0,050 gráfico mostra que o coeficiente a obtido foi igual
a 1,001, sendo esse, portanto o valor da resistência
(em kΩ), ou seja, dentro do valor esperado para um Medida 𝐼𝑇 ± 𝜎𝐼𝑇 (𝑚𝐴) 𝑉𝑇 ± 𝜎𝑉𝑇 (𝑉)
resistor de 1kΩ. Como dito, o valor de b deve ser 1 0,52 ± 0,01 0,54 ± 0,01
igual 0, já que a primeira lei de ohm não fornece 2 1,00 ± 0,01 1,03 ± 0,01
3 1,48 ± 0,01 1,50 ± 0,01
nenhuma constante associada, tendo formato de
4 2,02 ± 0,01 1,98 ± 0,01
y=ax. Pela equação da reta, obteve-se um b igual a 5 2,49 ± 0,01 2,33 ± 0,01
0,0097, valor próximo de 0, como era esperado, 6 2,93 ± 0,01 2,65 ± 0,01
7 3,45 ± 0,01 2,80 ± 0,01
não apresentando uma diferença significativa em
8 3,97 ± 0,01 3,20 ± 0,01
relação ao valor teórico. Pode-se pensar nesse b 9 4,58 ± 0,01 3,56 ± 0,01
Tabela 2: Medida da tensão de referência x ddp sobre termistor
como um valor de d.d.p. no caso em que a corrente Fonte: produzida pelos autores.

é nula. Em uma situação ideal, não havendo


corrente, também não há diferença de potencial Cálculo da resistência experimental do termistor de 1
kΩ pela primeira lei de Ohm utilizando os valores da
associada. Porém, na prática, pode-se obter um
tabela 2.
valor não exato, devido às condições do
experimento, como a incerteza associada ao valor 𝑉𝑇(𝑉)
𝑅𝑇 =
𝐼 𝑇(𝑚𝐴)
do resistor, de 0,05kΩ, ou as oscilações nas casas
decimais do amperímetro e do voltímetro, além do 0,54
𝑅𝑇1 = = 1,038 𝑘Ω
0,52
posicionamento do contato central do
1,03
potenciômetro, que apresentou limitações para 𝑅𝑇2 = = 1,030 𝑘Ω
1,00
manter um valor fixo de d.d.p. no circuito. Dessa
1,50
forma, os resultados encontram-se dentro do 𝑅𝑇3 = = 1,014 𝑘Ω
1,48
esperado.
1,08
2° Parte 𝑅𝑇 4 = = 0,980 𝑘Ω
2,02

Substituímos o resistor de 1 kΩ por um termistor 2,33


𝑅𝑇 5 = = 0,936 𝑘Ω
de 1 kΩ. E repetimos o mesmo procedimento feito 2,49

na parte 1 da experiência. 2,65


𝑅𝑇 6 = = 0,904 𝑘Ω
2,93
Representação esquemática do circuito da 2ª parte do
experimento: 2,80
𝑅𝑇 7 = = 0,812 𝑘Ω
3,45
3,20
𝑅𝑇 8 = = 0,806 𝑘Ω
3,97
3,56
𝑅𝑇 9 = = 0,777 𝑘Ω
4,58
Cálculo da incerteza associada ao termistor. linearidade no gráfico IT x VT, em que a curva
resultante não é mais uma reta e apresenta uma
𝜎𝑉𝑇 2 𝜎𝐼𝑇 2
𝜎𝑅 = 𝑅 . √( ) +( ) variação na sua inclinação a cada medida.
𝑇 𝑇
𝑉𝑇 𝑉𝑇

0,01 2 0,01 2
𝜎 = 1,038. √( ) +( ) = 0,025 𝑘Ω
𝑇1 0,54 0,52

0,01 2 0,01 2
𝜎 = 1,030. √( ) +( ) = 0,014 𝑘Ω
𝑇2 1,03 1,00

0,01 2 0,01 2
𝜎 = 1,014. √( ) +( ) = 0,010 𝑘Ω
𝑇3 1,50 1,48
Gráfico 2 - Tensão sobre o termistor de 1kΩ (VR) X Corrente através do
0,01 2 0,01 2 circuito IR.
𝜎 = 0,980. √( ) +( ) = 0,007 𝑘Ω
𝑇4 1,98 2,02
Como pode ser visto no gráfico, uma curva que se
2 2 encaixa bem no ajuste dos dados para o termistor é
0,01 0,01
𝜎𝑇5 = 0,936. √( ) +( ) = 0,005 𝑘Ω
2,33 2,49 dada por uma equação de segundo grau, de formato
y=mx2+nx+c. Considerando, por enquanto, o
0,01 2 0,01 2 termo mx2=0, teríamos que y=nx+c. Esse seria o
𝜎𝑇6 = 0,904. √( ) + (2,93) = 0,005 𝑘Ω
2,65 comportamento do termistor caso ele obedecesse à
primeira lei de Ohm (V=R.I). Dessa forma,
0,01 2
) + ( 0,01) = 0,000 𝑘Ω
2
𝜎 = 0,812. √( teríamos um comportamento linear, em que x seria
𝑇7 2,80 3,45
a corrente I, y seria o potencial V, o n
0,01 2 0,01 2 corresponderia à resistência nominal do material e
𝜎 = 0,806. √( ) +( ) = 0,000 𝑘Ω
𝑇8 3,20 3,97 o c deveria ser nulo, assim como no fenômeno
estudado na 1ª parte. Porém, é notável pelos
0,01 2
) + ( 0,01) = 0,000 𝑘Ω
2
𝜎 = 0,777. √( resultados experimentais que o termistor não segue
𝑇9 3,56 4,58
a lei em estudo. Deve-se voltar, portanto, o foco da
análise para o termo mx2, no qual o coeficiente m
indica a concavidade da curva. Para m<0, tem-se
Como podemos notar previamente, os valores da
uma concavidade para baixo, como é o caso da
resistência no termistor apresentam algumas
curva analisada.
variações que vão ser mais bem observadas no
gráfico IT x VT. Mas pode-se dizer, a princípio, que Considerando que o termistor é um material que
o comportamento do termistor é de um resistor não sofre influência do efeito joule, a energia dissipada
linear, que não segue a linearidade sugerida pela por ele durante a passagem da corrente provoca
primeira lei de ohm. Pode-se notar essa não
uma diminuição da sua resistência. Como foi dito, 6. Conexão entre os experimentos do
m<0 provoca uma concavidade negativa na curva, bloco 1
o que caracteriza um decréscimo na sua inclinação.
Ao realizar os dois experimentos, pudemos notar
Como a resistência equivale a essa inclinação, ela
que a investigação central dessas práticas seria a
está diminuindo. Isso está de acordo com o
coerência da primeira lei de ohm com as
resultado experimental, pois m=-0,0752, então à
observações experimentais. De forma geral, foram
medida que a corrente aumenta, a
medidos os valores das 3 grandezas fundamentais
inclinação/resistência diminui em um fator -
para o estudo dessa lei: corrente elétrica, resistência
0,0752x2.
e diferença de potencial elétrico. Em cada etapa, a
Da mesma forma que na 1ª parte, o gráfico fornece partir dos valores medidos de duas dessas
informações coerentes com os valores esperados. A grandezas, foi possível encontrar valores coerentes
resistência obtida pelo coeficiente n foi igual a da grandeza desconhecida. Além disso, foi possível
1,1078kΩ, próximo do valor nominal. O investigar uma particularidade de alguns materiais
coeficiente c = 0,0074 também indicou uma boa resistores: sua dependência com a temperatura. No
medida por estar próximo de 0. segundo experimento, observou-se que alguns
tipos de resistores não seguem a linearidade
pautada pela primeira lei de Ohm, característica
atendida pelos resistores utilizados no experimento
1. No caso estudado, a resistência fornecida pelo
termistor apresentou o comportamento de uma
equação do segundo grau, por isso ele é
considerado um resistor não-linear.

Gráfico 3 - Tensão sobre o termistor de 1kΩ (VR) X Corrente através do


circuito IR.

Por fim, o termistor, apesar de possuir uma


resistência nominal igual à do resistor de 1kΩ, não
possui o mesmo comportamento do resistor devido
ao incremento mx2 na sua curva, como é possível
notar no gráfico em que as duas curvas estão
sobrepostas, em que R do resistor segue um
comportamento linear e RT do termistor apresenta
um desvio em relação a esse comportamento.

5. Conclusão

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