Você está na página 1de 2

Seguro de carro: fraudes elevam valor do prêmio

A fraude realizada para o pagamento de seguro de automóvel é extremamente comum no mercado


segurador. Quando a empresa não tem provas de que houve fraude, paga a indenização. Veja quais são os
principais golpes praticados.
O alto índice de fraudes obriga as seguradoras a aumentarem os custos de seus contratos, pois há a
necessidade de cobrir os prejuízos. As situações são as mais variadas e, segundo José Carlos de Oliveira,
diretor de automóvel da Marítima Seguros, quando a empresa não tem provas de que houve fraude, paga a
indenização.
Um dos golpes mais comuns é a inversão de culpa, ou seja, situação em que o culpado não tem seguro e a
responsabilidade é transferida para o inocente, desde que possua apólice que cubra os danos provocados a
terceiros. Assim, o causador da batida desembolsa somente o valor da franquia e os dois veículos são
indenizados.
A omissão de informação (ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO) na hora de preencher o perfil do
contratante também atrapalha a seguradora na hora da investigação. De acordo com Oliveira, ocorre com
certa freqüência o fato de um filho colidir o veículo e o pai assumir a culpa por constar no contrato que ele
é o condutor habitual do veículo. Mentir sobre o uso do veículo ou sobre os locais em que fica estacionado
e esconder a idade do motorista do automóvel são práticas comuns entre algumas pessoas que contratam
seguros.
A fraude também é realizada no momento em que o contratante esconde certos fatos que podem evitar a
indenização. Pode acontecer de até o Boletim de Ocorrência (BO) ter informações incorretas ou omitidas
(ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO). Os mais comuns são: motorista não habilitado, embriagado,
condutor que não está relacionado no perfil da apólice e aquele que participa de rachas.
Também é muito comum no dia-a-dia das seguradoras indenizar veículos roubados. E as fraudes, nesse
caso, não são poucas, segundo Oliveira. "Temos contratantes que pagam para despachantes dar um sumiço
no automóvel e até aqueles que atravessam a fronteira do País e depois acionam o seguro", afirma.
No entanto, não são somente os contratantes de seguro que praticam a fraude. As oficinas de reparação
também cometem falcatruas em cumplicidade com o segurado ou com o perito, e até por conta própria. A
maioria diz respeito a peças de reposição. Para aumentar os custos pagos pela seguradora, algumas oficinas
trocam as peças do carro colidido por outras vindas de desmanches, mas declaram que instalaram peças
novas.
Antes da visita do perito, pode acontecer de a oficina substituir do veículo peças novas por outras
deterioradas. Neste caso, irão colocá-las no orçamento e, logo após a perícia, as peças serão recolocadas.
Também pode ocorrer de a oficina cobrar pela substituição de determinadas peças que, na verdade, só
precisaram de reparação.
Investigação
As empresas de seguros procuram tomar certos cuidados para evitar o pagamento dos falsos casos que
aparecem. De acordo com Julio Avellar, vice-presidente de automóveis da Sulamérica, os cuidados da
empresa são divididos em duas partes: a prevenção e a investigação.
A prevenção consiste na avaliação do risco, ou seja, do perfil dos condutores do carro que está sendo
segurado pela empresa. Já a investigação é feita em todos os casos de sinistro, com a averiguação do BO, a
descrição do acidente pelo segurado e o confronto com as informações passadas no perfil. No entanto, as
situações que podem ser consideradas incomuns são mais pesquisadas pela empresa. E quando a
investigação é feita e não há provas suficientes que comprovem a fraude, a indenização é paga.
FONTE:
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,seguro-de-carro-fraudes-elevam-valor-do-
premio,20010914p14890

Exercício: A exemplo do problema de agência que ocorre na indústria de seguros: a) Elabore uma situação
em que uma empresa pode enfrentar um problema de agência (destaque quem é o principal e quem é o
agente nesse conflito de interesses); b) destaque a assimetria de informação, a ação oculta (ação não
observada) e os custos de agência necessários para reduzir o problema, c) como esses custos seriam
repassados ao consumidor final sem a empresa perder competitividade?
No Máximo uma página para a elaboração do caso.

Você também pode gostar